25 outubro 2014
«Bela, viúva e misteriosa» - por Rui Felício
Deve ter pouco mais de trinta anos...
De uma beleza exótica, a Catarina sorri simpaticamente aos vizinhos mas não lhes permite conversas prolongadas que invadam a sua privacidade ou destapem o secretismo da sua vida.
Mora numa vivenda isolada em frente ao mar, na Ericeira, e muito se estranha que não se lhe conheça nenhum namorado ou sequer amigo próximo.
Estranheza que aguça a curiosidade em se saberem os contornos e circunstâncias da sua viuvez,dando origem às mais díspares conjecturas e suspeições.
Realmente, aquela lindíssima mulher ainda jovem já enviuvou duas vezes em tão pouco tempo, não se descortinando nenhum homem que procure aproximar-se dela. Talvez porque ela nem sequer dê azo a que tal aconteça, por razões que só ela sabe.
O Paulo, que vivia sozinho na vivenda ao lado da dela, reparava que todas as noites ela mantinha a luz da sala acesa até tarde, parecendo estar acompanhada. Mas a verdade é que através das cortinas ele não via mais ninguém a não ser ela.
Ontem à noite ele não resistiu mais. Pé ante pé, saltou a sebe que separa os quintais, aproximou-se da janela entreaberta e agachou-se rente ao relvado atrás de um arbusto.
A misteriosa mulher, elegantemente vestida, estava sentada à mesa com três copos à frente.
Desrolhou uma garrafa de champanhe e verteu o capitoso líquido em cada um dos três copos.
O Paulo apenas a via a ela, mas supunha adivinhar a presença oculta de mais duas pessoas.
Especialmente quando ela ergueu o seu copo e disse:
- Tchim-Tchim, brindo aos dois únicos amores da minha vida!
Decididamente, a mulher tinha enlouquecido e confraternizava sozinha com as recordações dos seus dois maridos falecidos, o Guilherme e o António.
Era a conclusão evidente a que o Paulo chegou, entristecido.
Decidiu levantar-se e regressar a casa, satisfeita que estava a sua curiosidade.
Ainda não tinha dado dois passos, sentiu uma mão gélida tocar-lhe no ombro. Virou-se assustado, olhou em redor mas não viu ninguém.
No entanto, uma voz cavernosa ecoou-lhe nos ouvidos:
- Por favor entre! A Catarina precisa de uma companhia de carne e osso...
O susto foi-lhe fatal.
O Paulo, aterrorizado, sucumbiu, estremeceu e caiu redondo no chão com uma síncope cardíaca.
O Guilherme, olhando o corpo inerte, sentenciou:
- Amigo António, agora é que na Ericeira nunca mais ninguém vai deixar de falar das viuvezes da Catarina...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Lote de 9 selos e um bloco
Selos e um bloco de Ajman (menor dos Emiratos Árabes Unidos), Roménia e União Soviética, da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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24 outubro 2014
«Porcalhão» - João
"Uma amiga minha – de meter respeitinho, que é bem mais alta que eu, fala alto e arregala muito os olhos quando se aborrece, apesar de no íntimo ser uma querida – partilhou há dias uma imagem na sua rede social de eleição com a frase “I don’t have a dirty mind, I have a sexy imagination“, dizendo ela ser uma frase que pertence ao conjunto de coisas que a faz lembrar-se de mim. Passada a ternura do momento – que a teve, é bom lembrarem-se de nós, especialmente por coisas que aquecem o coração -, dei por mim a sorrir com a frase e a pensar que, vendo bem, é muito assim. Poderá até ser duplamente assim, uma imaginação sexy numa mente porca, mas nunca sei muito bem porque se diz ou pensa que uma mente que encontra sexo em todo o lado, mesmo debaixo do tapete, é uma mente porca. Será o sexo porco? Ou não será o sexo tanto melhor quanto mais porco? Não será o sexo tanto melhor quanto mais molhados e besuntados de cona estão os caralhos? Quanto mais molhados estão os tomates das conas que pingam? Se for por isso, então concordo que as mentes com muito sexo são mentes porcas. De outro modo, rejeito a noção. Uma mente que vive sexo é uma mente que está a fazer aquilo para o que foi programada pela natureza: pinar, foder, o que quiserem chamar-lhe. Está a viver um talento. Sem mentes porcas a humanidade implodia. Entretanto, se passarem por mim e me virem sorrir, é muito provável que esteja a saborear um pensamento porcalhão, uma qualquer associação de ideias que no final me faz pensar, em silêncio para os meus botões, que sou um caso perdido. Mas bem perdido. E muito sexy. Por dentro, at the least."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
23 outubro 2014
Eva portuguesa - «Se»
Se voltássemos atrás fazíamos as mesmas escolhas? Tomaríamos as mesmas decisões?
Se o passado fosse futuro e o presente fosse passado, o que iríamos mudar? Que caminhos seriam evitados e quais as estradas que iríamos percorrer?
Se o tempo não fosse absoluto, imutável; que desculpas evitaríamos? E que erros iríamos cometer?... Os mesmos? Outros?...
Quereríamos ser quem somos ou também a nossa essência seria outra? Inventávamo-nos?... Recriávamos quem somos e o que somos?....
Arriscávamos mais ou menos? Teríamos a mesma vida?
Acho que no fundo o que pretendo saber nesta auto reflexão é se sou quem quero ou se me posso melhorar.... E se tenho a vida que quero, com tudo o que tem de positivo e de menos bom ou, se pudesse, sacrificaria tudo o que me é de mais sagrado; sacrificaria a minha própria pessoa só para poder recomeçar?.....
Se o passado fosse futuro, iria eu querer vivê-lo?....
E tu?
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Se o passado fosse futuro e o presente fosse passado, o que iríamos mudar? Que caminhos seriam evitados e quais as estradas que iríamos percorrer?
Se o tempo não fosse absoluto, imutável; que desculpas evitaríamos? E que erros iríamos cometer?... Os mesmos? Outros?...
Quereríamos ser quem somos ou também a nossa essência seria outra? Inventávamo-nos?... Recriávamos quem somos e o que somos?....
Arriscávamos mais ou menos? Teríamos a mesma vida?
Acho que no fundo o que pretendo saber nesta auto reflexão é se sou quem quero ou se me posso melhorar.... E se tenho a vida que quero, com tudo o que tem de positivo e de menos bom ou, se pudesse, sacrificaria tudo o que me é de mais sagrado; sacrificaria a minha própria pessoa só para poder recomeçar?.....
Se o passado fosse futuro, iria eu querer vivê-lo?....
E tu?
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
A vida amorosa no Antigo Egipto - sexo, matrimónio e erotismo
Em “A Vida Amorosa no Antigo Egipto” encontramos 13 capítulos que desvendam os segredos do amor e da intimidade vivida no Antigo Egipto. A obra foi cuidadosamente construída tendo por base os poemas amorosos do Reino Novo, os poucos fragmentos de cerâmica utilizados como suporte da escrita, pinturas murais de cenas explícitas descobertas em escavações arqueológicas, o papiro erótico de Turim, amuletos sexuais e as escassas referências literárias e mitológicas sobre o assunto. A masturbação, a sedução, as loucuras por amor, o matrimónio, a gravidez, o aborto, as orgias, a luxúria, a preversão, a prostituição, os abusos sexuais, a homossexualidade do Vale do Nilo, a dominação e a submissão ou os afrodisíacos são apenas alguns dos temas explorados pelo autor em textos de média dimensão e de interessantíssima leitura. Esta obra da Esfera dos Livros, amplamente ilustrada, resulta da investigação histórica rigorosa de José Miguel Parra Ortiz, especialista em História Antiga e no Antigo Egipto, em particular. Uma nota também para a inclusão de uma reprodução do papiro erótico-satírico de Turim em desdobrável, numa reconstrução do seu estado original.
(in Livros e Leituras)
O livro nº 1779 da minha colecção.
O papiro erótico de Turim original:
Uma reprodução do papiro, idêntica à do desdobrável deste livro:
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(in Livros e Leituras)
O livro nº 1779 da minha colecção.
O papiro erótico de Turim original:
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Postalinho da Turquia
"Como prova junto, é impossível ver o teu blog na Turquia!
Beijo
Daisy"
ps - Erisim Engellendi (com cedilha no "S") quer dizer em turco "acesso negado".
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Daisy"
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