21 fevereiro 2012

De fita métrica na mão

- Olha, só sobram dez centímetros!

Mal pude acreditar. Uma ponta da fita métrica no meu lábio superior e os tais dez centímetros era o que ia daí até à base do Ambrósio.

Não se fala com a boca cheia, porque é feio, senão tinha-o mandado a outro sítio. Mas só me apeteceu nessa altura fechar a boca com força e dar-lhe uma grande dentada.

Estou a falar a sério. Mesmo!

Tem dias...

Eva portuguesa - «Demagogia/Pragmatismo»

Eu sei que costumo usar este meu blog para desabafar, filosofar e pensar.
Mas agora apetece-me ser prática!
Antes de mais, o que eu faço é um trabalho, uma profissão, com hora de entrada e hora de saída.
Como em todas as profissões, tem momentos melhores e outros menos bons.
Tenho direito a dias de folga, dos quais por vezes abdico. Faço horas extraordinárias que por vezes não me são pagas e tiro férias. Tal e qual como qualquer outro trabalho.
Tenho um local de trabalho, uso farda (neste caso lingerie/nudez total) e recebo o meu pagamento.
É bem dito por profissionais da área de saúde, bem como é do conhecimento do senso comum, que as questões de trabalho não se devem levar para casa, e vice-versa.
Ora, eu tenho bastante facilidade em fazê-lo.
Quando o meu dia de trabalho termina, visto a minha roupa, faço as minhas contas, desligo o telefone e saio do apartamento (o meu local de trabalho).
A partir daí, acabou a Eva e aparece a mãe e a... que fala e sai com os amigos, faz compras para a casa, põe os seus telefonemas pessoais em dia, combina saídas, faz o jantar, brinca com o filho, sonha com o príncipe encantado, paga contas, preocupa-se com a falta de dinheiro,oferece um mimo a si própia e ao seu filhote quando as coisas correm bem... Uma mulher normal,que, independentemente da sua profissão, vive o seu dia-a-dia como tantas outras mulheres que também são mães solteiras.
E não deixo que estes dois mundos se misturem.
Claro que tive clientes que se tornaram amigos, mas são apenas dois, e agora são amigos da... A Eva foi o meio através da qual se conheceram. E em boa hora isso aconteceu!
Outra coisa: eu não sou nenhuma coitadinha. Mediante os diversos acontecimentos que ocorreram ao longo da minha vida, fui tomando opções, umas certas, outras nem por isso; mas sempre lutei para seguir o meu caminho da melhor forma possível, às vezes caindo para me levantar de seguida, por vezes errando para depois acertar; mas sempre sem me violentar nem prejudicando (pelo menos conscientemente) quem me rodeia.
Ser Acompanhante foi uma solução que me pareceu acertada em determinada altura e da qual não me arrependo.
Como qualquer pessoa que trabalhe por conta própria, é constante a preocupação do que se ganha diariamente. Se não se ganha, não há como pagar as coisas. E esta situação agrava-se para pessoas que, como eu, têm um filho para sustentar sozinhas e não têm família. Mas isto acontece a quem se encontre nas mesmas condições que eu, independentemente da sua profissão...
Tenho, muitas vezes, uma vantagem enorme que outras pessoas não têm na sua vida profissional: eu gosto de sexo! E, sempre que posso, tenho prazer no trabalho...
Assim, deixando de lado a demagogia, enquanto houver trabalho e clientes satisfeitos sou uma mulher profissionalmente realizada.
Nesta área, ou noutra, desejo o mesmo a todos vós.

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Chakra Sambara - Nepal

Estatueta em metal pintado e ouro.
"Chakra Sambara é o principal deus de Sambara. É também visto como uma manifestação de Heyvajra, figura central do Budismo Vajrayana. A sua consorte, Vajrabarahi, abraça-o numa posição mística. É uma união simbólica entre a sabedoria e o método, que leva à felicidade derradeira."
Isto era o que estava escrito no papelinho que me deu o senhor do Nepal que me vendeu esta estatueta, na Expo 98. E também está explicadinho aqui.

20 fevereiro 2012

Ilusão

Carnaval dos pobres



HenriCartoon

«respostas a perguntas inexistentes (193)» - bagaço amarelo

amores perfeitos


Não há Amores fáceis. Por estranho que pareça também não há Amores difíceis. Os Amores são todos mais ou menos iguais. A única diferença está em que alguns Amores o são mesmo, outros não. O que torna os Amores todos iguais é o facto de cada um ser único. É nisso que são todos iguais. Não há nenhum Amor que se compare ao meu, assim como o meu também não se compara a nenhum outro. É por isso que ele não é fácil, nem difícil. É o meu Amor. Só isso.
A unicidade do Amor acaba com a ideia de perfeição, seja ela a perfeição cristã de Santo Agostinho ou a positivista de Kant. No Amor busca-se precisamente o contrário: a imperfeição. É ela que é única e é ela que tem a capacidade de nos fascinar. Por ser isso mesmo: única. A ideia absolutista de perfeição é, aliás, uma seca de todo o tamanho e por isso impossível de ser objecto de Amor.
É como se cada um de nós se apaixonasse por um lugar, porque um Amor é isso mesmo. Um lugar. Ninguém mais lá entra, nessa grandiosa imperfeição que só duas pessoas são capazes de criar. Amo-o todo, esse lugar, e é por isso que cuido dele o melhor que sei e posso, para que um dias destes não me apeteça abandoná-lo. É a minha tentativa de prolongar o Amor no tempo. Hoje, por exemplo, acordei de manhã e plantei-lhe uns Amores Perfeitos, para lhe poder chamar também isso, pelo menos em parte. Um Amor Perfeito.

bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«A minha filha, jovem naturista» - documentário


My Daughter The Teenage Nudist por vivrenu-tv

Responder à chamada

Sempre presente.



O importante é satisfazer a população.

Capinaremos.com

19 fevereiro 2012

Semana especial LGBT no Porta Curtas - «Sexo e a Metrópole»

Ficção de Fred Avellar - 2004 - 10 min

O que acontece quando uma menina-deusa, produtora de moda, encontra uma mortal fotojornalista numa metrópole como São Paulo? Um curta sobre desejo, carências e necessidades latentes que brotam entre os prédios e avenidas da grande cidade.



Link directo para o filme aqui.

Teso e bem disposto



HenriCartoon

Blockbuster


Fui entrevistá-lo por causa do seu recém-estreado filme no qual usara todos os mendigos do Metro de Lisboa, alguns sem-abrigo do Martim Moniz, as ciganas que tiram a inveja e o mau olhado e as meninas romenas que vendem pensos rápidos, como actores principais de um drama que intitulara «A Cidade Branca e os Anões».

Foram três noites seguidinhas de trabalho a bater nas suas ligações ao Truffaut, Resnais, Rohmer e Chabrol mas garanti o guião da entrevista todo alinhavado na cabeça e enquanto o ia desfiando, reparei que o eminente realizador apontava a câmara dos seus olhos negros para um grande plano do meu decote seguido de um travelling às minhas pernas. Sem perder a pose de artista e continuando a responder, abriu a carcela das calças e exibiu o seu óscar finamente esculpido e de estupendos acabamentos, garroteando-o no topo como se fosse um tubo de pasta em final de vida. Explicitou um convite para que conhecesse mais intimamente a sua obra e rapidamente rodámos uma película de série X demonstrativa dos comportamentos dos últimos primatas, connosco acocorados e as suas palmas engatadas nas minhas ancas reboludas para as suas bolinhas não falharem os embates cíclicos e os nossos guinchos fornecerem a emoção do sonoro.

No dia seguinte entreguei as 300 linhas na redacção e pedi dispensa para acompanhar o cineasta numa série de curtas-metragens. Não lhes ia revelar a cacha de uma rapidinha sentados numa cabine de fotos à la minute, do enganchanço num dos intermináveis corredores do Marquês a horas nocturnas alçando-me uma perna e a saia, das mãos contra os azulejos do painel indicativo do miradouro de São Pedro de Alcântara a desoras, do seu missionário frenético no topo do caramanchão do Príncipe Real sob o qual João César Monteiro se costumava sentar.

A origem da expressão "fogo no rabo"