07 maio 2012

Nudez na natureza

«conversa 1888» - bagaço amarelo

(num bar)

Ela - Se eu estivesse com os copos, dizia-te uma coisa que assim sóbria não consigo.
Eu - Então deixa, que eu pago-te um copo. O que é que queres?
Ela - Um copo de vinho, por favor.

(um quarto de hora depois)
Eu - Então, precisas de mais vinho ou já tens coragem para me dizer o que querias?
Ela - Já tenho coragem.
Eu - Então diz lá. Estou curioso.
Ela - És um totó a quem é muito fácil cravar uma bebida quando não se tem dinheiro.
Eu - Era isso?
Ela - Era, mas sóbria não tinha coragem.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

De longo alcance

Ela: "Tás com uma língua muito afiada..."
Ele: "E atão, tás com medo que eu seja o Zorro?"

Aniversário do pinto

Você já sabe o que dar de presente, né?




É quase um ménage à trois.

Capinaremos.com

06 maio 2012

Porta-Curtas - «A Arquitetura do Corpo»

Género: Documentário
Diretor: Marcos Pimentel
Duração: 21 min Ano: 2008
País: Brasil
Sinopse: Os bailarinos e suas formas. Suas dores. Seus sonhos...

Mais postalinhos do Japão

"Directamente do Japão, da cidade de Fukuoca, aqui vai uma foto carinhosamente tirada a pensar na São Rosas!
Segue outra foto com a placa a explicar o significado desta estátua!...
Alfredo e Daisy"



NOVO: Linda vai a noiva


A língua dele a bordar-me espirais num mamilo enquanto dedilhava o outro fazia-me gotejar e, procurar afincadamente apanhar-lhe o animal para o agitar, para lhe garrotear a glande em espasmos, até nas voltas desta dança de acasalamento o conseguir engolir, com o prévio cuidado de o lamber todinho até à linha mediana dos testículos. Ou para abreviarmos caminho senhor Doutor, sempre lhe digo que o homem sabia de preliminares e era bom todos os dias.

Ora acontece que depois de uma conversa com um amigo, tão adúltero e experiente na matéria como ele e, a bem dizer, oitenta por cento da população portuguesa mas, nisso o especialista é o senhor Doutor, não lhe pareceu aconselhável estar comigo não sendo eu casada porque, digo eu, ainda me poderia dar o desejo peregrino de querer ocupar o lugar da legítima para lhe limpar a casa enquanto ele vê os jogos de futebol no computador, para todos os dias lhe preparar a roupinha para o dia seguinte como se faz aos miúdos pequenos, para fingir docemente que não sabia que era encornada amiúde e não lhe pagar da mesma moeda e, para ganhar todas as partes chatas de uma relação.

É que senhor Doutor, com todo o respeito pelo Trio Odemira e por igrejas engalanadas e festas para inglês ver, quero mesmo é a si pedir encarecidamente que me revele qual é a probabilidade estatística de encontrar em Portugal homens com mais de uma vintena de neurónios e que, não obstante, conseguem satisfazer mulheres sexualmente.

Marcha pela marijuana



HenriCartoon

Allegro moderato



Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

05 maio 2012

«A malta quer é chicha!» - Ricardo Araújo Pereira e a Rita Pereira na Playboy Portugal

Homens, aprendam a fazer «french toast»

«uma mulher por trás de qualquer história» - bagaço amarelo

Comecei a habituar-me às histórias do Afonso, aquelas que ele me contava durante todos os almoços, de segunda a sexta, entre uma garfada de arroz à portuguesa ou massa com carne. As histórias dele não variavam muito, os pratos do dia daquele restaurante improvisado numa pastelaria venezuelana também não. Ele sentava-se e falava de mulheres imaginadas, eu sentava-me a ouvi-lo e a almoçar. Às vezes sorria, outras vezes não.
Uma vez chegou a arfar. Sentou-se na cadeira à minha frente com o impacto dum tijolo e disse-me que eu não ia acreditar no que lhe tinha acontecido. Pois não, não ia. Mas mesmo assim queria ouvir. Uma tal de Ana tinha-se sentado ao lado dele no autocarro, no regresso a casa, e adormecido no seu ombro. Ele, para não a acordar, deixou-se ir algumas paragens para além da dele. Quando ela acordou e ele lhe contou isso mesmo, convidou-o para passar a noite em casa dela. E ele a olhar para mim fixamente, à espera dum sinal qualquer que indicasse que eu acreditava naquilo tudo. E eu a responder que ele era um homem cheio de sorte. Ele sorria quase sempre. Às vezes não.
Sempre soube que o Afonso era um homem solitário, principalmente porque eu também o era. A diferença é que ele vivia sozinho, sem mais ninguém em casa. Eu vivia sozinho, com a minha mulher de há mais de vinte anos em casa. Éramos os dois uns solitários, mas ele tinha espaço para imaginar todos o tipo de engates e romances. Eu não. Invejava-o.
Outra coisa que nos unia era uma enorme incapacidade de sedução. Todos os sábados à noite saíamos juntos e íamos aos mais concorridos bares da baixa da cidade. Íamos bebendo e desejando que uma mulher qualquer se sentasse na nossa mesa, por qualquer motivo que fosse. Mas nunca nenhuma se sentou, e eu ficava a ouvir as histórias dele ou, ainda pior, a falar de futebol. Depois voltávamos para casa, silenciados perante a terrível evidência de que a nossa vida era uma monotonia, e com o céu estrelado a rir-se de nós.
Foi numa dessas noites, já depois de umas cinco ou seis cervejas cada um, que ele deu um salto na cadeira. Estava uma mulher sozinha no balcão, de um moreno doce e cabelos suaves. Era bonita, e se já de si parecia inatingível, o facto de estar a beber um cocktail colorido de que eu nem o nome sabia ainda a tornava mais impossível. É a Ana, disse o Afonso mostrando um nervoso miudinho na sua voz acanhada.

- Aquela que te convidou para dormir em casa dela?! A do autocarro?! - Perguntei incrédulo.
- Chiuuuu... fala baixo! - e vi que uma dor qualquer se apoderara da cara dele.

Voltámos para casa como sempre, sozinhos e com um profundo e amargo sentimento de abandono. A Ana existia mesmo. De facto, tinha adormecido no ombro dele numa viagem de autocarro, e ele tinha mesmo saído algumas paragens depois para não a acordar e aproveitar aquela sensação única de ter um anjo a dormir ao lado. Confessou-me nessa noite que tinha voltado a pé, debaixo duma chuva forte e fria, aquecido sempre pela sensação do toque do sono dela. O resto é que tinha sido inventado por ele...
Estou habituado às histórias do Afonso. Aquelas que ele me conta todos os dias, de segunda a sexta, entre uma garfada de arroz à portuguesa ou massa com carne. Quando ele não vem eu fico apreensivo. Gosto das histórias dele. Sei que, por trás de cada mentira que diz, há sempre uma mulher verdadeira. Às vezes é uma que lhe pediu ajuda no supermercado para tirar uma lata de conserva da prateleira mais alta, outras vezes é uma que lhe pediu para apagar o cigarro num restaurante qualquer. Hoje, por exemplo, foi uma estrangeira que lhe perguntou uma indicação na zona histórica da cidade.
Sei que, como eu, o Afonso é um solitário e um incapaz de Amar. É por isso que cada mulher que passa por ele se transforma numa qualquer história de Amor. Invejo-o por isso. Admiro-o por isso. Até porque isso também é Amar. E não há melhor forma de dizer uma verdade do que inventando-a.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Grandes tímbalos.