Ela - Está ali um passarinho pequenino.
Eu - Onde?
Ela - Ali, junto àquela árvore, do lado de lá do vidro.
Eu - É um pardal. Os pardais são pequeninos.
Ela - Mas aquele é pequenino mesmo e deve andar à procura da mãe. Devíamos ajudá-lo.
Eu - Eu não sei quem é a mãe dele, por isso não o posso ajudar.
Ela - Que falta de...
Eu - Falta de quê?!
Ela - De sensibilidade, de disponibilidade. De tudo.
Eu - Queres que eu interrompa a leitura do jornal para ir procurar a mãe dum pardal?!
Ela - Pelo menos podíamos pegar-lhe, porque parece que ele nem sequer consegue voar.
Eu - Não és tu que adoras gatos?! Daqui a pouco, se ele não consegue voar, serve de lanche a um gato qualquer. É bem empregue.
Ela - Às vezes consegues ser mesmo horrível.
Eu - Mesmo horrível?! Só porque estou a ler o Público e não me apetece sair daqui para ir apanhar um pássaro ao qual nem saberia bem o que fazer?
Ela - Sim.
Eu - Pronto, está bem. Sou horrível.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»