Foto: Shark
28 janeiro 2013
«conversa 1943» - bagaço amarelo
Ela - É uma pena que os homens não saibam andar devagar numa relação.
Eu - Devagar?!
Ela - Sim, devagar. Quando começam querem logo tudo e mais alguma coisa: casar, viver juntos, ter filhos, etc...
Eu - Nunca tive a noção disso, para ser sincero. A minha filha nasceu dez anos depois de eu começar a namorar com a mãe dela... e a maior parte dos meus amigos não andou muito longe disso.
Ela - Tu tens quarenta e um anos. Eu estou a falar dos miúdos que agora têm à volta de trinta.
Eu - Mas tu também tens quarenta e um. Andas com algum tipo de trinta?
Ela - Mais ou menos.
Eu - Mais ou menos? Ou andas ou não andas.
Ela - Lá está. Eu dei-lhe uma abébia e o tipo já quer vir viver para minha casa.
Eu - Uma abébia?!
Ela - Sim, levei o tipo para a cama uma noite. Agora telefona-me todos os dias, manda-me flores e enfim... eu já lhe disse que não estou numa de namorar com ninguém. Quero liberdade. O meu ex-marido já me chegou para a vida inteira no que diz respeito a dores de cabeça.
Eu - Mas isso não é ele que quer andar depressa demais. É ele que quer uma coisa e tu que não queres nada. Quando a questão é só andar mais depressa ou mais devagar, as coisas até podem ter solução.
Ela - Pois, se calhar é. Nesse caso é uma pena que os homens não saibam ter uma relação mais sexual e menos emocional. Neste momento era o que eu queria.
Eu (risos) - Alguns devem saber.Tens que procurar melhor.
Ela - Sim. Os casados sabem quase todos ter uma amante só para sexo. Isso também já descobri.
Eu - E isso preocupa-te?! Se queres só sexo qual é o problema de ser com um gajo casado?
Ela - Quero só sexo, sim, mas não quero ser a segunda. Quero ser a primeira.
Eu - Já não percebo nadinha.
Ela - Nem eu. Vamos pedir mais um tintol destes de seis euros?
Eu - Sim, é o melhor.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Dupla jornada de trabalho pode causar demissão às mulheres
Fonte: Gawker
A notícia é antiga, mas a prática é constatada todos os dias:
Sarah Tressler, uma ex-repórter do jornal Houston Chronicle, de uma coluna de alta sociedade, foi demitida desta empresa, em 2012, por ter outra ocupação nas horas vagas: stripper.
A repórter foi denunciada por outro jornalista, de um jornal rival, que escreveu sobre a outra vida de Sarah, causando assim sua demissão um dia após a revelação do caso.
As empresas estão cagando para o profissionalismo de seus funcionários, diretores e gerentes querem manter a imagem conservadora da empresa, não admitindo o que seus funcionários fazem em suas vidas fora-do-horário-de-trabalho.
Sarah Tressler resolveu escrever um livro após sua demissão, baseado em seus relatos no próprio blog (privado para cadastrados). O livro leva o mesmo nome do blog: Diary of an Angry Stripper.
Mesmo demitida, ela continuou a trabalhar como freelancer e contratada novamente para outra publicação no Houston, e atualmente está em escrevendo para o Houston Magazine. E ainda: continua fazendo o seu stripper.
Mesmo demitida, ela continuou a trabalhar como freelancer e contratada novamente para outra publicação no Houston, e atualmente está em escrevendo para o Houston Magazine. E ainda: continua fazendo o seu stripper.
Obscenatório
27 janeiro 2013
Escola de verão
Cativava-me aquele olhar e pele ameríndia. Quando o apito da fábrica dava o meio-dia para todas as aldeias em redor eu já estava a empurrar o portãozito da escola primária para me refugiar sob o alpendre. Ouvia o zunido da zundapp a aproximar-se e a parar a uns metros seguros da escola.
Ele chegava em silêncio e num beijo mergulhava em mim como se nessas pálpebras cerradas apagasse a imagem do pai nas festas das vilas vizinhas, no meio do intenso cheiro a chanfana, a distribuir cervejas pelos rapazes que aceitassem a troca de ele os transformar em gargalo de Super Bock.
Eu esgrimia aquela língua na utopia de absorver aqueles músculos construídos a baldes de cimento, no calor daquele verão onde a toda a hora despontavam os fogos aqui e além. Ele encostava-me literalmente à parede e escorria por mim até a sua cabeça se enfronhar debaixo da minha saia de flores até que os meus dedos puxassem os seus cabelos para trazer de volta a sua boca molhada à minha. Desapertava-lhe as calças reforçadas a pingos de tinta e ajoelhava-me para fazer levedar a massa na minha saliva. E como sempre, era nessa altura que me pegava ao colo até à velha mesa de lanches daquele alpendre e fazia dela a cama onde se estendia sobre mim, mimando o missionário. Sem palavras, rolava-me para cima dele e fazia-me rodar até os dedos dos meus pés tocarem as pontinhas dos seus cabelos escorridos, segurando-me as nádegas tal qual como a tigela onde bebia a sopa de manhã enquanto eu debicava o croissant empinadinho até atingir o creme de doce de ovos.
Está a ouvir Senhor Doutor?... Desculpe mas eu falava do último verão em que o toquei em carne e osso, em que nos beijámos com as bocas encharcadas, já que ele resolveu trocar a plantação do quintal que até a mãe achava que era linda pelos pózinhos que lhe deram a overdose logo no inverno. E quando soube apenas desejei que ele tivesse tido a sorte de antes experimentar uma queca completa.
[Foto © José Pedras, 2008, Mists of passion]
Ele chegava em silêncio e num beijo mergulhava em mim como se nessas pálpebras cerradas apagasse a imagem do pai nas festas das vilas vizinhas, no meio do intenso cheiro a chanfana, a distribuir cervejas pelos rapazes que aceitassem a troca de ele os transformar em gargalo de Super Bock.
Eu esgrimia aquela língua na utopia de absorver aqueles músculos construídos a baldes de cimento, no calor daquele verão onde a toda a hora despontavam os fogos aqui e além. Ele encostava-me literalmente à parede e escorria por mim até a sua cabeça se enfronhar debaixo da minha saia de flores até que os meus dedos puxassem os seus cabelos para trazer de volta a sua boca molhada à minha. Desapertava-lhe as calças reforçadas a pingos de tinta e ajoelhava-me para fazer levedar a massa na minha saliva. E como sempre, era nessa altura que me pegava ao colo até à velha mesa de lanches daquele alpendre e fazia dela a cama onde se estendia sobre mim, mimando o missionário. Sem palavras, rolava-me para cima dele e fazia-me rodar até os dedos dos meus pés tocarem as pontinhas dos seus cabelos escorridos, segurando-me as nádegas tal qual como a tigela onde bebia a sopa de manhã enquanto eu debicava o croissant empinadinho até atingir o creme de doce de ovos.
Está a ouvir Senhor Doutor?... Desculpe mas eu falava do último verão em que o toquei em carne e osso, em que nos beijámos com as bocas encharcadas, já que ele resolveu trocar a plantação do quintal que até a mãe achava que era linda pelos pózinhos que lhe deram a overdose logo no inverno. E quando soube apenas desejei que ele tivesse tido a sorte de antes experimentar uma queca completa.
[Foto © José Pedras, 2008, Mists of passion]
Retalhos
Bebe-me
que eu sirvo-te estremeções
que eu sirvo-te a dor
que eu sirvo-te rasgões
por uma gota de amor
que eu sirvo-te estremeções
que eu sirvo-te a dor
que eu sirvo-te rasgões
por uma gota de amor
A nudez dá audiência
Fonte: Daily Mail
Já postei aqui o caso da mulher que usou seus seios como espaço publicitário, porque a nudez dá audiência.
Recentemente, a britânica Aimi Jones publicou um anúncio no eBay da venda de um vestido seu. Porém, na foto tirada, no canto esquerdo havia um espelho, e a vendedora saiu na foto. Nela Aimi aparece de sutiã e sem calcinha. Será que alguém é ingênua de acreditar que ela não havia reparado?
Logo a imagem virou um viral e se espalhou pela internet. Com isso, sem dúvida, o vestido ganhou grande repercussão. Em seguida Aimi substitui a foto por outro, mas desta vez, aparecendo com um casaco mas com as pernas de fora. A ação foi tão efetiva que o vestido foi leiloado por um valor muito acima do esperado.
Obscenatório
26 janeiro 2013
«Fuck Me In The Ass Because I Love Jesus» (legendado) - Garfunkel and Oates
"Come o meu cu porque eu amo Jesus"
Estas duas meninas sabem divertir-se e divertir-nos. O canal delas no YouTube é aqui.
Estas duas meninas sabem divertir-se e divertir-nos. O canal delas no YouTube é aqui.
«respostas a perguntas inexistentes (221)» - bagaço amarelo
Quando visitamos um lugar pela primeira vez na vida, essa primeira vez fica-nos gravada na mente como se fosse um carimbo. É por isso, aliás, que eu gosto de viajar com a Raquel. Nunca poderei voltar a algumas cidades, vilas ou aldeias sem me lembrar dela, porque foi com ela que as conheci.
O motor do automóvel ainda trabalhava, num esforço arfado para arrefecer debaixo do calor intenso, e eu acabei por desistir. "Vamos beber uma cerveja e comer qualquer coisa, ali naquele café". Pedi-lhe, num tom de quem desespera por estar em qualquer sitio com uma temperatura que dê algum conforto ao corpo.
Vieram duas sopas mornas e duas cervejas, fez-se silêncio sobre a refeição e sobre assunto. Entre cada colherada ou gole, fui espreitando pela janela para avivar a memória. Reconheci a localização dum pequeno parque infantil que entretanto já tinha sido modificado, e acabei por me lembrar de uma só cena: dois baloiços, um escorrega e uma roda com três cavalos de pau tinham ali estado há mais de trinta anos atrás.
Vi-me a subir apressadamente ao escorrega. Um rapaz qualquer, que vinha atrás de mim, empurrou-me no momento em que hesitei lançar-me rampa abaixo e caí descontrolado. Bati com um joelho no próprio queixo e comecei a chorar. De facto, não me lembro do abraço do meu pai nem da minha mãe, portanto eles não estavam lá. Lembro-me duma miúda se ter sentado ao meu lado depois de ter ralhado com o próprio irmão, me ter dito que aquilo ia passar, abraçar-me, dar-me um beijo na face e desaparecer a correr por entre as árvores que ainda ali estavam. Nunca mais a vi.
A Raquel perguntou-me se eu queria seguir já viagem ou dar uma volta à terra. "Vamos sentar-nos ali, debaixo daquela árvore junto ao parque para os putos", pedi-lhe. Pousei a cabeça na palma da minha mão direita assim que me sentei. Queria saber em que contexto e circunstâncias é que tinha ali estado em criança, provavelmente com cinco ou seis anos de idade, mas não conseguia. Até hoje, aliás, nunca consegui. A Raquel abraçou-me, deu-me um beijo na face, e disse-me que estava ali.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Mulher em três peças de barro vidrado
Muito interessante, este conjunto de 3 peças que forma uma mulher.
Não me recordo da origem, mas está já há muitos anos na minha colecção.
Não me recordo da origem, mas está já há muitos anos na minha colecção.
25 janeiro 2013
Quarenta minutos
–
Queres dizer que… já tinham acabado quando fizeram sexo pela primeira vez?
–
Foi.
–
Acabaram e depois foderam?!
–
Sim.
–
Que raio de merda… E depois?
–
Vestimo-nos.
–
Foda-se! Não é isso!... Andaram três meses…
–
Quase quatro.
–
Ainda pior! E durante esse tempo nunca, nada?
–
Algumas coisas, muitas vezes.
–
Mas… Mas, sexo com penetração não.
(ri)
– Não, sexo com penetração nesses quase quatro meses não.
–
E depois, sim.
–
Sim.
–
Logo depois?
–
Não, logo depois não. Já tínhamos acabado aí à meia-hora.
–
Ahn?!
–
À vontade. Foi mais de meia hora. Para aí uns quarenta minutos.
–
Andam quase quatro meses e nada e quarenta minutos depois de acabarem...
–
Pois.
–
Mas que lógica é essa?!
–
Aconteceu. Estávamos mais soltos, mais à vontade. Já não havia
constrangimentos, sei lá… Aconteceu.
–
E agora?
–
Agora, o quê?
–
Sei lá… Nunca mais se viram?
(olha
em volta e murmura) – Não, vimo-nos… (ri com a expressão involuntária que lhe
saiu). Temo-nos visto.
–
E não só visto…
–
E não só visto, de facto. Na maior parte do tempo estamos nus.
–
Desculpa?
–
Era um trocadilho com o facto de não ser só visto. Na maior parte do tempo eu não
visto nada e ela também não. Não teve graça.
–
E porque é que olhaste em volta antes de responder?
–
Olhei?
–
Olhaste.
–
É que (torna a olhar em volta) andamos com outra pessoas.
–
Tu e ela?
–
Sim. E não há necessidade de alguém saber e não gostar. Entre nós não há
qualquer ligação sentimental, nada. É uma coisa física, mais nada. Ambos
sabemos o que temos e o que queremos e não queremos.
–
Não querem mais.
–
De algumas coisas sim, de outras não. (ri)
–
Isso é evidente. (ri)
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