20 março 2014

Hentai Corporation - «Equilibristic Brides»


Hentai Corporation - Equilibristic Brides [UNCENSORED] [NSFW] from RNGDS on Vimeo.

amo-te

não são palavras que te digo
nem gestos que ensaio

não é o sorriso quando te olho
nem o desejo que escondo

não é adormecer nos teus braços
como se estivesses ao meu lado

não é acordar a pensar em ti
à procura de te encontrar

não é a calma ao teu lado
ou o desassossego de não te ter

é tudo o que sinto
é tudo o que quero
mas não sei escrever...

Militar e "mulher" das Caldas da Rainha

No 10º Encontra-a-Funda, em 23 de Novembro de 2008, fomos visitar a oficina do sr. Francisco Agostinho, em Chão da Parada. Conhecido pelos amigos como «Chico das Pichas», o sr. Chico é, com a sua esposa, D. Cassilda Figueiredo, um dos últimos fabricantes da louça malandra das Caldas.
Cantámos-lhe uma música com letra do Charlie («A lenda oculta das Caldas e o Chico das Piças») e o Raim fez e ofereceu-lhe uma caricatura, emoldurada.
Aproveitei para comprar duas piç... peças, para a minha colecção:



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Nada contra!

Logo à partida, um homossexual é um gajo com quem garantidamente tenho menos um potencial conflito de interesses.

19 março 2014

Tão Romântico

«Saltos Altos» - João


"Chegaste de saltos altos. Na verdade, chegaste como eu gosto de ver. E vieste, julgavas (julgavas?), para a rotina. Um beijo, conversa, um café e talvez um croissant na pastelaria do lado a ver chover na rua. Suspiros, folhados diversos, palmiers a piscar-nos o olho. É terrível ser guloso. Mais ainda, guloso de pele. De cheiro. Sem rodeios, guloso de foda. Com manteiga. E conversas, que se faz tarde, deixamos para depois, enroscados a arder, e vamos de mãos em coxas e centros de gravidade, e perguntas «tiro os sapatos?». Nada disso. E rodando-te de costas para mim, e pernas juntas, entro em ti por trás, apertada mas sem esforço, que pingas, e eu também."
João
Geografia das Curvas

«respostas a perguntas inexistentes (268)» - bagaço amarelo

Pela janela, cujos cortinados brancos e limpos me escondem, vejo uma mulher lá fora. Vai olhando para o relógio como se o tempo lhe começasse a faltar. Talvez esteja à espera de alguém que nunca mais chega. Tem o cabelo ligeiramente ruivo, provavelmente pintado com um produto qualquer comprado num supermercado.
Tudo o resto é paisagem. Era, aliás, nessa paisagem que eu estava a tentar acreditar. É que por ali, entre a aparente solidão de alguns edifícios decrépitos que povoam a estranha cidade de Gaia, sobram alguns sinais dum Amor clandestino. Alguém escreveu numa parede a palavra "Amor", em letras tortas e desproporcionais como se estivesse a gritar.
A Ana entra na sala e traz-me a melhor bebida do mundo, segundo ela mesma uns minutos antes. Um chá que não é apenas um chá. Pousa as canecas e olha-me de frente, sem piscar os olhos e com um sorriso que me parece esconder uma tristeza qualquer.

- Prova! - diz.

Aceno afirmativamente com a cabeça enquanto uma pequena porção de um sabor forte e quente percorre o meu esófago.

- É bom. Muito bom... - confirmo.

A Ana não me quer falar sobre o que o seu sorriso esconde. Conheço-a o suficiente para perceber isso. Se quisesse, o mais provável era nem sequer ter feito chá nenhum. Tinha começado a falar assim que abriu a porta de casa para eu entrar. É mau sinal. Talvez seja grave.
Desvio o olhar do nosso silêncio e digo-lhe que está uma mulher lá fora, à espera de alguém, com um ar anormalmente ansioso. Aparenta ter a minha idade, mais ou menos. É bonita, com aquela beleza que só uma mulher de quarenta e poucos anos consegue ter, mas vai abraçando-se dentro de um casaco comprido como se se quisesse esconder do vento, que é o único ocupante da rua. Ou isso, ou então sabe que alguém a espreita cobardemente por trás duma cortina branca.

- É maluca! - diz a Ana - está sempre ali à espera de alguém que nunca chega. Todos os dias faz o mesmo.

Não tenho muito bem a certeza se posso considerar uma pessoa maluca por estar permanentemente à espera de outra. Na verdade, tanto quanto me já me apercebi, essa é uma das condições essenciais do Amor. Esperar, às vezes sem sequer saber por quem. Dou outro gole, desta vez maior. O meu esófago queixa-se.

- Estou sozinha outra vez.
- Já percebi que sim.
- Como é que percebeste?
- Não sei explicar. Assim que entrei na tua casa percebi isso mesmo. Como é que te sentes?
- Aliviada.

O alívio pode ser triste? Pode esconder-se atrás dum sorriso enquanto se serve um chá a um amigo? Talvez possa. Pelo menos espero que sim. Olho-a nos olhos, com o mesmo espírito de um cientista que espreita pelo microscópio. Num imenso mar azul não vejo muito mais do que alguém que regressa a essa condição de espera.
Lá fora, do outro lado da janela, a paisagem subtraiu a mulher que espera permanentemente.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Yin Yang


18 março 2014

A FODA COMO ELA É (XIII) - Vamos ao circo?



Senhoras e Senhores, Meninos e Meninas!

Bem-vindos ao espectáculo internacional e inter-racial do CIRCO FALÓPIO & EPIDÍDIMO! Temos todo o tipo de perversões e acrobatas!

Seminalis, o domador de cricas feministas, põe-nas dóceis e dilatadas! Veja a orgásmica Arlette Via Verdi sendo sodomizada por quinze (15!) caniches amestrados, bem abonados, em filinha indiana! Conseguirá? Ria-se com os hamstéres trapezistas, equilibrando-se nos grossos pintelhos de Hirsuter, o Mongol Frondoso! Pasme-se com a ilusionista Cindy Parking, que fará desaparecer um autêntico cabaz de Natal pelo cu, enquanto monta um presépio na gruta! Testemunhe verdadeiros momentos de ternura tropical, protagonizados durante o show de elefantes sadomasoquistas! Dê-lhes uma moedinha à tromba, que eles tocar-lhe-ão ao bicho! Formidável! Angustie-se com a demonstração de arte oriental milenar de Saddam Kudasso, o faquir especial que sentará o seu traseiro nu sobre uma floresta de pichas senegalesas em riste! E para a pequenada não faltarão palhaços que agasalhar! Sããããão... PREPÚCIO & ESMEGMA, gargalhadas com humor sobre doenças venéreas e as marionetes de colhões!

É O MAIOR DEBOCHE DO MUNDO!
Tire o soutien, apalpe o anão dos bilhetes e venha assistir ao nosso espectáculo! PARA TODA A FAMÍLIA!

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«Sou» - Susana Duarte

Eu sou aquela que te olha e te vê,
que te olha nos olhos claros e sabe das flores
da noite e dos filmes de Jeunet.
Eu sou aquela que acaricia os dedos das tuas asas e as asas dos teus olhos
e as lágrimas do orvalho que me cai do corpo quando a maré me enche e, em ti, cai,
absoluta como uma maré enluarada e violenta.
Eu sou aquela que, do alto das neves,
sorri perante as asas da águia que voa e plana e rasa no céu dos teus olhos serenos e belos,
eternos como os Noturnos de Chopin.
Eu sou aquela que te perfuma de flores de maçã.
Olho-te nos olhos da fruta e pergunto às mulheres que passam
se apenas de sonho me vesti.
Foi nos teus olhos que me vi.
 Foi na espiral que descias que, a ti, me juntei.
Eu sou aquela que se perde nos labirintos,
onde todavia me achei.
Onde nasci lua prateada perdida escancarada
de desejo de ser Cheia.
Eu sou a tua candeia.
E a noite onde te escondes.
E a voz com que respondes
e me olhas na solidão das estrelas que, de tão belas,
me tolhem da escuridão e levam a fazer a viagem.
És em mim a ramagem de auroras desfolhadas e sonhadas e escritas
num poema, concreto e táctil, onde sou em ti e és em mim.
Loucura de amor.
Loucura de prata escrita numa mata
e nos olhos de um gato que se cruza no branco luar da noite.
Loucura das fadas que nos jogam sobre as asas
os pós de uma magia que, de rosas, se tingiu.
Eu sou aquela que te olha e te vê,
como os mirtilos das noites de Kar Wai Wong.
Como os mirtilos e deixo-te olhar-me.
Mordo-os, sujo-me com eles, e sou feliz de azul-mirtilo-engolido
numa noite onde me olhas e deixas estar assim, sentada,
sobre um sonho de uma noite
onde uma jovem adormeceu sobre o balcão de um café.
E foi beijada.
Queria ser beijada agora,
ainda que fosse uma amora que me tingisse os lábios.
Eu sou aquela que te olha do alto de uma colina
e te vê percorrer o rio com os dedos cobertos de sonhos,
tremendo sob o manto dos medos dos enganos e das feiticeiras.
Eu sou anjo e sou diabo.
Sou mulher em forma de cravo.
Sou aquela que te sabe os recantos de um dedo,
que amo mais do que o dia.
Morreria nesse dedo
e nos toques de um violino que me anima a pele.
Eu sou aquela que te olha e te sabe.
Transparente, como um filme de Jeunet.
Daria a pele para te estar ao pé.



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro 2012

Relembrando os videos de apresentação da minha colecção - 2 - Carícias ao nosso olhar

Segundo vídeo de apresentação de «a funda São» - colecção (muito) particular de arte erótica, de Setembro de 2011, com mais um poema da Miss Joana Well lido pela voz de ouro de Luís Gaspar (do Estúdio Raposa).
As peças apresentadas fazem parte de um espólio com mais de 3.000 objectos e mais de 1.700 livros com a temática do erotismo e da sexualidade.
A música do genérico é «Sometime Ago», de Bill Evans (do álbum «You must believe in spring»).
A produção e a realização do video são de Joana Moura.

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