Já vai ser a quarta vez que percorro o caminho para o Porto.
Tem sido sempre um caminho seguro, directo, direito, proveitoso e feliz.
Felizmente o meu anjo da guarda tem-me protegido e feito comigo esta viagem, tornando-a numa bênção e mais valia para a minha vida.
Qual peregrinação a Fátima (com as devidas distâncias e salvaguardas!), parto sempre com um objectivo definido, com uma esperança na alma, com uma promessa nos lábios. Procuro encontrar na chegada aquilo que me tem sido vedado na partida: melhorar a minha vida!
E, felizmente, tenho regressado sempre com um sorriso nos lábios, fruto de ter alcançado o que tanto queria e precisava, o objectivo que me fez ir para a estrada...
Espero que desta vez o caminho para o Porto seja tão suave e bem sucedido como anteriormente. Espero que o meu anjo da guarda me continue a acompanhar. Espero chegar a Lisboa feliz, realizada e sentindo que valeu a pena afastar-me por uma semana do meu pequenito...
Dia 7 abraço-o com força ao deixá-lo na escola e espero manter aquele cheiro delicioso do meu filho até Sábado, quando regressar e o puder abraçar novamente. Esse cheiro que me acompanha no caminho para o Porto... o som do seu riso que me dá alento quando as dúvidas e receios teimam em surgir...
E, se algum significado tiver, percorrer esse caminho logo após o Dia da Mãe. Será um bom significado, a certeza (?) de estar a fazer o que é certo.
Eu sei que neste contexto a afirmação "fazer o que é certo" poderá ser questionada mas, visto que não prejudico nem engano ninguém e que apenas vou tentar melhorar a minha situação económica, continuo a manter o que disse.
Espero rever aqueles que me têm feito feliz.
Espero conhecer outros que também o façam.
E, para me fazerem feliz, basta visitarem-me e tratarem-me bem.
É com esta disposição, com esta crença, com este sonho que vou novamente percorrer o caminho para o Porto.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
01 janeiro 2013
A Prostituta Azul XIX - Lei das compensações
Não me lembro de alguma vez ter sido criança:
o meu colo cresceu, o meu peito cresceu,
os meus pensamentos sempre tiveram o mesmo tom de voz
quase maldito, quase ininterrupto, quase respiração.
E agora, que descubro isto, que me descubro isto, sei, já sei:
eu sou Mãe de tantos homens porque sou Filha de nenhum pai.
«Discurso sobre o voto de castidade...
... que professão os freires conventuaes da Ordem Militar de S. Tiago da Espada», por D. José Manoel da Camara, freire commendador da mesma Ordem. Lisboa. 1817.
Um pequeno livro de 38 páginas oferecido pelo Lourenço M. para a minha colecção.
Um pequeno livro de 38 páginas oferecido pelo Lourenço M. para a minha colecção.
31 dezembro 2012
Em primeiro plano
Fixei o olhar na gota de água, mas não tardei a perceber que aquilo que prendeu a minha atenção foi o ombro desnudo por onde ela deslizou.
«conversa 1918» - bagaço amarelo
Eu - Então, por aqui?
Ela - Sim, o meu marido pediu-me para comprar lubrificante e não consigo decidir-me por um...
Eu - Há uns da Durex engraçados, mas são um bocado caros. O quente e o frio são fixes. O de Piña Colada cheira um bocado a anos oitenta.
Ela - Lubrificante para o carro... foi o que o meu marido me pediu...
Eu - Ah! Eu ia agora tomar café. Queres vir?
Ela - Acho que estás a mudar de assunto, mas pronto, vamos lá.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
30 dezembro 2012
Antonio Zambujo - «Flagrante»
Que não podia dar certo
E era coisa de evitar.
Como eu, devias supor
Que com gente ali tão perto
Alguém fosse reparar.
Mas não; fizeste beicinho,
E como numa promessa,
Ficaste nua para mim.
Pedaço de mau caminho,
Onde é que eu tinha a cabeça
Quando te disse que sim?
Embora tenhas jurado
Discreta permanecer,
Já que não estávamos sós;
Ouvindo na sala ao lado
Teus gemidos de prazer,
Vieram saber de nós.
Nem dei p'lo que aconteceu,
Mas, mais veloz e mais esperta,
Só te viram de raspão.
A vergonha passei-a eu:
Diante da porta aberta
Estava de calças na mão!
Letra: Maria do Rosário Pedreira
Música: António Zambujo
Sexo cru, sexo cozido
No início do ano um homem foi encontrado desmembrado e parcialmente cozido em um apartamento de Berlin. Acredita-se que a ação ocorreu durante um jogo de sexo entre os participantes e que acabou indo além dos limites.
O prazer sexual em comer o parceiro seguiu as entrelinhas e entranhas.
Há de convir que certas comidas cruas não tem um gosto muito agradável.
29 dezembro 2012
«pensamentos catatónicos (281)» - bagaço amarelo
Ela queria comprar uma carteira e pediu-me para a acompanhar. Suspirei. Se ir às compras já é um seca enorme, ir comprar uma carteira de mulher é o deserto do Saara. Mas fui, apesar do meu descontentamento em que ela fingiu nem reparar.
Namorávamos há um mês, se tanto, e ainda só tínhamos tido uma discussão, por causa duma nódoa de vinho que deixei cair num dos melhores vestidos dela. Naquele dia tivemos a segunda. E a última.
A certa altura ela já tinha umas vinte carteiras espalhadas pelo balcão da loja, para as quais espreitava como um lobo para dentro da toca dum coelho. Abria e fechava os fechos várias vezes, virava algumas do avesso e metia-lhes objectos nos bolsos para ver se cabiam. Em pouco tempo, a loja ficou a parecer o quarto duma criança hiperactiva.
Eu, que tentava desviar o meu olhar daquilo tudo, fui apanhado pela frase: "Ajuda-me aqui a escolher!". Senti-me um peixe fora de água, prestes a ser esmagado pelo olhar impaciente da vendedora. Apontei para uma qualquer, com o objectivo primordial de despachar aquilo tudo, e disse: "Esta!".
- Porquê? - Perguntou ela como se me estivesse a encostar à parede.
- É a mais fixe... - e abanei os ombros.
Deixou aquele monte de cadáveres de carteira em cima do balcão, pegou-me pelo braço e levou-me lá para fora. Caminhámos uns minutos envolvidos por um pesado silêncio até, com um ar greve e sério, me ter dito que queria ter uma conversinha comigo. Entrámos num café onde eu pedi um fino e ela não pediu nada. Aquele sítio era apenas o cenário para me dar um sermão.
Explicou-me tudo o que esperava de mim em todas as situações, como se eu fosse uma máquina programável. Quando pedia ajuda para uma compra, eu tinha que me interessar realmente pela compra; quando alguém lhe passasse à frente na fila do supermercado, eu tinha que a defender; quando me desse a mão na rua, não era para eu a abraçar. Desfiou ali um rol de acontecimentos em que eu já tinha falhado no cumprimento das suas expectativas.
- Não tens nada para dizer? - Perguntou no fim.
- Não.
bagaço amarelo
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