30 dezembro 2011
29 dezembro 2011
O Sexo Pornográfico da Guerra
Há alguns meses, recebi um convite da revista «The Printed Blog Portugal» para escrever um artigo para o nº 3 da revista, tendo a guerra como tema.
Escrevi um texto e enviei uma versão com 2.000 caracteres (limite que definiram), juntamente com uma ilustração.
Como esse nº 3 nunca mais sai, deixo-vos aqui o meu texto, na versão completa:
O sexo pode ser pornográfico?!
Pode! Não devia... mas pode.
Sendo a guerra uma das maiores obscenidades, frequentemente usa a sexualidade como arma, tornando-a assim indecente, repugnante, suja e vergonhosa.
Desde o início da humanidade que existem o estupro e a subjugação sexual. Nas primeiras “tribos” da pré-história, eram os líderes que mantinham relações sexuais com a maioria das mulheres do grupo. E os jovens de pequenas tribos só podiam procriar quando “conquistavam” fêmeas de outras tribos em batalhas.
Durante as primeiras civilizações na Grécia, Roma e Egipto, o estupro passou a ser visto como um direito dos guerreiros, um “prémio de guerra”. E esta ideia só começou a ser condenada no século XIX.
Vejamos (apenas alguns) exemplos de guerras e massacres em que a violação é usada como arma: na Primeira Guerra Mundial, os soldados alemães utilizaram o estupro para impor terror às populações locais; na Guerra Civil espanhola, os nacionalistas pintavam nos muros: “Morreremos talvez, mas as vossas mulheres darão nascimento a crianças fascistas”; em 1937, cerca de 20 mil mulheres foram estupradas e mutiladas em Nanking, no início da ocupação japonesa na China; na Segunda Guerra Mundial, houve violência sexual nos campos de concentração... e quando ocorreu a tomada de Berlim pelos soviéticos em 1945, estima-se que entre 20 e 100 mil mulheres teriam sido violadas; no Vietname, segundo testemunho de veteranos, o estupro de vietnamitas era “procedimento operacional padrão”; em 1971, na Guerra da Independência do Bangladesh, terão sido violadas entre 250 mil e 400 mil mulheres; na luta pela independência de Moçambique, em meados dos anos 70, mutilações e violências sexuais cometidas pelos guerrilheiros aterrorizaram a população civil; durante as ditaduras militares na América Latina, nas décadas de 70 e 80, o estupro era uma das práticas de tortura sistemática e as agressões sexuais não se restringiam às mulheres pois também homens, militantes de esquerda, foram metodicamente estuprados e até castrados; na Indonésia, soldados mobilizados em Timor violaram as mulheres diante dos seus maridos e dos seus filhos; durante a invasão do Kuwait pelo Iraque, em 1990, calcula-se que mais de 5 mil kuwaitianas tenham sido violadas; no Ruanda houve, pela primeira vez, uma condenação internacional pelo crime de genocídio e a violência sexual foi reconhecida como um dos actos desse crime; na Guerra dos Balcãs, teve-se pela primeira vez conhecimento de um projecto estatal incentivando o estupro em “campos de violação” como forma de “limpeza étnica”; no Iraque, houve estupro de mulheres muçulmanas por soldados e mercenários norte-americanos, abafado pelos media; na Nigéria, outras mulheres sofreram o mesmo massacre, em nome da Jihad; na Libéria, as agressões sexuais do tempo da guerra civil iniciada em 1989 são ainda praticadas; na Serra Leoa, soldados do governo e rebeldes têm raptado e escravizado sexualmente mulheres e meninas, estimando-se que cerca de 80% delas contraem doenças sexualmente transmitidas…
Para evitar estupros em massa, é frequente criarem-se prostíbulos nos territórios ocupados. Já os exércitos romanos eram acompanhados de grupos de prostitutas. Com a proliferação de doenças venéreas apareceram, para as prevenir e combater, novos fármacos e a generalização do uso do preservativo. Diz-se por aí que as bonecas insufláveis foram um projecto de Hitler, em 1941, para proteger as suas tropas das doenças sexualmente transmissíveis que se disseminavam nos bordéis e para evitar a “mistura de raças”. A fábrica onde seriam produzidas essas bonecas ficaria situada em Dresden, cidade que foi bombardeada pelos aliados.
Muitas das agressões sexuais são silenciadas. E as próprias vítimas inibem-se de as revelar, por vergonha e medo.
Mas, em cenários de guerra, a sexualidade é afectada também indirectamente: casamentos forçados, troca de favores sexuais por protecção ou para sobrevivência, aumento das relações fugazes e de gravidezes não programadas,…
Como vêem a guerra, usando como uma das suas armas o sexo, torna-o pornográfico. E defender a sexualidade da sua utilização abusiva é uma causa pela qual vale a pena lutar. Mas...
... guerra?! O que a malta quer é... Paz! Paz! Paz!
São Rosas
Blog «a funda São»
Fontes: documentos consultados na internet e alguns dos 1.700 livros que fazem parte da minha colecção de arte erótica.
Escrevi um texto e enviei uma versão com 2.000 caracteres (limite que definiram), juntamente com uma ilustração.
Como esse nº 3 nunca mais sai, deixo-vos aqui o meu texto, na versão completa:
O sexo pode ser pornográfico?!
Pode! Não devia... mas pode.
Sendo a guerra uma das maiores obscenidades, frequentemente usa a sexualidade como arma, tornando-a assim indecente, repugnante, suja e vergonhosa.
Desde o início da humanidade que existem o estupro e a subjugação sexual. Nas primeiras “tribos” da pré-história, eram os líderes que mantinham relações sexuais com a maioria das mulheres do grupo. E os jovens de pequenas tribos só podiam procriar quando “conquistavam” fêmeas de outras tribos em batalhas.
Durante as primeiras civilizações na Grécia, Roma e Egipto, o estupro passou a ser visto como um direito dos guerreiros, um “prémio de guerra”. E esta ideia só começou a ser condenada no século XIX.
Vejamos (apenas alguns) exemplos de guerras e massacres em que a violação é usada como arma: na Primeira Guerra Mundial, os soldados alemães utilizaram o estupro para impor terror às populações locais; na Guerra Civil espanhola, os nacionalistas pintavam nos muros: “Morreremos talvez, mas as vossas mulheres darão nascimento a crianças fascistas”; em 1937, cerca de 20 mil mulheres foram estupradas e mutiladas em Nanking, no início da ocupação japonesa na China; na Segunda Guerra Mundial, houve violência sexual nos campos de concentração... e quando ocorreu a tomada de Berlim pelos soviéticos em 1945, estima-se que entre 20 e 100 mil mulheres teriam sido violadas; no Vietname, segundo testemunho de veteranos, o estupro de vietnamitas era “procedimento operacional padrão”; em 1971, na Guerra da Independência do Bangladesh, terão sido violadas entre 250 mil e 400 mil mulheres; na luta pela independência de Moçambique, em meados dos anos 70, mutilações e violências sexuais cometidas pelos guerrilheiros aterrorizaram a população civil; durante as ditaduras militares na América Latina, nas décadas de 70 e 80, o estupro era uma das práticas de tortura sistemática e as agressões sexuais não se restringiam às mulheres pois também homens, militantes de esquerda, foram metodicamente estuprados e até castrados; na Indonésia, soldados mobilizados em Timor violaram as mulheres diante dos seus maridos e dos seus filhos; durante a invasão do Kuwait pelo Iraque, em 1990, calcula-se que mais de 5 mil kuwaitianas tenham sido violadas; no Ruanda houve, pela primeira vez, uma condenação internacional pelo crime de genocídio e a violência sexual foi reconhecida como um dos actos desse crime; na Guerra dos Balcãs, teve-se pela primeira vez conhecimento de um projecto estatal incentivando o estupro em “campos de violação” como forma de “limpeza étnica”; no Iraque, houve estupro de mulheres muçulmanas por soldados e mercenários norte-americanos, abafado pelos media; na Nigéria, outras mulheres sofreram o mesmo massacre, em nome da Jihad; na Libéria, as agressões sexuais do tempo da guerra civil iniciada em 1989 são ainda praticadas; na Serra Leoa, soldados do governo e rebeldes têm raptado e escravizado sexualmente mulheres e meninas, estimando-se que cerca de 80% delas contraem doenças sexualmente transmitidas…
Para evitar estupros em massa, é frequente criarem-se prostíbulos nos territórios ocupados. Já os exércitos romanos eram acompanhados de grupos de prostitutas. Com a proliferação de doenças venéreas apareceram, para as prevenir e combater, novos fármacos e a generalização do uso do preservativo. Diz-se por aí que as bonecas insufláveis foram um projecto de Hitler, em 1941, para proteger as suas tropas das doenças sexualmente transmissíveis que se disseminavam nos bordéis e para evitar a “mistura de raças”. A fábrica onde seriam produzidas essas bonecas ficaria situada em Dresden, cidade que foi bombardeada pelos aliados.
Muitas das agressões sexuais são silenciadas. E as próprias vítimas inibem-se de as revelar, por vergonha e medo.
Mas, em cenários de guerra, a sexualidade é afectada também indirectamente: casamentos forçados, troca de favores sexuais por protecção ou para sobrevivência, aumento das relações fugazes e de gravidezes não programadas,…
Como vêem a guerra, usando como uma das suas armas o sexo, torna-o pornográfico. E defender a sexualidade da sua utilização abusiva é uma causa pela qual vale a pena lutar. Mas...
... guerra?! O que a malta quer é... Paz! Paz! Paz!
São Rosas
Blog «a funda São»
Fontes: documentos consultados na internet e alguns dos 1.700 livros que fazem parte da minha colecção de arte erótica.
Frases do Ricardo Esteves - humidade sindical
ejamart - "Há agora uns higrómetros muito bons, que detectam a origem da humidade..."
São Rosas - "Os melhores higrómetros provocam-na..."
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28 dezembro 2011
De peito aberto
Li algures que a atracção deste Natal no circo Cardinali é a que dizem ser a única mulher-bala do mundo.
E eu dei comigo a pensar: o que será que um gajo diz se se apanha com uma mulher-bala?
A resposta é simples e ocorreu-me na hora:
Shoot me!
27 dezembro 2011
Eva portuguesa - «A rejeição dói»
"Sei que defendo (e mantenho) a postura de que não me importo que me condenem pelo que faço, pois na hora de pagar as contas ninguém me ajuda.
Bem... isto é verdade e não é...
A verdade é que a rejeição dói!
Dói quando somos rejeitados por quem nos é próximo; e também dói quando o somos por alguém que nem conhecemos!
Em última análise, todos gostamos e precisamos que nos compreendam e gostem de nós...Gostamos que a nossa família nos ame, que os nossos amigos nos aceitem, que a senhora do supermercado mostre alegria por nos ver; que o senhor da farmácia nos cumprimente com entusiasmo; e até que o taxista que vimos agora e que provavelmente nunca mais encontraremos, simpatize connosco e nos trate amavelmente...
E, por muito que tentemos enterrar isto bem no fundo de nós, a rejeição fosse por quem fosse, já nos magoou... quando éramos pequenos e o primo mais velho nos achava uns «catraios» e uns chatos e não queria estar connosco; quando queríamos brincar na escola mas os nossos amiguinhos já tinham um grupo ao qual não pertencíamos; quando a rapariga mais cool não nos convidava para a sua festa de anos; quando aquele rapaz de quem todas gostavam fingia que não ouvia quando tentávamos falar com ele...
Ninguém gosta de ir no seu bairro e ouvir cochichos à sua passagem... ninguém quer entrar no elevador e os vizinhos virarem a cara...
Esta é a verdade!...
Nós queremos e precisamos de agradar e ser agradados.
Nós queremos e precisamos que gostem de nós.
Nós queremos e precisamos que sintam a nossa falta.
Nós queremos e precisamos que falem de nós com simpatia, alegria e carinho.
E, se assim não fosse, porquê a necessidade deste blog?...
Porque eu preciso que vocês me conheçam melhor, me aceitem, me compreendam... no fundo isto também é uma forma de tentar fazer com que gostem de mim...
... Porque ser posta de parte magoa...
... Porque a rejeição dói... muito!..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Bem... isto é verdade e não é...
A verdade é que a rejeição dói!
Dói quando somos rejeitados por quem nos é próximo; e também dói quando o somos por alguém que nem conhecemos!
Em última análise, todos gostamos e precisamos que nos compreendam e gostem de nós...Gostamos que a nossa família nos ame, que os nossos amigos nos aceitem, que a senhora do supermercado mostre alegria por nos ver; que o senhor da farmácia nos cumprimente com entusiasmo; e até que o taxista que vimos agora e que provavelmente nunca mais encontraremos, simpatize connosco e nos trate amavelmente...
E, por muito que tentemos enterrar isto bem no fundo de nós, a rejeição fosse por quem fosse, já nos magoou... quando éramos pequenos e o primo mais velho nos achava uns «catraios» e uns chatos e não queria estar connosco; quando queríamos brincar na escola mas os nossos amiguinhos já tinham um grupo ao qual não pertencíamos; quando a rapariga mais cool não nos convidava para a sua festa de anos; quando aquele rapaz de quem todas gostavam fingia que não ouvia quando tentávamos falar com ele...
Ninguém gosta de ir no seu bairro e ouvir cochichos à sua passagem... ninguém quer entrar no elevador e os vizinhos virarem a cara...
Esta é a verdade!...
Nós queremos e precisamos de agradar e ser agradados.
Nós queremos e precisamos que gostem de nós.
Nós queremos e precisamos que sintam a nossa falta.
Nós queremos e precisamos que falem de nós com simpatia, alegria e carinho.
E, se assim não fosse, porquê a necessidade deste blog?...
Porque eu preciso que vocês me conheçam melhor, me aceitem, me compreendam... no fundo isto também é uma forma de tentar fazer com que gostem de mim...
... Porque ser posta de parte magoa...
... Porque a rejeição dói... muito!..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Frases do Ricardo Esteves - com esta está no papo
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