06 julho 2012

amor clandestino

– Não te estou a perceber, Marcela… Mas queres exactamente, o quê?
– Eu quero que você não nos esconda.
– Escondo-nos? Eu?!... Eu escondo-nos de quem?
– Nem sei. Se soubesse, provavelmente, nem lhe estava dizendo nada.
– Mas porque é que dizes que nos escondo?... Não estou a perceber.
– Eu conheço sua família?
– Já te disse que eles não moram cá…
– E seus amigos, também não moram cá?
– Mas tu conheces os meus amigos.
– Conheço, André?!... Conheço quem?!
– Conheces, Marcela, conheces o…
– Só conheço o Paiva.
– E o Couceiro.
– Sim, só conheço o Paiva e o Couceiro. Como se conhecesse a praça.
– Qual praça?
– E os outros?
– Quais outros?
– Os outros seus amigos.
– Os meus amigos são o…
– Não me diga. Seus amigos são o Paiva Couceiro.
– Sim, são, o Paiva e o Couceiro.
– E mais, você acha mesmo que eu acredito que eles se chamam isso?
– Desculpa?
– E não tem mais amigos?
– Com quem me dê assim, não. Além do mais eu também não conheço a tua família.
– Minha família está no Brasil, André.
– Nem as tuas amigas.
– Conhece a Daniela, a Margarida, a Filipa, a Adriana, a...
– A Daniela, a Filipa e a Adriana não contam.
– Porque não?
– São portuguesas.
– Ai é?! Não contam?...  Então eu amanhã lhe vou apresentar a… a Dilma e a Giselle.