24 abril 2013

Manuel Vieira, Filipe Melo e Kornos Quartet - «Merda» (ensaio) @ Cordoaria Nacional

Manuel Vieira, Filipe Melo e Kornos Quartet durante a exposição CASA de Manuel Vieira, na Galeria Torreão Nascente na Cordoaria Nacional

«conversa 1965» - bagaço amarelo

Ela - O meu marido está sempre a queixar-se que não temos sexo suficiente.
Eu - E não têm?
Ela - Para mim chega o que temos. Acho que não vemos o sexo da mesma forma...
Eu - Da mesma forma?!
Ela - Sim, da mesma forma. Para mim o sexo é luxúria, só faz sentido se eu estiver nos píncaros da libido. Para ele, e acho que para os homens em geral, é uma sensação de conforto. Mesmo que não estejam muito entusiasmados, precisam duma certa regularidade sexual.
Eu - Ah! Compreendo.
Ela - Ele não, não compreende...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A importância do paleio para as gajas

Crica para veres toda a história
Abertura


1 página

oglaf.com

23 abril 2013

Passagem de modelos em Praga com pintura corporal

BODY ART 2013 - Castelos de Praga


BODY ART 2013 - Praha stověžatá (Prague Castles) www. Tristarmedia.cz from Tristarmedia.cz on Vimeo.

Eva portuguesa - «Vida»

A vida é uma foda:  ao principio dói, depois é bom, depois torna a doer e não vimos a hora de acabar...

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«encontro-te nas luas azuis» - Susana Duarte



encontro-te nas luas azuis
de todas as marés do meu corpo,
e em todas as marés, encontro as noites
perfumadas de mirtilos. encontro-te

em cada onda que morre e em cada maré viva.

és, de todas as praias, a mais rubra
manhã dos meus olhos quando, em cada movimento,
ondulas seiva e me respiras.

encontro-te onde as frutas
me perfumam com a luz dos teus olhos,

e o azul-maré-recanto dos teus olhos, é a vida
que me cresce dentro e ilumina as veias
onde navegas. Mais não somos, senão ondulações
das letras
com que escrevemos o futuro

sobre o qual caminhamos.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

A versão original da estátua de David, de Miguel Ângelo

Estamos habituados a ver a pilinha do David, de Miguel Ângelo:



... mas o original (não censurado) desta obra de arte apareceu e está na minha colecção.
Tem 17cm de altura, 3,5x4cm de base e é uma peça em bronze original de Pierre Leroux, de quem tenho várias estatuetas:



22 abril 2013

«É melhor com molas» - anúncios a colchões



«conversa 1963» - bagaço amarelo

Ela - Esta vai ser a primeira passagem de ano em que estou divorciada.
Eu - Isso preocupa-te?
Ela - Preocupa-me passá-la sem os meus filhos...
Eu - Compreendo. Eu telefono sempre à minha filha nessa noite, quando não estou com ela.
Ela - Eles não têm telefone e tenho quase a certeza que o meu ex-marido não vai atender.
Eu - Não vai atender?! Porquê?
Ela - Porque me quer irritar.
Eu - Ele não faz isso de certeza. Eu conheço-o e sei que não faz. É um gajo porreiro.
Ela - Eu também sou porreira e fazia-o sem problema nenhum.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Saudade» de Cristina Miranda

"Foi depressa que devagar nos percorremos,
Foi devagar que depressa corremos o nosso corpo,
Cobrindo-nos da felicidade
Que ia caindo como fiapos de acalento,
Dos meus e dos teus dedos…
Ah, não somos capazes de mais,
A não ser gotejar anseios
Para enobrecer os gestos
Com que nos saciaremos,
Logo mais,
Quando de novo nos inventarmos!
Pensemos no bem-querer que teremos
Quando demorar a vontade,
Que pinga, em nós, açucarada
Sobrevoemos o prazer de estarmos,
De sentir o calor da arena da pele,
E então, sim,
Surpreendamo-nos com a extravagância:
Será depressa que devagar nos percorreremos
Será demorada a pressa de nos invadirmos,
Mas será tão notável o prazer que sempre teremos,
Quer seja ontem,
Quer seja hoje,
Ou amanhã,
De esvoaçar sobre o diadema do nosso desejo."

Cristina Miranda

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Uma ajudinha

Às vezes todos precisam de um empurrãozinho.



Todos tem direito a se divertir.

Capinaremos.com

21 abril 2013

Porta-Curtas - «Dente por Dente»

Comédia
Diretor: Alice de Andrade
Duração: 24 min
Ano: 1994
Sinopse: Uma tumultuada história de amor entre um dentista-poeta e uma jovem traumatizada por consultórios dentários. A história de uma paixão louca que oscila entre tapas e beijos, bocas e dentes. Com a mão segura de Dib Lutfi, o grande fotógrafo do Cinema Novo, o curta narra com humor a relação de amor e ódio entre dentistas e seus pacientes.

«Vida fácil?» - por Rui Felício


Nunca conheceu a mãe que a pariu.
Deixou-a na Roda ainda ela tinha só uma semana de vida.
As freiras diziam que a sua verdadeira mãe tinha sido uma prostituta de Coimbra que não a podia criar e que a abandonou na Roda.
Para que alguém tomasse conta de si, as bondosas religiosas entregaram-na a uma Senhora rica, dona de uma quinta nos arredores de São João do Campo a quem ela se habituou a chamar mãe.
Aos 7 anos de idade já mourejava de sol a sol no amanho da terra juntamente com os camponeses que a Senhora contratava para as sementeiras e para as colheitas.
À hora da sesta levava-lhes água fresca, azeitonas, broa e uma cabaça de vinho.
Quando debaixo da roupa de chita começaram a despontar-lhe duas colinas e as ancas se lhe iam alargando, aqueles homens rudes atiravam-lhe dichotes obscenos, passavam-lhe as mãos ásperas e gretadas pelas pernas, pelos seios púberes, pelo rosto de adolescente.
Quanto mais ela se esquivava, quanto mais rispida era com eles, mais eles riam, mais ordinários se tornavam.
Um dia, tinha a miúda acabado de fazer 13 anos, oculto por detrás duma fiada de trepadeiras junto às pocilgas dos bácoros, o Granadeiro, capataz da quinta, puxou-a por um braço, tapou-lhe a boca com a mão crispada para ela não gritar e arrastou-a para cima de um monte de palha dentro da pocilga.
Debatendo-se sob o peso do seu corpo de homem possante, sentiu-o a entrar dentro de si, rasgando-a, desfrutando a sua virgindade. Saciado, o capataz deixou-a para ali, dorida, revoltada.
A dona da quinta, quando soube, ficou furiosa, chamou-a e disse-lhe que ela era outra igual à sua mãe e que, a partir daquele dia não a queria mais em sua casa.
O Granadeiro levou-a para Coimbra arranjando-lhe um quarto em casa do seu amigo Gilberto, que a acolheu.
O Gilberto andava sempre impecavelmente vestido, o cabelo bem penteado, os sapatos castanhos debruados a branco ofuscavam de brilho.
Acarinhou-a, dava-lhe prendas, levava-a a passear.
Apresentou-a a amigos seus, incentivando-a a tratá-los bem, a ser-lhes prestável em troca de ofertas ou dinheiro que eles lhe dessem, para assim ajudar a comparticipar nas despesas que ele estava a ter com ela.
A rapariga cresceu e acabou por se apaixonar pelo Gilberto. É certo que ele às vezes lhe batia quando ela tentava recusar-se a estar com algum dos seus amigos, mas o amor dela era mais forte e perdoava-lhe tudo quando ele a seguir a enchia de carinhos, quando o seu abraço e os seus beijos lhe aqueciam a alma, quando as suas palavras ternas a estimulavam e inundavam de prazer.
Já não havia dia em que o Gilberto não lhe ralhasse, quando ela lhe entregava o dinheiro que tinha recebido e que ele achava sempre pouco. Gritava-lhe, batia-lhe, chamava-lhe desgraçada sem eira nem beira que nem era capaz de ganhar o sustento e o tecto que ele lhe dava.
Um dia o Gilberto, depois de uma violenta discussão, expulsou de casa aquela já mulher, precocemente envelhecida, que passou a deambular nas noites frias pela Av. Fernão de Magalhães, oferecendo-se aos homens que ainda se dignassem dirigir-lhe um olhar.
Passado um ano, descuidou-se e engravidou.
Foi depositar na Roda, embrulhada num saco de plástico, a criança que pariu na mata do Choupal.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido