Diz-me...
O que te faz estar vivo hoje?
O que faz o teu coração bater mais forte?
O que te faz sentir as gotas de chuva a escorrer pelo teu cabelo e os raios de sol a beijar a tua pele?
O que é que, neste exacto momento, te apetece fazer, sentir e agarrar?... Serei Eu?...
O que te tira o sono e te faz sonhar?... Será a recordação do Meu cheiro,do Meu toque?...
Lembras-te do que é querer desesperadamente, urgentemente?
Lembras-te de quando a vontade é tal que não pode esperar?
Lembras-te?
Ou precisas que vá aí recordar-te?
Posso recordar-te se vieres até mim...Estou cá para ti. Hoje. Todos os dias sem excepção.
Entre as 10h e a 1h da manhã.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
01 abril 2014
«Noiva-borboleta» - Susana Duarte
.a noiva-borboleta inventa voos e desenha rabiscos no papel de rascunho.
.na noite silente, acaricia os dedos finos e inscreve o azul no seu sonho.
.no dia mais longo, inventa canções e desassossegos da ternura e da dor.
.a noiva-borboleta inventou as amoras da criação e da noite e do amor.
.na noite mais longa, escreve solidão nos dedos das aves e nas asas-som.
.no dia sereno, inventa uma dança e dança uma música de um só tom.
.espera serena a presença da aurora e a paz de noites de fogo de outrora.
.a noiva-borboleta sabe das nuvens brancas da espera e do ventre da terra.
.a noiva-borboleta dança um tango sedutor, olhar das cores do mar e da serra.
.nua, a noiva-borboleta dança sob a chuva e ilumina, em si, um arco-íris.
.os seus olhos iridescentes brilham do azul que neles vive,
pescando sonhos na maré lunar.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro de 2012
Relembrando os videos de apresentação da minha colecção - 4 - Proibições que são hinos à vida
Quarto vídeo de apresentação de «a funda São» - colecção (muito) particular de arte erótica, de Setembro de 2011, com outro poema de Jorge Castro lido pela voz de ouro de Luís Gaspar (do Estúdio Raposa).
As peças apresentadas fazem parte de um espólio com mais de 3.000 objectos e mais de 1.700 livros com a temática do erotismo e da sexualidade.
A música do genérico é «Sometime Ago», de Bill Evans (do álbum «You must believe in spring»).
A produção e a realização do video são de Joana Moura.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
As peças apresentadas fazem parte de um espólio com mais de 3.000 objectos e mais de 1.700 livros com a temática do erotismo e da sexualidade.
A música do genérico é «Sometime Ago», de Bill Evans (do álbum «You must believe in spring»).
A produção e a realização do video são de Joana Moura.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
31 março 2014
«sem título, sem nada» - bagaço amarelo
Procurar o Amor, viver nessa expectativa, é uma infelicidade tão próxima da felicidade que chegamos a acreditar que vale a pena. Talvez valha. Sei lá.
O que eu sei é que há um momento em que acreditamos que não. É quando damos a mão a alguém que nos estende a sua e tudo o resto perde a importância. A árvore que nos observa do meio da avenida, o polícia que multa um carro em segunda fila ou o resultado dum jogo de futebol. Tudo se engrandece para se reduzir a nada.
Porque o Amor é o único capaz de viver do nada.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
30 março 2014
Placebo de intimidade
Apesar da tropa feita julgo que abusei nas vezes que o fiz encher. Começou-se a queixar das costas e até da pilinha. Valha a verdade que a cabecita ficava vermelha que nem um tomate, um tomate mesmo daqueles que se usam na salada e em qualquer guisado que se preze que os outros tinham aquele tradicional tom de pele mais arroxeada que a restante. Ele insistia que deixasse para lá e suponho mesmo que o intimidava quando me deitava entre as suas pernas e naquela proximidade lhe examinava o dito cujo, vira para cá, vira para lá, como quem analisa um reagente num tubo de ensaio tanto que acabava a cobri-lo com as mãos como se fossem um garruço.
Tive de conter o riso quando depois de ir ao médico me contou cabisbaixo que após tantos anos tinha de ir faca fazer uma circuncisão. Pareceu-me cruel perguntar-lhe o que é que não tinha feito na adolescência e nos anos seguintes para nunca ter dado conta e resolvi antes incentivá-lo com as vantagens do tunning da ferramenta como quem coloca um motor novo no carro que tem há anos.
Estoicamente resistiu depois com o seu faraó enfaixado e receoso de nunca mais abandonar o estado de múmia invocando uma qualquer maldição para me impedir de o acompanhar à mudança de penso apesar dos meus insistentes rogos por me estar a coarctar a oportunidade única de ver um penso ensanguentado num sexo de homem e só me permitiu voltar a ver o meu pequenino finda a fase de pousio para a primeira rodagem.
Talvez tudo continuasse pacatamente como um placebo se eu não tivesse tido a ideia peregrina de numa noite ir ter com ele à casa de banho e encontrá-lo a mergulhar as duas placas numa pouca de água com um comprimido efervescente perante o seu olhar arrepiado por me desnudar a sua cara subitamente envelhecida sem os dentes. Nunca mais me conseguiu encarar.
Tive de conter o riso quando depois de ir ao médico me contou cabisbaixo que após tantos anos tinha de ir faca fazer uma circuncisão. Pareceu-me cruel perguntar-lhe o que é que não tinha feito na adolescência e nos anos seguintes para nunca ter dado conta e resolvi antes incentivá-lo com as vantagens do tunning da ferramenta como quem coloca um motor novo no carro que tem há anos.
Estoicamente resistiu depois com o seu faraó enfaixado e receoso de nunca mais abandonar o estado de múmia invocando uma qualquer maldição para me impedir de o acompanhar à mudança de penso apesar dos meus insistentes rogos por me estar a coarctar a oportunidade única de ver um penso ensanguentado num sexo de homem e só me permitiu voltar a ver o meu pequenino finda a fase de pousio para a primeira rodagem.
Talvez tudo continuasse pacatamente como um placebo se eu não tivesse tido a ideia peregrina de numa noite ir ter com ele à casa de banho e encontrá-lo a mergulhar as duas placas numa pouca de água com um comprimido efervescente perante o seu olhar arrepiado por me desnudar a sua cara subitamente envelhecida sem os dentes. Nunca mais me conseguiu encarar.
Postalinho da Baixa de Coimbra
"O Mata-Frades está há muitas décadas no Largo da Portagem, em Coimbra, com uma folha de papel e uma pena. Dizem os estudantes que é para anotar os nomes das raparigas que chegam a Coimbra virgens e saem de lá virgens... e juram que ainda não o viram mexer um dedo!
A estátua dele está envolvida por um bonito e cuidado jardim circular...
... com um gradeamento em ferro forjado trabalhado e encimado por flores...
... muito bonitas, sendo que...
... uma delas se transfigurou e agora é um belo de um caralho com asas!"
PM
A estátua dele está envolvida por um bonito e cuidado jardim circular...
... com um gradeamento em ferro forjado trabalhado e encimado por flores...
... muito bonitas, sendo que...
... uma delas se transfigurou e agora é um belo de um caralho com asas!"
PM
29 março 2014
«Cinema em 7 Cores» - curta-metragem Porta-Curtas
Documentário
Diretor: Felipe Tostes, Rafaela Dias
Duração: 34 min
Ano: 2008
País: Brasil
Sinopse: "Cinema em 7 Cores traça um panorama histórico de como o personagem gay foi retratado nas telas grandes brasileiras, desde sua origem nas chanchadas dos anos 50 até os dias atuais. O filme investiga as origens dos preconceitos, estereótipos, assim como a importância da identificação com representações construtivas desses personagens".
Diretor: Felipe Tostes, Rafaela Dias
Duração: 34 min
Ano: 2008
País: Brasil
Sinopse: "Cinema em 7 Cores traça um panorama histórico de como o personagem gay foi retratado nas telas grandes brasileiras, desde sua origem nas chanchadas dos anos 50 até os dias atuais. O filme investiga as origens dos preconceitos, estereótipos, assim como a importância da identificação com representações construtivas desses personagens".
«Perfumes eróticos em tempo de vacas magras»... é um pouco o que é este blog, com a crise que por aí anda
Manuel da Silva Ramos é um escritor da Covilhã (a "terra dos conas da mãe", como descobriu da pior forma o Carlos Queirós, em 2010) que decidiu - e muito bem, digo eu - escrever estes contos que cruzam deliciosamente duas coisas teorica e praticamente inconciliáveis: o erotismo e a puta da política.
De todos os 1.760 livros da minha colecção, este «Perfumes eróticos em tempo de vacas magras» é um dos que recomendo a toda a gente de mente e pernas abertas (mesmo que seja apenas de forma alternada). E as ilustrações de João Pedro Lam são um regalo para o olho (salvo seja) e dão ainda mais «perfume erótico» aos vários contos deste livro. Ficam alguns exemplos:
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