13 janeiro 2013

Dos regressos


Se eu não fugir
de tudo o que sentir
Se eu não negar
tudo em que me possa transformar
Voltarei a mim sempre escondida
para não ser reconhecida?
Mas, não, não sou mentira, nem traição,
eu sou a mais pura confusão:
há um lado de mim que tanto ama
mas o outro nem arde, só chama,
há um lado de mim que tanto quer
mas o outro?
O outro
nem quer viver.



Preconceitos




Via Danish Principle

12 janeiro 2013

«Love Me Like a River Does» - Melody Gardot

Música bem erótica esta, recomendada pela nossa membrana Tereza Lamy:

«conversa 1939» - bagaço amarelo

(ao telefone)

Ela - Que merda! Começou a chover.
Eu - Que merda?!?! Na semana passada tinhas-me dito que estavas farta do bom tempo e querias que começasse a chuva. Até me disseste que adoras ficar dentro de casa com a chuva a cair lá fora
Ela - Isso foi a semana passada. Hoje queria bom tempo outra vez. A semana passada apetecia-me ficar em casa, nesta apetece-me sair e passear.
Eu - Assim é difícil...
Ela - É esse o drama da minha vida. As coisas não acontecem como eu quero.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Cabeça de martelo

Pequena estatueta proveniente dos EUA, com um pénis com a ponta da glande enfiada numa vulva que, de cada lado, se transforma em dois seios.
Encaixa perfeitamente na minha colecção.


Um sábado qualquer... - «Bastidores de um grande acontecimento 3»



Um sábado qualquer...

11 janeiro 2013

Agosto

Ana pousou o cotovelo esquerdo na mesa da esplanada e o queixo na palma da mão; os dedos tapavam-lhe a boca e as lentes dos óculos escuros os olhos. Provavelmente, se pudesse, não tapava nada mas também já não estava ali. Respirou fundo, afastou os dedos para o lado, inclinando um pouco a cabeça para a esquerda e tentou falar sem conseguir. Tinha um nó na garganta, um nó mesmo, um nó que a impedia de falar mas também de desabar num choro compulsivo ou numa torrente de palavrões e injurias. Ele parecia-lhe calmo, quase feliz. Parecia-lhe que, se ele não o estivesse a evitar, os seus lábios cresceriam até tocar nas orelhas num sorriso ofensivo. Maldoso. Tornou a respirar fundo, tentando perceber se, se insistisse em falar e, assim, em perder parte do auto-domínio, se chorava ou se o mandava à merda mas não conseguia decidir-se: eram muitos ses.
– Se não me dizes nada, vou-me embora – forçou ele, convencendo-a definitivamente que a única coisa a fazer era chamar-lhe nomes: chorar estava fora de questão.
Ana sorriu e encolheu os ombros. Mordeu o lábio superior, enquanto desapoiava o queixo e o olhava de frente. Tirou os óculos.
– Queres que eu te diga o quê? – ouviu-se perguntar.
– Qualquer coisa.
– Qualquer coisa, o quê? – Fechou as hastes dos óculos e pousou-os na mesa. – Qualquer coisa que te diminua a culpa? Que te ajude a ultrapassar o que fizeste? – Rodou os óculos com o indicador esquerdo. – Qualquer coisa com que possas justificar a merda de pessoa que és?
– Se é para desconversares, a conversa acaba já aqui.
– És uma merda, o que é queres que eu te diga?
– Eu não estou a ser mal-educado…
– Foda-se – Ana falava sem levantar a voz. – E eu estou? Por dizer merda e foda-se? – Paulo baixou a cabeça, confirmando. Ana sorriu tristemente. – Ou por te comparar à merda sem que a merda tenha culpa nenhuma?
– Eu podia não te ter dito nada – disse ele como se fizesse diferença.
– Podias mas o problema não é dizeres, foi fazeres. Estares a dizê-lo agora...
– Quis ser honesto contigo…
– Obrigadinho. – Ana abanou a cabeça e tornou a respirar fundo. – Mas não, não quiseste ser honesto comigo, quiseste aliviar-te da culpa. Quiseste transmiti-la, passar-ma. Contaminar-me com as tuas merdas. – Sentia-se cada vez mais lúcida e calma. – Se quisesses ser honesto não fazias, o resto são desculpas. É a forma que estás a arranjar para viveres contigo e, de preferência, conforme a minha reacção, de justificares à posteriori o que fizeste. Como se a culpa fosse minha.
Paulo abriu a boca para falar. Ana levantou a mão e ia continuar mas hesitou e concluiu:
– Não precisas de me dizer mais nada, Paulo. Aliás, não precisamos de dizer mais nada um ao outro.
– Eu não queria que as coisas ficassem assim…
– Vai-te foder! – Ana empurrou a cadeira para trás, agarrou o guardanapo que tinha no colo, passou-o pelos lábios, pô-lo ao lado do prato, levantou-se e foi-se embora.

Você já viu um OBNI?

OBNI - Objeto Bundístico Não Identificado.

É o que parece o caso desta mulher depois de um implante na bunda mal sucedido:



Obscenatório
Há poucas semanas censurado pelo wordpress.com
Agora de novo ao vivo em http://obscenatorio.blogspot.com.br/

Serpente de duas cabeças



Terra de indigentes,
esfomeados de espírito sem alma,
corrompidos pela sede inesgotável de poder
fervilham num caldeirão de demência…

Ela, loira, do alto do seu poleiro germânico
cospe o veneno nazi que lhe corre nas veias,
ele, comido no seu porte de moribundo com sotaque francês…
São duas cabeças de um monstro de estrelas,
duas maiores do que o conjunto das 27 ou 17…
Uma a uma caindo na escuridão das cavernas,
no retrocesso histórico da humanidade…

Serpente de duplo pescoço destilas saliva ácida,
escorregadia e fedorenta,
e com ela cozinhas a poção mágica do Apocalipse…
Mas nem tu sobreviverás à tua maléfica receita…

O furacão da Bretanha prepara-se para o ataque
e aponta os canhões como na guerra dos 100 anos.
Protegidos pela lucidez dos ventos gelados do Norte,
Suécia e Finlândia renegam esse canto de feiticeira,
víbora disfarçada de musa sedutora
que deseja degolar Ulisses e anunciar a sua morte!

Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt

Mas... mas... mas que é isto?!


10 janeiro 2013

António Zambujo e Raquel Tavares - «Para que quero eu olhos»

«Picha de dança» - Patife

Há mulheres que dão nas vistas. Aquela dava nas pichas. Podia dar-lhe para pior. E dar nos hidratos de carbono, no sal refinado ou assim. Mas não. Dava apenas nas pichas. E dava de tal maneira nas pichas que imaginar uma queca entre esta estouvada da crica e aqui o mestre da zarabatana era como juntar a fome à vontade de foder. Na noite em que a conheci, estávamos num evento chique e ela estava toda armada do alto dos seus grandes tacões. Lembro-me de olhar para ela e pensar: Tanto tacão e eu que só quero meter o taco na cona. Desculpem. Há limites para a ordinarice. Eu sei. Agora fui longe demais. Fui eu agora e o meu nabo nessa noite. Estou em crer que lhe cheguei a tocar com o Pacheco no diafragma e reparem que ela não me estava a abocanhar a lentrisca. É que a magana saltou-me para cima e só lhe faltou dançar o samba com a pachacha em cima do meu besugo. Caiu para o lado extenuada, quatro horas depois de abrir a picha de dança. Gosto muito quando vou a casa delas e lhes dou uma pinada do caralho. Como sou bem educado, no final, enquanto me esgueiro sorrateiramente do quarto para fora, deixo-lhes sempre algo para as fazer recordar de tal mágico momento assim que acordarem. Quem pensou numa rosa ou num bilhete pode ir corar de vergonha e ir tratar da pirosice crónica. Eu falo de nhanha. Não apenas de umas gotinhas. Falo de doses massivas de nhanha. Por vezes tenho momentos de cavalheirismo assim. Quando o Patife quer, o Patife capricha. Capicha.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Mapa do céu

Ao longo do caminho percorrido a dois ele conseguiu tocar cada centímetro do corpo dela com alguma parte do seu.