07 setembro 2012

«Os homens perfeitos» - João

"Mulheres, lamento que nos possam considerar básicos (como muitas de vós consideram), mas na origem disso está o facto de o nosso negócio primordial ser fácil de entender: caçar ou ser comido. Tornámo-nos pragmáticos – que é aquilo a que vocês preferem, carinhosamente, chamar básicos – quando tínhamos de correr envoltos em peles, segurando lanças, para caçar animais, sobreviver e procriar. Esse pragmatismo acompanhou-nos com as ampulhetas e clepsidras, e mantém-se, ainda hoje. E permanece útil, na medida em que as bestas, peles e lanças apenas mudaram de configuração, mas o desafio permanece razoavelmente inalterado.
Esse pragmatismo que me lança no texto, e que pretende enquadrar o vosso pensamento para aquilo que se segue, também está presente naquilo que esperamos de uma mulher. Se vos falo disto é porque vos quero bem, porque lamento não ter tempo para a todas conhecer em sentido bíblico – e é uma irreparável dívida, essa, que assumo – e porque já o tendo dito inúmeras vezes, creio, ainda, não ter sido suficientemente levado a sério. Mas devia.
Um homem procura, no essencial, três coisas numa mulher com quem pretenda fazer uma vida: uma amiga, que convém inteligente, para conversar connosco, para ir connosco ao cinema, para nos ouvir os desabafos, para nos dizer que temos razão e que somos os maiores; uma mãe, não apenas para cuidar dos filhos que queremos ter com ela, mas também para cuidar de nós quando estamos doentes, sendo ponto assente que uma qualquer constipação nos leva à beira da morte e uma mãe é sempre importante, e, finalmente; uma puta, não para nos fornicar o juízo, mas para nos fornicar o corpo, muitas vezes, muito bem, repetidamente (à falta de algo mais complexo, um fellatio regular, feito com determinação, é bom paliativo).
Podem existir outros valores, outros ingredientes, mas o essencial são estes três, e se tiverdes este nosso pragmatismo em conta, sereis felizes. Entender-nos é mais fácil do que entender-vos. Seria de esperar que tirassem daí uma vantagem. Nem sempre o observo. Admito que para vós se afigure injusto obrigar-vos a ser três mulheres em uma. Não pensem assim. Só vos exigimos aquilo de que sabemos serem perfeitamente capazes. O que a nós pedem é bem mais difícil. Ser o homem perfeito ou príncipe encantado é francamente mais difícil do que ser apenas amiga, mãe e puta. E a sorte está do vosso lado, porque à medida que os anos passam, das três, relativiza-se a puta e podem ficar apenas amigas e mães. Já nós estamos obrigados a ser, para sempre, homens perfeitos."

João
Geografia das Curvas

A posta no Layoff e na deslocalização dos meios produtivos

Fez-lhe dez filhos ao longo de duas décadas e agora deixou-a, trocando-a por uma brasileira que entretanto conheceu.

O fim de uma história linda




Meninas WTF

06 setembro 2012

Sobre mim cavalgas

Sobre mim cavalgas
cingindo-me os flancos 

Colhes à passagem
a luz do instante

De dentes cerrados
ondulas, avanças, 

retesas os braços,
comprimes as ancas.

Depois para a
frente 

inclinas-te olhando
o que entre dois ventres
ocorre entretanto,
e o próprio galope
em que vais lançada
Que lua te empolga
Que sol te embriaga

Lua e sol tu és 

enquanto cavalgas 

amazona e égua 

de espora cravada
no centro do corpo

Centauresa alada 

com os seios soltos
como feitos de água.

Queria bebê-los 

quando mais te dobras
Os cabelos esses 

sorvê-los agora

Mas de cada vez
que o rosto aproximas 

já é outra a sede
que me queima a língua:
A de nos teus olhos 

tão perto dos meus
descobrir o modo 

de beber o céu.

David Mourão-Ferreira

Pierre Jousson, Erotiques, 1968


blog A Pérola

«Bocalexandre O´Neill» - Patife

Este fim-de-semana trombei a pachachinha mais gostosa dos últimos tempos. Aquela coninha tinha uns lábios tão torneados e tão bem ensinados na hora da trombada que mais parecia que eu é que estava a ser beijado. Por isso, hoje acordei a pensar que se o Bocage e o Alexandre O´Neill fossem um só, haviam de ter criado maravilhas ordinário-surrealistas passíveis de elevar o Surrealismo nacional a Património Mundial da Poesia. E se o Bocage e o Alexandre O´Neill fossem um só, teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:

Há Pachachas que Nos Beijam

Há pachachas que nos beijam
Como se tivessem boca.
Pachachas de calor, de esperança,
De imenso ardor, de esperança louca.

Pachachas nuas que beijam
Quando a noite perde o rosto;
Pachachas que ficam húmidas
para serem lambidas a gosto.

De repente esbaforidas
Entre trombadas sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou a dor.

Já o nome de quem se mama
Letra a letra revelado
Na memória esquecido
Na cama abandonado.

Pachachas que nos lambuzam
deixam-nos à sua sorte
Mas no final, para rematar
Dá-se uma pinada forte.


Patife
Blog «fode, fode, patife»

Postalinho de um moliceiro da ria de Aveiro - «Quem me dera ser cão!...»


Conto de fod... de fadas



Marco Oliveira - via Testosterona

05 setembro 2012

Forma rápida de ficar bronzeada... até porque o Verão está a acabar

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

«conversa 1910» - bagaço amarelo

Ela - Estou quase a fazer quarenta anos.
Eu - Nada que eu já não tenha feito.
Ela - Mas eu sou mulher...
Eu - E depois?
Ela - E depois?! Sabes muito bem...
Eu - Não sei nada...
Ela - A partir dos quarenta as mulheres começam a perder valor de mercado. Os homens começam a ganhar...
Eu - Isso não é bem assim, e acho que não te deves preocupar. Estás uma mulher bonita. Eu acho que estás no auge.
Ela - Pois... estou no auge. A partir daqui é sempre a descer.
Eu - Estás a sofrer de ansiedade.
Ela - Não estou nada. Estou é a ser realista.
Eu - Tem calma e vai mas é gozando a vida o mais que puderes.
Ela - Esse é o problema. Sinto que ainda não gozei nadinha. Preciso de muitas noites de copos, muito sexo, muitas festas...
Eu - Estás a sofrer de ansiedade.
Ela - Se calhar estou só um bocadinho.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

coisas que andam por aí...

Cuidei que, nas feiras da nossa terra, para além de trapos, alguns enchidos, queijinhos duvidosos e cartazes para o próximo espectáculo da família Carreira, todos devidamente povoados pelas moscas da circunstância, pouco mais haveria a ver... Pois foi engano meu, que sempre há mundos a descobrir em qualquer recanto da terra. Até nas feiras. Veja-se este conspícuo trono que encheu a minha alma de espanto e graça perante tal majestade:  


em tanta incerta certeza
qual bateria de lítio
ouço desta realeza
o que tanta vez foi dito
o pito come-se à mesa
ou em qualquer outro sítio 


e entre tanta estultícia
tanta bulha e desperdício
fique-nos cá a malícia
de haver pito alimentício...

mas por ser o pito rei
dá-se o dito por não dito
e surge dos pitos rei
seja na grelha ou bem frito.


E não se pode exterminá-las!

Crica para veres toda a história
Vírus das putas


1 página

oglaf.com

04 setembro 2012

Num gemido



Aqui, no centro do meu corpo
que se abre em chamas


qual vulcão incendiário

escorrendo magma

em que penetras e t'afundas

enlouquecendo-me os sentidos...
espero-te!


Sei que virás possuído

pelo desejo que t'engrossa

e t'acrescenta

e me tomarás todas as fendas
cravando tuas mãos
nos fartos seios
entrando e saindo de mim.


Afogar-te-ás nas minhas ardências

que cederão aos teus gestos

e entre beijos carnais

e palavras de amor
seremos um só
num gemido.


Vera Sousa Silva
Palavras Soltas

Eva portuguesa - «Segredos»

Segredos... todos os temos... uns mais, outros menos; uns mais cabeludos, outros mais inocentes....
O segredo é tão inerente à condição humana como a fome ou o sexo.
Consciente ou inconscientemente, todos nós guardamos fragmentos do nosso ser só para nós, episódios das nossas vidas que não partilhamos com ninguém, sentimentos que até de nós mantemos secretos....
Normalmente associamos a palavra segredo a algo negativo... mas não é bem assim.
Muitas vezes os segredos que temos e protegemos são o que de melhor também temos. E por ser o melhor, tem que ser protegido e daí ter que ser mantido em segredo...
Claro que, na minha condição de prostituta de luxo, mantenho diariamente uma vida dupla, o que me leva a ter mais segredos do que a maioria das pessoas.
Mantenho em segredo de quem me conhece aquilo que faço, a existência da Eva.
E guardo dos meus clientes segredo daquilo que é a minha "vida real".
São dois mundos paralelos que, apesar de aparentemente opostos, não se chocam nem colidem.Mas um é segredo do outro e ambos escondem bastantes segredos...
A Eva esconde em grande parte os segredos da ... .
A ... mantém em segredo a existência da Eva.
E mesmo àquelas raras pessoas que conhecem as duas, nem tudo é contado. Há segredos que são mantidos...
Mas não é preciso ter-se uma vida dupla para se ter segredos.
Quantos de nós se dão a conhecer a 100%?
Ninguém... e muito menos aqueles que afirmam que a sua vida é um livro aberto.
E que piada teria conhecer tudo de outra pessoa?...
Há coisas que devem ser guardadas para nós, que apenas a nós nos pertencem.
Acredito que sem os nossos pequenos segredos perderíamos a nossa identidade individual.
Seríamos todos uma grande massa, sem mistério e/ou interesse.
Além do mais, quando partilhamos muito exclusivamente um segredo, percebemos, pela capacidade dessa pessoa o manter ou não, se vale a pena mantê-la na nossa vida, no nosso círculo mais íntimo.
O segredo é, pois,uma forma de privacidade, de protecção e de confiança.
E qual o ser humano que, mesmo não querendo admitir, não precisa destas coisas na sua vida?....
Nenhum!...
Assim, em última análise, o segredo é algo positivo...
Protejam e mantenham os vossos.
E partilhem-nos apenas com quem realmente o merece.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado