29 março 2014
«Perfumes eróticos em tempo de vacas magras»... é um pouco o que é este blog, com a crise que por aí anda
Manuel da Silva Ramos é um escritor da Covilhã (a "terra dos conas da mãe", como descobriu da pior forma o Carlos Queirós, em 2010) que decidiu - e muito bem, digo eu - escrever estes contos que cruzam deliciosamente duas coisas teorica e praticamente inconciliáveis: o erotismo e a puta da política.
De todos os 1.760 livros da minha colecção, este «Perfumes eróticos em tempo de vacas magras» é um dos que recomendo a toda a gente de mente e pernas abertas (mesmo que seja apenas de forma alternada). E as ilustrações de João Pedro Lam são um regalo para o olho (salvo seja) e dão ainda mais «perfume erótico» aos vários contos deste livro. Ficam alguns exemplos:
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
28 março 2014
Henrique VIII, o campeão do matrimónio e do divórcio, já agora
Henrique VIII, frequentemente representado em pinturas que caberiam numa moldura quadrada, foi um dos mais marcantes monarcas da longa história da realeza britânica, tendo governado durante cerca de 38 anos. Durante esse período, para além das profundas reformas que levou a cabo, ficou famoso pela sucessão de matrimónios e pela forma como simplificou o processo de divórcio.
Assim, começou por casar com Catarina de Aragão, viúva do seu irmão Artur, mas como esta apenas lhe deu uma filha e não o tão desejado filho varão, acabou por separar-se dela e colocou-a em prisão domiciliária. Quem não achou piada a isto foi o Papa que resolveu não dar a necessária autorização para a separação do casal. Henrique não se resignou e desatou este nó gordiano ao declarar-se chefe da igreja inglesa e subtraindo-a à autoridade de Roma.
Casou em seguida com Ana Bolena que, infelizmente, também não conseguiu dar-lhe o tão desejado filho, apenas uma filha chamada Elizabeth que, quiçá amaldiçoada pelo facto de ser indesejada pelo pai, haveria de morrer virgem. Muito convenientemente, Ana foi acusada de bruxaria, incesto, adultério e conspiração contra o rei e acabou por ser executada.
No dia seguinte à execução de Ana Bolena, Henrique VIII anunciou o seu noivado com Jane Seymour, uma das aias da falecida rainha, tendo casado 10 dias depois. Jane teve sucesso onde as outras falharam, conseguindo gerar um filho à custa da própria vida, já que morreu ao dar à luz. O jovem Eduardo haveria de governar apenas durante 6 anos, morrendo com 15 anos de idade.
Como a um rei ficava mal não ter rainha, Thomas Cromwell, um dos fiéis conselheiros do rei, sugeriu o casamento de Henrique VIII com Anne de Cleves ao que este acedeu após aprovar os retratos desta que lhe foram mostrados. Contudo, os pintores terão favorecido demasiado a pobre mulher já que, ao encará-la pela primeira vez, Henrique não lhe achou piada nenhuma e retirou-se a dada altura da festa de casamento. Anne foi mais tarde declarada honorificamente irmã do rei tendo o casamento sido dissolvido. A rainha saiu desta história com vida mas a mesma sorte não teve Thomas Cromwell, que acabou por ser executado.
Enquanto Thomas Cromwell estava ocupado com a sua própria execução, o rei casava com Catherine Howard, sua prima e antiga aia de Ana Bolena. Se ao casar Henrique perdeu a cabeça e ofereceu à sua noiva todas as propriedades do malogrado Cromwell, a rainha não fez por menos e, menos de dois anos após o matrimónio, perdeu mesmo a cabeça após ser acusada de adultério.
Já bastante experiente no processo, Henrique casou no ano seguinte com Catherine Parr, uma viúva abastada que assim casava pela terceira vez, e que acabaria por ser a sua última esposa. Uma proeza se tivermos em conta a obesidade mórbida, os furúnculos recheados de pus, a gota, a ferida ulcerada numa perna e as constantes flutuações de humor de que o rei já padecia.
Contas feitas, o rei casou por 6 vezes e teve, que se saiba e desconfie, algumas dezenas de amantes. Nada mau para alguém que antes da morte do irmão estava destinado a ser Arcebispo da Cantuária.
Terá sido esta performance conjugal a servir de inspiração para a construção da armadura do rei Henrique Coitavo, perdão, Henrique Oitavo que está actualmente em exposição na Torre de Londres?
Assim, começou por casar com Catarina de Aragão, viúva do seu irmão Artur, mas como esta apenas lhe deu uma filha e não o tão desejado filho varão, acabou por separar-se dela e colocou-a em prisão domiciliária. Quem não achou piada a isto foi o Papa que resolveu não dar a necessária autorização para a separação do casal. Henrique não se resignou e desatou este nó gordiano ao declarar-se chefe da igreja inglesa e subtraindo-a à autoridade de Roma.
Casou em seguida com Ana Bolena que, infelizmente, também não conseguiu dar-lhe o tão desejado filho, apenas uma filha chamada Elizabeth que, quiçá amaldiçoada pelo facto de ser indesejada pelo pai, haveria de morrer virgem. Muito convenientemente, Ana foi acusada de bruxaria, incesto, adultério e conspiração contra o rei e acabou por ser executada.
No dia seguinte à execução de Ana Bolena, Henrique VIII anunciou o seu noivado com Jane Seymour, uma das aias da falecida rainha, tendo casado 10 dias depois. Jane teve sucesso onde as outras falharam, conseguindo gerar um filho à custa da própria vida, já que morreu ao dar à luz. O jovem Eduardo haveria de governar apenas durante 6 anos, morrendo com 15 anos de idade.
Como a um rei ficava mal não ter rainha, Thomas Cromwell, um dos fiéis conselheiros do rei, sugeriu o casamento de Henrique VIII com Anne de Cleves ao que este acedeu após aprovar os retratos desta que lhe foram mostrados. Contudo, os pintores terão favorecido demasiado a pobre mulher já que, ao encará-la pela primeira vez, Henrique não lhe achou piada nenhuma e retirou-se a dada altura da festa de casamento. Anne foi mais tarde declarada honorificamente irmã do rei tendo o casamento sido dissolvido. A rainha saiu desta história com vida mas a mesma sorte não teve Thomas Cromwell, que acabou por ser executado.
Enquanto Thomas Cromwell estava ocupado com a sua própria execução, o rei casava com Catherine Howard, sua prima e antiga aia de Ana Bolena. Se ao casar Henrique perdeu a cabeça e ofereceu à sua noiva todas as propriedades do malogrado Cromwell, a rainha não fez por menos e, menos de dois anos após o matrimónio, perdeu mesmo a cabeça após ser acusada de adultério.
Já bastante experiente no processo, Henrique casou no ano seguinte com Catherine Parr, uma viúva abastada que assim casava pela terceira vez, e que acabaria por ser a sua última esposa. Uma proeza se tivermos em conta a obesidade mórbida, os furúnculos recheados de pus, a gota, a ferida ulcerada numa perna e as constantes flutuações de humor de que o rei já padecia.
Contas feitas, o rei casou por 6 vezes e teve, que se saiba e desconfie, algumas dezenas de amantes. Nada mau para alguém que antes da morte do irmão estava destinado a ser Arcebispo da Cantuária.
Terá sido esta performance conjugal a servir de inspiração para a construção da armadura do rei Henrique Coitavo, perdão, Henrique Oitavo que está actualmente em exposição na Torre de Londres?
27 março 2014
Sãozita, desculpa este post fofinho, 'tá?
eu já vi a Música no Coração uma data de vezes. e o Do Cabaret para o Convento. mesmo assim, não estava à espera que esta irmã cantasse com tamanho tesão pela música, pelo amor e pela fé. WAY TO GO, SISTER!
sonhar
gosto de sonhar contigo
de te beijar nos meus sonhos
de sentir o teu calor
gosto de sonhar contigo
do teu corpo no meu
do sexo que fazemos
gosto de sonhar contigo
de acordar molhada de desejo
de estar tão perto de te sentir
gosto de sonhar contigo
da doce ilusão de te ter...
Corpos e Almas
Caixinhas d'«a funda São» para recolha de Banha da Cobra Cuspideira
Além dos livros e objectos que tenho vindo a comprar e dos muitos que me têm sido oferecidos pela malta amiga, dá-me um especial prazer os objectos criados por mim.
As caixas para recolha de Banha da Cobra Cuspideira são uma dessas minhas criações. O difícil foi encontrar as caixinhas adequadas mas usei caixinhas de ourivesaria. De resto, foi só fazer a impressão da tampa e criar bulas para pôr dentro de cada caixinha. O texto da bula é este:
1. O que é
A cobra cuspideira amestrada – variante sem dentes da Naja nigricollis Reinhardt – é uma serpente-de-sangue (de carne sem osso) muito robusta quando ataca mas inofensiva e frágil quando em descanso. Alonga-se e alarga a cabeça, em «capelo», sob a acção de fêmeas que passem ou com que sonhe. Não tem olhos, pelo que se julga que se orienta pelo cheiro. Tem duas bolsas, reservatórios da banha da cobra e que servem de patitas. Da sua pequena boquinha pode lançar a banha da cobra a distância considerável.
Tem uma alimentação variada (marcha tudo), embora prefira bivalves, mergulhando em tocas húmidas e escuras (mas também vem comer à mão, quando a fome aperta).
2. Como extrair a banha da cobra
Fácil! Use a boca ou qualquer orifício ou sulco do corpo ou ainda algo que esteja mais à mão, que a cobra cuspideira baba-se com grande facilidade. Proteja os seus olhos (aquilo arde... dizem!) e o seu cabelo (aquilo pega-se... dizem!). Quando a cobra cospe (em média, 4 centímetros cúbicos de banha da cobra de cada vez), é só recolher para a caixinha.
3. Composição
Contém Na, K, Ca, Zn, Mg, ácido cítrico, proteínas, frutose, fosfatos, nitrogénio não proteico, cloretos, colina e prostaglandinas. Cada dose contém cerca de 35 calorias, proteínas e gorduras... e uns bichitos de cauda comprida que por lá andam a nadar.
4. Instruções de uso
A banha da cobra cuspideira pode-se injectar, cuspir ou engolir. Dizem que também faz muito bem à pele e que é óptima para colar páginas de revistas.
5. Contra-indicações
Pode causar gravidez!
Mas o melhor ainda de tudo é tudo isto servir de pretexto para criar amizades e partilhar bons momentos. Estas caixinhas originaram uma «queixa» enviada pela minha amiga índia da Amazónia, do blog Chama a Mamãe:
"Como advogada, posso entrar com uma ação contra essa Cobra Cuspideira, alegando propaganda enganosa, com base no Código da «Consumidora». Apesar de toda essa composição, a cobra vem apresentando, em algumas pacientes, efeitos colaterais danosos, levando-as ao estágio grave de depressão, forçando-as a procurarem, em outros «produtos», Cobras de boa procedência.
Seria assim,a petição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da 6ª Vara de Família da Comarca da Serra da Estrela/PT.
Cona(n), a bárbara, residente e domiciliada na Melhor Região do Mundo, no endereço Rua da Antiga Ditadura, nº Zero, vem, com o devido respeito, por meio de sua advogada abaixo identificada, apresentar CONTESTAÇÃO, considerando os fatos a seguir apresentados:
* Às vezes a Cobra cospe;
* A Cobra Cuspideira não tem vida, porque mais passa o tempo dormindo, em visível demonstração de «corpo mole»;
* A Cobra Cuspideira costuma passar doenças, ao ingeri-la, ou mesmo quando introduzida - mesmo via vaginal - por ser um «medicamento» que passa de boca em boca e de... a... (por respeito a Vossa Excelência, omiti outros lugares por onde a Cobra Cuspideira passa);
* Ao contrário do que estampa a bula, a Cobra Cuspideira não tem iniciativa. Precisa ser estimulada e pressionada para começar a fazer efeito;
* O efeito da Cobra Cuspideira dura, aproximadamente, 1 minuto, e sua dosagem só pode ser usada 15 dias após, o que já causa um certo estresse nas pacientes.
Pelas razões expostas, confia a Reclamante seja julgada totalmente PROCEDENTE a presente ação, por ser imperativo de Justiça!
Protesta pela produção de todas as provas em Direito admitidas, especialmente depoimento pessoal das pacientes depressivas pelo resultado insatisfeito da Cobra Cuspideira, sob pena de confissão, testemunhais e perícia, se for o caso.
Termos em que
Pede Deferimento
Chama a Mamãe!
post scriptum - ... óooo... «dêxadizêr» uma coisa aqui: tenho a pele bem limpa. Devo reconhecer que as Cobras Cuspideiras desta Região são «tratadas» à base de afrodisíacos naturais.Mas não conheço nenhuma daí, portanto, não sei o efeito quando «injetada»."
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26 março 2014
«Hmm…» - João
"Naquele quarto amplo era também ampla a cama. Alva e fofa. Tu estavas deitada de barriga para baixo, com a cabeça apoiada nos braços cruzados, e eu deitado de lado, a olhar-te. Olhaste-me com aquele ar que não sei explicar – ou prefiro não explicar -, e com um pequeno beicinho ouviu-se “hmm…”, e questionei. Sim? Já se fodia. Como? Já se fodia, querido. E enquanto isso abanavas devagarinho o rabo, ligeiramente empinado, como que a provocar. Mentira. Não era provocar. Era mesmo convite. Então repetiste, João, fode-me João. Quero que me fodas. Num movimento contínuo, deitei-me sobre ti, e deixei o meu caralho entrar na tua cona sem resistência, descruzei-te os braços e pressionei os pulsos, afastados, contra a cama. Com parte do meu peso, estavas imobilizada, enquanto eu entrava e saía de ti, e respirava os teus cabelos. Com as minhas pernas, que estavam do lado de fora, apertava as tuas que, fechadas, ficavam assim sempre mais juntas, e só o meu baixo ventre fazia como um baloiço, que ora se aconchegava na tua pele, ora ganhava balanço. E o calor, a humidade, tudo estava molhado, sentia-o nas coxas, sentia-o nas virilhas, sentia-o no pau hirto que te namorava e depois entrava fundo, no limite suportável da dor. E depois dizes-me que queres olhar-me, que não queres vir-te já, e eu mais que isso, e já abraçados de olhos nos olhos dizemos o que sentimos sem sequer falar, e deixamo-nos vir, perdidos sem sentidos, cravados um no outro, afundados em espaços que não têm palavras."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«conversa 2057» - bagaço amarelo
Eu - De baixa intensidade?!
Ela - Sim, claro. Preciso apaixonar-me por alguém, mas só um bocadinho.
Eu - É das coisas mais estranhas que já ouvi.
Ela - Quando me apaixono muito fico fragilizada. Se me apaixonar só um bocadinho, sou eu que mando na relação.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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