25 outubro 2014
24 outubro 2014
«Porcalhão» - João
"Uma amiga minha – de meter respeitinho, que é bem mais alta que eu, fala alto e arregala muito os olhos quando se aborrece, apesar de no íntimo ser uma querida – partilhou há dias uma imagem na sua rede social de eleição com a frase “I don’t have a dirty mind, I have a sexy imagination“, dizendo ela ser uma frase que pertence ao conjunto de coisas que a faz lembrar-se de mim. Passada a ternura do momento – que a teve, é bom lembrarem-se de nós, especialmente por coisas que aquecem o coração -, dei por mim a sorrir com a frase e a pensar que, vendo bem, é muito assim. Poderá até ser duplamente assim, uma imaginação sexy numa mente porca, mas nunca sei muito bem porque se diz ou pensa que uma mente que encontra sexo em todo o lado, mesmo debaixo do tapete, é uma mente porca. Será o sexo porco? Ou não será o sexo tanto melhor quanto mais porco? Não será o sexo tanto melhor quanto mais molhados e besuntados de cona estão os caralhos? Quanto mais molhados estão os tomates das conas que pingam? Se for por isso, então concordo que as mentes com muito sexo são mentes porcas. De outro modo, rejeito a noção. Uma mente que vive sexo é uma mente que está a fazer aquilo para o que foi programada pela natureza: pinar, foder, o que quiserem chamar-lhe. Está a viver um talento. Sem mentes porcas a humanidade implodia. Entretanto, se passarem por mim e me virem sorrir, é muito provável que esteja a saborear um pensamento porcalhão, uma qualquer associação de ideias que no final me faz pensar, em silêncio para os meus botões, que sou um caso perdido. Mas bem perdido. E muito sexy. Por dentro, at the least."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
23 outubro 2014
Eva portuguesa - «Se»
Se voltássemos atrás fazíamos as mesmas escolhas? Tomaríamos as mesmas decisões?
Se o passado fosse futuro e o presente fosse passado, o que iríamos mudar? Que caminhos seriam evitados e quais as estradas que iríamos percorrer?
Se o tempo não fosse absoluto, imutável; que desculpas evitaríamos? E que erros iríamos cometer?... Os mesmos? Outros?...
Quereríamos ser quem somos ou também a nossa essência seria outra? Inventávamo-nos?... Recriávamos quem somos e o que somos?....
Arriscávamos mais ou menos? Teríamos a mesma vida?
Acho que no fundo o que pretendo saber nesta auto reflexão é se sou quem quero ou se me posso melhorar.... E se tenho a vida que quero, com tudo o que tem de positivo e de menos bom ou, se pudesse, sacrificaria tudo o que me é de mais sagrado; sacrificaria a minha própria pessoa só para poder recomeçar?.....
Se o passado fosse futuro, iria eu querer vivê-lo?....
E tu?
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Se o passado fosse futuro e o presente fosse passado, o que iríamos mudar? Que caminhos seriam evitados e quais as estradas que iríamos percorrer?
Se o tempo não fosse absoluto, imutável; que desculpas evitaríamos? E que erros iríamos cometer?... Os mesmos? Outros?...
Quereríamos ser quem somos ou também a nossa essência seria outra? Inventávamo-nos?... Recriávamos quem somos e o que somos?....
Arriscávamos mais ou menos? Teríamos a mesma vida?
Acho que no fundo o que pretendo saber nesta auto reflexão é se sou quem quero ou se me posso melhorar.... E se tenho a vida que quero, com tudo o que tem de positivo e de menos bom ou, se pudesse, sacrificaria tudo o que me é de mais sagrado; sacrificaria a minha própria pessoa só para poder recomeçar?.....
Se o passado fosse futuro, iria eu querer vivê-lo?....
E tu?
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
A vida amorosa no Antigo Egipto - sexo, matrimónio e erotismo
Em “A Vida Amorosa no Antigo Egipto” encontramos 13 capítulos que desvendam os segredos do amor e da intimidade vivida no Antigo Egipto. A obra foi cuidadosamente construída tendo por base os poemas amorosos do Reino Novo, os poucos fragmentos de cerâmica utilizados como suporte da escrita, pinturas murais de cenas explícitas descobertas em escavações arqueológicas, o papiro erótico de Turim, amuletos sexuais e as escassas referências literárias e mitológicas sobre o assunto. A masturbação, a sedução, as loucuras por amor, o matrimónio, a gravidez, o aborto, as orgias, a luxúria, a preversão, a prostituição, os abusos sexuais, a homossexualidade do Vale do Nilo, a dominação e a submissão ou os afrodisíacos são apenas alguns dos temas explorados pelo autor em textos de média dimensão e de interessantíssima leitura. Esta obra da Esfera dos Livros, amplamente ilustrada, resulta da investigação histórica rigorosa de José Miguel Parra Ortiz, especialista em História Antiga e no Antigo Egipto, em particular. Uma nota também para a inclusão de uma reprodução do papiro erótico-satírico de Turim em desdobrável, numa reconstrução do seu estado original.
(in Livros e Leituras)
O livro nº 1779 da minha colecção.
O papiro erótico de Turim original:
Uma reprodução do papiro, idêntica à do desdobrável deste livro:
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
(in Livros e Leituras)
O livro nº 1779 da minha colecção.
O papiro erótico de Turim original:
Uma reprodução do papiro, idêntica à do desdobrável deste livro:
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Postalinho da Turquia
"Como prova junto, é impossível ver o teu blog na Turquia!
Beijo
Daisy"
ps - Erisim Engellendi (com cedilha no "S") quer dizer em turco "acesso negado".
Detalhe:
Beijo
Daisy"
ps - Erisim Engellendi (com cedilha no "S") quer dizer em turco "acesso negado".
Detalhe:
22 outubro 2014
«a violência feminina» - bagaço amarelo
- O meu casamento foi bom! - disse ela.
Nessa altura já estava na fase de arrumar todos os livros que tirara das suas inúmeras e preenchidas prateleiras para me ler, a espaços, uma frase escolhida de cada um. Eu estava impressionado com a sua capacidade para memorizar frases chave de romances e, admito, ainda mais por ser capaz de as encontrar com relativa facilidade.
- Quer dizer... não foi mau. - continuou.
E eu ri-me, não por achar piada à frase mas porque não sabia como reagir. Aquela verdade deixava-me nervoso porque ia de encontro ao que eu acabara de concluir nos meus trinta e cinco anos de vida: um casamento bom é um casamento que não é mau.
A F. ia organizando os livros por autores. As frases todas que me lera estavam preenchidas de vida. De Amor, de ódio, de viagens, lágrimas e abraços. Talvez em silêncio tenhamos tirado mais ou menos a mesma conclusão. Os nossos casamentos, por pouco maus que pudessem ter sido, tinham-nos tirado essa vida que ela acabara de resgatar daquelas páginas soltas.
Assim que a mesa ficou desimpedida, desapareceu por um minuto ou dois e voltou com uma garrafa de uísque e dois copos. Ela própria nos serviu, sem me perguntar se eu queria beber ou se preferia puro ou com gelo. Dei o primeiro gole apenas para lhe mostrar que estava de acordo com tudo. Depois cruzei as mãos e foi a primeira vez que a olhei olhos nos olhos. Reparei que era das mulheres mais bonitas que eu já tinha visto.
Enquanto o seus cabelos pretos lhe banhavam os ombros como uma suave maré cheia, fui percebendo a forma como o seu ex-marido se apaixonara perdidamente por ela muitos anos antes. Provavelmente, eu estava a viver exactamente as mesmas sensações que ele. O ar começava a entrar e sair dos meus pulmões com alguma dificuldade e não encontrava as palavras certas para lhe responder a nada. Acabei por dar um gole sôfrego no uísque e tentar concentrar-me no que ela dizia.
- As mulheres têm uma violência dentro delas que os homens não são capazes de perceber.
- Ahn?! - estava assustado.
- Durante anos observei a lenta degradação do meu casamento na expectativa de que o meu marido se apercebesse do mesmo que eu. Queria que ele chegasse à conclusão que o nosso Amor não merecia acabar assim, como um velho que se vai encolhendo até morrer...
- E ele apercebeu-se?
- Claro que não. Todos os dias saía de casa para trabalhar e voltava como se tudo estivesse normal, mesmo naquelas fases em que passávamos dois meses sem sexo. E eu todos os dias ia tendo cada vez mais pena dele...
- É essa violência que dizes que só as mulheres é que têm?
- Sim, exactamente. Observei-o durante anos como se ele fosse um rato de laboratório, porque era isso que ele era de facto. Até que um dia me cansei de o estudar e pus fim àquilo tudo com o divórcio.
Depois disto ela calou-se e senti os seus olhos, pesados, sobre mim. Naquele preciso momento o rato de laboratório era eu, que passara dum desejo enorme de a levar para a cama para uma estranha sensação de incapacidade total para fazer fosse o que fosse.
Imaginei-me, também eu, a ser o objecto de pena da minha companheira de vários anos. A sair todos os dias e a voltar para casa debaixo do seu olhar estudioso, mesmo quando passávamos dois meses sem sexo. Imaginei-a a questionar-se sobre o meu comportamento mecânico e diário, como se fosse possível assim fugir à desilusão da própria vida.
Com o terceiro gole acabei o uísque e, sem pedir licença, servi-me de outro. O copo da F. ainda estava cheio.
Acabara de me aperceber que eu próprio, sem ser capaz de o perceber, sentira essa violência feminina durante anos, como se um chicote silencioso todos os dias me abrisse mais uma ferida invisível na pele. A normalidade da vida passara a ser uma merda e eu adaptara-me cobardemente a ela. Mesmo assim, apesar de tudo, tinha sido ela a salvar-me, essa violência feminina.
A F. ainda me olhava em silêncio, com um sorriso que indicava ser capaz de ler os meus pensamentos.
- Vamos para a cama? - perguntou.
- Sim.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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