Eu sei que costumo usar este meu blog para desabafar, filosofar e pensar.
Mas agora apetece-me ser prática!
Antes de mais, o que eu faço é um trabalho, uma profissão, com hora de entrada e hora de saída.
Como em todas as profissões, tem momentos melhores e outros menos bons.
Tenho direito a dias de folga, dos quais por vezes abdico. Faço horas extraordinárias que por vezes não me são pagas e tiro férias. Tal e qual como qualquer outro trabalho.
Tenho um local de trabalho, uso farda (neste caso lingerie/nudez total) e recebo o meu pagamento.
É bem dito por profissionais da área de saúde, bem como é do conhecimento do senso comum, que as questões de trabalho não se devem levar para casa, e vice-versa.
Ora, eu tenho bastante facilidade em fazê-lo.
Quando o meu dia de trabalho termina, visto a minha roupa, faço as minhas contas, desligo o telefone e saio do apartamento (o meu local de trabalho).
A partir daí, acabou a Eva e aparece a mãe e a... que fala e sai com os amigos, faz compras para a casa, põe os seus telefonemas pessoais em dia, combina saídas, faz o jantar, brinca com o filho, sonha com o príncipe encantado, paga contas, preocupa-se com a falta de dinheiro,oferece um mimo a si própia e ao seu filhote quando as coisas correm bem... Uma mulher normal,que, independentemente da sua profissão, vive o seu dia-a-dia como tantas outras mulheres que também são mães solteiras.
E não deixo que estes dois mundos se misturem.
Claro que tive clientes que se tornaram amigos, mas são apenas dois, e agora são amigos da... A Eva foi o meio através da qual se conheceram. E em boa hora isso aconteceu!
Outra coisa: eu não sou nenhuma coitadinha. Mediante os diversos acontecimentos que ocorreram ao longo da minha vida, fui tomando opções, umas certas, outras nem por isso; mas sempre lutei para seguir o meu caminho da melhor forma possível, às vezes caindo para me levantar de seguida, por vezes errando para depois acertar; mas sempre sem me violentar nem prejudicando (pelo menos conscientemente) quem me rodeia.
Ser Acompanhante foi uma solução que me pareceu acertada em determinada altura e da qual não me arrependo.
Como qualquer pessoa que trabalhe por conta própria, é constante a preocupação do que se ganha diariamente. Se não se ganha, não há como pagar as coisas. E esta situação agrava-se para pessoas que, como eu, têm um filho para sustentar sozinhas e não têm família. Mas isto acontece a quem se encontre nas mesmas condições que eu, independentemente da sua profissão...
Tenho, muitas vezes, uma vantagem enorme que outras pessoas não têm na sua vida profissional: eu gosto de sexo! E, sempre que posso, tenho prazer no trabalho...
Assim, deixando de lado a demagogia, enquanto houver trabalho e clientes satisfeitos sou uma mulher profissionalmente realizada.
Nesta área, ou noutra, desejo o mesmo a todos vós.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
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