21 junho 2012

«Bocantónio Gedeão» - Patife

Este fim-de-semana aviei uma professora de filosofia que garantiu a pés juntos, e depois a pernas abertas, que a superior prestação do meu nabo dava azo a desmedidas considerações filosóficas. E depois ainda aventou umas quantas ideias mirabolantes sobre o imperativo categórico que é o Pacheco mas eu já só queria era dormir para descansar da maratona de sete horas de pinada. Por isso, adormeci a pensar que se o Bocage e o António Gedeão fossem um só, podiam ter criado uma obra poética categórica no panorama literário português ainda mais célebre que a Pedra Filosofal. E se o Bocage e o António Gedeão fossem um só teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:

Nabo Filosofal

Elas não sabem que o tesão
é uma constante da picha
tão comilona e decidida
que come uma chona qualquer,
como essa chona pardacenta
em que entro com grande avanço,
como um furacão nada manso
sem grandes sobressaltos,
numa gaja de saltos altos
em que as mamas se agitam,
como essas vozes que gritam
em pinadas de alegria.

Elas não sabem que o nabo
é hino, é espuma, é fermento,
bicho estouvado e sedento,
de focinho pontiagudo,
que espeta através de tudo
num perpétuo movimento.

Elas não sabem que o mastro
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
nabo erecto, imperial,
pináculo nabal,
contraponto, sinfonia,
em chona troiana ou grega faz magia,
que pina como malabarista,
vai ao fundo num instante,
bacamarte sempre errante
para o trepar só uma alpinista.

Elas não sabem, nem sonham,
que o tesão comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o nabo pula e avia
com fúria atrevida
entre as pernas de uma vadia.


Patife
Blog «fode, fode, patife»

Fruta 89 - Azul abençoado

Concreto



20 junho 2012

Aprendam a fazer bolas de sabão grandes!

«conversa 1894» - bagaço amarelo

(no café)

Ela - Está ali um passarinho pequenino.
Eu - Onde?
Ela - Ali, junto àquela árvore, do lado de lá do vidro.
Eu - É um pardal. Os pardais são pequeninos.
Ela - Mas aquele é pequenino mesmo e deve andar à procura da mãe. Devíamos ajudá-lo.
Eu - Eu não sei quem é a mãe dele, por isso não o posso ajudar.
Ela - Que falta de...
Eu - Falta de quê?!
Ela - De sensibilidade, de disponibilidade. De tudo.
Eu - Queres que eu interrompa a leitura do jornal para ir procurar a mãe dum pardal?!
Ela - Pelo menos podíamos pegar-lhe, porque parece que ele nem sequer consegue voar.
Eu - Não és tu que adoras gatos?! Daqui a pouco, se ele não consegue voar, serve de lanche a um gato qualquer. É bem empregue.
Ela - Às vezes consegues ser mesmo horrível.
Eu - Mesmo horrível?! Só porque estou a ler o Público e não me apetece sair daqui para ir apanhar um pássaro ao qual nem saberia bem o que fazer?
Ela - Sim.
Eu - Pronto, está bem. Sou horrível.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

fui ali ao país de nuestros hermanos


 e não tendo tido tempo de visitar o Museu Erótico (distraí-me com coisas muito gaudi) tive oportunidade de ler o El País e descobrir estas maravilhas nos classificados. PRICELESS, mira! 
 

e ainda toquei na cabecinha (salvo seja) do senhor Gaudi, que fazia coisas fálicas como quem come sardinhas em noite de Santo António!



Gaudi, Barcelona-mas, tá? e até breve!


Você não passou desapercebido

Alguém sempre te assistiu, quando praticava suas perversidades.




Sinta-se constrangido.

Capinaremos.com

19 junho 2012

Genial! Tim Minchin - «If I Didn't Have You» (legendado em Português)

Eva portuguesa - «O regresso»

Voltei!
Regressei ao trabalho após uma "recauchutagem" na parte do meu corpo que me entristecia.
Estive um mês parada. Um mês de cirurgia, dores e recuperação. Um investimento. Em mim, na minha auto-estima, no meu trabalho como Escort.
Fotos novas, num novo site: Mariana Rodrigues no Apartado X.
E agora a esperança do retorno...
A expectativa de que a minha nova e melhorada aparência seja devidamente apreciada pelos meus clientes... e que me traga mais...
O reconhecimento da minha constante procura de agradar, de melhorar o que está menos bem... de me aperfeiçoar... por e para os clientes.
O receio de que não tenha valido a pena... de que o retorno económico não justifique o investimento... de não agradar...
Sim, eu sei, se melhorei e no íntimo continuo a mesma, então não há o que recear...
Mas existem momentos de insegurança... existem receios... dúvidas... fantasmas...
Por exemplo, hoje estou a trabalhar desde as 18h, mas ainda não tive sequer uma marcação...
Sim, podem estar na praia... ou em família... ou não saberem... mas... mas...
Este é o meu regresso!
Tem tudo para ser um sucesso... mas...
É um regresso tímido mas orgulhoso, positivo mas com receios, atrevido mas com medos, crente mas nervoso...
Sei que vou agradar... sinto que a minha vida profissional (e automaticamente a pessoal) vai melhorar. Sei que tudo fiz para melhorar e agradar, e por isso serei recompensada... é a lei cósmica... nada pode dar errado, pois não?...
Este não só é um regresso, é o regresso!
O regresso da Eva, que agora também tem o nome de Mariana Rodrigues.
O regresso da mulher que luta e que, com o seu esforço, vence.
O regresso da mãe que sozinha sustenta o seu filho.
O regresso da Acompanhante que tudo faz para agradar aos seus homens, para os fazer felizes...
Será que eles me vão fazer feliz a mim?...
Será que sentiram a minha falta?...
Será que vão festejar o meu regresso?...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Te amo!





Meninas WTF

«Levantamento de peso»

Estatueta em metal da autoria do Xico Nico (de Peniche).
Oferta do cunhado do meu irmão, um meu amigo... de Peniche.




18 junho 2012

O naturismo usado para... vender presunto

«respostas a perguntas inexistentes (202)» - bagaço amarelo

mergulho no mar

Eu costumava passar as tardes na esplanada a beber cervejas e a tentar pôr em dia a leitura. Era essa, aliás, a maior vantagem das férias. De vez em quando ela perguntava-me qual era a história do livro que eu estava a ler, mas eu nunca lhe conseguia responder. Nunca li um livro por causa da história em si, embora ela também me interesse, mas sim por causa daquilo que é indizível e que só quem está a ler é que consegue perceber.
Expliquei-lhe isto, numa das vezes em que fechei as páginas para poder saborear melhor a cerveja, e ela pediu-me para lhe explicar ainda melhor. Não tinha percebido. Para ela, o mais importante de qualquer livro era sempre a história, aquela que se pode resumir depois num vigésimo da duração do tempo que demorou a ser lida. Para mim, o mais importante é sempre saborear cada momento de cada personagem de cada romance. Perceber as suas reacções ao que vai acontecendo e ver ali aquilo que porventura também há em mim. Ou não, claro.
Continuou sem perceber e riu-se. Um riso que, em abono da verdade, me desiludiu. Bebi duma vez toda a cerveja que ainda estava no copo, guardei o livro no saco onde ainda estava a toalha de praia, tão seca e limpa como no princípio das férias, e encostei-me para a frente com os cotovelos em cima da mesa, de forma a aproximar-me o mais possível. Reparei que a pele dela já era um moreno tapete de sal e de Sol, e que ela estava ainda mais bonita do que quando eu a conhecera, um mês antes, e me apaixonara perdidamente. Expliquei-lhe melhor.

- Se continuarmos os dois assim, a história das nossas férias será que eu as passei todas nesta esplanada a beber cerveja e a ler, enquanto tu as passaste a tomar banho na água gelada e agitada do mar, a apanhar Sol sozinha na areia e, de vez em quando, a vir aqui beber uma cerveja comigo nos momentos em que eu interrompia a leitura para desfrutar da tua presença. Essa história, a mim, não me interessa nada.
- Não?! - perguntou ela finalmente interessada no que eu lhe dizia.
- Não. A mim o que me interessará é que, à medida que ia bebendo, ia ficando também mais interessado nos livros que lia, e mais feliz, mas que essa felicidade nunca foi maior do aquela que sentia nos breves momentos em que vinhas fazer-me companhia. Mais ainda, interessa-me também que cada vez que te sentia ir embora, ficava com uma profunda sensação de tristeza apenas pela efémera distância física que crescia entre nós.

Ela não se riu. Só sorriu. Deu-me a mão esquerda, agarrou no meu saco com a direita e puxou-me para a areia.

- Também sinto essa tristeza momentânea, por isso agora vens comigo para a praia. É justo?

Era justo. Foi nesse fim de tarde que dei o meu primeiro mergulho no mar e acho nunca nenhum me soube tão bem.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»