A Folsom Street Fair, realizada todos os anos em San Francisco, é um evento para os membros da comunidade BDSM (acrónimo para a expressão "Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo") de todo o mundo, proporcionando um espaço para expressar orgulhosamente perversões sexuais e fetiches.
Folsom Fair Highlights (NSFW) from Daily Xtra on Vimeo.
05 novembro 2013
A FODA COMO ELA É (IV) - Trágicas Espiritualidades
Conheceram-se na Internet, num fórum sobre comida de gato. Verificaram partilhar entre si certos interesses mundanos, pelo menos em quantidade suficiente para que acertassem janta num antro vegetariano, escolhido por ela, no centro da capital.
As primeiras impressões foram de agradável promessa mútua. -"A gaja é bem boa." - pensou o rapaz, lambendo mentalmente os beiços. Por outro lado, o repasto foi uma monumental bosta à base de verduras e legumes insípidos, moldados em forma de deliciosas vitualhas carnívoras. Para ele e para sempre, a desilusão tinha agora a silhueta de um presunto de Chaves. A conversa, essa, escorreu no sentido de recíprocas tesões, tendo os dois acordado saltar os intermédios copofónicos, passando directamente à arena fodengal, situada nas águas-furtadas que a jovem habitava. Foi no sofá que começaram a lide. Muita saliva trocada, vianda sopesada e arfanço canino depois, estava tudo nu e pronto para outras oralidades. Eis que ela o pára, mão de unha pintada no peito. Desejava acender um pau de incenso, não obstante topar-se nesse instante com uma verdadeira tocha carnuda de veias pulsantes. Ele mordia-se por dentro, mas aguentou. Porém, ela também quis que lessem em conjunto um livro sobre sexo aiurvédico. O desgraçado sentia o artimanho rebentar-se-lhe nas peles enquanto via aquela musa de curvas generosas e em pelota integral, oferecendo-se à vista em sortidas perspectivas, enquanto recolhia incensos, cristais de ametista, espanta-espíritos, literatura new-age, discos com vocalizações de golfinhos na migração do solstício, sininhos budistas, óleos essenciais da Natura e outra quinquilharia porno-espiritual. -"A trepa valerá isto e muito mais!" - reflectiu o entesoado, acercando-se dela com a moca em riste, estava a moça curvada sobre o leitor de CD, o rotundo, rosadíssimo viegas espetado. Mas, mal sentiu a flauta pingante aflorar-lhe os pequenos lábios da moela, saltou alarmada. -"Que é isso? Não sei que fiz para lhe dar essa ideia tão brega. Queria oferecer-lhe um momento de alívio espiritual! Alinhará os chacras, vem-se para dentro, e o caralho, reagrupando-se com a sua essência vital." Gritava, desgrenhava-se, tapando-se com o que apanhava; gatos e peluches avulsos, que lhe atulhavam os cantos da casa.
Foi então que, à medida que lhe murchava o Orlando Furioso, o rapaz percebeu que ninguém naquela casa foderia e levitou até ao bar mais próximo.
As primeiras impressões foram de agradável promessa mútua. -"A gaja é bem boa." - pensou o rapaz, lambendo mentalmente os beiços. Por outro lado, o repasto foi uma monumental bosta à base de verduras e legumes insípidos, moldados em forma de deliciosas vitualhas carnívoras. Para ele e para sempre, a desilusão tinha agora a silhueta de um presunto de Chaves. A conversa, essa, escorreu no sentido de recíprocas tesões, tendo os dois acordado saltar os intermédios copofónicos, passando directamente à arena fodengal, situada nas águas-furtadas que a jovem habitava. Foi no sofá que começaram a lide. Muita saliva trocada, vianda sopesada e arfanço canino depois, estava tudo nu e pronto para outras oralidades. Eis que ela o pára, mão de unha pintada no peito. Desejava acender um pau de incenso, não obstante topar-se nesse instante com uma verdadeira tocha carnuda de veias pulsantes. Ele mordia-se por dentro, mas aguentou. Porém, ela também quis que lessem em conjunto um livro sobre sexo aiurvédico. O desgraçado sentia o artimanho rebentar-se-lhe nas peles enquanto via aquela musa de curvas generosas e em pelota integral, oferecendo-se à vista em sortidas perspectivas, enquanto recolhia incensos, cristais de ametista, espanta-espíritos, literatura new-age, discos com vocalizações de golfinhos na migração do solstício, sininhos budistas, óleos essenciais da Natura e outra quinquilharia porno-espiritual. -"A trepa valerá isto e muito mais!" - reflectiu o entesoado, acercando-se dela com a moca em riste, estava a moça curvada sobre o leitor de CD, o rotundo, rosadíssimo viegas espetado. Mas, mal sentiu a flauta pingante aflorar-lhe os pequenos lábios da moela, saltou alarmada. -"Que é isso? Não sei que fiz para lhe dar essa ideia tão brega. Queria oferecer-lhe um momento de alívio espiritual! Alinhará os chacras, vem-se para dentro, e o caralho, reagrupando-se com a sua essência vital." Gritava, desgrenhava-se, tapando-se com o que apanhava; gatos e peluches avulsos, que lhe atulhavam os cantos da casa.
Foi então que, à medida que lhe murchava o Orlando Furioso, o rapaz percebeu que ninguém naquela casa foderia e levitou até ao bar mais próximo.
«Estranheza» - Susana Duarte
serás sempre a face trilobada das folhas de ar onde volteio
danças de serenidade e luz; as flores das folhas dos prantos
de manhãs antigas, e a luz cadente do sol que navega.
serás sempre a face lunar das ondas de onde veio
a luz estranha das manhãs de névoa; os encontros e os recantos
dos dias em que a chuva nos encantou, e a estranheza
do choro incessante sobre o qual a barca da aurora chega.
poderás ser o que quiseres, se romperes a luz clara
das tuas noites, e viajares sobre o brilho das estrelas de então.
serás, nesse momento, o brilho vermelho e o pulsar
intermitente do que te agita o peito e te vive (n)o coração.
Susana Duarte
Poema e foto, como (quase) sempre =)
Blog Terra de Encanto
danças de serenidade e luz; as flores das folhas dos prantos
de manhãs antigas, e a luz cadente do sol que navega.
serás sempre a face lunar das ondas de onde veio
a luz estranha das manhãs de névoa; os encontros e os recantos
dos dias em que a chuva nos encantou, e a estranheza
do choro incessante sobre o qual a barca da aurora chega.
poderás ser o que quiseres, se romperes a luz clara
das tuas noites, e viajares sobre o brilho das estrelas de então.
serás, nesse momento, o brilho vermelho e o pulsar
intermitente do que te agita o peito e te vive (n)o coração.
Susana Duarte
Poema e foto, como (quase) sempre =)
Blog Terra de Encanto
Jesus Cristo sorridente
Estatueta em resina de uma artista dos EUA que pediu o anonimato (e eu respeito).
Quando a minha Mãe - católica que por ela nem se importava de viver numa sacristia - visitou a minha colecção, vi-a muito pensativa e não fez qualquer comentário. Eu perguntei-lhe:
- Então, minha Mãe? O que achou da colecção?
- Gostei...
- Mas...
- Só não gostei da imagem do crucifixo.
Quando a minha Mãe - católica que por ela nem se importava de viver numa sacristia - visitou a minha colecção, vi-a muito pensativa e não fez qualquer comentário. Eu perguntei-lhe:
- Então, minha Mãe? O que achou da colecção?
- Gostei...
- Mas...
- Só não gostei da imagem do crucifixo.
04 novembro 2013
«conversa 2028» - bagaço amarelo
Eu - Tens a certeza?
Ela - Tenho.
Eu - Como é que podes ter a certeza?
Ela - O meu marido, antes de casar comigo, era namorado da minha melhor amiga.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
03 novembro 2013
«Webcam Venus» - projecto de Pablo Garcia & Addie Wagenknecht
"Questionada se havia uma diferença entre a pintura do Renascimento «O Nascimento de Vénus» (1486) e uma revista Playboy, a maioria pode dizer que não há comparação: uma é a arte e a outra é pornografia exploradora. Uma é um tesouro dos ideais humanos e das suas realizações, a outra é obscenidade. Serão Botticelli e Hugh Hefner realmente diferentes? Ambos projectam fantasia e imagens eróticas através dos meios de comunicação dos seus dias. Ambos são veículos de política de género, definindo padrões de beleza e sexualidade. E se artistas adultos - já objectos sexuais - representassem poses clássicas? Em «Webcam Venus», pedimos a actores de «sexcam on-line» para reproduzirem obras icónicas da arte.
Esta peça é uma homenagem experimental, tanto para obras de arte como do fenómeno das webcams da internet, a que os utilizadores acedem para verem homens, mulheres, transexuais, casais e grupos a transmitir os seus corpos e a sua sexualidade ao vivo para o público, muitas vezes por dinheiro. Para criar esta experiência, passámos algumas horas por dia durante um mês pedindo anonimamente a artistas: «Você gostaria de posar para mim?»"
Webcam Venus [NSFW] from Pablo Garcia on Vimeo.
Esta peça é uma homenagem experimental, tanto para obras de arte como do fenómeno das webcams da internet, a que os utilizadores acedem para verem homens, mulheres, transexuais, casais e grupos a transmitir os seus corpos e a sua sexualidade ao vivo para o público, muitas vezes por dinheiro. Para criar esta experiência, passámos algumas horas por dia durante um mês pedindo anonimamente a artistas: «Você gostaria de posar para mim?»"
Webcam Venus [NSFW] from Pablo Garcia on Vimeo.
«Teatro amador (no Clube Recreativo do Calhabé)» - por Rui Felício
Nas cenas de maior suspense só se ouvia o estalar das pevides e dos amendoins a serem descascados ou os papeis coloridos dos rebuçados de frutas a serem desembrulhados pelos cachopos. Uma miscelânea de perfumes baratos inundava a sala.
Num ou noutro rosto das mulheres percebiam-se lágrimas a correr pelas faces, misturadas com esgares de raiva e de condenação.
Os semblantes dos homens denotavam ansiedade, os maxilares cerrados, tentando conter a comoção. Porque chorar não é próprio dos homens. Os pais iam contendo o irrequietismo das crianças, à custa de uns sopapos disfarçados ou com promessas de um bolo ou de uma laranjada no intervalo.
No palco, os actores, todos vizinhos e conhecidos dos espectadores, representavam a peça o melhor que podiam, em tom declamatório e grandiloquente, enfarpelados em guarda roupa renascentista, alugado numa loja da Rua das Figueirinhas. Um drama cujo enredo era construído à volta da infidelidade de uma mulher que traía o marido com o fidalgo Dom Diogo de Alencastre, rico senhor e dono de grandes propriedades, tido como impenitente mulherengo, sobranceiro e indiferente à quebra dos ancestrais pergaminhos que o seu comportamento indigno lhe acarretava.
Na plateia, de onde em onde, eram irreprimíveis e audíveis alguns comentários:
- Malandro!- sussurrava uma mulher magricela, com o cabelo armado em avantajada forma de ninho de cegonha, para a amiga que se sentava ao lado, na cadeira de pau desengonçada que rangia ao peso dos seus movimentos.
- Uma porca é o que ela é! – retorquia a outra, em voz baixa, abanando a cabeça e as banhas da barriga que lhe inchava o vestido às flores, como se fosse um pudim acabado de desenformar.
- Eu cá, se fosse ao marido, matava-a era a ela, grande vaca!, acrescentava a Dona Leonilde sentada na fila de trás. Solteirona, a Dona Leonilde, sentenciou:
- Um homem não é de pau e o Dom Diogo não fez mais que a obrigação dele!
Um homem que estava na fila da frente, virando a cabeça, beata pendurada nos queixos, de dedo indicador esticado ao pé do nariz, reprimiu-as, sibilando:
- Chiiiuu!
Por vezes conseguia-se ouvir a voz do ponto, encafuado debaixo do palco, que elevava a voz rouca quando os actores se esqueciam das suas falas ou das deixas.
A tensão era grande! Desenrolava-se a última cena do 3º acto.
Em palco, apenas o Felisberto, que era o marido enganado, com um revolver na mão e o fidalgo mulherengo, aterrorizado, procurando uma escapatória para as árvores desenhadas no cenário.
- Vou-te matar como a um cão, desgraçado!, dizia o Felisberto apontando-lhe a arma.
- Não! Não faças isso! Perdoa-me!, suplicava o Dom Diogo com as mãos levantadas.
- Dou-te aquele terreno ao pé do rio para amanhares, se me perdoares!
Mas já louco, fora de si, os olhos raiados de sangue, o Felisberto estava decidido a lavar a sua honra. Puxou o cão da pistola e carregou no gatilho. Mas nada! O fulminante não percutiu e o que se ouviu foi um estalido metálico seco e quase imperceptível.
O fidalgo, deu um pulo para trás, cambaleou e levou a mão ao peito, donde jorrou um líquido vermelho, representando a sua morte, tal e qual como inúmeras vezes tinham ensaiado.
Porém, não tendo saído o som do disparo, endireitou-se à pressa e esperou por novo tiro, para então sim, morrer e estatelar-se no palco.
O Felisberto ainda carregou no gatilho mais duas vezes, sem êxito. Definitivamente os fulminantes deviam estar estragados pela humidade, porque o estrondo do disparo nunca chegou a sair.
O actor, demonstrando um enorme sangue frio, pegou então no revolver pelo cano, dirigiu-se ao Dom Diogo, com o braço levantado, a mão enclavinhada no cano da pistola. Afivelou um ar ameaçador e berrou:
- Não te mato com um tiro, mas mato-te à coronhada, grandessíssimo pulha!
E caiu o pano, sob uma estrondosa salva de palmas.
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Uma homenagem, fraca é certo, mas sincera, ao Teatro Amador e aos homens e mulheres que depois dos seus dias de trabalho árduo para ganharem a vida, ainda encontravam ânimo e tempo para, à noite, irem ensaiar e representar no Clube Recreativo do Calhabé.
O protagonista desta peça era meu vizinho no Bairro. Era o Senhor Alberto Bastos, um dos maiores entusiastas do teatro amador e do associativismo a quem o Clube Recreativo do Calhabé muito deveu.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Foi em Setembro...
E ao som da concertina de roga entre parras amadurecidas lá íamos trec-trec cortando os cachos daquele ritual como se trabalhar todos os dias naquela rotina de socalcos sobe e desce fosse divertido e o desporto preferido daqueles moçoilos que carregavam os pesados contentores de plástico negro ao ombro. E foi aí que me passou pela vistinha aquele pedaço de néctar dos deuses de peito descoberto mas sem a paneleirice de ter rapado os pêlos do peito e com as cuecas a espreitar das jeans como se fosse um cordel a sussurrar puxa-me. Aquele moreno latino exalava a pujança da juventude sem músculos excessivamente vincados e a cada passagem sua lá eu desferia cotoveladas ou pisadelas adolescentes na minha amiga entre risinhos e gula aparada quando ela me fechava a boca para não entrar mosca.
Chegada a hora de almoço do tradicional bacalhau frito no chão daquelas vinhas alapei-me a seu lado para beber directamente da sua boca a história de que não era romeno como a maioria dos que ali acartavam mas filho de emigrantes em França que seguindo conselho da sua tia empregada de longa data naquela casa vinícola aproveitava as férias para juntar um pecúlio de 30 euros ao dia para as noitadas parisienses do resto do ano e como quem não quer a coisa deixou escorregar no seu português adocicado de sotaque gaulês que tinha mais de 18 anos. E naquela encosta puxei então da minha predilecção por chats até falar do pisar de uva deles nas roupas da dona em noites enluaradas para o convidar a terminar aquele dia vinhateiro com uma dobradinha alfacinha em que me podia esmagar todos os bagos. E ele disse que sim.
02 novembro 2013
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