25 dezembro 2013

«Os sonhos de Freud» - Ana Markl

"Quando chega ao Natal, a especialidade de Freud são sonhos de abóbora. A abóbora deita-se no divã e escancara o subconsciente, revelando as suas mais íntimas pevides. Essa visão excita o psicanalista.
A abóbora tem um sonho recorrente: está muito sossegada na cozinha, eis senão quando chega uma fada madrinha e, através do toque de uma varinha mágica, transforma-a não em sopa, mas numa carroça puxada por ratos, que por sua vez se transformam em cavalos, e que transporta uma tipa qualquer com nome de travesti enfiada num sumptuoso vestido branco e sapatos de cristal.
Freud explica-lhe que se trata de um sonho erótico. A abóbora, contrariada, só não encolhe os ombros porque não os tem. “Onde raio está a pulsão sexual?”, pergunta. “Todos os Natais venho aqui ouvir a mesma coisa”, reclama. “Não sou nenhuma tarada, doutor”, declara. Enquanto discorre sobre o significado dos garanhões que a puxam e da rapariga que entra dentro de si, Freud avança intimidante em direcção à abóbora, como quem lhe vai arrancar um pedaço.
A abóbora acorda, aflita e suada. Respira fundo. Conclui, aliviada: “era só um sonho”. Olha em seu redor e percebe que está numa frigideira cheia de óleo a ferver: é só um sonho."

Ana Markl
Jornalista e guionista
Texto vencedor do 19º Campeonato de Escrita Criativa

«Sonhos de Freud» - montagem de São Rosas

Postalinho natalício com prenda no sapatinho



Feliz Natal Oglafiano!

Crica para veres toda a história
Natal 2013


1 página

24 dezembro 2013

Uma imagem do Raim vale por três palavras



Boa observação, Maria

Tá aí um pensamento razoável.



Não há nada escrito aqui. Prossiga.

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Feliz Natal, meninas!

As melhores referências



É sempre gratificante o primeiro postal de Natal que um gajo recebe vir da Rapidinha Sex Shop.

Boas Frestas, são os votos de Triângulo Felpudo




Só para desejar um Feliz Natal a todos os leitores e companheiros de deboche d'A Funda São. Nelo, não te enchas de enrabanadas.
É tradição enviar isto a todos os contactos, sem excepção. Ainda não fui despedido, nem a avó teve uma síncope. Eis um vídeo natalício com mulas, anões e o caralho. Frestas Felizes!

«Isto não é o que parece!» - Sou burro




"A minha mulher 
apanhou-me a montar o 
Pinheiro de Natal"


23 dezembro 2013

«Show Your Joe» - anúncio da Joe Boxer, roupa interior para homem da Kmart

«conversa 2053» - bagaço amarelo

(em minha casa)

Ela - Tens uns vasos no meio da tua casa...
Eu - Estou a experimentar uma coisa que vi na internet. Colocas umas velas a aquecer um vaso pequeno, virado ao contrário, com outro vaso maior por cima. Parece que aquece o ambiente...
Ela - E aquece mesmo?
Eu - Aquece, embora ainda não esteja satisfeito com os resultados obtidos.
Ela - Mas porque é que estás a usar velas perfumadas para esta experiência?
Eu - Só tinha essas velas em casa quando me decidi a fazer isso.
Ela - Mas estas velas são caras, sabias?
Eu - Estou-me nas tintas. Não servem para nada. Tenho-as aí há que tempos. Foi alguém que mas deu num aniversário, num Natal, ou coisa parecida...
Ela - Pois foi, eu sei. Fui eu que tas ofereci...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Envelhecer» de Jorge de Sena

I
Nesta claridade silenciosa e pálida os vultos
deslizam como sombras no entanto nítidos e
contornados por um brilho que entontece o
olhar.

Há uma distância incomensurável entre nós. E
dir-se-ia que nenhum gesto é bastante para os
atingir. O tempo se fez distância.

Paralisado em transparência gélida eu não
mudei porém. Pelo contrário é como se
contido o ardor fosse maior.

E doloroso mais. Porque de antigamente o
não-ter e o perder ainda eram certeza de
atingir, senão de amor.

II
De amor eu nunca amei senão desejo visto ou
pressentido. Um corpo. Um rosto. Um gesto. E
nunca de paixão sujei o meu prazer ou o de
alguém. Por isso posso

mesmo as audácias recordar sem culpa.
Tudo o que fiz ou quis que me fizessem o
paguei comigo ou com dinheiro. E só
lamento as vezes que perdi

retido por algum respeito. Errei

por certo — mas foi nisso. O que me dói
não é tristeza de quem dissipou

no puro estéril quanto esperma pôde gastar
assim. O que me mata agora é este frio que
não está em mim.

Jorge de Sena
Jorge Cândido de Sena (Lisboa, 2 de Novembro de 1919 — Santa Barbara, Califórnia, 4 de Junho de 1978) foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

O Pai Natal é um génio

Esse cara sabe como atender pedidos.



E se a tia usa a tabelinha?

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