18 junho 2014
«Vem já» - João
"Vem. Viro-me para ti com o braço esticado, a mão na tua direcção, e repito, vem, vem comigo, vem comigo que vou levar-te. Vou levar-te onde nunca ninguém, jamais, te levou. E tu, que levo, para onde me levas, do que preciso, é longe? Levas-me para longe? Para onde nunca estive? Não, não é longe, vou levar-te até onde nunca ninguém te levou dentro de ti, vamos andar os dois aí dentro, vais comigo, eu ajudo, eu apoio-te, e vamos, vamos depressa puxar esses lençóis que te tapam, e vamos mergulhar, mergulhar aí dentro, limpar o pó desses livros, abrir as janelas, deixar entrar o sol, deixar-me entrar, e vais fechar-me dentro de ti com os teus braços, esses braços apertados em mim, vais escrever-me no coração, e viajamos assim, e vais ver que é diferente, vais ver que é novo, que há mais, que é mais, e nunca lá estiveste, são sítios que nunca viste, é ar que não conheces, vem, vem já."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
17 junho 2014
Eva portuguesa - «Grandes amores»
Só os pequenos amores resistem com pequenas palavras e pequenos gestos.
Basta um "amo-te" ou "és linda".
Grandes amores não cabem aqui.
Grandes amores não são abarcados pelas palavras já existentes. Essas são pequenas demais para a sua dimensão.
Para estes são precisas palavras que ainda não foram inventadas. Palavras demasiado grandes e intensas para caberem no nosso vocabulário.
E é por isso que grandes amores têm palavras próprias, grandes, incomuns. Palavras inventadas em todos os momentos em que se amaram e os corpos se uniram, levando ao aprisionamento das almas. E foram tantos esses momentos... e tantos esses lugares.
Estas são palavras aparentemente absurdas, de amores tão grandes que não cabem em palavras doces nem pequenas.
Esta é a maneira, ainda assim incompleta, de grandes amores se traduzirem em palavras.
Palavras que revelam intensidade, loucura, pertença e ausência.
Palavras contraditórias dos eternamente apaixonados.
Palavras inexistentes para amores impossíveis.
Mas para que merda serve o possível?...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Basta um "amo-te" ou "és linda".
Grandes amores não cabem aqui.
Grandes amores não são abarcados pelas palavras já existentes. Essas são pequenas demais para a sua dimensão.
Para estes são precisas palavras que ainda não foram inventadas. Palavras demasiado grandes e intensas para caberem no nosso vocabulário.
E é por isso que grandes amores têm palavras próprias, grandes, incomuns. Palavras inventadas em todos os momentos em que se amaram e os corpos se uniram, levando ao aprisionamento das almas. E foram tantos esses momentos... e tantos esses lugares.
Estas são palavras aparentemente absurdas, de amores tão grandes que não cabem em palavras doces nem pequenas.
Esta é a maneira, ainda assim incompleta, de grandes amores se traduzirem em palavras.
Palavras que revelam intensidade, loucura, pertença e ausência.
Palavras contraditórias dos eternamente apaixonados.
Palavras inexistentes para amores impossíveis.
Mas para que merda serve o possível?...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«no negro dos lábios, a vida» - Susana Duarte
no negro dos lábios, a vida
toda. na boca dos cabelos,
a imensidão das noites.
sem querer, conto as auroras
perdidas de quem sou.
na leitura das linhas, perdida
foi a boca. o que se excede
não é nada. apenas a sombra:
ave sem rectrizes. onda. eu.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
toda. na boca dos cabelos,
a imensidão das noites.
sem querer, conto as auroras
perdidas de quem sou.
na leitura das linhas, perdida
foi a boca. o que se excede
não é nada. apenas a sombra:
ave sem rectrizes. onda. eu.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Cru - revista rasca e vadia - nº 57 - especial Fofidão
Cru, Revista Rasca e Vadia. Fanzine de Antropologia Cultural Pelintra.
Esta edição nº 57 de Maio de 2014 inclui uma gravura solta do super-herói «Sperman» numerada (18/100) e assinada pelo autor (Esgar Acelerado), assim como o suplemento de 8 páginas CRÚNICA FEMININA, de Pionés.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Esta edição nº 57 de Maio de 2014 inclui uma gravura solta do super-herói «Sperman» numerada (18/100) e assinada pelo autor (Esgar Acelerado), assim como o suplemento de 8 páginas CRÚNICA FEMININA, de Pionés.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
16 junho 2014
Postalinho da Amazónia - Uma para a São; outro para o Nelo!
Em Manaus, sede dos jogos - Portugal x EUA, inclusive -, tem muita animação e domingos cheios de gringos de todos os cantos do mundo. Dia de Feira de Artesanato, até eu estive por lá. E olha o que encontrei ao passar por uma das bancas: índios!
Lembrei logo da São, que gosta de uma "abertura" e de uma lambisgoia, como diz o Nelo. Na segunda foto percebe-se até a "cova" (não é, Nelo?), ou xana, xereca, perereca, perseguida, cona... ou seja lá que nome deem.
Índia na rede- Artesanato - Manaus - AM |
Índia bastante à vontade- Artesanato - Manaus - AM |
Isso sim que é tesão! |
Mamãe Coruja
Luís Gaspar lê «Menos o teu ventre» de Miguel Hernández
Menos teu ventre, tudo
é confuso. Menos teu
ventre, tudo é futuro
fugaz, passado baldio,
turvo. Menos teu
ventre, tudo é oculto.
Menos teu ventre, tudo
inseguro, tudo já
último um pó sem
mundo. Menos teu
ventre tudo é escuro.
Menos teu ventre claro
e profundo.
Miguel Hernández
(Tradução de José Bento)
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«conversa 2081» - bagaço amarelo
Ela - É incrível como é que há homens adultos que ainda acham que, para uma mulher, o tamanho é importante...
Eu - O tamanho de quê?
Ela - De que é que há-de ser?!
Eu - Ah! E é importante ou não?
Ela - Claro que não.
Eu - Okay...
Ela - Desde que não seja demasiado pequeno, nem demasiado grande.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
15 junho 2014
Postalinho medieval
"«Cousas» de... tocar, na Feira Medieval de Coimbra, no dia 7 de Junho do ano da Graça de 2014"
Vicentezão
Vicentezão
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