19 setembro 2014

«O plano da guerra» - João

"As grandes cartas estavam espalhadas sobre as mesas. Esquadrias, coordenadas, curvas de nível, toda a geografia das curvas estava traçada naqueles papéis, e em folhas rabiscadas a lápis, com adições e subtracções, fracções, e ocasional parábola. De braços esticados sobre as mesas, olhavam, cada um, para os seus planos, os seus esquiços. A questão continuava sobre as mesas. Como dar seguimento a isto? Faziam estes raciocínios em perfeito e absoluto silêncio. Pesado. Depois, pousando as réguas e esquadros, guardando transferidores e compassos, sairam fechando as portas atrás de si. Algures no caminho cruzaram-se. Olharam-se. A princípio sérios, seráficos, isentos de emoção. Depois, a pouco e pouco, desenharam-se ligeiros sorrisos nos rostos, e avançaram um para o outro, sempre num perfeito silêncio, que deixara de ser pesado, era apenas silêncio. Abraçaram-se muito longamente. Vários minutos seguidos, abraçados, calados, a ouvirem-se respirar, a cheirarem-se um ao outro, a deslizar as mãos vagarosamente nas costas um do outro. Nem uma palavra. Só brisa e tacto. Por fim, ganhando alguma distância entre si, olharam-se de novo, estavam ambos humedecidos no olhar mas ainda com um sorriso desenhado, beijaram-se os lábios muito delicadamente, e recuaram, sem nada dizer, nada perguntar, nada afirmar. Tudo havia sido dito naquele abraço e selado num beijo. E voltaram à mesa, cada um deles, com as cartas espalhadas, as geografias das curvas com esboços e contas, o plano da guerra todo traçado."
João
Geografia das Curvas

Postalinho diurético

"A Font dels Pissaïres (Fontaine des Pisseurs - fonte dos mijões) glorifica as virtudes diuréticas das nascentes de águas quentes termais de Lacaune, conhecidas desde a antiguidade.
Os cônsules de Lacaune tiveram autorização de a erigir em 1399. Foi terminada em 1559. Encontra-se na Praça Griffoul, no centro da cidade. Está classificado como monumento histórico desde 1913.
Ah! E Lacaune lê-se Lacône..."
São P.





18 setembro 2014

«The World Naked Bike Ride» - Londres (2014)


The World Naked Bike Ride, London (2014) from Richard Agnew on Vimeo.

Postalinho Expresso

"O jornal Expresso de 30 de Agosto tinha um artigo sobre os nadadores salvadores, intitulado «Bandeira vermelha no socorro».
O que o nadador salvador, à esquerda na foto, traz às costas é que não parece uma bandeira..."
Nelson S.



Revista trimestral Maisonneuve - Canadá - Fall 2014

Revista cujo artigo de capa é: «How I learned to keep worrying but still love porn» (como eu aprendi a continuar a preocupar-me mas, mesmo assim, a amar a pornografia).

Oferta do meu amigo Chico Torreira para a minha colecção, especialmente enviada do Canadá por mensageira privada e pessoal. Um luxo!

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


Não é só o algodão que não engana!

Crica para veres toda a história
Humanos!


2 páginas
(crica em «next page» para avançares)

17 setembro 2014

«origine du monde» (origem do mundo)


origine du monde from Froment Catherine on Vimeo.

«conversa 2101» - bagaço amarelo

Ela - Tens uma cara que transmite confiança a uma mulher.
Eu - Porquê?
Ela - Estive a ler sobre isso. Homens com a face como a tua, ligeiramente arredondada, são mais confiáveis do que aqueles que têm uma cara mais quadrada.
Eu - Confiáveis em que aspecto?
Ela - Não traem a mulher e são mais carinhosos.
Eu - Ah! O teu marido tem a cara arredondada também?
Ela - Claro que não. Credo!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A Nu






Tempo é dinheiro (se o sexo for pago)



16 setembro 2014

Sobre o "polémico" e badalado strip nos jardins da Associação Académica de Coimbra

Depois deste episódio, nada melhor do que alguém nos contar um episódio anterior... do tempo em que estas coisas não «explodiam» nas redes sociais e nos órgãos (não sexuais) de comunicação social:

"Sobre o «polémico» e badalado strip nos jardins da Associação Académica de Coimbra, permitam-me contar uma história verídica (sublinho: verídica) ocorrida exactamente no mesmo local, que eu presenciei.
Já aconteceu sexo ao vivo naqueles mesmos jardins. Eu estava lá e vi. E foi em pleno dia. E havia bastante gente à volta. Claro que houve aquela risada que se pode esperar e tal. Mas nesse caso não vi nem a suposta indignação posterior que este strip de agora gerou, nem a AAC a emitir comunicados, nem falatório no dia seguinte sequer... quanto mais o país todo saber. Se bem me lembro, acho que nem houve alguém que se dignasse a tirar uma fotografia para a posteridade. Nada. E, repito, aconteceu sexo, coito!, ali, à frente de toda a gente, à luz do dia, nos jardins da AAC. Ninguém interrompeu... nada. Foi do início ao fim, com ambos a satisfazerem a sua necessidade do momento. Findo o acto, o cão e a cadelita foram à sua vida. E, tirando este post que aqui publico hoje, nestes anos que já passaram sobre o episódio, nunca vi nem ouvi qualquer referência ao caso, em lado algum. Enfim..."
Marco António

ps - Ah... tenho a esclarecer que estava mesmo (MESMO!) a falar de canídeos. Não de posição (humana) à canídeo ou de chamar cão e cadelita a animais que dizem coisas a sério e não "Béu! Béu!"

A breve sensação de um orgasmo

Olás...

Existem mulheres que fingem o orgasmo. Fingem para não se sentirem diferentes. Fingem para satisfazerem o parceiro. Fingem a vida inteira, enquanto fazem sexo.

E fico me perguntando:"Como fingir algo que é tão... singular, único?!"

Cada pessoa tem um jeito de chegar ao orgasmo e, quando lá chegam, fazem diferentes estardalhaços (ou não).

Existem aqueles que uivam. Os que gritam. Outros gemem gemidos diferenciados, num ritmo frenético, ou cadenciado. Há até aqueles que choram!

Eu simplesmente sorrio, rio. Sorriso leve, de satisfação. Sorriso de quem está na plenitude.

Existem orgasmos cuja sensação leva-nos aos Céus, Lua, Nuvens... ou até mesmo às paredes.

É algo difícil de explicar para quem nunca o sentiu, a dois. Mas também mais difícil de explicar quando não existe o dois e vai-se em um mesmo. Aqueles intermináveis segundos são... são... orgasmos! Únicos. Múltiplos. Vontade de muito mais.

O orgasmo não precisa ser "orquestrado"; nada de receitas, ou regras. Basta se deixar sentir, envolver-se; deixar-se tocar.

Os corpos sabem quando será o momento certo: por vezes duram mais do que determinaram que devesse durar. Outras, bastam 5 minutos entre o querer e o gozar.

orgasmos de todos os tipos. A um, a dois, a três, para quem goste assim.

Mas ainda prefiro o sussurro a dois; os gemidos e palavras sacanas só nossas. Só não podemos fingir!

Se fingir, não tem graça, não tem sabor, não tem prazer. Melhor mesmo são aqueles segundos benditos, bem ditos... só a nós dois.

Orgasmos nos fazem viver.

Mamãe Coruja

«o poema é o refúgio antigo do esquecimento» - Susana Duarte

o poema é o refúgio antigo
do esquecimento, e a fuga
a partir da qual se encadeiam sonhos
breves e noites azuladas. o poema
é a força gravítica dos seres
e a atração pelo abismo da palavra
nua, a palavra-pedra,
o corpo que se descreve
e, no outro, se inscreve.
o poema é o refúgio antigo
dos sonhos breves, e as palavras
de fogo que nele habitam.
o poema é a língua da terra,
o húmus e o sal,
e os olhos do ventre.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto