19 agosto 2012

PREC



De joelhos e mãos no colchão, com os mamilos debruçados quase a roçar o lençol, abanei as ancas antes da corrida e lancei-me sobre a presa já nimbada de aguadilha. Os caracóis aloirados faziam-me cócegas no nariz mas aquelas almôndegas fofas apelavam a umas lambidelas vagarosas antes de escalar o tronco em arremessos de língua e piscadelas cúmplices de pálpebras semicerradas.

Ao começar a engoli-lo abriram-se-me as válvulas palpitantes que o outro, o moreno giraço, se empenhava em transformar num escorrega em assertivos gestos de língua e dedos. E enquanto enfunava a vela daquele belo exemplar louro em chupões cadenciados e amassos de dedos nas bases redondas o garanhão moreno puxou-me pela cintura e resvalou para dentro de mim o seu metrónomo equilibrando-se com as mãos alapadas nas minhas nádegas.

E assim, solidariamente partilhada por um louro e um moreno, todos irmanados no mesmo ritmo, senti que finalmente marchava num processo revolucionário em curso.