30 julho 2014

«conversa 2089» - bagaço amarelo

Ela - Estás bem?
Eu - Sim, mais ou menos.
Ela - Bem me parecia.
Eu - Bem te parecia o quê?
Ela - Que não estavas bem.
Eu - Eu disse que sim, mais ou menos.
Ela - Ou seja, não estás bem.
Eu - Estou, estou. Mais ou menos...
Ela - Mais ou menos que dizer que não andas bem.
Eu - Mais ou menos que dizer que estou mais ou menos.
Ela - Não me parece nada.
Eu - Mas é o que é. E tu, estás bem?
Ela - Sim, mais ou menos.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A Nu




«A grandeza da foda» - João

"O que é que existe dentro de uma foda? Que coisas cabem nela, o que diz uma foda de nós? Há alguma coisa melhor que uma foda? Certamente existem coisas muito boas, há muitos tipos de prazer e não estou cego ao ponto de dizer que a foda ultrapassa, para toda a gente, toda e qualquer outra sensação. Temos momentos de felicidade e de pavor com inúmeras outras coisas que nos acontecem na vida. Mas a foda é uma constante que segura à vida. A foda é a minha constante, é uma coisa que me inunda, que escorre de mim e preenche todos os meus vazios. A foda é uma coisa sublime. Como é sublime esse prazer tão primário de se desfalecer exausto de satisfação, de se ser o culpado por ver mais alguém desfalecer assim, na exaustão de uma foda que rouba até a energia para dizer alguma coisa coerente. Ou então, às vezes, só rir, perceber-se que se está tão desfeito de uma foda que se ri, ri-se do incrível que isso é. A foda atravessa-me. Vejo e sinto foda em toda a parte, em quase tudo, e quando no corpo não desenho foda, alguma razão haverá, mas a cabeça não pára. Não sabe parar. Na minha cabeça até a dormir existe foda. A foda é global, imensa, detonadora, primária, sublime, detentora de todos os adjectivos e ainda assim nenhum deles à sua altura. A foda é. Equivale. Ser e Foder, às vezes Estar. Indissociáveis."
João
Geografia das Curvas

29 julho 2014

«The Great Beauty» [a grande beleza]


The Great Beauty from IlConte on Vimeo.

«nascerão, um dia, aves, nas margens serenas dos lábios.» - Susana Duarte

não nascem poemas, nas terras
submersas pelo vento das águas fundas
da noite. não nascem lexemas graves, das imediações
do peito, quando o peito é prado de papoilas
verdes. nascerão, um dia, aves, nas
margens serenas dos lábios.
não nascem poemas,
se das águas dos lábios florescem
apenas sombras. nascerão, porventura,
de um leito de suaves flores azuis, voadoras,
miosótis dos nossos dedos. nascerão, qual onda esmeralda,
se dos dedos surgirem luas, e anéis de luz,
e corais, e pétalas navegadas
pelas doces margens do
coração. voa,
sobre as palavras,
a borboleta nascida dos prados.
voa, sobre o poema por nascer, a luz
ténue das manhãs em que somos névoas,
gotas de humidade breve sobre as folhas, pétalas
luzentes sobre os dedos de todos os segredos.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

«les 7 péches capitaux - L´Envie et La Colère»

Gravuras francesas «a inveja» e «a cólera» de uma série dos 7 pecados capitais.
O pecado mora na colecção de arte erótica «a funda São».

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


28 julho 2014

«Kibon - Praia de Nudismo»


Kibon - Praia de Nudismo from CINE Cinematográfica on Vimeo.

«pensamentos catatónicos (304)» - bagaço amarelo

Há poucas coisas mais elucidativas do que uma boa conversa de treta. As conversas de treta, sejam elas sobre o estado do tempo, o campeão nacional de futebol ou a quantidade de açúcar dos bolos portugueses, são sempre conversas que só existem se todos os interlocutores as desejarem. Para que duas ou mais pessoas tenham conversas de treta têm, por isso, que se desejarem também entre si, pelo menos nesse momento em que conversam sobre coisa nenhuma.

Nunca me apaixonei nas Finanças, no Registo Civil ou no Notário. A razão é simples, são locais onde não há conversas de treta. A última vez que tirei o cartão de cidadão tive a felicidade de ser atendido por uma mulher bonita e a infelicidade de estar num local onde não há espaço para conversas de treta. Tudo o que ela me perguntou foi útil, tudo o que eu lhe respondi também. No Amor não há muito espaço para a utilidade.

Sobre o estado do tempo, por exemplo, eu sou incapaz de trocar uma só palavra com alguém de quem não gosto. Já com quem Amo posso estar a noite inteira a falar do Sol, da chuva, das nuvens e da precipitação. Com a vantagem de que também consigo estar em silêncio sem que o silêncio me incomode. A companhia de quem Amo é sempre uma contemplação e não há treta melhor do que saber isso.

Sei que uma mulher não gosta de mim o suficiente quando a convido para sair ou jantar e ela me pergunta para quê. Quando há um "quê" num convite para estar com alguém a coisa simplifica-se, mas tudo o resto desaparece. Se eu telefonar ao canalizador há sempre um "quê" muito simples. Uma sanita entupida, por exemplo. Se eu convido alguém para jantar é porque quero ter uma noite de treta.
O Amor é uma treta. Quando não é uma treta também já não é Amor. É uma utilidade.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Toda mulher curte um beijo spiderman


… malditos pombos cagadores

Capinaremos.com

27 julho 2014

Olhos negros


OJOS NEGROS teaser from Alessandra Video on Vimeo.

Postalinho dos anjos mamudos

"Afinal os anjos têm sexo!
Pelo menos estes, num painel em madeira de uma casa em Monsaraz (Alentejo)."
PM


Teóricas e práticas



Ele era inexcedível quando se atracava a mim e subia uma mão por dentro da camisola até fazer saltar um seio do soutien para os dedos titilarem o mamilo enquanto a outra se metia desvairadamente pelo cós das calças ou da saia, na ansiedade de um bando de pássaros migradores a bicarem cada milímetro das zonas húmidas.

A gaita, Senhor Doutor, era quando naquele período do aquecimento se empenhava em fazer do meio das minhas pernas o seu prato de leite que era uma pressa de schlep, schlep, tal e qual os gatos fazem com a língua. Eu bem sei que os filmes pornográficos são um fraco material de apoio para esta questão já que a maior parte das vezes são gajas com gajas e nenhum mânfio as vai copiar, não vá perder virilidade por isso e, quando são gajos na função, aquilo é mais estética para o plano que outra coisa qualquer.

O facto é que a falta de comunicação emitida em gemidos da minha parte o fez repensar a questão e a solução que encontrou foi pegar no popular passar o corredor a pano e, literalmente, fazer de mim chão de esfregona. Oh Senhor Doutor, eu nem queria acreditar, dada a sua idade cronológica que o sexo oral fosse para ele matéria virgem mas em boa verdade, ainda me irritava mais a sua contínua falta de espírito de investigação.

E assim, fartinha do trivial que era o que a minha avozinha chamava às refeições dos dias de semana, resolvi fazer-lhe um desenho e pespeguei uma imagem de um pénis e de um clítoris nas minhas nádegas que era o expositor que tinha ali mais à mão e paulatinamente, pedi-lhe que observasse bem as semelhanças que permitiam que as técnicas de sucção aplicadas num pudessem ser igualmente aplicadas no outro, tal como o contorno da língua no topo da elevação e que, de igual modo, as mãos colocadas na base permitiam a aceleração do estado de erupção.

Só não lhe disse mesmo que me parecia que o pénis era uma evolução natural da espécie clitoriana para não lhe criar uma crise de identidade e consequente demissão de quaisquer funções.

Conheça a saga crepúsculo



Renan Lima
Dentro da Caveira