18 março 2012

Osso Vaidoso - «Animal»

‎"(...) mas tenho um vício animal,
de te comer no quintal,
de uivar à luz da lanterna,
de dar ao rabo e à perna

mas tenho um vício acrobata,
de te ferrar a omoplata,
vinda por baixo da coxa,
até ficar toda roxa (...)"

Como engatar um gajo


A primeira coisa a considerar quando se quer engatar um gajo heterossexual é aceitar a tradição que vigora há séculos de que os homens preferem as mamas maiores. E hoje em dia é fácil torná-las nutridas através do uso de um soutien de silicone que as arvora em monumento dando-lhes a aparência de maior firmeza e maior volume ou, através de uma cirurgia que as encha do milagroso produto. Qualquer que seja a opção este investimento é básico.

A segunda, é mostrar um modelo de comportamento e de diálogo que permita aos homens efabular sobre a sua abertura para o erotismo mas equilibrada de modo a não lhes aumentar as inseguranças, isto é, nunca os convencendo que sabe mais do que eles sobre a matéria. O melhor exemplo é assumir a postura de uma Scarlett Johansson, sensual na imagem e contudo vestindo sempre cores claras e neutras, ou até só branco para sugerir a virgindade primitiva que os homens anseiam conquistar. Inebriados pela imagem pouco ouvirão do que diz o que só lhe facilita a sua estratégia. De qualquer modo convém não esquecer que deve mostrar naturalidade numa conversa picante e exibir incómodo por palavras e expressões como caralho, cona da mãe ou foda-se já que a esmagadora maioria das mentes masculinas só concebe que tal linguagem tenha uso feminino na cama.

Apenas com duas minorias se torna absolutamente necessária a conversação: os intelectuais e os pais compulsivos. Para o primeiro grupo, caso não se sinta preparada para o embate, recomendamos a leitura prévia de alguns blogues da moda - aqueles com uma média diária de cerca de mil visitas porque abaixo disso é arriscado aceitar sugestões como consensuais -, para se inteirar dos livros, filmes, discos e comportamentos que estão in. Para o segundo conjunto basta contar todas as gracinhas dos seus filhos ou na ausência destes, recordar todas as histórias das suas amigas mães ou rebuscar as memórias dos seus sobrinhos, dos filhos dos vizinhos ou das criancinhas que viu na praia no último verão.

Por último, é fundamental dar-lhe a noção que foi seduzida por ele e que não foi você que o engatou. Lembre-se também que é feminino depilar-se nas pernas e axilas e ostentar a pele limpa de pêlos como se isso fosse natural porque eles precisam de acreditar que a conquistaram tanto quanto é de geração espontânea a sua falta de pêlos.

Mulher deitada...

... na minha colecção.

Queima de arquivo


Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

17 março 2012

Homens, aprendam a fazer morangos cobertos com chocolate

Sexto Sentido

Abre os teus olhos como janelas de uma casa no topo de uma montanha e deixa fugir o olhar pelo mundo tão belo como o vês, segue-o de perto e percorre de lés a lés a paisagem de cortar a respiração.
Escuta o bater mais acelerado do coração que rufa como um tambor no silêncio em teu redor e decifra a mensagem que o vento vai entregando a cada momento dessa tua pausa observadora e percebe como a vida melhora só pelo prazer de conseguires absorver em pequenas porções de imagens e de sons as mais poderosas sensações que esses sentidos podem oferecer.
Saboreia nos lábios a memória de um beijo, deixa-te abraçar pelo desejo e liberta da caixa de pandora numa manhã radiosa de Primavera a anarquia da imaginação, o gosto salgado da paixão na tua boca, o corpo deixado à solta numa aventura arrojada que te sabe a amante beijada quando te lembras assim, sem amarras, de tudo aquilo que desejavas e às tantas ainda podes ter.
Aspira a brisa da madrugada que te faz recordar o odor de uma noite passada a amar sem reservas, abre de novo a gaveta onde encerras tudo aquilo que constitua evocação do que renegas sem querer, apenas no sentido de prevenir uma recaída, o descontrolo de uma doença mal curada que te possa ensandecer, quando amas isso pode doer, inspira fundo agora esse ar que transporta de fora o que escondes dentro de ti.
Sente a pele que reage por si num arrepio que sabes não ter nascido do frio porque no interior da tua mente há um corpo incandescente alojado no teu e agora abres os olhos para veres no céu desenhados pelos rastos de aviões os contornos dos amantes e o calor das emoções que te envolvem com a suavidade de braços feitos de cetim.

Pensa nas coisas postas assim e utiliza acima de tudo a intuição, concentra nela a tua atenção e deixa-te arrastar pela estrada que o instinto traçar enquanto tudo te é permitido pelo tempo que se faz esquecido de nos avisar que continua sempre a passar porque é como uma locomotiva sem travões que ignora apeadeiros ou estações, a vida não pode esperar pelo que se possa deixar para amanhã logo se faz e o tempo recusa andar para trás para recolher os atrasados para usufruírem da permanente celebração que é uma vida com a sede de paixão que tenhas reprimido.

Segue as pegadas desnudas do teu sexto sentido.

Brushstrokes 032



Um sábado qualquer... - «O grande momento!» (por Carlos Ruas)



Um sábado qualquer...

16 março 2012

Kate Upton vai comer um hambúrguer num cinema ao ar livre...

«A foda treina-se à mesa» - Patife

Esta é a dedicada a um Puto Porreiro. Estive no outro dia num jantar em que à mesa estava também um adolescente. Conversa puxa conversa e percebo que o puto é fã do Fode Fode Patife. Isto tudo porque se falava de frigideiras e comentei com o puto: frigideira… essa doença que ataca as mulheres frígidas. O rapazola riu-se e começou a falar das aventuras e desventuras do Patife. Acabei por olhá-lo como um pupilo e tomei por missão instruí-lo, como bom samaritano educador que sou. Notei de pronto que o Puto Porreiro comia como se não houvesse amanhã, enfardando a comida com sofreguidão. Sempre achei que existe um paralelismo entre a forma como se come à mesa e a forma como se come uma pachacha. Por isso é que sou bom garfo, boa boca e apreciador de uma longa refeição com conversa porca pelo meio. A foda treina-se à mesa, Puto Porreiro. A comeres dessa maneira vais transformar-te numa debulhadora garganeira de chonas. Mas houve um momento da refeição em que a garfada era sobejamente atestada e não resisti a desafiá-lo: Se conseguires meter isso tudo na boca prometo que aplaudo. Agora que penso nisso, o mesmo disse eu a uma gaja que se preparava para me mamar no palhaço.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

«a suficiência é insuficiente» - bagaço amarelo

Tenho vestidas três camisolas desalinhadas na zona do pescoço. A Raquel diz-me, em tom de brincadeira, que podia ter arranjado um namorado que se vestisse melhor. Rio-me. Penso, em tom mais sério, que eu não podia ter arranjado nenhuma outra namorada. Nem mais nenhuma.
O Amor duma mulher é suficiente? Sei que há quem discuta isto consigo mesmo desta maneira. A mim, a palavra "suficiente" nunca me chegou para adjectivar o Amor. Prefiro dizer que há homens para quem o Amor duma mulher é tudo. A palavra "tudo" é mais certeira que a "suficiente" para definir um Amor, pelo menos se for mesmo assim.
Há homens que procuram simultaneamente o Amor de várias mulheres. Esses, por estranho e contraditório que possa parecer, são os homens sós. O Amor duma mulher nunca é suficiente, o que quer dizer que nunca se chega ao tudo. Sofre-se mais, mesmo que pareça que se sofre menos. Estes são os homens mais injustiçados pela herança judaico-cristã da nossa cultura. As mulheres chamam-lhes invariavelmente sacanas porque não percebem que eles são sofredores. Nunca sentem que têm tudo e nada lhes é suficiente.
Fecho os olhos nesta floresta densa em que penso, aquecido pelo frágil frio dum Inverno que teima em não se fazer notar. Sei que já fui um pouco dos dois. Abro-os novamente. Por um momento percebo que tenho tudo e que a suficiência me seria insuficiente.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Preferências do Homem-Nariz


Alexandre Affonso - nadaver.com

15 março 2012

As Caldas em grande

Os meus confrades da Confraria do Príapo aproveitaram a cerimónia de entrega de prémios, menções honrosas e diplomas de participação do Concurso de Ideias para a Identidade Visual da Confraria do Príapo, para inaugurarem no dia 3 de Março uma escultura fálica composta por vários materiais, desde a cerâmica, ao ferro e ao azulejo, com mais de 2 metros de altura, instalada no Casal da Eira Branca, aos Infantes, Caldas da Rainha.



A escultura fálica e os seus autores: Vítor Reis, Carlos Enxuto, Paulo Óscar, Mário Reis e Eduardo Pereira, com Edgar Ximenes, presidente da Confraria do Príapo e?... - foto Confraria do Príapo


Os ceramistas caldenses, autores da monumental escultura cerâmica fálica - foto «Jornal das Caldas»


Ver aqui um artigo no «Jornal das Caldas»