"Passaram por umas montras, entraram numas lojas. Experimentaram roupa juntos, e viram que isso era bom. Jantaram juntos, foram ao cinema, deram as mãos, passearam os dedos no escuro, e viram que isso era bom. Conversaram a caminho de casa, atiraram as roupas para um canto qualquer e despiram os corpos porque se queriam fundir, e viram que isso era bom. Deitou a sua cabeça nas pernas dele enquanto ele lhe tocava o cabelo, passeou as suas mãos por todo o seu corpo, falou-lhe de como elas lhe sabiam bem, e viram que isso era bom. Deitaram-se encostados, as costas dela contra ele, segurou-lhe a coxa, a anca, segurou-lhe os braços, e entrou nela com amor e garra, e eles viram que isso era bom. Veio-se uma vez, e depois outra, e muitas mais depois disso, sempre com prazer explosivo, e eles viram que isso era bom. Foderam e foderam como sabiam, até haver cansaço, veio-se nela e ela a pingar, e viram que isso era muito bom. É tudo muito bom.
É tudo muito bom, amor, disse-lhe. Vem ver como é. Para não ser apenas imaginação, lugar para estar, ondulação calma num fim de tarde por viver. Coisas por fazer, o que falta dizer, páginas por ler, porque é sempre tudo muito bom."
João
Geografia das Curvas
11 setembro 2013
O piropo amordaçado
Dantes eu até podia pensar: "ó Marisa Matias, és boa todos os dias". Mas ela é do Bloco e agora sinto-me embaraçado.
«conversa 2013» - bagaço amarelo
Eu - Hum... aquela em que finalmente, depois de anos a esforçar-me, tivemos sexo?
Ela - Essa mesmo.
Eu - Lembro, já foi há uns sete anos. Depois nunca mais...
Ela - Pois não. Acabo de perceber porquê.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
10 setembro 2013
A Família IrReal
A Família IrReal (que "é grande e todos têm sempre algo a dizer, sobre tudo e sobre nada") é uma criação de Lucy Pepper e de Marco António, disponível no Tumblr e no Facebook.
Alguns dos elementos da Família IrReal combinam perfeitamente com os cortinados deste blog. Por exemplo:
prima Isabel Arruda
Angélica e José Arcanjo
Idália. Provavelmente a gaja mais boa de toda a família. Faz sempre um sucesso na praia, como é evidente.
Osvaldo e Mirita
Façam-lhes umas visitinhas regulares que a casa está sempre aberta e estão sempre a chegar novos parentes.
Alguns dos elementos da Família IrReal combinam perfeitamente com os cortinados deste blog. Por exemplo:
prima Isabel Arruda
Angélica e José Arcanjo
Idália. Provavelmente a gaja mais boa de toda a família. Faz sempre um sucesso na praia, como é evidente.
Osvaldo e Mirita
Façam-lhes umas visitinhas regulares que a casa está sempre aberta e estão sempre a chegar novos parentes.
«Estrangeiro» - Susana Duarte
Sou estrangeiro.
Sou luz e nevoeiro em noites de som,
maravilhosa quimera onde a lua se perdeu
e eu… eu fui Canção, e a Canção foi, em mim,
luz e tom das notas de um piano.
Sou estrangeiro.
Caminho por ruas onde me penetro nas flores da Alma
e me encontro, nos corpo de uma onda calma. Mulher-
ave, Mulher-Alma e Mulher-Vida, em cujo corpo entro
na noite… e na vida.
Na cama, a lua.
Na noite, a rua.
Na vida, a chama.
Sou estrangeiro.
Pernoito nas noites.
Pernoito nas veias de uma alma nua,
de uma cidade e de uma rua, onde se diz que Jesus amou
uma mulher. Mulher-Alma, Mulher-Luz, Vida e Ser.
É nela que me deito.
É nela que me canto.
E se, nela, me aceito,
será nela que respiro e vivo
a Vida… e o espanto.
Sou estrangeiro.
Na Balada, escondi noites em que fui só
e, na estrada, encetei caminhos em si bemol.
No Norte, sou do Sul e, no Sul,
sou de onde cantam Guitarras e o céu azul
enfeitiça as margens dos meus olhos.
Não são negros, os meus olhos. Não….
são da cor do dia incerto e do mar liberto
onde ondas de vida me encontram na Paixão.
Sou estrangeiro.
Maçã de voz que se agita ante a imagem da vida.
Viajante em terras onde sou Casa e onde sou Sangue.
Labareda de um andamento lento que me traz
… e me refaz as lágrimas e me transforma em
Saudade!
Sou estrangeiro.
E, sendo estrangeiro, posso viver a minha verdade.
Ser aqui e Ser além, onde a vida, porém, me seduz
e encanta na etérea e rósea Luz de me saber Alguém.
Porque sou estrangeiro….
e a vida espera-me aqui.
Candelabro que me segura, cotovia que me canta e mão que me desfaz em brilho nas margens de um rio seguro.
2 de Setembro de 11 (àCapella)
Susana Duarte
(poema e foto)
"Pescadores de Fosforescências"
ISBN: 978-989-8590-02-2
Edição: dezembro 2012
Editora: Alphabetum - Edições Literárias
Autora: Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
09 setembro 2013
«conversa 2012» - bagaço amarelo
Eu - Não. Já nem falo com ele há bastante tempo. Porquê?
Ela - Constou-me que ele se anda a queixar da vida sexual que tem comigo.
Eu - Ah! Não sei de nada...
Ela - O que eu acho incrível é que ele a mim não me diz nada. Depois vai-se queixar aos amigos...
Eu - Não podes ter a certeza que ele se vai queixar aos amigos. Alguém pode ter inventado isso...
Ela - Deve ter queixado, deve...
Eu - Porque é que dizes isso?
Ela - Era muita coincidência inventarem isso exactamente na altura em que ele tem razões de queixa.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Creio nas palavras…» de António Ramos Rosa
Creio nas palavras
transparentes
que pertencem ao vento
ao sal
à latitude pura
Aqui
no meu reduto
entre ramos de ar
entre a cintilante indolência da água
creio no que nos une
em ondas vagas
apaixonadamente lentas
Aqui
eu pertenço
ao centro da nudez
como uma gota de água
ao rés do solo
na sua imediata e nua felicidade
António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924) é um poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
transparentes
que pertencem ao vento
ao sal
à latitude pura
Aqui
no meu reduto
entre ramos de ar
entre a cintilante indolência da água
creio no que nos une
em ondas vagas
apaixonadamente lentas
Aqui
eu pertenço
ao centro da nudez
como uma gota de água
ao rés do solo
na sua imediata e nua felicidade
António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924) é um poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
08 setembro 2013
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