05 novembro 2012

«coisas que fascinam (153)» - bagaço amarelo

Que linda!
Nunca sei muito bem como reagir quando uma mulher bonita se senta à minha frente num transporte público, como ainda hoje me aconteceu no metro do Porto. Finjo que nem reparei nela ou aproveito o momento para encher a vista? Sei lá. Não lhe adivinho o pensamento. Penso nesta expressão: "encher a vista" e lembro-me de estar na The National Gallery, em Londres, com a Raquel em frente a um Van Gogh. "Deixa-me olhar para este quadro mais um minuto, para encher a vista", dizia ela, e eu assentia acenando afirmativamente a cabeça. Os girassóis ali mesmo à minha frente e eu só olhava para ela, que era ela a minha paisagem.
Comecei por lhe ver os dedos dos pés, com as unhas pintadas de vermelho e umas sandálias coloridas que pareciam vindas daí, dum campo florido qualquer. Levantei a cabeça e os nossos olhares cruzaram-se por um instante, para se transformarem num voo errante e fugidio logo a seguir. Os olhos dela pousaram nas páginas silenciosas dum livro, os meus continuaram esvoaçantes como se fossem uma borboleta tonta. Às vezes no tecto, outras vezes na paisagem que corria lá fora, raramente nela.
Que linda!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Não sendo monárquico, é realista

Qualquer homem que se oponha hoje às quotas mínimas para mulheres vai provavelmente evitar que no futuro estas lhe sejam aplicadas.

Dinheiro salva vidas

A falta dele causa a solidão.



Bom, pelo menos elas não cobraram adiantado.

Capinaremos.com

04 novembro 2012

Nude Workshop 2009

Flores fálicas

"Postalinho do Jardim Botânico de Coimbra"
Paulo M.

Com direito a uma ode do OrCa:

"floresço
floresces
sou abelha se te mexes
titilo as pétalas frescas
rejuvenesço
se cresces
e em tu crescendo
eu cresço
eu encrespo-me
e inscrevo
na brisa o teu cheiro a cio
balbucio
um zumbido
de arrepio em que te bebo
que te devo
quase a medo
ó flor do meu enredo..."


Teóricas e práticas



Ele era inexcedível quando se atracava a mim e subia uma mão por dentro da camisola até fazer saltar um seio do soutien para os dedos titilarem o mamilo enquanto a outra se metia desvairadamente pelo cós das calças ou da saia, na ansiedade de um bando de pássaros migradores a bicarem cada milímetro das zonas húmidas.

A gaita, Senhor Doutor, era quando naquele período do aquecimento se empenhava em fazer do meio das minhas pernas o seu prato de leite que era uma pressa de schlep, schlep, tal e qual os gatos fazem com a língua. Eu bem sei que os filmes pornográficos são um fraco material de apoio para esta questão já que a maior parte das vezes são gajas com gajas e nenhum mânfio as vai copiar, não vá perder virilidade por isso e, quando são gajos na função, aquilo é mais estética para o plano que outra coisa qualquer.

O facto é que a falta de comunicação emitida em gemidos da minha parte o fez repensar a questão e a solução que encontrou foi pegar no popular passar o corredor a pano e, literalmente, fazer de mim chão de esfregona. Oh Senhor Doutor, eu nem queria acreditar, dada a sua idade cronológica que o sexo oral fosse para ele matéria virgem mas em boa verdade, ainda me irritava mais a sua contínua falta de espírito de investigação.

E assim, fartinha do trivial que era o que a minha avozinha chamava às refeições dos dias de semana, resolvi fazer-lhe um desenho e pespeguei uma imagem de um pénis e de um clítoris nas minhas nádegas que era o expositor que tinha ali mais à mão e paulatinamente, pedi-lhe que observasse bem as semelhanças que permitiam que as técnicas de sucção aplicadas num pudessem ser igualmente aplicadas no outro, tal como o contorno da língua no topo da elevação e que, de igual modo, as mãos colocadas na base permitiam a aceleração do estado de erupção. Só não lhe disse mesmo que me parecia que o pénis era uma evolução natural da espécie clitoriana para não lhe criar um crise de identidade e consequente demissão de quaisquer funções.

Lógica feminina



Via Testosterona

03 novembro 2012

Usher, dos Devine Men of Choice, mostra às meninas de Brooklyn como o leite faz bem ao corpo

«conversa 1924» - bagaço amarelo

Ela - Tenho que ir para casa estudar e não me apetece nada...
Eu - Vais estudar o quê?
Ela - Vibrações em forças elásticas.
Eu - Hum...
Ela - O que foi?
Ela - Fizeste uma cara!
Eu - Lembrei-me duma coisa relativamente às vibrações em forças elásticas. Foi só isso.
Ela - Do quê?
Eu - Do Plastic Man. Era um dos meus heróis favoritos em criança...
Ela - Tenho a certeza que foi isso. Os homens são todos iguais...
Eu - Bem, percebo que não te apeteça estudar vibrações em forças elásticas no Verão.
Ela - Pois... apetecia-me mais ter aulas práticas. Estou farta de teoria...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Jogo das grandes cortesãs sob o Segundo Império (francês) - 1852 - -1870

Baralho de cartas «Le jeu des Grandes Courtisanes sous le Second Empire (1852-1870)».
6,8 x 10,1 cm, 32 cartas + 2 Joker, livro explicativo e caixa
edição limitada de 1.000 jogos
de Wolfgang Kunze spielkartenonline - Paris, 2007

"Anna DESLION - Giulia Beneni BARRUCCI, dite LA BARRUCCI – Marie CICO - Irma CARABIN - Emma CRUCH, dite CORA PEARL – Léonide LEBLANC - Lise TAUTIN, née VEISSIERE ou VAISSIERE – Céline MONTALAND - Eugénie De PLUNKETT – Julie LEBŒUF, dite MARGUERITE BELLANGER – baronne Aline de PRESLES, dite PRELLY - Hortense SCHNEIDER - Sarah BERNHARDT – Alice DELEUZE, dite ALICE LA PROVENCALE - Régine BLONDEAU, Anne Victoire CLEMENT, dite MOÏNA - Suzanne LAGIER – Albertine CHALVET, dite LEONTINE MASSIN - Alice OZY (Mme Julie Justine PILLOY) - Thérèse LACHMANN, Marquise de PAÏVA, dite LA PAÏVA - Blanche PIERSON - Emma BRACH LAFFITTE - Georgina, marquise de GALLIFFET - Eugénie Emma VALADON, dite THERESA – Juilette LIEUTET, dite Amélie LATOUR"

A partir de agora na minha colecção.



Um sábado qualquer... - «Descobertas»



Um sábado qualquer...

02 novembro 2012

«Hora de Inverno» - João

"Chovia terrivelmente. A água aterrava no carro como calhaus e sem limpa pára-brisas a funcionar nem um metro se via. Estava estacionado. As luzes do teu carro iluminaram o lugar ao lado do meu e estacionaste também. Pelo meu vidro consegui ver-te. Olhámo-nos. Sérios. Faltavam poucos instantes. No rádio do carro, que estava ligado conforme o plano original, ouvimos dizer boa noite, era uma hora da manhã. E ao ouvi-lo, ecoou na minha memória a pergunta. Vamos para a cama? Vamos. E como vamos fazer isso? O plano estava em curso havia algum tempo. A ideia era simples. Ir para a cama contigo e no entanto nunca o ter feito.
Assim que no rádio aquela voz anunciou que era uma hora da manhã, desligámos tudo apressadamente e apesar da chuva corremos para um alpendre, e dele para casa. Sem tempo a perder abri a porta, puxei-te para dentro do quarto e empurrei-te contra a parede. Encostei-me a ti e disse-te como seriam as regras do jogo: não existiam. Excepto uma: eu mandava naquele cenário. Arranquei-te a roupa movido por instintos primários, vi elásticos voar, botões gemer, coisas a cair pelo chão. Beijei-te enquanto te segurei pela nuca e depois atirei-te para a cama. Cordas. De escalada. Prendi-te pelos pulsos e pelos tornozelos. Naquela cama podias contorcer-te tanto quanto quisesses. Mas não podias proteger-te. Não podias fechar as pernas. Não podias evitar ser dominada. E nem sequer podias ver, à medida que sobre os teus olhos descia uma venda que te privaria da visão. Torturei-te por longos minutos. Tocando, deslizando as mãos, os dedos, evitando os pontos que te davam mais prazer, fazendo crescer em ti uma bolha que precisava rebentar, mais segundo menos segundo. Disseste-me que não aguentavas mais, que te fizesse vir já. Depressa. Ontem. Olhei para o relógio e disse-te ainda não. Havia tensão, debatias-te, reagias ao toque com espasmos, estavas muito visivelmente no ponto. Pareceu-me que era tempo.
Quando finalmente te vieste paraste de te debater. Deixou de haver tensão nas cordas. Tinhas a boca entreaberta, lábios ligeiramente afastados, respirando ofegante. Pediste-me água. Soltei-te, fechaste as pernas devagar como quem já não tem nelas grande força e tentaste sentar-te à beira da cama. Disse-te “temos 10 minutos”. Ajudei-te a apanhar a roupa do chão, ajudei-te a vestir enquanto tremias de frio, recolhi tudo o que não era de cena e fechámos a porta atrás de nós. Já não chovia. Eu entrei no carro primeiro, as tuas pernas ainda não estavam firmes enquanto tentavas encontrar a chave do carro na mala. Foi muito à justa. Demos à chave, cada um no seu carro, e os rádios ligaram-se novamente conforme o plano. Naquele dia do final de Outubro, a voz da rádio voltou à antena e anunciou boa noite uma vez mais. Era uma hora da manhã. Hora de Inverno. E o que tinhamos feito na hora anterior tinha-se tornado impossível, num tempo que nunca houve, apagado pela hora que viria a seguir, em que cada um estaria a conduzir de volta à sua vida. Inocentemente. Ao volante. Na estrada. Com tanta gente à volta, apressada, de pés nos aceleradores."

João
Geografia das Curvas

Todo mundo tem um lado Caracu


Em 2011 saiu a notícia abaixo no jornal Meia Hora, em que Sandy revelara à Playboy o possível prazer no sexo anal.

Acho que Sandy tem se revelado uma ótima leitora de literatura erótica, e desconfio de que andou lendo a História do Olho, de Georges Bataille.




Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com