02 dezembro 2011

Voluptatis - Taxi Ride


Olá amigos,

Se andam à procura de adrenalina, temos a experiência certa!
Estão preparados para uma grande dose de ousadia? Serão conduzidos pelas ruas de Lisboa, à noite, num tradicional taxi português. Tudo o que decidirem fazer no banco de trás… bem, isso será da vossa responsabilidade. Mas garantimos que o condutor não se importará nem interferirá. Será inesquecível!
Vamos dar uma volta? ;)

Para saberem todos os pormenores acerca desta experiência contactem-nos em: info.voluptatis@gmail.com

Ficamos à vossa espera! Atrevem-se? ;)

A Sanduiche

– Que ar é esse?
– Que ar?
– Esse, essa espécie de aparvalhado contentamento deslumbrado.
– Nem queiras saber.
– Apareceu comprador para a casa?
– Não.
– Arranjaste uma casa para te mudares?
– Não.
– Sabes o que eu acho?
– Não.
– Acho que as pessoas quando se divorciam devem mudar-se logo.
– É capaz. Mas por mim está tudo bem.
– Tudo numa boa?
– Na maior.
– Estiveste a fumar alguma coisa ou quê?
– Achas?!
– Sei lá, essa espécie de aparvalhado contentamento deslumbrado não é normal.
– A minha tarde não foi normal, se calhar é por isso.
– Não deve ter sido… Não deve ter sido nada normal, não. Mas, se queres saber, isso não me interessa nada! Vou jantar.
– Se queres saber…
– Não quero…
– Hoje fiz uma sanduíche!
– Boa!... Eu fiz sopa.
– Ah! Não… Não foi uma sanduíche dessas.
– Não?! Então foi de quais?
– Das outras.
– Quais outras?
– Daquelas… Tu sabes: uma sanduíche! Uma san-duí-che, estás a ver?
– Não devo estar, porque o que eu vejo não justifica esse aparvalhado contentamento.
– Uma sanduíche humana, bolas!
– Com pessoas?
– Sim, com duas pessoas, ou melhor, com duas mulheres!
– Ah!
– E a tua sopa?
– A minha sopa?!
– Sim, a sopa que fizeste é de quê?
– Vens me dizer que estiveste a fazer uma sanduíche e agora queres saber do que é a sopa que eu fiz?
– Sim. Um homem não vive só de sanduíches.
– Estou a ver. Ou melhor, não estou, nem quero ver nada!
– Tu é que perguntaste.
– Pois fui mas depois disse-te que não queria saber.
– Foi… E, afinal, a sopa é de quê?
– De legumes.
– Ah… De legumes… hmmm…
– E, na sanduíche, tu eras exactamente o quê? Uma desenxabida fatia de fiambre de peru magro fora do frigorifico há três dias?
– Qual peru, qual carapuça!... Eu era a carne! Carrrrne!
– E elas eram o pão?
– Sim, supostamente. Se era uma sanduíche.
– E foi em carcaça?
– Foi em carcaça, o quê?
– A sanduíche. Foi em carcaça ou em pão caseiro?
– Não estou a perceber… Não era pão! Não era uma sanduíche de pão.
– Sim, eu sei. Já me disseste, foste tu e duas mulheres. Tu eras a carne e elas eram o pão. Uma espécie de bifana.
– Sim.
– No prato?
– No prato?!
– Bolas! Se a bifana foi servida num prato, foi?
– Não era uma bifana…
– Ou uma sanduíche, é o mesmo. Foi no prato?
– Mas não era uma sanduíche, não havia prato. Éramos nós três.
– Tu e duas mulheres?
– Sim…
– Deitados?
– Ah!... Também… Porquê, no prato era se estávamos deitados?
– Era. Tu eras a carne e tinhas uma fatia de pão por baixo e outra por cima?
– Tinha!
– Coitada da fatia de baixo.
– Coitada?!
– Sim, ter de gramar contigo em cima e ainda com uma fatia de pão por cima a fazer mais peso… Que pouca sorte.
– Ah! Não, quando estivemos deitados foi de lado.
– Tipo cachorro…
– Quente!
– Pão, tu e pão.
– Pois.
– Pelo menos tinhas as costas aconchegadinhas…
– Achas que eu me importava com isso!?
– Sei lá, nunca fiz uma sanduíche. E empurrava-te?
– Quem é que me empurrava?
– A fatia de trás.
– Se me empurrava?
– Sim, contra a fatia da frente. Empurrava?
– Se calhar… Acho que sim… Esfregava-se, pelo menos.
– A fatia de trás esfregava-se em ti e tu esfregavas-te na fatia da frente.
– Sim… Mas isso dito assim…
– Como?
– Nada. Não interessa… Esquece a sanduíche.
– É o que eu mais desejo!
– Ainda há sopa?
– Se eu ainda tenho da sopa que fiz?
– Sim. Há?
– Tens.
– Tenho?
– Não. Não é “Há?”, é “tens?”. A sopa é minha, não é nossa.
– Era só uma forma de dizer.
– Acredito, mas não é a forma correcta.
– Ainda tens sopa?
– Tenho.
– Posso comer uma tigelinha?
– O quê?
– Se posso comer uma tigela de sopa.
– Podes, por mim podes. Podes comer as tigelas que quiseres! Podes mesmo comeres todas as tigelas que conseguires do armário da esquerda! Essas são todas tuas!

Fruta 44 - banhoca tão boa!

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[Foto: Paulo Madeira, 2007, um banho de prata]

Tudo depende de como você educa seu filho

Apesar que hoje eles perguntam para o google.



Imagina quando ele coçar a mão do pai com o dedo do meio.

Capinaremos.com

30 novembro 2011

Vício de boca

Agradeço à tua boca os sorrisos que me oferece quando explode no teu rosto a beleza de uma luz natural como a que apenas o sol é capaz de produzir.
Agradeço-lhe também o som da respiração que escuto quando a noite acalma no nosso leito e adormeces no meu peito com uma expressão de felicidade em que pareces sorrir.

Agradeço à tua boca os lábios com que me toca sem nojos ou fronteiras a pele que não consigo despir, a única que possuo, e te agradece, enquanto te vejo dormir, os mimos generosos e os beijos tão gulosos que me viciam na doçura e me suscitam a ternura que depois convertemos em tentação, trabalho de equipa, e abraçamos a emoção mais intensa, a tua boca na minha e eu dentro de ti com a alma e o coração mais o corpo que te agradece a dádiva de tanto prazer.

Agradeço-lhe também as palavras que não ficam por dizer, essa língua genuína que se mostra tão traquina e se revela de igual modo perfeita em qualquer tipo de utilização.
O amor que se faz, empenhado, o mesmo amor que quando falado não desmente no que diz aquilo que a prática da tua boca teorizou e depois me provou como um apetitoso manjar.

Agradeço à tua boca o degustar do homem que sou, pelo amor próprio que esse teu prazer não disfarçado alimenta. A tua boca que me sustenta capaz de acreditar que vale a pena saber amar o todo e retribui-lo pelas partes de cada pormenor que te distingue da multidão.

Agradeço-lhe a distinção que me concedeu de poder tocar o céu.

Nessa tua boca divina, onde posso voar sem fim quando acolhes qualquer ponto de mim como um anjo numa nuvem envolve com as asas, ao som de uma harpa celestial, o espírito recém-chegado de um corpo abandonado porque entregue sem reservas ao mais supremo prazer.

E a minha boca a agradecer, com beijos e palavras que te dou, este sabor que se instalou em definitivo no palato onde convivo a todo o tempo com o teu gosto que me satisfaz, especiaria.

O picante abrasador dessa boca minha amante no calor de uma fantasia onde o teu sorriso sensual preenche as imagens mais arrojadas e as palavras atrevidas escritas sem cessar na expressão do meu olhar e proferidas pela tua boca que contemplo enquanto te permito dormir.

Até que te toco, irreprimível, e explode outra vez no meu rosto a luz incandescente que produz o teu sorridente despertar.
E eu agradeço nesse instante em que a tua boca dança no meu ventre ao ritmo de um poema beijado que o meu corpo apaixonado já não dispensa recitar.

O árbitro não viu esta mão claríssima...

... mas os comentadores da televisão não deixaram passar!

Fruta 43 - quem dera ser bolso

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Angela Merkel: «O dinheirro, não... a disziplina!»