07 julho 2014

Luís Gaspar lê «Dá a surpresa de ser» de Fernando Pessoa


Dá a surpresa de ser. É alta,
de um louro escuro. Faz
bem só pensar em ver Seu
corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela
estivesse deitada) Dois
montinhos que amanhecem Sem
ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco Do
seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem
qualquer coisa de gomo. Meu Deus,
quando é que eu embarco? Ó fome,
quando é que eu como?

Fernando Pessoa
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«respostas a perguntas inexistentes (273)» - bagaço amarelo

Os desgostos de Amor são óptimos, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa. Aliás, no que se refere ao Amor só há uma coisa melhor: os gostos de Amor. Tudo o que não é um gosto nem um desgosto, é estar ausente da vida. É mau.
Os desgostos de Amor, aliás, são mais difíceis de esquecer do que os gostos. Um gosto de Amor, que já o foi mas já não é, gastou-se. A sua memória é idêntica à duma fotografia na parede. Está morta, apesar de sabermos que já viveu. Pelo contrário, um desgosto de Amor torna-se saudade assim que nasce. É também assim que se mantém durante muito tempo, talvez até para sempre. Está vivo.
Quem se considera vítima por ter um desgosto de Amor é porque nunca teve um gosto de Amor a sério. Não faz mal. De um gosto de Amor a sério nunca desistimos. Vale a pena continuar a tentar.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Melhores Amigos

Melhores amigos e suas piadas internas sujas que só eles entendem.


Sport?!

Capinaremos.com

06 julho 2014

James Williamson and Lisa Kekaula - «I got a right»

É obsceno!


Paraíso das mamas


Quando era miúda as lojas mais populares incluíam no seu nome a palavra paraíso , como o paraíso do calçado ou o paraíso da moda apelando ao cliente mais afoito através do seu potencial de satisfação tal como as clínicas dermoestéticas de agora se estabelecem como paraíso das mamas, à escolha por catálogo e à medida.

E como quem não se sente não é filho de boa gente também eu não me cansava de lhe publicitar como seria um bom investimento para lhe encher as mãos. É que se ele nunca mostrara enfado pelas minhas 36 também é certo que nunca deixara de reparar nas mais avantajadas e de as elogiar. Mas o raio do gajo não se comovia argumentando com os tempos de crise e que as mamas estavam muito bem assim pois que as grandes são mais fetiche de garganta de gajo sem o qual até se passa bem e que era moda passageira. Lembrei-lhe que as clínicas especializadas provém de países desenvolvidos e que não podemos estar sempre na cepa torta. E acrescentei que a moda é de nível europeu ou até mundial e eu não era ninguém para a contrariar.

Ele levantou-me a camisola para prantar ambas as mãos nas minhas mamas, uma em cada uma, a sopesá-las como quem avalia laranjas, a mexê-las circularmente com as palmas, a fazer tesourinhas de dedos nos mamilos e acabar por me dizer que se eu não tinha poder de decisão sobre o meu paraíso de mamas fazia delas já ali uma república das bananas.

É, o mundo é cruel!



Renan Lima
Dentro da Caveira

05 julho 2014

À procura...

Postalinho de Alfama

"Mural do fado vadio, em Alfama.
Reparem no olhar da Maria Severa, que está a dirigir-se para a sardinha no prato. Mas... já prestaram atenção à sardinha?"
Foto de Tó Q.



O cara de...

Os meus amigos conseguem ser muitas vezes mais tarados do que eu (não, não é uma missão impossível!).
Num passeio que fizeram ao Gerês, o Rafaelito perguntou a um artesão se tinha alguma peça de cariz erótico:
- Ai, não, que a minha mulher não iria deixar!
Mas o Rafaelito descobriu esta peça esculpida num ramo de árvore e explicou ao artesão que viria para a colecção de arte erótica «a funda São» (mais propriamente, para a «sexão» do que não era suposto ser erótico).
Obrigada, Rafaelito!


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Círculo virtuoso

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Progressão


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