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12 outubro 2011
Deve ter aprendido com as caixas Multibanco

O arsenal malandro
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oglaf.com
11 outubro 2011
Caras conhecidas
Eram muito provavelmente de lycra as calças que ela tinha vestidas. Eram brancas, e tão justas, mas tão justas, que a vulva se desenhava mais perfeita do que seria visível se estivesse nua. De certo modo, aquela imagem era de uma nudez mais nua que a nudez. As formas acentuadas, o jogo de pequenas sombras, cortes e recortes, arcos, altos e baixos. Abriu-me a porta nesses preparos. Com as tais calças justíssimas brancas que desnudavam as formas da cintura até aos pés, e um soutien também branco, muito simples no desenho, opaco, sem adornos de qualquer tipo. Com uma particularidade apenas. Abria à frente. Conveniente.
A face escondia-se. Era uma máscara que cobria um pouco mais do que os olhos. Não era suficiente para ocultar aquela face ao ponto de jamais se reconhecer num outro encontro, mas a dúvida que permitia era bastante para manter algum segredo. Todas as mulheres naquela casa tinham essa máscara. Os homens não. Os homens tinham máscaras completas, que ocultavam as suas identidades sem margem para erros. Ultrapassada a porta e percorrido um corredor bastante longo, abria-se sob o nosso olhar um enorme salão de fraca luz, com paredes, chão e tecto negros. Havia carne por todo o lado. Homens e mulheres completamente despidos que se entregavam a um sexo de ânimo variável. Talvez nem o reino animal, daqueles irracionais, tivesse tal coisa. Talvez apenas o Homem fosse capaz de se amontoar em algo assim, brandindo erecções que rompiam por vaginas, anús e bocas, ejaculações barulhentas, pernas abertas em ângulos nunca vistos, gemidos estranhos. Ali não existia nada de emocional, de romântico. Aquilo era foda. Pura, mas não simples.
Num espaço ainda disponível daquele salão ela removeu as minhas vestes e também as dela. As dela, aliás, desapareceram com ajuda. Puxei-lhe a roupa com alguma violência, revelando as humidades que procurava. Era tudo muito intenso. Atirou-me para o chão, ela, e arqueando as pernas ajoelhou-se sobre a minha cara. Conseguia ver a vulva dela descer sobre mim, e removi a máscara para a lamber. Sei que ela não viu quem eu era até depois do orgasmo. Depois de o ter, deixou a cabeça tombar um pouco, e ao separar a vulva molhada da minha boca, olhou-me finalmente nos olhos e em seguida identificou-me. O espanto levou-a a uma retracção momentânea das pernas, fechando-se. Mas a necessidade de se controlar era superior. Coloquei rapidamente a minha máscara, cobri o corpo, e levantei-me, deixando-a deitada no chão, de lado, a observar-me rodeada por corpos que continuavam em fodas, e mãos estranhas que por vezes mudavam de corpos e lhe tocavam. Era tudo tão frenético, ali, que ainda eu estava a virar as costas com ela a olhar-me, e já outro pénis a começava a penetrar sem que ela parecesse sequer dar-se conta disso, tão fixa que estava, tomada pela surpresa.
«Um olhar repleto de pulsações» - terceiro video de divulgação da colecção de arte erótica
Neste video, produzido e realizado pela Joana Moura, Luís Gaspar lê-nos desta vez um poema de Jorge Castro (OrCa) escrito especialmente para a minha colecção.
Videos anteriores:
«Carícias ao nosso olhar»
«Caminhantes no vale da sedução»
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«Carícias ao nosso olhar»
«Caminhantes no vale da sedução»
Deserto
A poeira do meu deserto
enrola-se no vento
apertando o meu corpo
como um nó cego;
ardem os olhos,
escaldam as ancas,
seca a boca.
Tu não vens,
tu não sabes de mim,
tu só me possuis.
Poesia de Paula Raposo
10 outubro 2011
09 outubro 2011
Tarot of Sexual Magic (tarot da magia sexual)
Mais um tarot para a minha colecção de arte erótica.
Este, em edição «Lo Scarabeo», é de Laura Tuan com arte de Mauro de Luca em 78 arcanas.
Este, em edição «Lo Scarabeo», é de Laura Tuan com arte de Mauro de Luca em 78 arcanas.
«O cometa» - por Rui Felício

O Eduardo, empregado do Banco Pinto e Sotto Mayor, era um marido exemplar, respeitador da Beatriz com quem tinha casado na Igreja de Santa Cruz, há uns cinco anos. Amava-a, satisfazia-lhe todos os caprichos, não se passava uma semana em que não aparecesse com um ramo de flores para lhe oferecer. Viviam num apartamento na Solum, que compraram com empréstimo do Banco onde ele trabalhava. Mas o Eduardo ainda não lhe tinha dado o filho que ela tanto desejava. A Beatriz vivia triste, desiludida, infeliz. Refugiava-se na lida da casa, não tinha amigas. Passava noites em claro, sozinha na cama, enquanto o Eduardo deambulava pelo Penedo da Saudade e pelo Choupal, de pescoço esticado a olhar para as estrelas e a tomar apontamentos.
O Eduardo, nascido na aldeia, nunca se habituara à cidade. Aliás, detestava viver em Coimbra. Era um apaixonado pela astronomia, passava noites em branco a olhar as estrelas, devorava livros e enciclopédias que falassem de fenómenos celestes, de planetas, de galáxias...
Um dia decidiu vender o apartamento, pedir um novo empréstimo ao Banco e comprar um terreno com uma pequena e velha casa em S. João do Campo. Convenceu a Beatriz a mudarem-se para lá. Cumpriria assim o sonho de viver longe da poluição luminosa da cidade que não o deixava observar os astros. A Beatriz poderia ocupar o tempo, dedicando-se ao cultivo do pequeno terreno, plantando tomates, pepinos e toda a sorte de legumes que ajudariam a equilibrar o orçamento caseiro.
Ao principio, a Beatriz ainda mais infeliz andava, mas aos poucos começou a sorrir, as cores avivavam-lhe o rosto, trabalhava na horta desde o nascer do sol até à noite. O Herculano, que amanhava uma terreno do pai perto da aldeia, era ainda primo afastado do Eduardo, e ajudava-a, ensinava-lhe os segredos da agricultura.
Naquele ano de 1986, chegou o grande dia e o Eduardo andava eufórico! O cometa Halley ia passar perto da Terra. Antes de jantar avisou a Beatriz que ia passar a noite em Verride, junto ao Mondego para ver o cometa. Ia levar o telescópio e observar a aproximação do cometa, que seria visto no seu auge por volta das cinco da manhã.
A Beatriz simulou pena, encolheu os ombros e disse-lhe para ele ir descansado, que não se preocupasse. Porque ela o que queria era vê-lo feliz.
O Eduardo agradeceu, aproximou-se para lhe dar um beijo de despedida a que ela, no ultimo instante, correspondeu com um leve toque dos lábios no seu rosto.
Passada uma hora bateu á porta o Herculano. Entrou, e perguntou à Beatriz:
- Queres ver o cometa?
- Não! Quero é ver, agarrar e sentir o teu telescópico explorando as profundezas do meu universo...
Um ano depois, o Eduardo, a Beatriz são um casal feliz, na companhia do tão esperado filho nascido há pouco mais de dois meses.
É o Pedrito, lindo rapaz que, diz-se na aldeia, é a cara chapada do seu primo afastado...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações

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