Muito interessante, este conjunto de 3 peças que forma uma mulher.
Não me recordo da origem, mas está já há muitos anos na minha colecção.
26 janeiro 2013
25 janeiro 2013
Quarenta minutos
–
Queres dizer que… já tinham acabado quando fizeram sexo pela primeira vez?
–
Foi.
–
Acabaram e depois foderam?!
–
Sim.
–
Que raio de merda… E depois?
–
Vestimo-nos.
–
Foda-se! Não é isso!... Andaram três meses…
–
Quase quatro.
–
Ainda pior! E durante esse tempo nunca, nada?
–
Algumas coisas, muitas vezes.
–
Mas… Mas, sexo com penetração não.
(ri)
– Não, sexo com penetração nesses quase quatro meses não.
–
E depois, sim.
–
Sim.
–
Logo depois?
–
Não, logo depois não. Já tínhamos acabado aí à meia-hora.
–
Ahn?!
–
À vontade. Foi mais de meia hora. Para aí uns quarenta minutos.
–
Andam quase quatro meses e nada e quarenta minutos depois de acabarem...
–
Pois.
–
Mas que lógica é essa?!
–
Aconteceu. Estávamos mais soltos, mais à vontade. Já não havia
constrangimentos, sei lá… Aconteceu.
–
E agora?
–
Agora, o quê?
–
Sei lá… Nunca mais se viram?
(olha
em volta e murmura) – Não, vimo-nos… (ri com a expressão involuntária que lhe
saiu). Temo-nos visto.
–
E não só visto…
–
E não só visto, de facto. Na maior parte do tempo estamos nus.
–
Desculpa?
–
Era um trocadilho com o facto de não ser só visto. Na maior parte do tempo eu não
visto nada e ela também não. Não teve graça.
–
E porque é que olhaste em volta antes de responder?
–
Olhei?
–
Olhaste.
–
É que (torna a olhar em volta) andamos com outra pessoas.
–
Tu e ela?
–
Sim. E não há necessidade de alguém saber e não gostar. Entre nós não há
qualquer ligação sentimental, nada. É uma coisa física, mais nada. Ambos
sabemos o que temos e o que queremos e não queremos.
–
Não querem mais.
–
De algumas coisas sim, de outras não. (ri)
–
Isso é evidente. (ri)
Lei da Moral e dos Bons Costumes é aprovada no Rio de Janeiro
Que diabos vem a ser essa Lei da moral e dos bons costumes? Será que agora seremos obrigados a casarmos virgens, namoro na rua apenas de mãos dadas, nada de fio dental e topless nas praias e prisão em casa de beijo homossexual?
O nosso queridíssimo governador da Guanabara, Sergio Cabral, sancionou uma bizarra Lei que pretende ser um "Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais" (o que viria a ser isso?), segundo consta na notícia de hoje do jornal O Globo.
E de quem foi essa ideia nefasta? Da também queridíssima e ex-atriz Myrian Rios, do PSD (Partido Social Democrático). Para a ilustríssima deputada, a sociedade perdeu o conceito de bom e ruim, pois hoje tudo é permitido, sendo necessários resgatar os valores tradicinais. Pois é, Myrian Rios, aquela que em um vídeo teceu comentários preconceituosos contra homossexuais, igualando à pedofilia, e afirmando que não queria ter um funcionário homossexual, assim como não queria ver seus filhos agindo "dessa forma", pois a educação que ela dá é para que eles cresçam e continuem propalando a espécie humana. Também é a mesma que em 1978 fez dois ensaios sensuais para a Revista Ele Ela (e agora posa de defensora da TFP - Tradição, Família e Propriedade), da então antiga Block Editores, comprada pela Editora Manchete. Confira alguns desses ensaios (aproveitem, pois pode ser por pouco tempo, pois o Rei Roberto Carlos, então noivo de Myrian Rios na época, constrangido, comprou o direito pelas fotos):
Noite de Outono
O lento despertar de uma clara luz de Outono
sussurrou-me o líquido marulhar de um riacho
que despontara das raízes grossas
de um rochedo velho e imponente…
A geada beijou-me as pálpebras semi-abertas,
perfumando-me o rosto com as tulipas e rosas
que nessa madrugada tinha pintado de rosa e violeta.
Cada pedaço de nuvem que me cobre os pés nus
é um tapete ambulante e voador
que eterniza o sonho já acordado
e que agora viaja para outros destinos,
onde as estrelas e a Lua brilham solitárias
na densa escuridão de um firmamento desconhecido.
Esgueiro-me numa das cinco pontas cruzadas,
tão brilhantes quanto um cristal dourado
e observo a luz refletida nesse véu cinza
com que me deito todas as noites!
Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt
Maltinha, uma por dia tira a azia...
«a funda São» está em 3º lugar na categoria «Erotismo».
Votar não é nada erótico mas... pode-se votar uma vez por dia, por IP, até sábado.
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24 janeiro 2013
Torna a Surriento
« As brasas do seu prazer apagaram-se, quando, sufocado o riso, viu a mulher abandonar a indiferença de estátua com que tinha recebido no dia anterior as carícias do engenheiro e tomar iniciativa. Abraçava-o, obrigava-o a deitar-se ao lado dela, por cima dela, debaixo dela, enredava as pernas nas pernas dele, procurava-lhe a boca, mergulhava-lhe a língua e - «ai, ai», rebelou-se Dom Rigoberto - acocorava-se com amorosa disposição, pescava entre os seus afilados dedos o sobressaltado membro e, depois de passar-lhe a mão pelo lombo e pela cabeça, levava-o aos lábios e beijava-o antes de o fazer na boca. Nessa altura, a plenos pulmões, ressaltando na fofa cama, o engenheiro começou a cantar - a rugir, a uivar - Torna a Surriento.
- Começou a cantar Torna a Surriento? - pôs-se violentamente de pé Dom Rigoberto. - Nesse instante?
- Isso mesmo - Dona Lucrecia voltou a soltar uma gargalhada, a conter-se e a pedir desculpa. - Deixas-me pasmada, Pluto. Cantas porque gostas ou porque não gostas?
- Canto para gostar - explicou ele, trémulo e carmesim, entre fífias e arpejos.
- Queres que pare?
- Quero que continues, Lucre - implorou Modesto, eufórico. - Ri-te, não faz mal. Para que a minha felicidade seja completa, canto. Tapa os ouvidos se te distrai ou te dá vontade de rir. Mas, pela tua rica saúde, não pares.
- E continuou a cantar? - exclamou, ébrio, louco de satisfação, Dom Rigoberto.
- Sem parar um segundo - afirmou Dona Lucrecia, entre soluços. - Enquanto o beijava, me sentava em cima dele e ele em cima de mim, enquanto fazíamos amor ortodoxo e heteredoxo. Cantava, tinha de cantar. Porque, se não cantava, fiasco.
- Sempre o Torna a Surriento? - deleitou-se no doce prazer da vingança Dom Rigoberto.
- Qualquer canção da minha juvenude - cantarolou o engenheiro, saltando, com toda a força dos seus pulmões, da Itália para o México. - Voy a cantarles un corrido muy mentadooo...
- Um pot pourri de piroseiras dos anos 50 - precisou Dona Lucrecia. - O Sole mio, Caminito,Juan Charrasqueado, Allá en el rancho grande, e até Madrid, de Agustín Lara. Ai, que vontade de rir!
- E sem essas vulgaridades musicais, fiasco? - pedia confirmação Dom Rigoberto, hóspede do sétimo céu. - É o melhor da noite, meu amor.
- O melhor ainda tu não ouviste, o melhor foi o final, o auge da fantochada - enxugava as lágrimas Dona Lucrecia. - Os vizinhos começaram a bater nas paredes, telefonaram para a recepção, que baixássemos a televisão, o gira-discos, ninguém conseguia dormir no hotel.»
"Os cadernos de Dom Rigoberto ", de Mario Vargas Llosa, Trad. J. Teixeira de Aguilar
blog A Pérola
«Abrir os olhos» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
Janelas de oportunidade
O tal efeito da crise sobre os apetites masculinos somado ao meio milhão com disfunção eréctil faz prever um ano atarefado para alguns.
«Primer plano» - por Luis Quiles
"Siempre que puedo utilizo primeros planos para expresar algo. Especialmente con manos y pies. Cuando le pillas el truco puedes expresar casi lo mismo con manos y pies que con la expresión de una cara, sobre todo con las manos."
Luis Quiles
23 janeiro 2013
Rabiscos
Caso venhas, não me digas,
Perguntarei ao tempo que nada me dirá.
O tempo sabe que prefiro não esperar.
Caso chegues, não me digas...
Em todas as vezes, prefiro sentir-te chegar.
Porque assim saberei se ainda és tu quando chegas.
Caso não venhas nunca mais, não me digas...
Perguntarei à saudade que nada me dirá.
A saudade entende que prefiro não saber.
Porque assim descobrirei: já não sou eu nunca mais
no dia em que não existir saudade a quem perguntar por ti.
Agora que já te disse, já sabes.
Agora que já sabes, já podes tudo o que não digas.
Eu já posso escutar os mudos traços que não digas
às gavetas do meu corpo emprestados.
Gavetas destas nunca estão cheias, estão abertas e antes
espalham-se pelas casas intermináveis, de cheiros intermináveis.
Caso me toques, não me digas.
Perguntarei ao peito que nada me dirá
que o peito sabe que prefiro sentir-te tocar
cara a cara, olharei o meu corpo
se estiver nu, eu despi.
Caso me olhes, não me digas.
Olhar-te-ei sem nada perguntar.
Perguntarei ao tempo que nada me dirá.
O tempo sabe que prefiro não esperar.
Caso chegues, não me digas...
Em todas as vezes, prefiro sentir-te chegar.
Porque assim saberei se ainda és tu quando chegas.
Caso não venhas nunca mais, não me digas...
Perguntarei à saudade que nada me dirá.
A saudade entende que prefiro não saber.
Porque assim descobrirei: já não sou eu nunca mais
no dia em que não existir saudade a quem perguntar por ti.
Agora que já te disse, já sabes.
Agora que já sabes, já podes tudo o que não digas.
Eu já posso escutar os mudos traços que não digas
às gavetas do meu corpo emprestados.
Gavetas destas nunca estão cheias, estão abertas e antes
espalham-se pelas casas intermináveis, de cheiros intermináveis.
Caso me toques, não me digas.
Perguntarei ao peito que nada me dirá
que o peito sabe que prefiro sentir-te tocar
cara a cara, olharei o meu corpo
se estiver nu, eu despi.
Caso me olhes, não me digas.
Olhar-te-ei sem nada perguntar.
«ginásio» - bagaço amarelo
Pensem lá o que quiserem, digam que sou preconceituoso ou o diabo a sete. Mas eu cá é que fiquei à espera da Raquel. Melhor ainda: eu esperei por ela e ela por mim, porque como homem com "H" grande que sou, não ouvi bem onde é que era o ponto de encontro à saída do ginásio. Uns bons quinze minutos depois de me ter sentado lá fora, sublinhe-se que totalmente despenteado, lá vi a Raquel surgir com ar de poucos amigos.
- Não tínhamos combinado esperar à porta dos balneários? - perguntou.
- Tínhamos?!?!?! Não ouvi...
Não foi vingança do que se tinha passado lá dentro, a sério que não. Mas podia ter sido. Para além de quase me ter partido os joelhos numa tortura medieval a que decidiu chamar exercício de elasticidade, a Raquel empurrou-me ainda para dentro duma sauna. Numa de descontrair, disse ela. Estive lá a aguentar pelo menos uns... vinte segundos. Depois verifiquei que num sítio com tanto calor não se pode comprar uma cervejinha gelada nem nada e fugi. Mas que raio é que o pessoal vai para ali fazer?! Experimentar a sensação de ser um frango assado?! Não, muito obrigado.
Resta a sensação de liberdade que senti ao sair. Fui comer uma feijoada e beber uma cerveja para me voltar a sentir um homem normal. Com a Raquel.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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