29 abril 2014

«Ménage» - Porta dos Fundos

Eva portuguesa - «1 beijo»

Quero 1 beijo.
1 beijo teu.
1 beijo à chuva. Molhado.
1 beijo ao sol. Quente.
1 beijo à lareira. Íntimo.
Quero 1 beijo que seja sentido.
1 beijo verdadeiro, honesto, corajoso, espontâneo.
1 beijo que sem falar diga mais que todas as palavras que já me disseste.
1 beijo que concretize todas as promessas que já me fizeste.
1 beijo que fale de amor.
Quero 1 beijo profundo que me leve aos teus braços. Que me faça viajar. Que me transporte a mundos que ainda desconheço. Que me revele realidades que ainda não vivi. Que me faça viver sonhos que ainda não sonhei.
Quero 1 beijo que me mostre a vida e cale a morte.
1 beijo que me transforme no melhor que posso ser.
1 beijo sem história, sem passado.
1 beijo lançado, caído, dado.
1 beijo que não se consegue evitar nem se pode prender.
1 beijo que diga bom dia e olá, mas nunca adeus.
1 beijo com sabor a sal, mas doce como o mel.
1 beijo com cheiro a proibido, mas que tinha que existir.
1 beijo forte como uma tempestade, que transmita a calma de 1 pôr do sol.
1 beijo ardente que conforta e incendeia.
1 beijo devastador,que apenas gera vida.
Quero 1 beijo.1 beijo teu.
Dás-me?...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Mãos» - Susana Duarte

Há mãos que desenham sentidos ________________ e sentidos que se desenham nos corpos,
na chegada a casa e nos desenhos estendidos na pele________há mãos que desnudam corpos
e se agitam na alada e serena escuridão da noite ____________________e na serena enseada
onde despi as mãos de pudores e colhi as rochas firmes da tua vontade__________onde vesti
a pele com a tua pele_________________________e soube, nas mãos, onde pertencia a veste
que despi_________na noite de onde parti__________da solidão onde estava_____________
e da maré onde naveguei, levada por uma escuna breve que se encheu de luar na noite. De ti,
que me desenhas mãos nas costas, saberei___________________.Saberei onde estão conchas
nuas____________e onde se canta nas ruas: onde se beijam amantes nos recantos da paixão.
De ti, saberei de cor as notas com que apagas a solidão. De ti____________________o jazz,
em noite de verão. Das nossas mãos, as silhuetas contorcidas na noite dos corpos, e uma vela
acesa___________________onde cheira a baunilha e a mirtilos, e as mãos ali se entrelaçam,
no fogo____________________. No fogo das mãos, vivem águas, vivem rios e sonhos de ser
amante em mão alada, que se desprende levando-me consigo. Mãos.__________________.
Mãos de ser ave e mergulhar no grito que solto, se me enches o corpo de manhãs claras e és.
_____________És mão que luta na noite do medo de perder a veia onde navego.___________
O fogo que irrompe das ruas da cidade é aquele que cantas na enseada deste amor.amor.amor
grito, irrompido de um luar perfeito onde, ternas, repousam memórias de terem sido tuas, as
mãos que me habitam e te despem no sonho que se desenha nos meus cabelos. ___________



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro de 2012
Imagem: retirada da net; autor que desconheço

Mulher nua em pose acrobática

Estatueta em metal (cobre?) de uma mulher nua com trança comprida, na minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


28 abril 2014

E se os homens assumissem o papel das mulheres na publicidade?

Luís Gaspar lê «Quadrilha» de Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade
(Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um famoso poeta, contista e cronista brasileiro.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«coisas que fascinam (165)» - bagaço amarelo

É claro que me apaixono constantemente por mulheres que não conheço de lado nenhum. Por uma cantora, uma locutora de rádio, uma jornalista ou uma mulher que está sentada no mesmo bar que eu. As mulheres que eu não conheço de lado nenhum têm essa característica deliciosa que é precisamente eu não as conhecer de lado nenhum. Podem ser tudo aquilo que eu quiser imaginar, para além do pouco que eu já sei que são.
Se não acontece com todos, ter um grande Amor pelo desconhecido, então devia acontecer. O desconhecido tem uma enorme paciência para aturar os nossos maiores defeitos e todas as nossas exigências. É um Amor incondicional.
As mulheres que nunca conheci fazem parte dos grandes Amores da minha vida e, como sou um homem que gosta de prolongar o Amor por muito tempo, opto por continuar assim, sem as conhecer de lado nenhum.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Faça hoje

Pare de deixar pra outro dia.


Não sabendo que era impossível, foi lá e levou a loira pra casa.

Capinaremos.com

27 abril 2014

Postalinhos de Guimarães

"Na cidade Berço os escultores capricham.
A primeira escultura é na Rua Alfredo Pimenta e a segunda na Rua de S. Gonçalo."
Fernando Oliveira


Depila, São!

Considerando as mais recentes tendências, é de prever que também o termo "pintelheira" acabe por desaparecer do léxico comum.

Glossário do cu


E para não ficarem rabos de palha sobre a palavra CU, originária do latim culu, esse substantivo masculino que designa ânus, nádegas e a extremidade da agulha oposta ao bico, vamos intentar uma classificação do mundo dos seus sinónimos na gíria, em 5 grandes grupos: cu-vejo, cu-forma, cu-papa, cu-faço e cu-se-lixe.

No primeiro grupo integramos aqueles que surgem pela imediata semelhança visual do cu com outros coisas como anilha, argola, buraco, ilhó, olho e orelho.
A seguir, juntamos os que derivam da parecença visual das nádegas com outras formas do nosso quotidiano, de que são exemplo as arredondadas alcofa, às de copas, bilha, bojão, marmita, bem como as mais quadradas pacote e panela.
O terceiro grupo nasce da associação do dito cujo com delícias culinárias e/ou gastronómicas que nos aguçam o apetite como no caso de ananás, queijo, , padaria ou regueifa.
O quarto surge de uma perspectiva meramente utilitária e funcional dessa parte do corpo humano encarado então como cagueiro ou cano de escape.
O último conjunto agrupa aqueles termos que pela sua sonoridade se aproximam do termo vulgar e seus derivados mas ainda assim tentam o eufemismo, tal como fez uma recente rede de telemóveis, e aqui incluímos a bunda, as nalgas, a peida e a peidola, o quiosque, a rabada, o traseiro e o tutu.

Em jeito de epílogo recordaria apenas que o cu é o começo de coração.



[Bibliografia usada: Dicionário Língua Portuguesa On Line da Priberam; José João Almeida,Dicionário aberto de calão e expressões idiomáticas, 12 Dezembro de 2007; Afonso Praça, Novo Dicionário de Calão, Círculo de Leitores: 2001]

«Crazy little thing called love»


Via mon ami Bernard Perroud