24 julho 2013

a redacção da Papel e o momento ptui ptui



a revista Papel está em modo silly season: é verão e a redacção também sofre, como todo e qualquer ser humano, de calores e transpirações e afins
a Margarida resolve questionar a redacção sobre as suas preferências e eis que o silly tomou conta da season. sem dizer nomes, senhoras e senhores, eis o best off dos comentários dos papelenses ao quizz da Margarida:

«Nunca fiz. Se é por referências geográficas, ainda sou do tempo em que se mantinha o triângulo das Bermudas.»

«Eu voto a favor da proposta, mas com reservas.»

«Só falo perante exemplos concretos. Visíveis, portanto. Dizer palpáveis, neste contexto, é... complicado.»

«oh pah evita o momento ptui ptui, pronto era isto.»

[e eis que a Lucy Pepper nos avisa que vai ilustrar o artigo com base no ptui ptui. e partilha a ilustração connosco]

«I warn you all, it's going to be either revolting, or clinical.... or maybe even ptui ptui....»

«Eu nessas coisas sou muito prática. Começo a preocupar-me com o ptui ptui alheio quando alguém se preocupar com o meu.»

«Acho que do lado, digamos... sem "ptui-ptui", deveria haver uma tatoo com a bandeira do Brasil.»  

«DON'T BEHAVE!»    

«que emoção! umas partes pudendas no meu texto!!!»

«Também gosto de "partes pudendas". Aliás... eu, em pudendo... gosto sempre.»

«Oh, I don't know. Things started going (literally) downhill afyer joana's ptui ptui.»

« now it's my fault? ( oh mãaaaaaaaae olháqui as 'ssoas da papel a dizer mal de mim)»

«Eu cá acho que isto tem sido a ptui da loucura»

«olhem q para evitar o ptui ptui há mto auch! envolvido no processo. ñ é fácil, galera, ñ é fácil»

«queria ver os homens a auchAR!»

POWER to the people, 
POWER to PAPEL 
and... 
POWER TO CERA QUENTE! 


- já agora, podem ler o artigo da Margarida... AQUI!   
     


«conversa 2004» - bagaço amarelo

(ao telefone)

Eu - Vamos beber um copo?
Ela - Até ia, mas estou tão cansada que só me apetece dormir. Aliás, isto é sempre assim. Trabalho tanto durante a semana que passo os fins de semana a dormir. Quando finalmente me sinto em forma, já tenho que ir trabalhar outra vez.
Eu - Dito assim, é como se a vida te estivesse a passar ao lado.
Ela - E está mesmo. Não faço mais nada senão trabalhar, dormir e...
Eu - E quê?
Ela - E...
Eu - E sexo?
Ela - Não.
Eu - Ir ao cinema?
Ela - Não.
Eu - Ir às compras?
Ela - Nem por isso. É mesmo limpar a casa.
Eu - Desisto.
Ela - Eu também desisto.
Eu - Desistes?! Então bebemos um copo?
Ela - Não. Vou dormir.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho das ilhas gregas

"Lai lai laiii
O túnel que desemboca em..."
Manuel Boavida

23 julho 2013

«Solidão de novo»


Again Solitude from Sol Lang on Vimeo.

Eva portuguesa - «Maldade»

Telefonemas e mensagens obscenas e ofensivas,faltas de educação e de respeito, roubo (como já me aconteceu) e marcações falsas, são situações que, infelizmente, acontecem cada vez mais por parte de quem usa falsamente o título de cliente.
Mas, acreditem, há coisas que ainda me conseguem surpreender.
Há pessoas tão, mas tão ressabiadas, mesquinhas, pequeninas, que devem passar noites acordadas a tentar inventar novas e elaboradas formas de nos prejudicarem...
São pessoas tão reles que se alimentam da dor e infelicidade alheias...
Mas algumas, de se julgarem tão espertas, até merda fazem mal, pois deixam rasto (foi, por exemplo, o caso do cliente que me roubou e, como foi apanhado, veio devolver o dinheiro com o rabinho entre as pernas).
Aconteceu-me agora uma brilhante. Reparem. Até gravei o mail para verem que não é mentira...
Recebido dia 19/6/2013 às 15.17, de B. F. [com nome por extenso e e-mail, no texto original] escreveu:
«Eu vou ficar em Genebra cinco dias, estando por aí vou querer uma companhia agradável.Presumo eu que seja contigo. Estou um bocado cansado de solidão. Há opções na vida que se põem em marcha e nós pensamos que sejam as melhores devido à ganância do ser humano mas depois uns anos mais tarde percebemos que há coisas bem mais importantes. O problema é que o tempo não volta atrás.
Eu vou ficar no Hotel Mandarim Oriental (é um hotel de 5 estrelas absurdamente caro - isto é nota minha), podemos ficar por lá se assim o quiseres. Assim que me for possível vou fazer-te a transferência de 2000€ e quando chegar entrego-te o restante valor e ficas comigo o tempo que achares justo para os dois.
Regards
B.»

Este texto é a citação à letra do email enviado.
Visto estar no estrangeiro e não ter acesso à conta com o NIB que lhe dei (está em nome de uma amiga, por motivos que agora não interessam), não tinha como confirmar a transferência.
Ficou marcado encontrarmo-nos na 3ª, dia 25 para jantar e depois ficar com ele.
Escusado será dizer que nunca mais tive notícias da pessoa.
Fui então ao google procurar pelo endereço de email, que me remete para um anúncio no custo justo, a vender uma moto e com o seguinte número de telefone para contacto 966 XXX XXX,sendo a região indicada XXXXX [completo no texto original].
Agora digam-me: para que foi isto tudo (entretanto trocamos outros emails a combinar pormenores)?....
O que é que este anormal ganhou com isto?
Chega a ser maquiavélico... no primeiro email que me mandou disse que se tinha deparado com o meu blog e que eu seria mesmo aquilo que ele precisava e, torno a citar: «culta, bonita e inteligente. Ao ler o seu blog identifiquei-me com muitas coisas que lá escreveu...» e ainda acrescentou: «proposta séria, Eva».
E a vida é tão madrasta e a maldade tão grande, que até a nível pessoal tive assim uma «proposta séria» que teve o mesmo resultado...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Procura» - Susana Duarte







desfolha-me de nuvens
onde as acácias tremem suaves abraços
e, no abraço suave das palavras,

encontra-me.



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Papa no Sambódromo



HenriCartoon

Gárgulas eróticas do Mosteiro da Batalha

Já tinha visitado tantas vezes o Mosteiro da Batalha, um monumento que adoro...
Desta vez, numa loja de artesanato junto ao Mosteiro património da humanidade, encontrei uma série de ímans de frigorífico com réplicas de gárgulas do Mosteiro. E, entre essas, havia esta, que comprei para a minha colecção:





Tive que dar uma volta a todo o monumento para localizar esta gárgula. E lá está ela, junto à entrada principal, do lado direito:



Continuei a pesquisa e, do lado oposto (junto às capelas imperfeitas) encontrei esta maravilha, um animal a segurar num falo erecto:



... e como não há duas sem três, apreciem bem esta mulher, com os seios expostos por aberturas no vestido, também junto às capelas imperfeitas. Alguém me sabe dizer o que esta mulher, com as mãos nos joelhos, está a fazer?



Depois desta descoberta, ainda fiquei a gostar mais do Mosteiro da Batalha!

22 julho 2013

Fundaseno - «Consulta no médico»

«conversa 2003» - bagaço amarelo

Ela - Hoje apetece-me ter sexo.
Eu - Caramba! Dizes-me isso assim, porquê?
Ela - Desculpa. Estava a pensar alto. Acho que vou mandar uma mensagem ao meu namorado.
Eu - A dizer que hoje te apetece ter sexo?
Ela - Sim. É que quase nunca me apetece e ele anda um bocado chateado, mas hoje apetece-me.
Eu (silêncio)
Ela - Na verdade até anda amuado


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Amor em visita» de Herberto Hélder

Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.

Cantar? Longamente cantar.
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marítimo
e o pão for invadido pelas ondas,
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes.
Ele – imagem inacessível e casta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.

Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.
Em cada mulher existe uma morte silenciosa.
E enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
- Ó cabra no vento e na urze, mulher nua sob
as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe o espírito,
mulher de pés no branco, transportadora
da morte e da alegria.

Dai-me uma mulher tão nova como a resina
e o cheiro da terra.
Com uma flecha em meu flanco, cantarei.
E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,
cantarei seu sorriso ardendo,
suas mamas de pura substância,
a curva quente dos cabelos.
Beberei sua boca, para depois cantar a morte
e a alegria da morte.

Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro
pescoço de planta,
onde uma chama comece a florir o espírito.
A tona da sua face se moverão as águas.
Dentro da sua face estará a pedra da noite.
- Então cantarei a exaltante alegria da morte.

Nem sempre me incendeia o acordar das ervas e a estrela
despenhada de sua órbita viva.
- Porém, tu sempre me incendeias.
Esqueço o arbusto impregnado de silêncio diurno, a noite
Imagem pungente
com seu deus esmagado e ascendido.
- Porém, não te esquecem meus corações de sal e de brandura.
Entontece meu hálito com a sombra
e tua boca penetra a minha voz como a espada
se perde no arco.
E quando gela a mãe em sua distância amarga, a lua
estiola, a paisagem regressa ao ventre, o tempo
se desfibra – invento para ti a música, a loucura
e o mar.

Toco o peso da rua vida: a carne que fulge, o sorriso,
a inspiração.
E eu sei que cercaste os pensamentos com mesa e harpa.
Vou para ti com a beleza partida,
os ombros violados,
o sangue penetrado de paredes nuas.
Digo: eu sou a beleza, seu rosto e seu durar.
Teus olhos se transfiguram, tuas mãos descobrem
o sumo da minha face. Agarro ‘tua cabeça
áspera e luminosa, e digo: ouves, meu amor?, eu sou
aquilo que se espera para as coisas, para o tempo-
eu sou a beleza.
Inteira, tua vida o deseja. Para mim se erguem
teus olhos de longe. Tu própria me duras em minha velada beleza.
Então me sento à tua mesa. Porque é de ti
que me vem o fogo.
Não há gesto ou verdade onde não dormissem
tua sombra e loucura,
não há vindima ou água
em que não estivesses pousando o silêncio criador.
Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos
originais.
Tu dás-me a tua mesa, descerras na vastidão da terra
a carne transcendente. E em ‘ti
principiam o mar e o mundo.

Minha memória perde em sua espuma
o sinal e a vinha.
Plantas, bichos, águas crescerem como religião
sobre a vida – e eu nisso demorei
meu frágil instante. Porém,
teu silêncio de fogo e leite repõe a força
maternal. E tudo circula entre teu sopro
e teu amor. As coisas nascem de ti
como as luas nascem dos campos fecundos,
os instantes começam da tua oferenda
como as guitarras tiram seu início da música nocturna.

Mais inocente que as árvores, mais vasta
que a pedra e a morte,
a carne cresce em seu espírito cego e abstracto,
tinge a aurora pobre,
insiste de violência a imobilidade aquática.
E os astros quebram-se em luz sobre
as casas, a cidade arrebata-se,
os bichos erguem seus olhos dementes,
arde a madeira – para que tudo cante
por teu poder angélico e fechado.
Com minha face cheia de teu espanto e beleza,
eu sei quanto és o íntimo pudor
e a água inicial de outros sentidos.

Começa o tempo onde a mulher começa,
é sua carne que do minuto obscuro e morto
se devolve à luz.
Na morte referve o vinho, e a promessa tinge as pálpebras
com uma Imagem.
Espero o tempo com a face espantada junto ao
teu peito de sal e de silêncio, concebo para minha serenidade
uma ideia de pedra e de brancura.
És tu que me aceitas em teu sorriso, que ouves,
que te alimentas de desejos puros.
E une-se ao vento o espírito, rarefaz-se a auréola,
a sombra canta baixo.
Começa o tempo onde a boca se desfaz na lua,
onde a beleza que transportas como um peso árduo
se quebra em glória junto ao meu flanco
martirizado e vivo.
- Para consagração da noite erguerei um violino,
beijarei tuas mãos fecundas, e à madrugada
darei minha voz confundida com a tua.
Oh teoria de instintos, dom de inocência,
taça para beber junto à perturbada intimidade
em que me acolhes!

Começa o tempo na insuportável ternura
com que te adivinho, o tempo onde
a vária dor envolve o barro e a estrela, onde
o encanto liga a ave ao trevo. E em sua medida
ingénua e cara, o que pressente o coração
engasta seu contorno de lume ao longe.
Bom será o tempo, bom será o espírito,
boa será nossa carne presa e morosa.
- Começa o tempo onde se une a vida
à nossa gratidão.

Felizmente estás na pedra e a pedra em mim, ó urna
salina, imagem fechada ,em sua pungência e castidade!
E o que se perde de ti, como espírito de música estiolado
em torno das violas, a morte que não beijo,
a erva incendiada que se derrama na íntima noite,
- o que se perde de ti minha voz o renova
num estilo de angústia e prata viva.

Quando o fruto empolga um instante a eternidade
inteira, eu estou no fruto como sol
e desfeita pedra. E tu és o silêncio, a cerrada
matriz de sumo e vivo gosto.
- E as aves morrem para nós, os luminosos cálices
das nuvens florescem, a resina tinge
a estrela, o aroma distancia o barro vermelho da manhã.
E estás em mim, como a flor na ideia
e o livro no espaço triste.

Se te aprendessem minhas mãos, forma do vento
na cevada pura, de ti viriam cheias
minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses
em minha espuma,
que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?
- No entanto és tu que te moverás na matéria
da minha boca. E serás uma árvore
dormindo e acordando onde existe o meu sangue.

Beijar teus olhos será morrer pela esperança.
Ver no arco de fogo de uma entrega
tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus
será criar-lhe para luz dos meus pulsos e instante
do meu perpétuo instante.
- Eu devo rasgar minha face, para que a tua
se encha de um minuto sobrenatural.
Devo murmurar cada coisa do mundo
até que sejas o incêndio da minha voz.

As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso
jovem da carne aspiram longamente
a nossa vida. As sombras que rodeiam
o êxtase, os bichos que levam ao fim do instinto
seu bárbaro fulgor, o rosto divino
impresso no lodo, a casa morta, a montanha
inspirada, o mar, os centauros
do crepúsculo,
- aspiram longamente a nossa vida.

Por isso é que estamos morrendo na boca
um do outro. Por isso é que
nos desfazemos no arco do verão, no pensamento
da brisa, no sorriso deserto, no peixe,
no cubo, no linho,
no mosto,
- no amor mais impossível do que a vida.

Beijo o degrau e o espaço. O meu desejo traz
o perfume da tua noite.
Murmuro os teus cabelos e o teu ventre, ó mais nua
e branca das mulheres. Corre em mim o lacre
e a cânfora, descubro tuas mãos, ergue-se tua boca
ao círculo de meu ardente pensamento.
Onde estará o mar? Aves bêbedas e puras que voam
sobre o teu sorriso imenso.

Em cada espasmo eu morrerei contigo.
E eu peço ao vento: traz do espaço a luz inocente
das urzes, um silêncio, uma palavra;
traz da montanha um pássaro de resina, uma lua
vermelha.
Ó amados cavalos com flor de giesta nos olhos novos,
casa de madeira do planalto,
rios imaginados,
espadas, danças, superstições, cânticos, coisas
maravilhosas da noite. Ó meu amor,
em cada espasmo eu morrerei contigo.

De meu recente coração a vida inteira sobe,
o povo renasce,
tempo ganha a alma. Meu desejo devora
a flor do vinho, envolve tuas ancas com uma espuma
de crepúsculos e crateras.
Ó pensada corola de linho, mulher que a fome
encanta pela noite equilibrada, inponderável-
em cada espasmo eu morrerei comigo.

E à alegria diurna descerro as mãos. Perde-se
entre a nuvem e o arbusto o cheiro acre e puro
da tua entrega. Bichos inclinam-se
para dentro do sono, levantam-se rosas respirando
contra o ar. Tua voz canta
horto e a água – e eu caminho pelas ruas frias com
lento desejo do teu corpo.
Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo
eu morrerei contigo.

Herberto Hélder
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Aparelho de entrar nos sonhos dos outros

Um aparelho bacana e coisa e tal, mas…



Pô amigo, não pensou direito nessa.

Capinaremos.com

21 julho 2013

«The Seven Sisters» (as sete irmãs)

"Visão erótica dos sete pecados mortais"

projecterosion.com
com Elena Bathory
Música de The Null Collective - «On the 7th Day»


The Seven Sisters from Starflower Media on Vimeo.