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Artigo no Diário de Notícias sobre a «Foda à Monção»
- crica para ampliares |
"Quem não aprecia uma Foda à Monção?
Silêncio...
Passou o choque? Para quem ainda aí ficou a ler o post eu explico tal ordinarice.
A «Foda à Monção» não é mais que cabrito (ou cordeiro) no forno com arroz, o prato mais típico da zona de Monção, regado com «Alvarinho».
Como é tradicional, os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras (coisa que já não existe) para comprar o
reixelo. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bom e mau. A verdade é que os produtores de gado, quando o levavam para a feira, queriam vendê-lo pelo melhor preço e, para que os reixelos parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água. Na feira, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, pareciam realmente gordos. Os incautos que não sabiam da manha compravam aqueles autênticos
'sacos de água' e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do norte:
… mais uma foda!
Daí, tanto se vulgarizou o termo que passou a designar-se, localmente, por foda. De tal modo que é frequente, pelas alturas festivas (Páscoa, Corpo de Deus ou Coca, Senhora das Dores e Natal ou Fim de Ano) ouvir as mulheres:
Ó Maria, já meteste a foda? O cliente 'tá reclamar que a foda 'tá a demorar!
Também há quem diga que a origem é outra. Que os maridos, depois de encherem o bandulho, dizem para as esposas que aquilo é melhor que uma foda.
Por isso, quando fores a Monção não te esqueças de comer uma boa... foda.
Imaginem o orgulho que é uma cidadã de Monção andar com um certificado, tipo um crachá, espetado no peito, dizendo algo do género:
faço as melhores fodas de Monção!"
Carlos Miguel