26 agosto 2014

A poesia por detrás (ou à canzana)

Ah, a paixão, a paixão dos beijos ardentes, dos abraços apertados e das desculpas esfarrapadas para cônjuges incautos.

Eva portuguesa - «Alimento-me de ti»

Alimento-me de sonhos. De esperança. De promessas. De ilusões e desilusões.
Alimento-me das tuas palavras. Das tuas promessas. Das esperanças que tu me dás.
Vivo imaginando a realidade que tu me descreves; uma realidade nossa, única, protegida, comum, feliz.
Bebo cada pensamento,cada promessa de um encontro, de uma nova vida - a nossa vida! - como uma alma sedenta no meio do deserto.
Rio risos de realidades não vividas. Sonho sonhos de uma vida que não é minha. Gozo orgasmos de um corpo que não é o meu. Chamas-me princesa e perguntas se quero ser tua. Mas alguma vez não o fui?...
E tu, meu querido? Queres ser meu? Só meu?...
E és tu o meu príncipe?...Vais matar o dragão que infecta o meu mundo e salvar-me de uma vida de tormentos?... Vais cumprir as tuas promessas?... Vais tornar real a minha ilusão? Realizar o meu sonho?...
Continuo a alimentar-me de ti... a acreditar, apesar das mentiras, das desilusões, das promessas infundadas...
São também fantasia os sentimentos que dizes ter?... De que te alimentas tu? Putas? Sexo? Engano e desengano?...
Eu alimento-me de fantasia... Alimento-me de ti. Porque mesmo não sendo verdade, é melhor imaginar-te do que não te ter. "O sonho comanda a vida". Verdade esta frase... tão verdade... Não só comanda a vida como alimenta pessoas. Alimenta-me a mim.
Alimento-me do futuro e das memórias felizes do passado. Eles são combustíveis para o fogo que me dá vida. E também a música, sem dúvida que me alimento dela. E o sorriso do meu filho, a visão do paraíso!...
Alimento-me de cada pedacinho de alegria, real ou não. De cada dia de sol. Do barulho da chuva a cair no telhado das casas. Do cheiro da terra molhada. Do aroma do pão acabado de cozer. Do banho relaxante após um dia intenso.
Alimento-me de vida... Alimento-me de ti...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«somos corpos flutuantes» - Susana Duarte

somos corpos flutuantes
nas escarpas
do desejo

corpos desejantes
à escala
de um beijo

somos corpos de antes
na procura
do corpo

desejo de agora
à escala
do amor

somos corpos flutuantes
na aventura
do olhar
inscrito nas veias

à procura
de Ser

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Sardinha de Lisboa «a noiva» na sua caixa

Sardinha em cerâmica, de Ana Gomes, da Coleção “Sardinha” by Bordallo Pinheiro.
A partir de agora, faz também parte da minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)




25 agosto 2014

«Joya: Hottest ice cream ever» - Nestlé

Postalinho espanhol (5)

"Vejam a forma do Lago La Ercina, dos Lagos de Covadonga (Astúrias).
São ou não são os Piços da Europa?"
Paulo M.



«conversa 2095» - bagaço amarelo




Ela - Estou numa fase boa da minha vida.
Eu - Fico contente em ouvir isso.
Ela - Apercebi-me que os maridos não fazem falta para quase nada e sinto-me bem sozinha.
Eu - Para quase nada?! Então fazem falta para alguma coisa...
Ela - Sim, fazem falta para implicar de vez em quando, mas como tenho um filho adolescente não preciso de mais nada.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Você também quer comida com a moça?

Deu fominha?


Capinaremos.com

24 agosto 2014

As curvas da pista de Spa Francorchamps


Die Kurven in Spa from V12media on Vimeo.

Postalinho espanhol (4)

"Durante uma semana, os Picos da Europa, nas Astúrias, foram os Piços da Europa."
Paulo M.




A gota 69 do oceano


Não sei se consigo escrever esta crónica que estou aqui num frenesi para ir ver a nova loja de chineses que abriu aqui ao pé do estaminé no sítio onde era a frutaria da dona Adosinda e que deve estar cheia de roupinhas e berloques domésticos ao preço da uva mijona. Em abono da verdade eu nem reparo muito nas etiquetas e quando me dá o cheiro a pechinchas para ter mais umas peças novas no armário aconchego-as muito a mim como se dançasse com um gajo a convidá-lo para o acasalamento numa daquelas cenas cinéfilas em que o encosto à parede e alço uma perna aberta até fincar o pé nas suas ancas e o meu baixo ventre na sua genitália. Apalpo o tecido como se fosse a pele do dito e cheiro-as como se absorvesse feromonas do pescoço de um  pessegão apetitoso. É de tal forma enebriante que nem lembro que aquilo é feito e mal pago por resmas de chineses e quejandos que de forma muito zen aceitam a penetração e a desgraça como os tibetanos.

No fundo, sofro do síndroma do sessenta e nove em que os trapinhos me seduzem a engoli-los todos e eles se colam completamente a mim até me humedecerem na perspectiva garota de cativar todos os olhares em redor.


[Foto © DDiarte, 2008, Fashion Crash]

Infância, terra de descobertas



Renan Lima
Dentro da Caveira