Vontade de voar. De subir sem parar até ao ponto do céu onde nem passam os aviões, estratosfera ou ainda mais, sem fôlego perante a imagem azul do nosso espaço comum.
Vontade de me elevar até onde o mundo pare de respirar, mesmo antes do espaço que as estrelas enfeitam de luz. Lá em cima, bem alto, lá em cima onde não existe o som, na fronteira entre o espaço que sonhei um dia conhecer e falhei e um outro espaço no qual concretizei os desejos que me inspiraram os beijos teus.
A realidade tangível na ponta dos meus dedos e as asas dos meus medos que partiram quando o amor se impôs sem apelo nem agravo e com ele esta vontade de voar, de subir sem parar, dentro de ti, até ao ponto do espaço, o ponto no tempo, em que uma estrela explodiu, o teu orgasmo, e o espaço negro e vazio se iluminou em todas as cores que o universo conseguiu inventar.
O brilho nesse olhar que me sorri quando aproximo de ti a mão que passeia nesse rosto que o destino escolheu para me encantar, algures no céu onde dizem morar os divinos artesãos que moldam com as suas mãos as mais perfeitas criaturas, tão belas, tão puras, que só os eleitos conseguem entender únicas e especiais.
Vontade de amar, cada vez mais. De sentir sem parar a emoção. De poder passear a minha mão na aura da terra e depois aterrar para lhe poder tocar a pele, a tua, a pele que sentiu, e nascerem flores como sinais indisfarçáveis de um imenso arrepio.
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Uma por dia tira a azia