18 fevereiro 2014

A FODA COMO ELA É (XII) - Na Refrega

Maria Cavaco Silva com sua recordação das grutas de Altamira.

Não é sadismo, masoquismo, fetichismo, violência de género, falência psicológica, tara primária, nem dominação encenada: - é amor. E sem dentada, como dizia o brasileiro do teatro, não há nada para ninguém.
Soube do caso de uma fulana que, ofendida até ao estupor, abandonou o amásio da ocasião, porque ele revelara a um conhecimento comum que ela gostava de apanhar durante os folguedos de alcova. Não fora a vergonha da confidência que a indispusera, mas o equívoco sexual e consequente incompatibilidade com o mancebo, pois não era de apanhar que ela gostava - espessa cavalgadura! - mas antes de ser amada até às vias de facto. Sem essa componente afrodisíaca da mistura homeopática de violências sortidas com as suavidades da caralhada, cumpria-se somente a satisfação fisiológica do recinto vaginal. 
As mulheres mais sensíveis exigem dor de qualidade, administrada nos momentos adequados ao longo da pranchada. Os varões mais abrutalhados, por sua parte, não a sabem aplicar, julgando muitas vezes tratar-se de lamentáveis desvios mentais, furtando-se ao assunto, burocratizando a foda, agravando, enfim, a insatisfação sexual no planeta Terra. Já um indivíduo delicado, chega-lhes bem.
Estimando que se coza a presente efeméride de São Valentim Loureiro, vou-me ali beliscar uns mamilos tesudos, trincar um clito entumescido, assestar umas valentes taponas em carnudas nádegas. Com licença.

«És» - Susana Duarte





és, de todas as sombras, a mais fugaz,

perdida por entre os mamilos das mãos
e sobre as luzes desejadas; és, de todas

as luzes, a que penetra os dedos em tons
de azul; e aí, onde o azul se estende sobre

o ventre, derramas vida, e sémen, e suor
e choras todos os dias não vividos, e as
noites esventradas de estrelas, e a vida.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Hoje, não vos vou mostrar uma peça da colecção de arte erótica «a funda São»

Vou mostrar-vos todas!
A partir de agora, o cadastro completo da colecção está disponível online, bastando para isso acederes aqui.
São mais de 1.700 livros e cerca de 1.300 lotes de mais de 3.000 objectos, disponíveis para consulta através de uma pesquisa normal ou de uma pesquisa avançada.
Afunda-te na colecção... para já virtualmente, mas a exposição da colecção na Pensão Amor está já "no forno"...


Visita também a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

17 fevereiro 2014

Homens, aprendam a fazer um bolinho

Postalinho gourmet

"Diz que se chama encona e é picante"
Joana Rita Sousa

«conversa 2049» - bagaço amarelo

Ela - Raios lá para os homens que não sabem engatar uma mulher!
Eu - Que homem é que não sabe engatar uma mulher?
Ela - Nenhum homem sabe. A verdade é essa.
Eu - É?
Ela - É. A maior parte pensa que com um carro de luxo, um ramo de flores e um jantar à luz das velas consegue o que quer...
Eu - E não consegue?
Ela - Claro que não. Não é isso que uma mulher procura num homem...
Eu - Então é o quê?! Pode vir a dar jeito...
Ela - Competição.
Eu - Competição?! Não atingi...
Ela - Lá está. Também nunca percebeste nada do assunto.
Eu - Então explica-me, por favor.
Ela - Um gajo tem que trazer concorrência com ele, que é para dar pica. Tem que ter outra gaja interessada nele, percebes?
Eu - Mais ou menos...
Ela - Qual é a mulher que se vai meter com um gajo a quem ninguém liga?! Se houver outra mulher no jogo, a coisa torna-se muito mais interessante.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Falta de diálogo é uma coisa complicada



Mulher é um bicho complicadíssimo.

Capinaremos.com

16 fevereiro 2014

«Herétules - não darei não» - filme da Disney dobrado para... malandrice

O Zigurate



Conheci o energúmeno no lugar inevitável para o encontrar: o bar da faculdade. Vinha acompanhado do inseparável Cândido, alguém que espelhava o seu empenho e dedicação à Associação de Estudantes no atendimento diário ao balcão do bar, apenas a troco de um ordenado certo no final de cada mês. Faziam a ronda diária pelo novo gado que apinhava as mesas do bar.

E o gado, Senhor Doutor, eram as novas alunas da faculdade. Mas continuando, Senhor Doutor, eles circulavam pela frente de todas as mesas observando ostensivamente todos os parapeitos femininos. Acercou-se de mim, obviamente novata e pediu, gentilmente, se eu puxava o casaco mais para os lados para ver a camisola que era tão gira. A camisola tinha bonequitos de ar azteca e eu parva acedi recebendo como prenda a frase Ganda par de mamas! e a sua partida para a próxima mesa.

Foi assim que conheci o Professor Zigurate, como era chamado por via da cadeira de civilizações pré-clássicas que leccionava, aquele caldeirão de culturas que incluía desde o dilúvio do Gilgamesh ao arquitecto egípcio Manefta. E a sua primeira aula foi esclarecedora das suas intenções a condizer com o descapotável vermelho que estacionava à porta da faculdade sem conseguir fazer ondular todos os cabelos ao vento já que ele próprio era descapotável.

Distribuiu um questionário a todas as alunas, também ele revelador do estranho facto de nenhum aluno macho se ter inscrito na turma dele. Para além dos habituais nomes e idade seguiam-se as perguntas se era virgem, se tomava a pílula, se apreciava felatio e cunnilingus, bem como a prática de coito anal. Depois, eram páginas e páginas com as ilustrações do Kama Sutra para assinalar as posições preferidas no quadradinho disponível para o efeito. E a rematar um espaço para indicarmos dias e horários disponíveis para aulas práticas.

Oh Senhor Doutor aquilo era um dilema existencial: fazer ou não fazer a cadeira? E a fazê-la, seria de forma erecta ou horizontalmente sapiens?


[ Foto © Schumata, Mercury(fresco de Pompeia), 2006]


Alexander Dobkin e a sua modelo



Via mon ami Bernard Perroud