16 abril 2012
15 abril 2012
De fazer chorar as pedras da calçada
Vou contar-vos uma história de fazer chorar as pedras da calçada, uma antiga tradição alfacinha pós-campanhas eleitorais por mor das recargas betuminosas nas ruas taparem os sumidouros e as primeiras chuvas fazerem lagos sobre as pedrinhas calcárias.
Ela nem nascera feia de cara e quando começou a botar corpo entesoava qualquer homem tanto que o seu pai à força de gritos e estalos na sua mãe proibiu que ela circulasse em cuecas e sutiã pelo lar de família. Foi desde o dia em que por trás a agarrou pela cintura, encostou-se tanto às suas nádegas que ela bem lhe sentiu o abono de família avolumado e a largou com um estridente estalo na cara a mandá-la vestir que o respeito é uma coisa muito bonita.
Quando abalou daquela casa pensou que faria da sua vida o que quisesse mas o seu marido era devoto da congregação dos chefes de família e rapidamente lhe mostrou que ela estava ali para lhe servir os apetites na mesa e na cama que só podia cozinhar os pratos favoritos dele e o facto de ela nunca ter orgasmos era coisa de somenos desde que os espermatozóides nossos de cada dia se escoassem, usando os punhos como o seu melhor argumento.
A vizinha do lado é que não acreditou que as nódoas negras eram resultado fortuito de batidelas nas esquinas do mobiliário e começou a oferecer-lhe as orelhas para descarregar as lágrimas e nessa barrela até lhe massajou as carnes pisadas com um creme reconstitutivo da pele. Consolada pela vizinha foi num imenso gáudio que descobriu que o clítoris correctamente sorvido é um eficiente short cut para chegar ao orgasmo.
[Foto © bernardo coelho, 2008, Fetiche for Charity #2]
Ela nem nascera feia de cara e quando começou a botar corpo entesoava qualquer homem tanto que o seu pai à força de gritos e estalos na sua mãe proibiu que ela circulasse em cuecas e sutiã pelo lar de família. Foi desde o dia em que por trás a agarrou pela cintura, encostou-se tanto às suas nádegas que ela bem lhe sentiu o abono de família avolumado e a largou com um estridente estalo na cara a mandá-la vestir que o respeito é uma coisa muito bonita.
Quando abalou daquela casa pensou que faria da sua vida o que quisesse mas o seu marido era devoto da congregação dos chefes de família e rapidamente lhe mostrou que ela estava ali para lhe servir os apetites na mesa e na cama que só podia cozinhar os pratos favoritos dele e o facto de ela nunca ter orgasmos era coisa de somenos desde que os espermatozóides nossos de cada dia se escoassem, usando os punhos como o seu melhor argumento.
A vizinha do lado é que não acreditou que as nódoas negras eram resultado fortuito de batidelas nas esquinas do mobiliário e começou a oferecer-lhe as orelhas para descarregar as lágrimas e nessa barrela até lhe massajou as carnes pisadas com um creme reconstitutivo da pele. Consolada pela vizinha foi num imenso gáudio que descobriu que o clítoris correctamente sorvido é um eficiente short cut para chegar ao orgasmo.
[Foto © bernardo coelho, 2008, Fetiche for Charity #2]
Parabéns, Valdir!
Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)
14 abril 2012
«Não pratico habilidades» - B Fachada
Eu deixo... gozar comigo por não ser cantor
Podes até ser má que eu não me queixo
Estás sempre pronta para o amor
Eu não pratico habilidades
Tu sabes bem como eu sofro com o calor
Viver é só facilidades
Estás sempre pronta para o amor
Tiro a barba para te animar
Canto a minha pirosada
Para te chegar ao calcanhar
Preguiçoso e mau de piça
Sou um bruto a melhorar
Enquanto não te fizer justiça
Não me sento a descansar
Tu desconfias do Diabo
Mas o Diabo é meu professor
Eu aguento, eu nunca acabo
Tu estás sempre pronta para o amor
Se eu me livrar dos disparates
Podes ralhar por passar melhor
Eu nos meus 26 quilates
Dou-te a resposta para o amor
Tiro a barba para te animar
Canto a minha pirosada
Para te chegar ao calcanhar
Preguiçoso e mau de piça
Sou um bruto a melhorar
Enquanto não te fizer justiça
Não me sento a descansar
Mostras-me a barriga para sentir-me um vencedor
Mas duvidas que eu consiga dar vazão ao teu amor
13 abril 2012
Falsa partida
O meu olhar insiste em fugir para partes tuas que anseio ver tão nuas como a alma que (afinal não) expões.
Intimidade sexual
A intimidade sexual é uma espécie de escada de muitos degraus que só se pode subir a dois, de preferência de mãos dadas. Isto porque é impossível subir mais que dois ou três degraus sem que o outro suba também, o que faz com que a distância máxima possível entre ambos nunca vá longe do comprimento possível dos braços. Suponho que não haja regra para a escalada. Não tem que ser devagar se ambos tiverem fôlego para o fazer em corrida, e também pode suceder que uma vida inteira seja insuficiente para vencer sequer o primeiro patamar. O que me parece imprescindível é a confiança. A intimidade é mesmo isto: o exercício da confiança. O que não significa que a confiança tenha obrigatoriamente que ser fundamentada, isto é, que se tenha que “conhecer muito bem” a pessoa e há muito tempo, etc., nem significa que deva ser absoluta, como em tudo o mais, há casos em que se tem confiança numa pessoa para umas coisas e não se tem para outras… No sexo, confiança é, de parte a parte: liberdade física e psíquica para se dar e receber o que se quiser, ou então, liberdade física e psíquica para fruir do corpo do outro como se fosse nosso, ou ainda, liberdade para se fazer tudo quanto der na telha no intuito de se dar ou de se receber prazer. E aqui chegamos ao ponto G da coisa: os limites. Sem que haja sintonia na definição do que sejam os limites possíveis para o “tudo” não pode haver confiança nem intimidade. E o ideal é que esta sintonia seja natural, porque se for regulada por opção… lá se vai a plenitude da liberdade… Há pessoas, por exemplo, que se excitam com a dor, para estas os limites possíveis são uns…para as que perdem o tesão com a dor, como é evidente, são outros… E também há aspectos psíquicos sensíveis… o caso das massagens à próstata, por exemplo, para muitos homens é um autêntico “nó mental”, qualquer coisa de muito esquisito entre o prazer físico e a repulsa psíquica. E pronto. Era mais ou menos aqui que eu queria chegar… Sempre que existe sintonia dos limites naturais possíveis, isto é, quando, de parte a parte, os limites do outro permitirem o “tudo” sem ultrapassar os nossos próprios limites… a intimidade é apenas uma questão de prática… de onde a tal escadaria de muitos degraus ao longo da qual se vão aferindo os limites possíveis. Quer demore dias, quer demore anos, enquanto nenhum se deparar com uma parede… ou algum se recusar a dar sequer mais um passo … é sempre a subir…
(…) em amena cavaqueira do lado de lá…
shark
Perante a agonia de um não vejo como pode acontecer o prazer de outro. Na minha versão fundamentalista tem mesmo que ser a desbunda de todas as partes envolvidas (refiro-me aos todos e não às partes propriamente ditas...) :)
Perante a agonia de um não vejo como pode acontecer o prazer de outro. Na minha versão fundamentalista tem mesmo que ser a desbunda de todas as partes envolvidas (refiro-me aos todos e não às partes propriamente ditas...) :)
Libélula Purpurina
Ainda bem que não vês... Porque isto não são coisas bonitas de se ver... :) Mas que as há por aí, há. É o que acontece, por exemplo, em casos em que a tara do outro implica algo que para nós seja repulsivo. Não é o meu caso (só para que ninguém fique para aí com ideias) mas imagina que encontras uma mulher que se excita com pancada. Se a ti te agradar bater-lhe, maravilha! Mas imagina que ao bater-lhe com força perdes o tesão... é uma chatice... Lá está: o prazer dela seria a tua agonia. Estou a lembrar-me de casos variados... mas não me vou esticar... podemos é um dia falar sobre isto à hora do chá... :) O caso das cedências: (dou agora um exemplo pessoal) eu que sou fêmea, gosto genericamente de ser dominada, mas também tenho os meus momentos de dominação, e esses são muito importantes para a relação que estabeleço com o outro. Um homem que não aceite ser dominado, para mim não serve. Não é só uma questão de vontade. Rapidamente, ao fazer-me perder a liberdade, me faria perder o tesão em todos os momentos… Bom... etc... É que nestas coisas não se trata apenas de "decidir" com a vontade... porque, embora desse muito jeito, o corpo muitas vezes não obedece...
Ainda bem que não vês... Porque isto não são coisas bonitas de se ver... :) Mas que as há por aí, há. É o que acontece, por exemplo, em casos em que a tara do outro implica algo que para nós seja repulsivo. Não é o meu caso (só para que ninguém fique para aí com ideias) mas imagina que encontras uma mulher que se excita com pancada. Se a ti te agradar bater-lhe, maravilha! Mas imagina que ao bater-lhe com força perdes o tesão... é uma chatice... Lá está: o prazer dela seria a tua agonia. Estou a lembrar-me de casos variados... mas não me vou esticar... podemos é um dia falar sobre isto à hora do chá... :) O caso das cedências: (dou agora um exemplo pessoal) eu que sou fêmea, gosto genericamente de ser dominada, mas também tenho os meus momentos de dominação, e esses são muito importantes para a relação que estabeleço com o outro. Um homem que não aceite ser dominado, para mim não serve. Não é só uma questão de vontade. Rapidamente, ao fazer-me perder a liberdade, me faria perder o tesão em todos os momentos… Bom... etc... É que nestas coisas não se trata apenas de "decidir" com a vontade... porque, embora desse muito jeito, o corpo muitas vezes não obedece...
São Rosas
Bem... desculpem intro... meter-me (na conversa! Na conversa!), ainda para mais quando o título do post é "intimidade sexual", mas este último comentário da Libelita mereceria passar para o post. Libelita, tu explicas estas coisas da sexualidade de uma forma que até parece fácil.
Bem... desculpem intro... meter-me (na conversa! Na conversa!), ainda para mais quando o título do post é "intimidade sexual", mas este último comentário da Libelita mereceria passar para o post. Libelita, tu explicas estas coisas da sexualidade de uma forma que até parece fácil.
Libélula Purpurina
Olha que giro! Isto é um pleonasmo, não é? "intro... meter"! Tu intromete-te à vontade que a gente gosta... mesmo em situações destas em que andamos aqui metidos na "intimidade sexual"... És uma querida! Mas se calhar se parece fácil é porque é mesmo fácil... ainda que muitas vezes possa não ser tão fácil como parece... :) No comentário dou uns toques, mas julgo que já se começa a sair um pouco do tema da "intimidade" propriamente... pode é valer a pena escrever um post sobre isto das "cedências", dos "limites" e das "limitações", e tal... Mesmo assim, se achares que vale a pena, "caça-o" e encaixa-o lá como achares que pode ser encaixado...
Olha que giro! Isto é um pleonasmo, não é? "intro... meter"! Tu intromete-te à vontade que a gente gosta... mesmo em situações destas em que andamos aqui metidos na "intimidade sexual"... És uma querida! Mas se calhar se parece fácil é porque é mesmo fácil... ainda que muitas vezes possa não ser tão fácil como parece... :) No comentário dou uns toques, mas julgo que já se começa a sair um pouco do tema da "intimidade" propriamente... pode é valer a pena escrever um post sobre isto das "cedências", dos "limites" e das "limitações", e tal... Mesmo assim, se achares que vale a pena, "caça-o" e encaixa-o lá como achares que pode ser encaixado...
São Rosas
Libelita, isto tem que ficar com a tua autoria. Põe no nosso blog tudo o que quiseres, como achares melhor.
Libelita, isto tem que ficar com a tua autoria. Põe no nosso blog tudo o que quiseres, como achares melhor.
Libélula Purpurina
... não te estiques... que me excitas!! Sabes como fico maluca quando me dizem que posso fazer "tudo"... :) Nesse caso, como eu também não percebo muito bem como poderia encaixar a coisa, lá mais para a frente escreverei um post dedicado só a este assunto... Parece-te bem?
... não te estiques... que me excitas!! Sabes como fico maluca quando me dizem que posso fazer "tudo"... :) Nesse caso, como eu também não percebo muito bem como poderia encaixar a coisa, lá mais para a frente escreverei um post dedicado só a este assunto... Parece-te bem?
[blog Libélula Purpurina]
«respostas a perguntas inexistentes (196)» - bagaço amarelo
Nunca acreditei que me fosse possível Amar uma mulher excêntrica no que se refere à arrumação. Lembro-me, por exemplo, da Maria Augusta, com quem marquei um blind date depois de uma breve troca de emails pela internet. A primeira impressão que tive quando a vi foi que tinha alinhado todos os seus longos e milhares de cabelos um a um. Era tão bonita e simpática que, quando uns dias depois me convidou para ir a casa dela, desejei em segredo encontrar um lar que não correspondesse a essa imagem. Enganei-me, correspondeu sim. Servi-me de um uísque por sugestão dela, no mini-bar da sala, e quando pousei a garrafa no mesmo sítio de onde a tinha tirado ela foi lá realinhá-la ao milímetro com o restante vasilhame. Percebi nesse preciso momento que o melhor era não me apaixonar por ela, caso contrário ia passar o resto da minha vida a sentir a minha descontracção desarrumada reprimida.
Acho que é assim em tudo. Preciso da higiene mas desprezo a arrumação excessiva. Por exemplo nas cidades, gosto delas limpas mas desarrumadas, com esplanadas vivas e mexidas, com gente a mudar imprevisivelmente de direcção, alguns automóveis mal estacionados e transeuntes a atravessar a passadeira no vermelho. São cidades com mais Amor e mais felizes, apesar do caos. As cidades demasiado arrumadas são cidades tristes, mesmo que ordenadas.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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