06 setembro 2012

«Bocalexandre O´Neill» - Patife

Este fim-de-semana trombei a pachachinha mais gostosa dos últimos tempos. Aquela coninha tinha uns lábios tão torneados e tão bem ensinados na hora da trombada que mais parecia que eu é que estava a ser beijado. Por isso, hoje acordei a pensar que se o Bocage e o Alexandre O´Neill fossem um só, haviam de ter criado maravilhas ordinário-surrealistas passíveis de elevar o Surrealismo nacional a Património Mundial da Poesia. E se o Bocage e o Alexandre O´Neill fossem um só, teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:

Há Pachachas que Nos Beijam

Há pachachas que nos beijam
Como se tivessem boca.
Pachachas de calor, de esperança,
De imenso ardor, de esperança louca.

Pachachas nuas que beijam
Quando a noite perde o rosto;
Pachachas que ficam húmidas
para serem lambidas a gosto.

De repente esbaforidas
Entre trombadas sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou a dor.

Já o nome de quem se mama
Letra a letra revelado
Na memória esquecido
Na cama abandonado.

Pachachas que nos lambuzam
deixam-nos à sua sorte
Mas no final, para rematar
Dá-se uma pinada forte.


Patife
Blog «fode, fode, patife»