06 junho 2012
Hardcore 1º escalão
Mais uma obra, mais uma história.
A long time ago in a galaxy far, far away...
Há muito tempo atrás eu fazia parte de uma juventude artística da Figueira da Foz e era regularmente convidado para exposições colectivas. Num desses eventos o tema era o cinema e coincidia com o "falecido" Festival de Cinema" apresentado no Casino. A ideia era homenagear o cinema EM TODAS AS SUAS VERTENTES. foi este o desafio proposto aos participantes da respectiva exposição. O Mário Silva foi ao seu largo espólio e logo descobriu uma obra que se identificava com o proposto. O Zé Penicheiro, fez um novo quadro. E eu, irreverente e provocador (era muito novo na altura... andava pelos vinte e picos...) resolvi que a minha homenagem seria dedicada ao cinema Hardcore do qual eu era fã incondicional. Daí o aparecimento desta magnifica obra, que foi tão notada pelo funcionário responsável pela montagem da exposição que mereceu como prémio o sitio mais recôndito da sala. Só faltou estar coberta por um lençol. A mim deu-me um gozo enorme fazê-la e também de ver as tentativas do pessoal da organização, do desvio das pessoas no dia da inauguração para que não a vissem. Bom ela aqui está. e já deu origem a outra um bocadito maior e a cores...
Digam vocês de vossa justiça.
05 junho 2012
Eva portuguesa - «A minha primeira vez com dois homens»
Foi um desastre!
Não que tenha acontecido algo de desagradável, mas pura e simplesmente não funcionou para o propósito...
Recebi um telefonema do tal meu amigo com quem tinha estado com outra mulher.
Já foi há uns anos, ainda eu não imaginava vir a fazer isso por dinheiro...
Bom, nesse telefonema, o meu amigo, a que darei o nome de X, pergunta-me se quero experimentar algo diferente. E eu, aborrecida com a monotonia da minha vida, pensei logo em acrescentar uma pitada de sal.
Fui ter ao hotel onde ele estava hospedado, vestindo apenas uma lingerie com uma gabardine por cima e rezando pelo caminho para não ter um furo ou algo do género ;)
A nossa intimidade - minha e do X - ainda hoje é enorme, adoramos estar um com outro, de uma forma até assexuada, dado o nosso grau de amizade. É a ele que eu telefono quando me sinto só ou tenho algum problema.
Abraços, beijinhos, bebida, pôr a conversa em dia e chega uma altura em que eu lhe pergunto qual é a novidade que ele tem preparada para mim.
Serve-me um uísque e pede-me para confiar nele, algo que sempre fiz e farei, seja em que situação for.
Nesta altura já ele estava nu e eu em lingerie.
Venda-me os olhos, despe-me e deixa-me à espera...
Eu, sem saber o que estava a acontecer mas ouvindo uma respiração pesada muito perto de mim... começo a ficar excitada...
Sinto um líquido ser derramado sobre mim e lambido por uma língua ávida... começo a sentir o meu clítoris latejar de desejo... a respiração dele a ficar ofegante... sou lambida, chupada, bebida até rebentar numa boca que esperava beber de mim...
Não tires a venda, diz o X. Obedeço.
Oiço bater à porta do quarto e alguém entrar.
Oiço uma voz de homem pedir desculpa pelo atraso (eu já tinha chegado há mais de três horas) e exclamar: que rica coninha!
Sinto os meus mamilos a serem sugados, como se alguém esperasse que deles saísse leite... depois gentilmente trincados...
Enquanto isso, sinto um sexo duro junto da minha boca a pedir para entrar, para ser também ele lambido, chupado, abocanhado, até dele sim, jorrar leite que é direccionado para as minhas mamas...
Estou novamente a latejar de desejo e a preparar-me para o segundo ataque, quando sinto uma língua gelada, áspera a tentar explorar a minha vagina... Blag! Encolho-me de desagrado e nojo, tentando fugir daquele pedaço de carne que transforma em gelo todo o fogo que me consumia segundos antes.
Tiro a venda e faço sinal ao X, o que é suficiente para ele despachar o convidado.
Desculpa, digo-lhe eu.
Não sejas tonta, responde o X.
O que importa é sentirmo-nos os dois bem.
Além do mais, tu já marcaste um golo e eu também, diz, rindo-se. Quem se lixou foi ele...!
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Não que tenha acontecido algo de desagradável, mas pura e simplesmente não funcionou para o propósito...
Recebi um telefonema do tal meu amigo com quem tinha estado com outra mulher.
Já foi há uns anos, ainda eu não imaginava vir a fazer isso por dinheiro...
Bom, nesse telefonema, o meu amigo, a que darei o nome de X, pergunta-me se quero experimentar algo diferente. E eu, aborrecida com a monotonia da minha vida, pensei logo em acrescentar uma pitada de sal.
Fui ter ao hotel onde ele estava hospedado, vestindo apenas uma lingerie com uma gabardine por cima e rezando pelo caminho para não ter um furo ou algo do género ;)
A nossa intimidade - minha e do X - ainda hoje é enorme, adoramos estar um com outro, de uma forma até assexuada, dado o nosso grau de amizade. É a ele que eu telefono quando me sinto só ou tenho algum problema.
Abraços, beijinhos, bebida, pôr a conversa em dia e chega uma altura em que eu lhe pergunto qual é a novidade que ele tem preparada para mim.
Serve-me um uísque e pede-me para confiar nele, algo que sempre fiz e farei, seja em que situação for.
Nesta altura já ele estava nu e eu em lingerie.
Venda-me os olhos, despe-me e deixa-me à espera...
Eu, sem saber o que estava a acontecer mas ouvindo uma respiração pesada muito perto de mim... começo a ficar excitada...
Sinto um líquido ser derramado sobre mim e lambido por uma língua ávida... começo a sentir o meu clítoris latejar de desejo... a respiração dele a ficar ofegante... sou lambida, chupada, bebida até rebentar numa boca que esperava beber de mim...
Não tires a venda, diz o X. Obedeço.
Oiço bater à porta do quarto e alguém entrar.
Oiço uma voz de homem pedir desculpa pelo atraso (eu já tinha chegado há mais de três horas) e exclamar: que rica coninha!
Sinto os meus mamilos a serem sugados, como se alguém esperasse que deles saísse leite... depois gentilmente trincados...
Enquanto isso, sinto um sexo duro junto da minha boca a pedir para entrar, para ser também ele lambido, chupado, abocanhado, até dele sim, jorrar leite que é direccionado para as minhas mamas...
Estou novamente a latejar de desejo e a preparar-me para o segundo ataque, quando sinto uma língua gelada, áspera a tentar explorar a minha vagina... Blag! Encolho-me de desagrado e nojo, tentando fugir daquele pedaço de carne que transforma em gelo todo o fogo que me consumia segundos antes.
Tiro a venda e faço sinal ao X, o que é suficiente para ele despachar o convidado.
Desculpa, digo-lhe eu.
Não sejas tonta, responde o X.
O que importa é sentirmo-nos os dois bem.
Além do mais, tu já marcaste um golo e eu também, diz, rindo-se. Quem se lixou foi ele...!
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Marioneta antiga articulada, em madeira
Veio de França. Os cabelos parecem ser verdadeiros... o trabalho é de uma minúcia impressionante... tem cerca de 50cm de comprimento (sem os fios)... mas... por que motivo esta marioneta está na minha colecção?!
Eis o motivo: um dos fios, comandados pela cruzeta, expõe um falo em madeira, que está numa bolsinha à frente do personagem.
Seria interessante saber em que foi utilizada esta marioneta tão curiosa...
Eis o motivo: um dos fios, comandados pela cruzeta, expõe um falo em madeira, que está numa bolsinha à frente do personagem.
Seria interessante saber em que foi utilizada esta marioneta tão curiosa...
04 junho 2012
«totoloto» - bagaço amarelo
Foi assim que a vi fechar a porta de casa, sem conseguir combinar nenhum encontro com ela para o dia seguinte. Nem para a semana seguinte ou outro dia qualquer. Fui descendo os cinco andares do prédio dela pelas escadas, para que esse processo de me distanciar fosse o mais lento possível, repetindo no meu pensamento a sua última frase:
- Não vou combinar nada contigo nem quero que me telefones. Se gostarmos um doutro mesmo, de certeza que nos tornamos a ver um dia destes.
Depois beijámo-nos e ela fechou a porta.
Já me aconteceu muitas vezes, esta coisa de me zangar com o que uma mulher diz para depois acabar por lhe dar razão. O dia seguinte passei-o sozinho, com um copo de uísque ensonado como única companhia, e um livro do Haruki Murakami que não consegui começar a ler. Tinha saudades do corpo dela, dos lábios dela, da voz dela, do café dela. Enfim, de tudo dela menos, talvez, dela própria. Como um todo.
Amar é difícil, ser homem também. É que as mulheres são melhores nesta coisa de ficarmos sós. Corre-lhes no sangue o desejo duma solidão pontual. Nos homens não, e depois parecem cães abandonados. É preciso aprender. Estar só também é algo que se aprende.
Encontrei a Sónia duas semanas depois, mais coisa menos coisa, na fila duma papelaria para registar o totoloto. Perguntou-me como é que eu estava e eu abanei os ombros. Depois desejou-me sorte no jogo e eu abanei novamente os ombros. Não sabia o que lhe dizer. Segredou-me ao ouvido, enquanto arrumava os papelinhos na carteira, que eu lhe devia ter telefonado.
- Mas... tu é que disseste... - levantei a voz.
- Eu disse, mas tu não tinhas que me obedecer. - respondeu e sorriu.
Beijou-me, e o beijo dela ficou-me preso na face como um insecto irrequieto enquanto a vi sair da loja sem olhar para trás. Registei o meu boletim e pensei que a vida é mesmo assim. Às vezes acerta-se, outras não. Pelo menos aprendi a ficar sozinho.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
03 junho 2012
Lapidado
Era amigo de amigos meus e assustou-me logo aquela sua indumentária de fatinho, mesmo que talhado em bom corte, mais o guardanapo de seda pendurado no pescocito. Até quando usava vestuário desportivo aquele marmelo aparentava a formalidade de quem se tinha vestido de acordo com as indicações fornecidas no convite. Nem sei mesmo como conseguia ter sempre as faces impecavelmente barbeadas como se não lhe nascessem pêlos todos os dias ou isso fosse uma intimidade indigna de ser vista. Ainda por cima, aquele gajo era de Direito, o curso que imediatamente associo a lobotomia, logo abaixo do floreado económico de Gestão. Como se isto tudo não bastasse, para compor o ramalhete, aquela alminha apenas bebia cerveja para nos acompanhar, deixando-a morrer morna que era um dó de alma e apenas fumava das nossas baforadas.
Vá se lá saber porquê, insistia em comunicar comigo. Teimava em me interromper a qualquer hora do dia para me transmitir uma sensação que tinha tido, por exemplo, ao ver um Ferrari na rua, como se fosse mais importante a comunicação das emoções do que os objectos em si. Eu pagava-lhe da mesma moeda, telefonando-lhe às tantas da noite para falar de coisas comezinhas e ele alimentava a conversa como se não precisasse de dormir ou não tivesse quinhentos dvd's para ver. Até começou a arriscar a asneira de me dar anéis ou pulseiras que não uso, com o intuito irónico de me ver sorrir no rasgar da prenda, entalada entre o agradecimento e o protesto.
Somando dois e dois, bem lapidadozinhos, percebi que gargalhava mais com ele do que com qualquer outra pessoa e que ao contrário do material corrente que por aí circula em barda, aquele gajo era capaz de amar como se isso não fosse uma velharia absurda digna de museu. Corri a ligar-lhe e no final da tarde, na esquina do ponto de encontro, pulei para beijá-lo, esborrachando-lhe os lábios, esfregando-lhe o cabelo, esmifrando-lhe as orelhas, tacteando-lhe o pescoço, puxando-lhe as nádegas contra o centro das minhas ancas e recuperando o fôlego disse-lhe: Gasta-me!Vá se lá saber porquê, insistia em comunicar comigo. Teimava em me interromper a qualquer hora do dia para me transmitir uma sensação que tinha tido, por exemplo, ao ver um Ferrari na rua, como se fosse mais importante a comunicação das emoções do que os objectos em si. Eu pagava-lhe da mesma moeda, telefonando-lhe às tantas da noite para falar de coisas comezinhas e ele alimentava a conversa como se não precisasse de dormir ou não tivesse quinhentos dvd's para ver. Até começou a arriscar a asneira de me dar anéis ou pulseiras que não uso, com o intuito irónico de me ver sorrir no rasgar da prenda, entalada entre o agradecimento e o protesto.
[Foto © Emanuel Oliveira, 2008, Lolita]
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