Bernard Perroud
14 setembro 2014
Contornos do calor
Lá íamos nós a chinelar da praia para o apartamento tchec tchec tchec, naquele passo amolecido que o sol e a água da praia provocam. Como se o esforço de exalar calor por cada poro da pele durante horas me fizesse desfalecer e no entanto este aumento da temperatura corporal ao distribuir facilmente o sangue por cada canto de mim também me aumentasse a energia como se acabadinha de sair de um aparelho de ginásio mesmo que naquele dia só lá estivessem barrigudos para lavar as vistas. É assim a modo como encher o peito de ar e as mamas estivessem de dedinho no ar a gritar eu quero, eu quero uma massagem com o refresco da saliva que nestas ocasiões faz muito bem as vezes de um cubinho de gelo.
Ele continuava calado como se o peso da toalhita lhe retirasse o fôlego e alvitrei que talvez fosse bom lancharmos para ele arrebitar e porque o mar sempre abre o apetite. Ele concordou, pediu-me as chaves para abrir a porta e perguntou-me o que é me estava a apetecer. Encostei-lhe as chaves à mão enquanto o pressionava contra a porta e fazia descair a minha mão direita que não sou canhota para o seu centro de gravidade, abrindo bem os dedos para abarcar todo o volume das massas em causa e lhe dizer que desde que proibiram as bolas de Berlim na praia mais vontade delas tenho, com um niquito de leite fresco.
Ele continuava calado como se o peso da toalhita lhe retirasse o fôlego e alvitrei que talvez fosse bom lancharmos para ele arrebitar e porque o mar sempre abre o apetite. Ele concordou, pediu-me as chaves para abrir a porta e perguntou-me o que é me estava a apetecer. Encostei-lhe as chaves à mão enquanto o pressionava contra a porta e fazia descair a minha mão direita que não sou canhota para o seu centro de gravidade, abrindo bem os dedos para abarcar todo o volume das massas em causa e lhe dizer que desde que proibiram as bolas de Berlim na praia mais vontade delas tenho, com um niquito de leite fresco.
13 setembro 2014
Isqueiro com forma a imitar uma caixa de fósforos e com fotos de mulheres em biquini
Mais um isqueiro a juntar-se a outros na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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12 setembro 2014
«Deixa que te diga» - João
"Deixa que te diga que essas mãos se merecem. Que há momentos em que as pernas não seguram o peso e fraquejam, há espasmos que dominam e desafiam o equilíbrio, e ainda assim, deixa que te diga, que essas mãos se merecem. Há alturas em que os corpos se esmagam, ora um contra outro, ora aquecendo paredes, ou superfícies de amor, e merecem-se. Deixa-me dizer-te que há lábios que se pertencem. E que pertencem a ombros, a pescoços, a mamilos ou ao interior de coxas, a outros lábios. Pertencem-se. Como os olhares. Dizem que são espelhos da alma, e se calhar são mais que isso, podem ser espelhos uns dos outros, ou sinais de que as almas são iguais. Que se merecem. Deixa que te diga que há chuveiros onde estes corpos merecem foder-se. Que há banhos que precisam partilhar-se sob pena de se tornarem em desperdícios de água em rotineiros hábitos de solidão higiénica que arrancam pedaços das peles que se completam e as levam para o mar. Não estranhes que te diga que há sofás que não foram feitos para ver televisão, muito menos para receber visitas, foram feitos para dar geometria aos corpos que se misturam, aos caralhos e às conas que brincam às escondidas, às gentes que nem sequer sabem muito bem o que fazer umas com as outras, do tanto que há para se fazer."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
11 setembro 2014
"Ai, Jesus, Maria, quem nos acode?!..."
Alguns recortes das «notícias» de ontem e hoje, nos jornais e nas televisões:
Um grupo de jovens protagonizou uma cena aparentemente espontânea de strip-tease ontem [dia 9/9] à noite nos jardins da Associação Académica de Coimbra (AAC), que representa os estudantes da Universidade de Coimbra. Assistiram à performance algumas dezenas de pessoas, que aproveitaram para filmar e divulgar os vídeos nas redes sociais.
“Não acredito que estou a ver isto na Associação”, ouve-se numa das gravações.
Vários vídeos surgiram na Internet, podendo ver-se três raparigas e dois rapazes no centro do jardim, com dezenas de pessoas em redor.
Ao som de «You Can Leave Your Hat On», de Joe Cocker, as raparigas começam a despir-se, acabando por ficar de cuecas.
A meio da «performance» o tema musical muda para «All The Single Ladies», de Beyoncé.
Num dos vídeos colocados no YouTube pode ler-se na descrição: «9-09-2014 as raparigas de Erasmus deram um show de strip nos jardins da AAC, se estás a pensar ir para a Universidade, escolhe Coimbra».
Contactada pela imprensa, a Associação Académica de Coimbra diz estar a investigar o sucedido.
«Não temos conhecimento de que estivesse prevista alguma iniciativa com essa índole. Foi uma situação peculiar, não é normal acontecer», disse Bruno Matias, presidente da AAC.
Ao Correio da Manhã, Bruno Matias disse ainda que, contrariamente ao que tem circulado, os protagonistas não serão estudantes mas sim «um grupo de artistas que vão ter uma atuação daqui a alguns dias no Teatro Académico Gil Vicente».
Houve reacções negativas e até escandalizadas. A Reitoria não comentou.
Entretanto, houve uma grande preocupação em «explicar» este espectáculo. Segundo o blog Denúncia Coimbrã, "fontes muito próximas do concessionário, bem como as palavras do Presidente DG AAC, informam que o “espectáculo” não foi programado pela gerência do espaço e os seus protagonistas não eram estudantes Erasmus. Segundo o Presidente DG AAC: “Em princípio, trata-se de um grupo de artistas que vão ter uma actuação daqui a alguns dias no Teatro Académico Gil Vicente [perto do jardim onde decorreu o 'strip'].” Ao que parece, os actores e actrizes, passaram a tarde a “ensaiar” na esplanada do Jardim AAC com gin. À noite aproveitaram a distracção dos funcionários da esplanada, que estavam a cortar o bolo do 1º aniversário da nova esplanada e Bar AAC, e desataram a stripar".
Alguém mais sensato comentou: "que grupo de gente… aproveitar tudo que acontece numa cidade para manchar o bom nome da melhor cidade de estudantes deste país. Lá por umas raparigas que estão fora do país delas e se querem divertir, agora a culpa é da UC ou da cidade em si?! querem ter 5 minutos de fama e a maneira mais fácil é criar escândalos e especulações…"
E Luis Fernandes, do blog Questões Nacionais, escreveu um texto cuja leitura recomendo a todos. Deixo-vos um excerto: "Acho muita graça, passados quarenta anos e o sexo, sobretudo em Portugal, continua a gerar polémica de sacristia. Durante o Estado Novo era escondido dos olhares públicos e tudo se passava de baixo de lençóis. A ignorância grassava nesta terra esconsa e atrasada. Aconteceu uma revolução e, como seria de prever, o sexo libertou-se das amarras, sai espavorido, e ganhou carta de alforria. Entrou nas famílias portuguesas por tudo o que era frincha, porta, janela ou telhado. Como se recebe um familiar chegado, todos o acolheram com um abraço –afinal é parte intrínseca e a expressão do desejo- mas poucos procuraram conhecê-lo para o poderem explorar devidamente. Tratam-no como uma droga de mera ocasião espontânea. Ingere-se e, enquanto dura, leva-se ao limite. Quando passa o efeito esquece-se e até há algum pudor em falar sobre ele – não vá o outro pensar que está perante um tarado. Uma grande maioria não fala com o seu par sobre o assunto".
O Diário as Beiras esclareceu: os quatro jovens não são estudantes de Erasmus mas sim artistas do projecto “École des Maîtres”, uma formação internacional itinerante de aperfeiçoamento teatral que, por estes dias, está instalada no TAGV. Vão ter sempre sala cheia, digo eu...
Meus senhores e minhas senhoras, alguém me explica que mal vem ao mundo por se verem torsos (nem sequer eram os corpos) nus de mulheres? E aposto que todos os que publicamente criticam este episódio, em privado já viram o video (um deles, que há vários). E gostaram... mas a hipocrisia social sobrepõe-se à sensatez, principalmente numa aldeia... como Coimbra.
E quem não viu ainda, que atire a primeira pedra (depois de ver):
(link para o video com mais qualidade)
(link 1 e link 2 para um video com menos qualidade)
(neste link, podem descarregar dois videos)
Um grupo de jovens protagonizou uma cena aparentemente espontânea de strip-tease ontem [dia 9/9] à noite nos jardins da Associação Académica de Coimbra (AAC), que representa os estudantes da Universidade de Coimbra. Assistiram à performance algumas dezenas de pessoas, que aproveitaram para filmar e divulgar os vídeos nas redes sociais.
“Não acredito que estou a ver isto na Associação”, ouve-se numa das gravações.
Vários vídeos surgiram na Internet, podendo ver-se três raparigas e dois rapazes no centro do jardim, com dezenas de pessoas em redor.
Ao som de «You Can Leave Your Hat On», de Joe Cocker, as raparigas começam a despir-se, acabando por ficar de cuecas.
A meio da «performance» o tema musical muda para «All The Single Ladies», de Beyoncé.
Num dos vídeos colocados no YouTube pode ler-se na descrição: «9-09-2014 as raparigas de Erasmus deram um show de strip nos jardins da AAC, se estás a pensar ir para a Universidade, escolhe Coimbra».
Contactada pela imprensa, a Associação Académica de Coimbra diz estar a investigar o sucedido.
«Não temos conhecimento de que estivesse prevista alguma iniciativa com essa índole. Foi uma situação peculiar, não é normal acontecer», disse Bruno Matias, presidente da AAC.
Ao Correio da Manhã, Bruno Matias disse ainda que, contrariamente ao que tem circulado, os protagonistas não serão estudantes mas sim «um grupo de artistas que vão ter uma atuação daqui a alguns dias no Teatro Académico Gil Vicente».
Houve reacções negativas e até escandalizadas. A Reitoria não comentou.
Entretanto, houve uma grande preocupação em «explicar» este espectáculo. Segundo o blog Denúncia Coimbrã, "fontes muito próximas do concessionário, bem como as palavras do Presidente DG AAC, informam que o “espectáculo” não foi programado pela gerência do espaço e os seus protagonistas não eram estudantes Erasmus. Segundo o Presidente DG AAC: “Em princípio, trata-se de um grupo de artistas que vão ter uma actuação daqui a alguns dias no Teatro Académico Gil Vicente [perto do jardim onde decorreu o 'strip'].” Ao que parece, os actores e actrizes, passaram a tarde a “ensaiar” na esplanada do Jardim AAC com gin. À noite aproveitaram a distracção dos funcionários da esplanada, que estavam a cortar o bolo do 1º aniversário da nova esplanada e Bar AAC, e desataram a stripar".
Alguém mais sensato comentou: "que grupo de gente… aproveitar tudo que acontece numa cidade para manchar o bom nome da melhor cidade de estudantes deste país. Lá por umas raparigas que estão fora do país delas e se querem divertir, agora a culpa é da UC ou da cidade em si?! querem ter 5 minutos de fama e a maneira mais fácil é criar escândalos e especulações…"
E Luis Fernandes, do blog Questões Nacionais, escreveu um texto cuja leitura recomendo a todos. Deixo-vos um excerto: "Acho muita graça, passados quarenta anos e o sexo, sobretudo em Portugal, continua a gerar polémica de sacristia. Durante o Estado Novo era escondido dos olhares públicos e tudo se passava de baixo de lençóis. A ignorância grassava nesta terra esconsa e atrasada. Aconteceu uma revolução e, como seria de prever, o sexo libertou-se das amarras, sai espavorido, e ganhou carta de alforria. Entrou nas famílias portuguesas por tudo o que era frincha, porta, janela ou telhado. Como se recebe um familiar chegado, todos o acolheram com um abraço –afinal é parte intrínseca e a expressão do desejo- mas poucos procuraram conhecê-lo para o poderem explorar devidamente. Tratam-no como uma droga de mera ocasião espontânea. Ingere-se e, enquanto dura, leva-se ao limite. Quando passa o efeito esquece-se e até há algum pudor em falar sobre ele – não vá o outro pensar que está perante um tarado. Uma grande maioria não fala com o seu par sobre o assunto".
O Diário as Beiras esclareceu: os quatro jovens não são estudantes de Erasmus mas sim artistas do projecto “École des Maîtres”, uma formação internacional itinerante de aperfeiçoamento teatral que, por estes dias, está instalada no TAGV. Vão ter sempre sala cheia, digo eu...
Meus senhores e minhas senhoras, alguém me explica que mal vem ao mundo por se verem torsos (nem sequer eram os corpos) nus de mulheres? E aposto que todos os que publicamente criticam este episódio, em privado já viram o video (um deles, que há vários). E gostaram... mas a hipocrisia social sobrepõe-se à sensatez, principalmente numa aldeia... como Coimbra.
E quem não viu ainda, que atire a primeira pedra (depois de ver):
(link para o video com mais qualidade)
(link 1 e link 2 para um video com menos qualidade)
(neste link, podem descarregar dois videos)
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