Ou seja, a menstruação pode ser uma janela de oportunidades.
21 outubro 2011
20 outubro 2011
Também achas, como eu, que mudar a hora duas vezes por ano não é nada erótico?
No próximo dia 30 de Outubro, vira o disco e toca o mesmo.
Já são 206 os peticionários para que se acabe em Portugal com esta brincadeira nada erótica.
Sabias que qualquer petição subscrita por um mínimo de 1.000 cidadãos é, obrigatoriamente, publicada no Diário da Assembleia e, se for subscrita por mais de 4000 cidadãos, é apreciada em Plenário da Assembleia?
Se já assinaste, divulga a petição.
Petição «não à mudança de hora»
Já são 206 os peticionários para que se acabe em Portugal com esta brincadeira nada erótica.
Sabias que qualquer petição subscrita por um mínimo de 1.000 cidadãos é, obrigatoriamente, publicada no Diário da Assembleia e, se for subscrita por mais de 4000 cidadãos, é apreciada em Plenário da Assembleia?
Se já assinaste, divulga a petição.
Petição «não à mudança de hora»
Bilhetes postais com desenhos e quadras de Vilhena
Lembram-se de eu ter aqui dito, em 17 de Maio de 2010, que a Teresa Bizarro me falou de uns postais seus do mestre José Vilhena? E que tentei "trazê-los" para a minha colecção, mas ela deu-me tampa? "Acredito que gostasses dos postais... mas eu também! Enquanto eu não me fartar deles, contenta-te com as cópias..." - disse-me ela.
Pois agora a Teresa Bizarro fez-me chegar por mão bem amiga um envelope com cinco prendas, valiosíssimas pelo que são e pelo que significam por ela se desfazer de algo que guardava com tanto carinho. Não há troika que consiga cortar amizades assim... ou cobrar-lhes imposto.
E só espero que todos possamos ver, um dia destes, tudo isto num espaço de exposição da minha colecção.
(crica nas imagens para as aumentar)
Pois agora a Teresa Bizarro fez-me chegar por mão bem amiga um envelope com cinco prendas, valiosíssimas pelo que são e pelo que significam por ela se desfazer de algo que guardava com tanto carinho. Não há troika que consiga cortar amizades assim... ou cobrar-lhes imposto.
E só espero que todos possamos ver, um dia destes, tudo isto num espaço de exposição da minha colecção.
Estes postais são das Edições Branco e Negro (sem data mas eu diria que são dos anos 70).
19 outubro 2011
Mulierem Sapiens
É frequente eu ser acusada de pensar como um homem. “Não sei como é que consegues separar as coisas”, dizem-me as minhas amigas falando de sexo e emoção, ou sexo e envolvência ou sexo e… amor? O que é certo é que é verdade e por isso me sinto tão competente neste papel que escolhi para mim própria de ser, quase permanentemente “a Outra”. Considero-me uma alma caridosa, uma voluntária que ajuda as relações dos outros a serem mais suportáveis sem os custos insuportáveis da terapia ou prostitutas. Apesar de tentar evitar assuntos muito pessoais, converso o suficiente acerca deles para ter uma noção de como é a vida conjugal destes homens. Na maioria das vezes é-me relatada uma situação quase insuportável de uma esposa que não gosta de sexo ou que desde que se casou que se esqueceu que é mulher ou de mulheres que se dedicam tão exclusivamente aos filhos que se esquecem que têm um marido lá em casa. Deixar o Zezinho na casa dos avós para poderem ir jantar os dois juntos está simplesmente fora de questão, apesar de o Zezinho já saber ler e escrever… O que é certo é que maioria dos homens com quem eu estou, passam tempo comigo porque têm algum grau de infelicidade marital e estão a preparar-se (nem que apenas na sua imaginação!) para eventualmente abandonarem a situação em que se encontram.
No entanto, uma vez andei metida com um tipo que me dizia que gostava muito da mulher e que o sexo com ela era fantástico e despedia-se de mim com “desculpa, mas tenho de ir ter com a menina que amo”. Isto incomodava-me um bocado porque com essas palavras eu já não era a alma caridosa, nem estava a ajudar ninguém. Divertíamo-nos na companhia um do outro, sem dúvida mas eu, que supostamente penso como um homem, questionava-me - mas por que raio andamos então aqui às escondidas? Não seria muito mais fácil ele ter uma conversa franca com a sua querida e dizer-lhe “Amorzinho, gosto muito de ti e quero passar o resto da minha vida contigo. Mas sou incapaz de ser fiel – não tem absolutamente nada a ver com o que sinto por ti nem com a qualidade ou quantidade do sexo entre nós. Não és tu, sou eu. Simplesmente o meu prazo de fidelidade expirou”.
Ela se calhar até lhe agradecia e diria algo como “Meu amor, ainda bem que me dizes isso! Eu sinto o mesmo, o que achas de abrirmos a nossa relação para podermos estar com quem nos apetece sem culpas?” – e viveriam felizes para sempre!
18 outubro 2011
«Proibições que são hinos à vida» - quarto video de divulgação da colecção de arte erótica
Neste quarto e último video desta série, toda ela produzida e realizada pela Joana Moura, a voz de ouro de Luís Gaspar revela-nos desta vez um texto de Jorge Castro (OrCa) inspirado na minha colecção.
Para memória futura e como tributo à malta que me ajudou a fazer esta «colecção sobre a colecção», deixo aqui os textos que o Luís Gaspar leu em cada video e os respectivos links:
«Proibições que são hinos à vida»
"A COLECÇÃO DE OBJECTOS ERÓTICOS DA SÃO ROSAS
Aqui um livro que não me deixavam ler; além um baralho de cartas que o pai guardava numa gaveta fechada a sete chaves; no armário da sala, por trás de copos, medalhas, e tralhas diversas, um cinzeiro metálico com uns relevos esquisitos; na arrecadação, numa velha caixa de cartão, um avental que só era usado em festas de amigos mais chegados e onde todos queriam meter a mão num bolso central que revelava uma conspícua protuberância…
O prazer estimulante de um sorriso brejeiro, a curiosidade avassaladora a que a vida vai dando mais perguntas e respostas, e tudo a pairar no sedimento dos objectos que nos vão rodeando, pelos degraus do nosso ser, altares de proibições sem sentido que, afinal, mais não são do que hinos, com redenção mais ou menos conseguida, à mesma vida que os sugeria.
Depois, guardar um objecto que se ri de nós e connosco, que lembra ou espicaça a aventura, que nasceu porventura das mãos de um sonho ansiado ou, muito ao contrário, de uma realidade degustada à exaustão.
Atrás desse, outro vem. O metal, o papel, o vidro, mas também a madeira, o plástico, o tecido, cúmplices e conluiados todos em estratagemas subversivos, perversos, amorais, para desinquietarem os espíritos ou para marcarem presença de troféu aventureiro, concretizado e irredutível.
Um a um se juntam os objectos como as lembranças, para edificarem o que queremos filtrar das vivências. E somos essa manta de retalhos, estranhamente unificada no edifício coerente, por onde correm os medos e as virtudes, as alegrias e os pecados, em suma o acto de coragem de se estar vivo.
Pode haver arte, com primores técnicos ou artesanalmente rupestre. Nada disso importa, para além do incontrolável sorriso que a gravura, o relato, a escultura, a pintura, o engenho projecta no material seleccionado pelas mãos para dar corpo ao que a mente anseia…
Levanta-te e caminha? Porque não, se está ali tão representada a força vital mais derradeira da Humanidade?
- Jorge Castro
2 de Setembro de 2011"
«Um olhar repleto de pulsações»
"há uma poalha dourada
a escorrer pela fímbria do tempo
onde se desenham as volutas de corpos
atormentados de luxúria
na partilha das seivas vitais
sangue
sémen
saliva
e um restolhar doce
que pode ser o ruído arrastado dos passos de todos os espíritos
dançando um tango de Piazzolla no salão nobre dos dias
há um frémito que percorre o aposento
cheio de ausentes presenças
cheio de todos os nadas de tudo de que a vida é feita
e desfeita
contrafeita
um encontro furtivo de amantes
um estertor
ou um olhar repleto de pulsações
e quando a noite cai
ou o clima sossega
e as estrelas vogam no seu interminável
passeio pela eternidade
cada objecto reflecte um brilho único
que lhe é próprio e alheio
ao mesmo tempo
que lhe é próprio e alheio
porque assim é
porque assim se conjuga o intemporal presente
feito de tudo o que nos é próprio ou alheio
apenas por sermos
o que somos
e não qualquer outra coisa sem sentido.
- Jorge Castro
02 de Setembro de 2011"
«Carícias ao nosso olhar»
"As peças não são imóveis,
vibram, acariciam o nosso olhar
como se, subitamente, entre olhos,
se nos abrisse uma vulva
que recolhe um corpo já vivo
e animado pelo bater do erotismo.
Nós somos os quase imóveis, os pasmados,
assim, percorridos até às entranhas
por este gemido da percepção.
Miss Joana Well"
«Caminhantes no vale da sedução»
"Todas estas cores se unem
entram em nós pelos olhos,
pelas mãos, pele já rendida;
todas estas cores formam uma,
antes da ancoragem no corpo;
se essa uma cor pudesse falar,
apresentar-se-ia: Erótica,
a caminhante no vale da sedução
e nós, os rendidos, os dobrados
ao tom mais Sol de todos,
observamos o que nunca foi inanimado
e escutamos o gemer da inspiração.
Miss Joana Well"
Para memória futura e como tributo à malta que me ajudou a fazer esta «colecção sobre a colecção», deixo aqui os textos que o Luís Gaspar leu em cada video e os respectivos links:
«Proibições que são hinos à vida»
"A COLECÇÃO DE OBJECTOS ERÓTICOS DA SÃO ROSAS
Aqui um livro que não me deixavam ler; além um baralho de cartas que o pai guardava numa gaveta fechada a sete chaves; no armário da sala, por trás de copos, medalhas, e tralhas diversas, um cinzeiro metálico com uns relevos esquisitos; na arrecadação, numa velha caixa de cartão, um avental que só era usado em festas de amigos mais chegados e onde todos queriam meter a mão num bolso central que revelava uma conspícua protuberância…
O prazer estimulante de um sorriso brejeiro, a curiosidade avassaladora a que a vida vai dando mais perguntas e respostas, e tudo a pairar no sedimento dos objectos que nos vão rodeando, pelos degraus do nosso ser, altares de proibições sem sentido que, afinal, mais não são do que hinos, com redenção mais ou menos conseguida, à mesma vida que os sugeria.
Depois, guardar um objecto que se ri de nós e connosco, que lembra ou espicaça a aventura, que nasceu porventura das mãos de um sonho ansiado ou, muito ao contrário, de uma realidade degustada à exaustão.
Atrás desse, outro vem. O metal, o papel, o vidro, mas também a madeira, o plástico, o tecido, cúmplices e conluiados todos em estratagemas subversivos, perversos, amorais, para desinquietarem os espíritos ou para marcarem presença de troféu aventureiro, concretizado e irredutível.
Um a um se juntam os objectos como as lembranças, para edificarem o que queremos filtrar das vivências. E somos essa manta de retalhos, estranhamente unificada no edifício coerente, por onde correm os medos e as virtudes, as alegrias e os pecados, em suma o acto de coragem de se estar vivo.
Pode haver arte, com primores técnicos ou artesanalmente rupestre. Nada disso importa, para além do incontrolável sorriso que a gravura, o relato, a escultura, a pintura, o engenho projecta no material seleccionado pelas mãos para dar corpo ao que a mente anseia…
Levanta-te e caminha? Porque não, se está ali tão representada a força vital mais derradeira da Humanidade?
- Jorge Castro
2 de Setembro de 2011"
«Um olhar repleto de pulsações»
"há uma poalha dourada
a escorrer pela fímbria do tempo
onde se desenham as volutas de corpos
atormentados de luxúria
na partilha das seivas vitais
sangue
sémen
saliva
e um restolhar doce
que pode ser o ruído arrastado dos passos de todos os espíritos
dançando um tango de Piazzolla no salão nobre dos dias
há um frémito que percorre o aposento
cheio de ausentes presenças
cheio de todos os nadas de tudo de que a vida é feita
e desfeita
contrafeita
um encontro furtivo de amantes
um estertor
ou um olhar repleto de pulsações
e quando a noite cai
ou o clima sossega
e as estrelas vogam no seu interminável
passeio pela eternidade
cada objecto reflecte um brilho único
que lhe é próprio e alheio
ao mesmo tempo
que lhe é próprio e alheio
porque assim é
porque assim se conjuga o intemporal presente
feito de tudo o que nos é próprio ou alheio
apenas por sermos
o que somos
e não qualquer outra coisa sem sentido.
- Jorge Castro
02 de Setembro de 2011"
«Carícias ao nosso olhar»
"As peças não são imóveis,
vibram, acariciam o nosso olhar
como se, subitamente, entre olhos,
se nos abrisse uma vulva
que recolhe um corpo já vivo
e animado pelo bater do erotismo.
Nós somos os quase imóveis, os pasmados,
assim, percorridos até às entranhas
por este gemido da percepção.
Miss Joana Well"
«Caminhantes no vale da sedução»
"Todas estas cores se unem
entram em nós pelos olhos,
pelas mãos, pele já rendida;
todas estas cores formam uma,
antes da ancoragem no corpo;
se essa uma cor pudesse falar,
apresentar-se-ia: Erótica,
a caminhante no vale da sedução
e nós, os rendidos, os dobrados
ao tom mais Sol de todos,
observamos o que nunca foi inanimado
e escutamos o gemer da inspiração.
Miss Joana Well"
Orvalho
Reconheço-te a nudez morna,
o quente soluço
dos teus pulsos.
Roço na tua pele
o desejo;
fogueira atiçada.
Curvo-me sobre as tuas pernas,
doce e húmida:
o orvalho meu,
da madrugada, hoje.
Poesia de Paula Raposo
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