30 janeiro 2013

Placebo de Paixão


E eis que vejo
que a lado nenhum pertenço,
sem nada meu, apenas este desejo
sempre demasiado intenso,
esta fome de saudade murcha.
Saudade de quê? Saudade de quem?
Não tem alguém, não perde ninguém,
não pinta, só mancha.
E eis que vejo e prevejo
o vazio imenso em mim a crescer,
pois que tanto me despejo
que nada me pode encher,
esta febre de vontade queima.
Vontade de quê? Vontade de quem?
Não aquece ninguém? Não aquece alguém,
não arde, só chama.
E eis que me vejo
lasciva, um corpo de mão em mão.
Amantes? Um cortejo,
são placebo da tua paixão.

«tudo isto é triste» - bagaço amarelo


A Barbie e o Ken encontraram-se finalmente. O problema é que o Ken não compreendeu a Barbie.
Ela, uma ucraniana que não diz quantas cirurgias já fez para se parecer com a boneca lançada em 1959 pela Mattel, viajou até aos Estados Unidos para conhecer um homem que já fez cerca de cem cirurgias plásticas para se assemelhar ao popular boneco lançado nos anos sessenta pela mesma empresa. Conheceram-se, mas o Ken já fez saber que a considera "muito esquisita, muito formal e com falta de personalidade". Parece ser um casal sem futuro, portanto.
Eu defendo que cada um de nós tem direito ao seu próprio corpo e que, por isso, pode fazer com ele o que muito bem entender. Mesmo que esse entendimento passe por ficar igual ao Ken, à Barbie ou até ao Senhor Cabeça de Batata. Não os vou criticar, assim, por isso.
O que me assusta nisto tudo, é a forma como a sociedade mediática nos diz como deve ser o nosso corpo. Uma empresa lançou dois bonecos há mais de cinquenta anos e, entretanto, nasceu uma indústria que decide por nós o que é bonito e feio. Nos Estados Unidos há uma indústria gigantesca à volta de concursos de moda para crianças, em que o objectivo é ser o mais parecido possível com o Ken ou com a Barbie. Alguns pais investem milhares de euros nos seus filhos apenas com o objectivo de os vencer.
A própria moda emagreceu as mulheres, multiplicando os problemas de bulimia e anorexia na adolescência, colocando à margem social aqueles cujo corpo não se presta a tais semelhanças. A beleza deixou de ser uma contemplação e passou a ser uma violência.
Eu, como já referi aqui, defendo o direito de cada um ao seu corpo, e é por isso mesmo que me assusto com esta agressividade da indústria da moda, que nos tira esse mesmo direito sem sequer notarmos. Sem notarmos também, estamos a ceder todos os dias a nossa individualidade a um paradigma social que só tem um objectivo: servir um modelo de crescimento económico em que nada mais cresce a não ser ele mesmo. Nem os nossos salários, nem a nossa qualidade de vida, nem a nossa felicidade.
Tudo isto é triste.

bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Erica vai às fontes» - um estudo de SOD, o Pérfido


XBIZ Los Angeles — "Erica Fontes tornou-se a primeira actriz de filmes adultos de Portugal a vencer um prémio XBIZ, quando foi coroada «2013 XBIZ Foreign Female Performer of the Year». A estrela de 21 anos nasceu em Lisboa, onde ainda reside".

Sod, o Pérfido, fez um estudo aprofundado sobre esta nossa estrela alfacinha:

«Erica vai às fontes»

"E não irá partir a cantarinha. Foi o que me lembrei a propósito do prémio que tão justamente Erica Fontes terá recebido pelo seu talento representativo. Prevendo tratar-se de um trabalho muito excitante, meti mão à obra e fui investigar.
Entre os trabalhos onde se viu metida e lhe vieram a meter, virei a destacar alguns. Obviamente isto obrigou-me a intensa pesquisa e a alguns momentos de visionamento duro.
No sítio BangBros aparece num episódio de Monsters of Cock, vestida (pouco mais tarde despida) de cor-de-rosa, com um colar onde se pode ler Barbie. Vê-se negra para conseguir engolir um trabalho daquele tamanho. Tem talento para dizer baby em português e para uns quantos esgares que simulam a dor de não conseguir engolir mais. Cavalga confiante a tarefa, mostrando que independentemente do seu tamanho, tem muita arrumação.
Em Culioneros mostra-se em Ready for Public Action, onde é filmada em vários actos em locais supostamente públicos. Numa das posições mostra tanto prazer que a camisinha parece mudar de cor. Destaque no, obviamente exíguo, guarda-roupa para as botas estilo esquimó, com uns pompons. No mesmo sítio, fez um episódio da série Take In the Ass Like That, onde não me parece que seja necessárias grandes explicações.
Em PornPros, com uns óculos em forma de um par de corações exibe orgulhosamente uma camisola verde, com Portugal escrito em vermelho, e explica que tudo o que fez pela primeira vez, foi com 14 anos (um ano muito preenchido, certamente). As pestanas postiças e as raízes pintadas de escuro dão-lhe um visual mais próximo de um hambúrguer do MacDonalds do que de um bitoque com ovo a cavalo (sim, porque também posso fazer uma crítica a tamanho trabalho artístico). É que Deep Throat Love não dá espaço para que muitas palavras lhe saiam da garganta, após o início da verdadeira acção. Ainda que a acção não se fique por ali e se venha por outros caminhos. Destaque para as cenas em pé: de levantar o público. E um final com um pedido muito especial na língua de Camões e mais uns quantos palavrões.
Em Brazzers, começa por ser uma sluty honey beaver, seja lá o que isso for, mas corre pelo bosque em biquini e acaba por ser uma teen que Likes It Big ou é chegado o tempo da época de acasalamento.
Em Eye Fucked Them All, entra numa acção com pouca história e muito molho dela e do colega com quem contracena. O peito parece maior que nas outras cenas, talvez revelando tratar-se de um trabalho mais recente.
Em FuckedHard18, o que começa como uma massagem, acaba como em todos os outros filmes, mas em cima de uma marquesa.
Nada do que referi aqui, aparece no seu sítio oficial, mostrando que apenas arranhei a superfície do seu trabalho.
Por este «pequeno» apanhado, podemos imaginar como tem sido produtiva a sua carreira, mostrando que os portugueses quando saem para fora, rendem tanto ou mais que os estrangeiros."
Sod, o Pérfido

Pornografia invade Festival de Sundance


Matéria reproduzida do Diário do Nordeste

Filme experimental, documentário e longa sobre o mítico "Garganta profunda" foram exibidos

James Franco não quer falar de sexo. Ele quer mostrá-lo explicitamente. E, de preferência, com muito couro. O ator, diretor e poeta de 34 anos está no Sundance Film Festival (que vai até domingo, em Park City, Utah, nos EUA) com três filmes que abordam pornografia, dois deles sobre fetiche e cultura gay.

James Franco interpreta o hedonista criador da Playboy, Hugh Hefner. Ator ainda divulgou longa sobre submundo gay e documentário sobre produtora pornô

"Acho bonito e atrativo", afirma Franco sobre as cenas de sexo explícito num clube gay em "Interior. Leather Bar", um filme com pegada de documentário que ele dirige em parceria com Travis Mathews, um diretor de "pornô-arte gay".

Parceiros da Noite

Em "Interior. Leather Bar", Franco e Mathews tentam recriar os 40 minutos cortados de "Parceiros da Noite" (1980), sobre um policial vivido por Al Pacino que se infiltra nos clubes gays de fetichismo para pegar um assassino.
Na época, o diretor William Friedkin ("O Exorcista", "Operação França") foi obrigado a cortar as cenas por serem fortes demais e negativas à comunidade gay.
Franco chamou um amigo de infância, Val Lauren, para viver o personagem de Al Pacino, enquanto atores amadores se preparam para as filmagens (há sexo oral e lambeção de botas). Uma câmera segue Lauren a todo momento, que teve muitas dúvidas sobre o projeto, mas confiou na "missão" de Franco.
O resultado oscila entre experimental e pseudointelectual, com muitas discussões sobre sexualidade. "Queria revisitar ´Parceiros da Noite´ e ver como as coisas mudaram, ou não. Val está numa jornada como o personagem de Al Pacino, descobrindo um mundo novo", diz Franco.

Fetiche

Além de "Interior. Leather Bar", o ator aparece nos créditos como produtor-executivo do documentário "Kink".
O filme é sobre a maior produtora do mundo de vídeos on-line de BDSM (sigla para bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo), num galpão em San Francisco, com 100 funcionários. Há cenas de filmagens da produtora, com máquinas de sexo que parecem instrumentos de tortura, e entrevistas com diretores dos vídeos.
Atores e atrizes também dão depoimentos, quando não estão amarrados de ponta-cabeça ou sendo sufocados em banheiras.

"Playboy"

O terceiro projeto de Franco é um filme bem mais tradicional, "Lovelace", sobre os bastidores do pornô mais lucrativo da história, "Garganta Profunda" (1972).
Ele vive Hugh Hefner, fundador da"Playboy. O longa tem menos sexo e mais violência doméstica entre Linda Lovelace (Amanda Seyfried) e seu marido e produtor Chuck Taynor (Peter Sarsgaard).
Outro pornógrafo nas telas de Sundance é o inglês Paul Raymond (1925-2008), fundador do primeiro clube de striptease da Grã-Bretanha, nos anos 1950, e editor de revistas adultas.
O longa "The Look of Love" é protagonizado por Steve Coogan e tem direção de Michael Winterbottom, que centralizou a história nas três pessoas mais importantes da vida de Raymond: sua mulher, sua amante e sua filha.

FERNANDA EZABELLA FOLHAPRESS 

Obscenatório

29 janeiro 2013

«História Clínica» - manifestação de solidariedade do Carlos Carvalho

"Apenas a minha sincera manifestação de solidariedade para com a L. e a I. através de uma poesia retirada do livro «Você está aqui», pois de certeza que também vencerão, OK?
E também a irmã do A. (que fez 50 anos a semana passada) também tem estofo para ganhar uma batalha semelhante!
Como muitas outras (e outros) merecem essa vitória!"
Carlos Car(v)alho


A foto também é do Carlos Car(v)alho... sem ser a dele...

"História Clínica"

As mamas da dona Ana eram um
sítio maravilhoso. Maduras (qual
par de mangas) de entre elas saíam
coisas extraordinárias
(notas de 5 para os netos
lenços bordados no Minho) uma ou
outra medalha do mau-génio
do marido. Dessa vez veio à cidade e
o doutor ficou com uma –
ela deixou de poder encravar no meio delas
tudo aquilo e os santinhos
(deste lado uma colina alta e generosa desse
um prado dividido). Num ano
levou-lhe a outra e outra levou-lhe
o marido (ainda há mulheres com sorte: )
está
enfim livre de perigo.

Autor: João Luís Barreto Guimarães - nasceu no Porto, Portugal, em Junho de 1967. Publicou 8 livros de poesia, os primeiros sete reeditados em "Poesia Reunida" (2011), a que se seguiu o seu mais recente título "Você está aqui" (2013) editado pela Quetzal Editores, de onde se retirou este poema (pág.45).

«descanso» - Susana Duarte

descanso
sob as asas ocultas
nos seios

dos teus braços;
... sob o sol poente
da noite

do meu ventre;
sob as águas da tua boca
e da corporalidade
do teu ser.
descanso
sobre as ondas

descalças

dos poemas
que jazem nas linhas
das axilas,
onde encosto as linhas
do rosto antigo,
e me permito sonhar

cálidas
rubras
manhãs
em que acordo em ti.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Eva portuguesa - «Porto: tournée de Verão» (publicado originalmente em Julho/2012)

Faz quase três meses que fui ao Porto (mais propriamente a Vila Nova de Gaia).
Está na hora de voltar.
Dia 30 partirei novamente rumo a esse destino que tanto bem me traz.
Achei que devia e merecia a pena fazê-lo antes das férias. Tipo uma ""tournée" de Verão.
E vou ficar exactamente no mesmo sítio onde fiquei a primeira vez: o Hotel Mercure em 
Vila Nova de Gaia.
Só espero que corra tão bem como correu dessa vez (estará a fazer um ano, talvez).
E assim como dessa vez fui com uma colega/ amiga, desta também irei. Não a mesma, que felizmente para ela já se "reformou" desta vida dupla e incerta.
Agora irei com a minha Carmencita, a minha companheira das brincadeiras a três cá de Lisboa.
A minha amiga Portuguesa com sotaque Espanhol, que tanto me tem ajudado a dar prazer aos Lisboetas, irá também comigo no dia 30 para o Porto. Quem sabe para, juntamente comigo, permitir momentos de loucura e tesão também aos Nortenhos...
Connosco, a diversão é inevitável!
E assim, junto com ela para um atrevido ménage à trois, ou só comigo para um convívio meigo, sensual e completo. Sei/ espero que os "meus homens" do Norte se venham despedir antes das férias, que venham dar-me as boas vindas à sua terra e que, mais uma vez, me façam sentir que vale a pena pegar na bagagem e ir passar uma semana ao Porto.
Conto com os meus clientes habituais, espero fazer novos clientes e espero agradar e ser agradada.
Pois é para isso mesmo que vou: dar prazer, receber felicidade.
E é com este espírito de fazer o meu melhor que estarei em Gaia de 30/7 a 4/8. Uma semana para me poderem desfrutar... uma semana em que eu vou investir, para ter um retorno superior... uma semana de esperança e, espero, de concretização... um "até depois" alegre, feliz, verdadeiro...
Eu estarei lá para vocês...
Vocês, irão lá ter comigo?...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Vamos falar de Sexo

... com a Academia de Vénus, num programa de Rádio na RadiOeste . Desta vez o tema foi "O tamanho Importa?" Falou-se de KamaSutra e dos tamanhos das Yonis e dos Lingams. “O homem divide-se em três classes, ou seja, o homem-lebre, o homem-touro e o homem-cavalo, segundo o tamanho de seu lingam (pénis em sânscrito). Também a mulher, segundo a profundidade de sua yoni (vagina), pode ser uma corça, uma égua ou uma elefanta”.


E você? o que acha? 

Adão e Eva pintados à mão num vestido de linho

Muitas peças que fazem parte da minha colecção de arte erótica são bem mais do que meros objectos: são gestos e símbolos de amizade, de partilha e de cumplicidade.
A minha amiga triMargarida (Margarida com duas belas... Margaridas) trouxe de Roma este vestido de linho e usou-o no Sãorau do 15º Encontra-a-Funda.
Logo nessa noite prometeu que um dia mo ofereceria, para a minha colecção. E cá está.
Obrigada, TriMargarida!
Quem sabe se um dia (de festa) não o usarei?...




28 janeiro 2013

Postalinho de amor entre menores de 18

Nem com as suas idades somadas a Petra Maria (quase 14 anos) e o Sebastião José (3 anos e meio) atingem os 18 anos. Mas não se inibem de fazer poucas-vergonhices.
A dona, a Ana A., apanhou-os em flagrante e mandou-nos este postalinho.

Reparem nos pés, tão bem feitinhos


Foto: Shark

«conversa 1943» - bagaço amarelo

(num bar)

Ela - É uma pena que os homens não saibam andar devagar numa relação.
Eu - Devagar?!
Ela - Sim, devagar. Quando começam querem logo tudo e mais alguma coisa: casar, viver juntos, ter filhos, etc...
Eu - Nunca tive a noção disso, para ser sincero. A minha filha nasceu dez anos depois de eu começar a namorar com a mãe dela... e a maior parte dos meus amigos não andou muito longe disso.
Ela - Tu tens quarenta e um anos. Eu estou a falar dos miúdos que agora têm à volta de trinta.
Eu - Mas tu também tens quarenta e um. Andas com algum tipo de trinta?
Ela - Mais ou menos.
Eu - Mais ou menos? Ou andas ou não andas.
Ela - Lá está. Eu dei-lhe uma abébia e o tipo já quer vir viver para minha casa.
Eu - Uma abébia?!
Ela - Sim, levei o tipo para a cama uma noite. Agora telefona-me todos os dias, manda-me flores e enfim... eu já lhe disse que não estou numa de namorar com ninguém. Quero liberdade. O meu ex-marido já me chegou para a vida inteira no que diz respeito a dores de cabeça.
Eu - Mas isso não é ele que quer andar depressa demais. É ele que quer uma coisa e tu que não queres nada. Quando a questão é só andar mais depressa ou mais devagar, as coisas até podem ter solução.
Ela - Pois, se calhar é. Nesse caso é uma pena que os homens não saibam ter uma relação mais sexual e menos emocional. Neste momento era o que eu queria.
Eu (risos) - Alguns devem saber.Tens que procurar melhor.
Ela - Sim. Os casados sabem quase todos ter uma amante só para sexo. Isso também já descobri.
Eu - E isso preocupa-te?! Se queres só sexo qual é o problema de ser com um gajo casado?
Ela - Quero só sexo, sim, mas não quero ser a segunda. Quero ser a primeira.
Eu - Já não percebo nadinha.
Ela - Nem eu. Vamos pedir mais um tintol destes de seis euros?
Eu - Sim, é o melhor.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Dupla jornada de trabalho pode causar demissão às mulheres


Fonte: Gawker

A notícia é antiga, mas a prática é constatada todos os dias:

Sarah Tressler, uma ex-repórter do jornal Houston Chronicle, de uma coluna de alta sociedade, foi demitida desta empresa, em 2012, por ter outra ocupação nas horas vagas: stripper.


A repórter foi denunciada por outro jornalista, de um jornal rival, que escreveu sobre a outra vida de Sarah, causando assim sua demissão um dia após a revelação do caso.

As empresas estão cagando para o profissionalismo de seus funcionários, diretores e gerentes querem manter a imagem conservadora da empresa, não admitindo o que seus funcionários fazem em suas vidas fora-do-horário-de-trabalho.

Sarah Tressler resolveu escrever um livro após sua demissão, baseado em seus relatos no próprio blog (privado para cadastrados). O livro leva o mesmo nome do blog: Diary of an Angry Stripper.

Mesmo demitida, ela continuou a trabalhar como freelancer e contratada novamente para outra publicação no Houston, e atualmente está em escrevendo para o Houston Magazine. E ainda: continua fazendo o seu stripper.





Obscenatório