21 agosto 2012
Eva portuguesa - «Sabor de amor proibido»
Espreguiço-me devagar e sensualmente na cama, onde estivemos aninhados até agora...
Sinto o corpo maravilhosamente dolorido pela sofreguidão com que nos amámos. Contigo é sempre como se fosse a primeira vez... o tesão não diminuiu... antes pelo contrário, aumentou... o meu corpo reclama o teu, a minha alma chama por ti, a minha boca satisfaz-se na tua, eu só existo por ti e através de ti...
Os lençóis estão húmidos de suor e sémen... o quarto cheira a sexo...
Agarro-me a este cheiro que é a soma do cheiro de cada um...
Saíste deixando-me, achavas tu, adormecida.
Mas eu só não queria abrir os olhos para não perder o momento... o teu momento... o nosso momento.
Como em todos os amores proibidos, não sei quando te voltarei a ver, quando voltaremos a estar juntos.
E assim tento prolongar ao máximo estes farrapos de tempo que a vida nos dá.
E sinto o teu beijo de despedida, cuidadoso, carinhoso, amoroso, saudoso até.
E recuso-me a abrir os olhos quando oiço a porta da rua bater.
E continuo nesta dormência de prazeres satisfeitos, de saudades que irão surgir...
Entraste sorrateiramente de madrugada. Não te esperava. Dormia tranquilamente com o gato aninhado a meus pés. Só te senti quando puxaste os lençóis e te aninhaste em mim...
Queria levantar-me, ir lavar os dentes, a cara, ficar mais bonita para ti. Não deixaste. Disseste que me amavas ainda mais quando eu estava assim, amassada do sono e da cama, calma, serena e apenas eu própria...
Disseste que sorria enquanto dormia; com certeza sonhava contigo, numa forma inconsciente de pressentir a tua chegada.
Amámo-nos apressadamente, como se o mundo fosse acabar na próxima meia hora. Enroscaste-te então em mim e adormecemos numa confusão de braços e pernas. Passadas poucas horas acordámos com o amanhecer e tornámos a fazer amor. Desta vez com lentidão, beijos que começam na testa e acabam nos pés... língua que percorre a autoestrada do corpo, detendo-se demoradamente no centro do prazer... mãos que exploram, agarram, arranham, trepando pelo corpo que se abre e se oferece ao outro... chupaste-me e eu chupei-te... lambeste-me e eu lambi-te... mordiscaste e eu fiz-te o mesmo...penetraste-me, primeiro devagar, depois com vigor e urgência... tu por cima, eu por cima, de lado, de trás... nada ficou por fazer, por explorar, por amar... parecíamos sanguessugas um no outro... eu começava onde tu acabavas e vice-versa. E juntos gememos, gritámos, fomos às estrelas... eu mais do que uma vez, fazes sempre questão disso... e brincas, dizendo que é hora do leite, fazendo-me vir selvaticamente na tua boca...
Como é divino e incomparável o amor que fazemos! Sexo com sentimentos mas por vezes animalesco...
E assim deixo-me estar, nua, saciada, besuntada do teu sémen e do meu... e cheiro o nosso amor proibido, que ainda palpita nos meus lençóis e no meu corpo...
E sinto este sabor que apenas um amor proibido tem...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Sinto o corpo maravilhosamente dolorido pela sofreguidão com que nos amámos. Contigo é sempre como se fosse a primeira vez... o tesão não diminuiu... antes pelo contrário, aumentou... o meu corpo reclama o teu, a minha alma chama por ti, a minha boca satisfaz-se na tua, eu só existo por ti e através de ti...
Os lençóis estão húmidos de suor e sémen... o quarto cheira a sexo...
Agarro-me a este cheiro que é a soma do cheiro de cada um...
Saíste deixando-me, achavas tu, adormecida.
Mas eu só não queria abrir os olhos para não perder o momento... o teu momento... o nosso momento.
Como em todos os amores proibidos, não sei quando te voltarei a ver, quando voltaremos a estar juntos.
E assim tento prolongar ao máximo estes farrapos de tempo que a vida nos dá.
E sinto o teu beijo de despedida, cuidadoso, carinhoso, amoroso, saudoso até.
E recuso-me a abrir os olhos quando oiço a porta da rua bater.
E continuo nesta dormência de prazeres satisfeitos, de saudades que irão surgir...
Entraste sorrateiramente de madrugada. Não te esperava. Dormia tranquilamente com o gato aninhado a meus pés. Só te senti quando puxaste os lençóis e te aninhaste em mim...
Queria levantar-me, ir lavar os dentes, a cara, ficar mais bonita para ti. Não deixaste. Disseste que me amavas ainda mais quando eu estava assim, amassada do sono e da cama, calma, serena e apenas eu própria...
Disseste que sorria enquanto dormia; com certeza sonhava contigo, numa forma inconsciente de pressentir a tua chegada.
Amámo-nos apressadamente, como se o mundo fosse acabar na próxima meia hora. Enroscaste-te então em mim e adormecemos numa confusão de braços e pernas. Passadas poucas horas acordámos com o amanhecer e tornámos a fazer amor. Desta vez com lentidão, beijos que começam na testa e acabam nos pés... língua que percorre a autoestrada do corpo, detendo-se demoradamente no centro do prazer... mãos que exploram, agarram, arranham, trepando pelo corpo que se abre e se oferece ao outro... chupaste-me e eu chupei-te... lambeste-me e eu lambi-te... mordiscaste e eu fiz-te o mesmo...penetraste-me, primeiro devagar, depois com vigor e urgência... tu por cima, eu por cima, de lado, de trás... nada ficou por fazer, por explorar, por amar... parecíamos sanguessugas um no outro... eu começava onde tu acabavas e vice-versa. E juntos gememos, gritámos, fomos às estrelas... eu mais do que uma vez, fazes sempre questão disso... e brincas, dizendo que é hora do leite, fazendo-me vir selvaticamente na tua boca...
Como é divino e incomparável o amor que fazemos! Sexo com sentimentos mas por vezes animalesco...
E assim deixo-me estar, nua, saciada, besuntada do teu sémen e do meu... e cheiro o nosso amor proibido, que ainda palpita nos meus lençóis e no meu corpo...
E sinto este sabor que apenas um amor proibido tem...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
No fundo de mim
Cresces-me na boca,
no peito,
pujante membro que m’arrebate
e bate...
e bate
fundo.
Teso, forte, delicado
pinga num doce-salgado,
e bate...
e bate
fundo.
Entra, sai,
vira, geme,
grita
e bate
fundo.
Bem no fundo de mim!
Vera Sousa Silva
in "Bipolaridades"
Blog Palavras Soltas
Taça em porcelana com imagem erótica escondida na parte de baixo
Tenho um gosto especial por objectos que têm segredos, como esta pequena taça (12,4 x 12,4cm) da época de Napoleão III (1808 – 1873), recebida de fresco para a minha colecção.
A taça tem uma imagem bucólica de um senhor à pesca com uma senhora a assistir:
Em baixo, a legenda "Nos bons Pêcheurs! Une Pêche miraculeuse!" ("Nossos bons pescadores! Uma pesca milagrosa!"):
Virando a taça, a parte de baixo é branca, sem nada à vista...
... a não ser que se passe levemente com um lápis, o que revela uma imagem (tecnicamente está muito bem feito, pois a imagem aparece em falhas do vidro da superfície da porcelana), que é a saia da senhora a ser levantada pelo anzol da cana de pesca, mostrando o rabo ao pescador... e a nós:
Na parte inferior da imagem, revela-se também uma assinatura ("??acke"):
A taça tem uma imagem bucólica de um senhor à pesca com uma senhora a assistir:
Em baixo, a legenda "Nos bons Pêcheurs! Une Pêche miraculeuse!" ("Nossos bons pescadores! Uma pesca milagrosa!"):
Virando a taça, a parte de baixo é branca, sem nada à vista...
... a não ser que se passe levemente com um lápis, o que revela uma imagem (tecnicamente está muito bem feito, pois a imagem aparece em falhas do vidro da superfície da porcelana), que é a saia da senhora a ser levantada pelo anzol da cana de pesca, mostrando o rabo ao pescador... e a nós:
Na parte inferior da imagem, revela-se também uma assinatura ("??acke"):
20 agosto 2012
Apontamento de viagem – no castelo de Sabugal
o castelo de Sabugal
o das cinco quinas feito
ostenta ao maralhal
gárgula de belo efeito
e se à coitada o tempo
cabeça maior roubou
outra de bravo contento
o mesmo tempo deixou
entesoada escultura
ali está empedernida
sem cabeça a criatura
aos céus traz a outra erguida
«respostas a perguntas inexistentes (209)» - bagaço amarelo
O meu Amor pela Raquel sofre de Paralisia "distancial". O que é isso? À medida que a distância entre nós aumenta, eu vou-me sentido mais limitado nos movimentos. Por exemplo, estou em casa e dou por mim com a cabeça aninhada entre as mãos, sem vontade sequer de pegar no copo de uísque à minha frente que já enchi há mais de vinte minutos. Ao lado do copo tenho o telefone mas, apesar da vontade, não lhe telefono mais. Já o fiz hoje umas dez vezes, sempre para lhe dizer o mesmo. Que a Amo.
Se eu me visse assim, sozinho em casa sem vontade de nada, dava-me um pancadinha nas costas e convidava-me para sair, beber um copo por aí e dar dois dedos de conversa comigo mesmo. É o que faço às vezes. Foi o que fiz ontem. No princípio as pernas pareciam com pouca vontade de andar, mas depois lá acabaram por ceder.
Acabei num café dos subúrbios com um televisor bêbado aos gritos para mim e mais três homens também sozinhos, cada um na sua mesa, cada um com a sua bebida. Eu a beber Bushmills, outro a beber cerveja de garrafa, outro cerveja de pressão e outro um licor qualquer. Todos me pareceram homens exageradamente sós. Eu também, apesar de saber que não o sou.
A minha Paralisia "distancial" acabou aí, nesse preciso momento, pouco antes da empregada começar a varrer o chão e nos expulsar delicadamente a todos. Levantei-me com energia, paguei os dois uísques sem gelo e fui dar uma volta a pé pela cidade de Aveiro, já quase deserta de vida. É bom sentirmo-nos sós sabendo que não o estamos, pensei. É bom perceber que por trás de cada história de solidão há sempre uma mulher.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
19 agosto 2012
PREC
De joelhos e mãos no colchão, com os mamilos debruçados quase a roçar o lençol, abanei as ancas antes da corrida e lancei-me sobre a presa já nimbada de aguadilha. Os caracóis aloirados faziam-me cócegas no nariz mas aquelas almôndegas fofas apelavam a umas lambidelas vagarosas antes de escalar o tronco em arremessos de língua e piscadelas cúmplices de pálpebras semicerradas.
Ao começar a engoli-lo abriram-se-me as válvulas palpitantes que o outro, o moreno giraço, se empenhava em transformar num escorrega em assertivos gestos de língua e dedos. E enquanto enfunava a vela daquele belo exemplar louro em chupões cadenciados e amassos de dedos nas bases redondas o garanhão moreno puxou-me pela cintura e resvalou para dentro de mim o seu metrónomo equilibrando-se com as mãos alapadas nas minhas nádegas.
E assim, solidariamente partilhada por um louro e um moreno, todos irmanados no mesmo ritmo, senti que finalmente marchava num processo revolucionário em curso.
Eri Johnson
Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)
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