03 agosto 2012

Coelhinhas da Playboy



HenriCartoon

Luís Gaspar lê «Tocar-me te» de Alzira Guedes

"dedos devorando pressa e tempo

urgência desejo, arfar, corrida
negação da paz esta guerra
fúria que exige ser combatida.
fechar os olhos ter-te onde o desejo queima mais perto
fonte generosa, drink indigesto
testa em brasa, beber-te
toco o orgasmo e esgoto o cio
apalpo o meu seio, ardente de frio
invento beijos, flagelo hemisférios
provoco-me, então, o doce arrepio
vibramos os dois, em camas diferentes,
no vazio do nosso leito

combato alguns dos teus medos, ainda sinto o teu coração correr
qual cavalo, no meu peito entre o lençol de algodão

e agora já calmos, os teus nos meus dedos.
masturbação."
Alzira Guedes

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Fruta 95 - Gado registado

... Era uma vez...





Meninas WTF

02 agosto 2012

Como se saboreia a banana


blog A Pérola

«Bokespeare» - Patife

Hoje logo pela manhã encontrei uma paixão proibida de um tempo passado. Ela era de uma nobre família fortemente católica e na altura só a queriam ver a ser cortejada de forma séria por alguém que fosse à igreja todos os domingos. E eu era apenas um maltrapilho ateu com um grande nabo. Dado o reencontro e a impossibilidade da paixão antiga, foi inevitável lembrar-me de Shakespeare. Por isso sentei-me numa esplanada do Chiado a comer um croissant enquanto pensava que se o Bocage e o William Shakespeare fossem um só, podiam ter criado autênticas tragédias porco-românticas capazes de elevar a dramaturgia para patamares incalculáveis. E se o Bocage e o William Shakespeare fossem um só, teriam certamente criado coisinhas dramáticas lindas assim:

Um fodão na casa dos Capuletos

Se minha mão profana seu relicário,       ROMEU (a Julieta)
em remissão aceito o que serei,
mas o meu falo é peregrino e solitário,
e com ele pinar-te-ei.

Ofendeis vossa mão, bom peregrino,      JULIETA
que se mostrou afoita e ardente.
Com a mão já tenho grande ensino
Na vulva quero o teu beijo quente

Os devotos não te deixam louca?           ROMEU
Não, só servem para outras orações.     JULIETA
Deixai, então, ó santa! que esta boca     ROMEU
te deixe a cona aos trambolhões.

Aos saltos, a chona exalta o suco.          JULIETA
Então põe a greta a jeito, pois                ROMEU
o meu nabo já está maluco.


Patife
Blog «fode, fode, patife»

Apostas




Sabia!

Capinaremos.com

01 agosto 2012

Invento-te




Mergulho no teu retrato
e aqui de longe,
saudosa,
beijo-te os lábios
e invento o toque da tua mão
que me mima os seios famintos
e me traz a paz
ao meu aconchego.

Tu não sabes
mas segredo-te gemidos
e deixo que me penetres
em pensamento
e em espasmos
sou néctar da tua boca,
sou alma, sou tua.

Invento-te aqui
e sou verso e teu poema.


Vera Sousa Silva
poema do livro "Bipolaridades"


«coisas que fascinam (144)» - bagaço amarelo

Passei a manhã e a tarde de ontem sozinho. Telefonei quatro vezes à Raquel, sempre com uma desculpa inventada à pressão, só para no fim da cada conversa lhe poder dizer que a Amo.
A estratégia é sempre essa: dizer que se Ama, assim como quem não quer a coisa, sempre que o coração aperta. Sei que a Raquel não se deixa enganar pelas razões que me levam a telefonar-lhe. Ainda bem. É por isso que o continuo a fazer.
Não faço a mínima ideia de quantas pessoas o fazem neste mundo. Para além de mim, talvez sejam todas ou talvez não seja uma única. Sei que é um luxo poder telefonar a alguém por uma merdice qualquer, só para depois poder dizer-lhe que se a Ama.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»