07 julho 2012

Homens, aprendam a remover tinta de marcador permanente de um quadro branco

«respostas a perguntas inexistentes (204)» - bagaço amarelo

o primeiro beijo da morte
No prédio onde eu cresci eram raras, para não dizer inexistentes, as conversas entre vizinhos. Todos se cumprimentavam sempre que se cruzavam, mas não mais do que isso. Foi por isso que estranhei quando, no fim duma manhã qualquer de Primavera, ouvi um burburinho intenso nas escadas cortado ao meio por dois ou três gritos ameaçadores. Era um homem forte, cuja face zangada parecia esculpida com uma faca do mato, que queria bater no vizinho do quarto direito.
Algumas pessoas tentavam acalmá-lo, segurando-o de frente como se pegassem um touro enraivecido. Aquilo que, no entanto, não conseguiam estancar, eram os gritos que tentavam justificar aquela violência toda. Ele tinha visto a mulher beijar o meu vizinho e queria matá-lo.
Acho que foi essa a primeira vez em que me apercebi da importância que um beijo pode ter. Tanta que pode culminar em morte, pensei.

o beijo da Bonnie Parker
Devo ter visto pela primeira vez o filme "Bonnie and Clyde", de 1967, aí com uns dez anos de idade, ou seja, uns quatro anos após a cena no meu prédio. Era um filme proibido para crianças mas que, por algum milagre que nunca consegui explicar, o meu pai me deixou ver. Ainda bem. Foi com ele que confirmei que um beijo pode acabar em morte, e foi com ele que aprendi que os maus também se Amam.
Os maus, neste caso, são os próprios Bonnie e Clyde, um casal apaixonado de assaltantes de bancos. A Bonnie Parker e o Clyde Barrow não tinham uma vida normal nem decente como todos os outros, muito menos aos meus olhos de criança, mas o filme retrata-os como um casal mais feliz do que qualquer outro. No fim o meu pai, quando se apercebeu que eu não saía do sofá durante a ficha técnica, disse-me que aquela história era verdadeira.
Nesse dia confirmei a importância do beijo e de como ele pode acabar em morte.

o meu beijo
Esperei anos pelo meu primeiro beijo, que todos dizem que é o mais importante duma vida. Num certo sentido até é. Foi com ele que aprendi que os beijos têm sabores e foi com ele que aprendi que o beijo mais importante é sempre o último. Teve, pelo menos, essa importância que ninguém lhe tira.
Fazíamos, eu e a Márcia, concursos para ver quem conseguia que uma pedra ricocheteasse mais vezes nas ondas do mar. Ela ganhava sempre, porque a mim me faltavam as forças que gastava na confusão de um não Amor de Verão. Ela sorria e era enérgica, eu parecia sempre um pouco apagado. É isso um não Amor, e garanto-vos que é bem mais difícil do que um Amor qualquer,
Um não Amor é uma vontade de Amar que não cabe em ninguém, e que por isso acaba por se adaptar a quem está mais perto. É próprio da adolescência, é próprio de quem ainda não aprendeu a Amar. É vão, e a Márcia parecia sabê-lo. Uma vez disse-me que tinha atirado uma pedra que queria recuperar, mas que não era capaz de ir sozinha até à rebentação das ondas. Deu-me a mão e levou-me com ela, beijou-me e fugiu a sorrir. O beijo soube-me a sal, logicamente.
Nesse dia aprendi que um beijo pode acabar em vida.

dos beijos todos
Não acredito no Amor cujo primeiro toque não seja o dos lábios, logo a seguir ao ainda mais suave contacto das palavras. O beijo é o corpo a soltar-se para tudo o resto: a pele com a pele, os olhos com os olhos, o verbo com o verbo. E por falar em verbo, o beijo é também a assinatura do tratado que nasce cada vez que se diz "eu Amo-te!". Sem ele, o verbo Amar é apenas uma declaração vazia de intenção. No Amor vale muito pouco falar, mas vale tudo beijar. É no beijo que acreditamos sempre. Ou não. Podemos duvidar de nós mesmos quando dizemos "Amo-te!", mas nunca duvidamos quando beijamos "Amo-te!".


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Comentários de dois visitantes da minha colecção

"Coleccionismo ao nível do que me deste oportunidade de apreciar, só está ao alcance de alguém entendedor da temática (que é óptima) que tenha gosto, conhecimento, paciência e capacidade.
Trata-se de um colecção ecléctica e assente numa coleccionadora exímia que também é uma óptima 'cicerone'.
A colecção não é só o que está, é também o que está para vir. Ideias, projecto e vontade não faltam à São Rosas.
Já visitei uma colecção sobre o tema em Barcelona e, face ao material, ao distanciamento com o visitante e à frieza perante um tema que se pretende bem quentinho, em nada me pareceu melhor que a da São Rosas.
Assim, se tiverem oportunidade e a São Rosas mantiver a disponibilidade, não percam esta visita bem guiada.
Que Príapo e Eros Vos espevitem as almas, pois a ajuda deles é mais que meia farmácia.
M. Nobre"


"Eu, que me tenho por um céptico encartado mas não empedernido, fiquei de cara escancarada.
Só quando cheguei a casa é que o resto da família se acercou de mim, coitadinhos, com pena do facto de ainda não a ter fechado e continuar a ter dificuldades para fechar a boca.
Verdade. No domingo de manhã tive uma belíssima aventura, através da inteligência da nossa amiga São Rosas.
De facto a colecção não parece ter nada do que é fácil encontrar: objectos de sex-shop, coisas explicitamente badalhocas, em 3D ou em outras DDs, boçalidades da cultura 'prapular', etc.
Enfim, nada daquilo que o Extraordinário M. dizia um ano destes em Aveiro para a São Rosas: "Oh pá, ouvi dizer que tens agora um interesse especial por pichotas". Recomenda-se a sua visualização a maiores de idade, não pela javardice mas porque são formas inteligentes de conduzir a atenção para objectos ou cenas através da combinação de outros signos.
Tantos objectos vimos que nos focámos em alguns detalhes e isso deu para perceber o grande interesse daquele acervo: é uma coleção particular. Tem um gosto, uma direcção e um bom senso associados.
O que vimos foram várias formas da curiosidade humana, várias maneiras de tornar visível o que, por algumas bandas do mundo cultural, se pretende estar escondido, porque é intimo, e sobretudo objetos de muita risota, porque são múltiplas as formas de provocar a diversão: ou são inteligentes na sua concepção, ou são anedóticas, ou são pura e simplesmente bem feitas, porque simples e eficazes no que querem transmitir. O grande interesse é que tudo isto foi escolhido, tem uma mão (porventura nem sempre a mesma, porque provocaria calosidades e outras maleitas), tem uma inteligência que lhe dá sentido de humor e também, entende-se das entrelinhas, ali está muito dinheiro empatado na compra e na encomenda dos objectos.
Fomos uns felizardos porque nos foi dada a hipótese, no domingo, de ficarmos de boca aberta.
Tanto que ainda agora (passado todo este lapso de tempo) me doem as dobradiças dos maxilares.
Bem Hajas, São Rosas.
Os outros não sabem o que estão a perder.
AJCS"

Um sábado qualquer... - «Criações»



Um sábado qualquer...

06 julho 2012

Richard Kern - ainda há profissões... interessantes



Via Sweetlicious

amor clandestino

– Não te estou a perceber, Marcela… Mas queres exactamente, o quê?
– Eu quero que você não nos esconda.
– Escondo-nos? Eu?!... Eu escondo-nos de quem?
– Nem sei. Se soubesse, provavelmente, nem lhe estava dizendo nada.
– Mas porque é que dizes que nos escondo?... Não estou a perceber.
– Eu conheço sua família?
– Já te disse que eles não moram cá…
– E seus amigos, também não moram cá?
– Mas tu conheces os meus amigos.
– Conheço, André?!... Conheço quem?!
– Conheces, Marcela, conheces o…
– Só conheço o Paiva.
– E o Couceiro.
– Sim, só conheço o Paiva e o Couceiro. Como se conhecesse a praça.
– Qual praça?
– E os outros?
– Quais outros?
– Os outros seus amigos.
– Os meus amigos são o…
– Não me diga. Seus amigos são o Paiva Couceiro.
– Sim, são, o Paiva e o Couceiro.
– E mais, você acha mesmo que eu acredito que eles se chamam isso?
– Desculpa?
– E não tem mais amigos?
– Com quem me dê assim, não. Além do mais eu também não conheço a tua família.
– Minha família está no Brasil, André.
– Nem as tuas amigas.
– Conhece a Daniela, a Margarida, a Filipa, a Adriana, a...
– A Daniela, a Filipa e a Adriana não contam.
– Porque não?
– São portuguesas.
– Ai é?! Não contam?...  Então eu amanhã lhe vou apresentar a… a Dilma e a Giselle.

Fruta 91 - O tesouro sempre à mão

Sexo casual





Meninas WTF

05 julho 2012

The Aikiu - «Pieces of gold»

Pornografia transformada em música

«Pinar para outra freguesia» - Patife

Os meus objectivos passavam por ter um fim-de-semana descansado. Mas acabei por ter um fim-de-semana descascado. A pila dá muitas voltas mas acaba sempre por voltar ao mesmo: Enfiada numa gaja possessa da pachacha qualquer que grita e geme muito mais do que lhe seria exigido. Mas este fim-de-semana pensei que ia ser um sossego. Fui ajudar uma tia-avó a levar uma série de materiais e donativos a um convento de freiras. Assim que entro vejo uma freira com uma cara que fazia adivinhar um regabofe de pinocada. Uma loba vestida de cordeiro. Uma devassa vestida de santa. Eu nestas coisas não me engano e vi logo que debaixo daquele ar angelical estava uma fodilhona de primeira água e não resisti a tentá-la. Na verdade sinto que estou a fazer um favor a Deus ao testar as convicções das suas discípulas. Há uma constante neste duelo Patife-Deus: Nunca perdi. Mas como esta devota era freira achei por bem não pôr o carro à frente dos bois, apesar de normalmente meter o nabo à frente das vacas. Rapidamente consegui ficar a sós com ela e, obviamente, não resistiu aos meus avanços. Mas como era freira e tinha os seus princípios só aceitava foder na posição de missionário. Por isso fui pinar para outra freguesia.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Água

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.

Bocage






























blogue A Pérola