01 novembro 2014

31 outubro 2014

Rogério Skylab - «Meu pau fica duro»

"Doutor, me explica: por que é que às vezes quando eu fico parado, sem fazer nada, o meu pau fica duro?"

A (de)lapidação da nossa sociedade

A propósito desta notícia sobre a morte por lapidação (apedrejamento) de uma mulher acusada de adultério em Hama, na Síria, numa região controlada pelo pelo ISIS (Estado Islâmico), desenvolveu-se este diálogo na minha página pessoal no Facebook:

Ana S Gomes - Eu entendo que esses vermes assassinos nada têm a ver com religião.
São Rosas - A "Santa Inquisição" não tinha a ver com religião?
Ana S Gomes - Tanto como a Sharia - inventada por uma cambada de vermes, ambiciosos e vampíricos.
São Rosas - Com o argumento da religião, certo?
Ana S Gomes - Voltando ainda ao tema (as punições públicas - e agora filmadas! - pelos vermes nº 22...). 
A Europa lida muito bem (pela calada) sobre a imposição da Lei Islâmica tanto no Reino Unido como na Alemanha (há tribunais islâmicos, à margem da lei britânica/alemã, para julgar "crimes" à luz da Sharia - e que lixam principalmente e sempre as mulheres...), bem como em Portugal, por exemplo com a excisão feminina ou os casamentos obrigados - que eu saiba, até é tudo combinado dentro da comunidade islâmica em Lisboa...) - investigação da Felícia Cabrita e outros antes dela (é só procurar...).
Enfim! Um mete nojo de cumplicidades entre uns vermes, e apontar o dedo a outros vermos (agora o tal EI ó caraças!! - que foi financiado pelo ocidente, porra!). Sorry, mas eu passo-me com a Sharia, Inquisição ou uòreva!
Ahhhhh! Só mais uma "coisinha": o meu filho teve que ficar internado no D. Estefânia, por 2 dias. No quarto dele, apareceu um rapazinho guineense (soube depois) da idade do meu... nunca falava, mas quando eu me aproximava dele, desviava o olhar e chorava, calado. Vim a saber pelo pessoal de enfermagem, e porque perguntei, que ele tentou suicidar-se porque a mãe (que também apareceu por lá e lamentava a viagem perdida...) ia com ele à Guiné para ser "iniciado" e casar-se :(
Em vez de ir, bebeu veneno para os ratos, com 13 anos! Em Lisboa! Porra!
É um tema que devia ser vomitado em cima desta sociedade podre, de faz-de-conta, conforme os petrodólares, porra.

«My head hangs low» - João

"Sente este momento. Define-se pela minha mão na tua coxa. Estás sentada de costas para mim, e eu encostado a ti, e beijo-te o pescoço, repouso uma mão na tua coxa esquerda, e o braço direito abraça-te e segura-te contra mim, e por vezes percorre os teus seios, por vezes beijo-te os ombros, ou mergulho no teu cabelo, e eu sei que já mordes os teus lábios, e eu sei que te vou deixar marcas de te apertar tanto e não querer largar. Sente este momento, é de janela aberta para o ar correr, para que as paredes não se impregnem deste cheiro de foda que invade o nosso espaço, este perfume que se cola, com que nos colamos, o teu sabor nos meus dedos que provo ao teu olhar, enquanto te surpreendes, te excitas, me chamas doido. Tanto te tenho dito que não existes, e ainda assim, não existindo mesmo, é tão grande o ar que movimentas, tão doce o teu cheiro que cativa, segura, excita. Sente este momento, é manhã vivida na cama, sem pressa. É tarde enrolada num sofá, sem interesse pela rua. É noite de corpos despidos colados. É a cabeça a pender, baixa, sempre que se olha e não se vê."
João
Geografia das Curvas

Postalinho da cascata da Cabreia

"As árvores são umas fêmeas muito abertas!..."
Paulo M.


30 outubro 2014

«Once Upon a Sex | Poisoned» (Era uma vez o sexo | envenenado)


Once Upon a Sex* | Poisoned (UNCENSORED) from Alex Volot on Vimeo.

«Declaração» - Ricardo Araújo Pereira

Ainda a propósito do «acórdão do sexo aos 50 anos», o Ricardo Araújo Pereira escreveu esta declaração:

"Para os devidos efeitos, declara­-se que Ricardo Artur de Araújo Pereira, nascido em Lisboa a 28 de Abril de 1974, já é, e tenciona continuar a ser, aquilo a que se chama, na Iíngua inglesa, um «dirty old man», expressão que, vertida para o nosso idioma, designa um homem de meia-idade ou de idade avançada que manifesta forte inclinação para a lascívia. Tendo em conta a sua firme vontade de continuar a abraçar uma vida de devassidão na velhice, o declarante vem, por este meio, requerer a compreensão do Supremo Tribunal Administrativo para que Ihe seja concedida imunidade relativamente a decisões como a que vem expressa no recente acórdão em que aquele tribunal reduziu substancialmente a indemnização devida a uma mulher de 50 anos por, naquela idade, a actividade sexual não ter «a importância que assume em Idades mais jovens». Conforme expresso acima, o dedarante pretende ser um dirly old man, projecto que é impossível de concretizar antes de o declarante ser, digamos, old. Por esse motivo, a actividade sexual do declarante é mais importante precisamente a partir dos 50.

Cartoon completo do Raim aqui
O declarante recorda que não pertence àquele número de cidadãos cuja sexualidade serve apenas o propósito da procriação e por isso é evidentemente dispensável a partir dos 50, cidadãos esses que o Supremo Tribunal Administrativo, ao que tudo indica, conhece pelo nome de «mulheres».

Mais se declara que, durante a adolescência, o declarante tinha um amigo chamado Vitor cuja mãe, na altura contando 52 anos, era bem boa. Na companhia da referida anciã passou o declarante tardes muito agradáveis sempre que o pai do supracitado Vitor se encontrava ausente por motivos profissionais. No âmbito deste mesmo requerimento, e tomando em consideração os factos atrás citados, o declarante deseja sensibilizar o tribunal para a existência de senhoras maiores de 50 suficientemente lúbricas para merecerem que os meritíssimos juízes tenham a generosidade de Ihes conceder mais algum tempo de vida sexual. Por exemplo, uma prorrogação por 5 anos, renovável por igual período findo esse prazo. O declarante dlsponibiliza-se para,­ em nome do tribunal, avaliar, caso a caso, o grau de concupiscência de todas as idades, e exarar em relatório oficial as suas conclusões."
Ricardo Araújo Pereira

Casal abraçado e encaixado

Estatueta esculpida em mármore (ónix), com 30 cm de altura e 3 Kg de peso, de um casal no quentinho da minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)





Dia desses



1. Dê play na canção.
2. Leia a tira.
Ei,
Sem pressa.



Renan Lima
Dentro da Caveira

29 outubro 2014

Carta de Reyhaneh Jabbari, antes de ser enforcada no Irão, à sua Mãe

No passado sábado, 25 de Outubro de 2014, a iraniana Reyhaneh Jabbari foi enforcada por decisão de um tribunal iraniano por alegadamente ter matado um homem - cirurgião e ex-funcionário do Ministério da Inteligência - que a queria violar, em 2007, quando ela tinha 19 anos.
A confissão fora obtida sob ameaças e tortura. As organizações de direitos humanos mobilizaram-se, sem êxito, para que tivesse um julgamento justo.
Reyhaneh Jabbari perdeu a vida... e o Mundo perdeu, mais uma vez, uma causa justa.
Fica aqui a carta (traduzida do inglês pelo Observador) que Reyhaneh Jabbari escreveu à Mãe, Sholeh Pakravan, que tinha pedido aos juízes para ser enforcada em vez da sua filha:

"Querida Sholeh,
Recebi hoje a informação de que chegou a minha vez de enfrentar a qisas [a lei de retribuição do sistema legal iraniano]. Estou magoada por não me teres deixado saber através de ti que cheguei à última página do livro da minha vida. Não achas que tenho o direito a saber? Sabes o quanto me envergonha saber que estás triste. Porque não me deixaste beijar a tua mão e a do pai?
O mundo permitiu-me viver durante 19 anos. Aquela noite assustadora foi a noite em que eu deveria ter sido morta. O meu corpo seria atirado para um qualquer canto da cidade, e dias depois, a polícia chamar-te-ia ao departamento de medicina legal para me identificar e também saberias que fui violada. O assassino nunca seria encontrado pois nós não temos a riqueza e o poder deles. Tu irias continuar a tua vida em sofrimento e envergonhada, e poucos anos depois morrerias desse sofrimento e nada mais haveria a dizer.
No entanto, esse golpe amaldiçoado alterou o rumo da história. O meu corpo não foi atirado para um lado qualquer, mas sim para a sepultura que é a Evin Prison e as suas alas solitárias, e agora para a prisão-sepultura de Shahr-e Ray. Mas entrega-te ao destino e não te queixes. Sabes melhor do que ninguém que a morte não é o fim da vida.
Ensinaste-me que cada um de nós vem a este mundo para ganhar experiência e aprender uma lição e que cada pessoa que nasce tem uma responsabilidade depositada nos seus ombros. Aprendi que, por vezes, temos de lutar.
Lembro-me muito bem quando me disseste que o homem da carruagem protestou contra o homem que me estava a chicotear mas este acertou-lhe com o chicote no rosto e ele morreu. Disseste-me que, de modo a criar valores, temos de perseverar, mesmo que isso signifique morrer.
Ensinaste-nos que, na escola, devemos enfrentar as quezílias e os confrontos como senhoras. Recordas-te da insistência dos teus reparos sobre o nosso comportamento? A tua experiência estava incorrecta. Quando este acidente ocorreu, os teus ensinamentos não me ajudaram. Quando me apresentei em tribunal aparentei ser uma assassina a sangue-frio e uma criminosa implacável. Não verti lágrimas. Não implorei. Não me desmanchei a chorar pois confiava na lei.
No entanto, fui acusada de indiferença perante um crime. Eu nem mosquitos matei e as baratas que tirei do caminho, levei-as pelas suas antenas. E agora tornei-me em alguém que assassina premeditadamente. O modo como trato os animais foi interpretado como sendo masculino e o juiz nem se deu ao trabalho de ver que, na altura do acidente, as minhas unhas eram grandes e estavam pintadas.
Quão optimista é o que espera justiça dos juízes! Ele nunca questionou o facto de as minhas mãos não serem grossas como as de uma desportista, em particular de uma boxeur.
E este país, pelo qual cultivaste um amor em mim, nunca me quis e ninguém me apoiou quando, perante as investidas do interrogador, eu gritava e ouvia as palavras mais obscenos. Quando o meu último indício de beleza desapareceu, ao cortar o meu cabelo, fui recompensada: 11 dias na solitária.
Querida Sholeh, não chores pelo que estás a ouvir. No primeiro dia na esquadra, um agente velho e não casado, magoou-me por causa das minhas unhas e eu percebi que a beleza não é desejável nesta era. A beleza das aparências, dos pensamentos e dos desejos, uma caligrafia bela, a beleza do olhar e da visão e até a beleza de uma voz agradável.
Minha querida mãe, a minha ideologia mudou e tu não és responsável por isso. As minhas palavras não têm fim e dei tudo a alguém para que, quando for executada sem a tua presença e conhecimento, te seja dado a ti. Deixo-te muito material manuscrito como herança.
No entanto, antes da minha morte quero algo de ti, algo que tens de me dar com todo o teu poder, custe o que custar. Na verdade, isto é a única coisa que eu quero deste mundo, deste país e de ti. Sei que precisas de tempo para isto.
Posto isto, vou-te revelar parte do meu testamento mais cedo. Por favor, não chores e presta atenção. Quero que vás ao tribunal e lhes faças o meu pedido. Não posso escrever tal carta, a partir da prisão, que fosse aprovada pelo diretor; mais uma vez terás de sofrer por mim. É a única coisa que, se chegares a implorar por ela, eu não ficarei chateada, embora te tenha dito várias vezes para não implorares por nada, exceto para me salvares de ser executada.
Minha mãe bondosa, querida Sholeh, mais querida para mim que a minha própria vida, eu não quero apodrecer debaixo do solo. Não quero que os meus olhos ou o meu jovem coração se transformem em pó. Implora para que, assim que eu seja enforcada, o meu coração, rins, olhos, ossos e tudo o que possa ser transplantado, possa ser retirado do meu corpo e dado a alguém em necessidade, como uma doação.
Não quero que o destinatário saiba quem sou, que me envie um ramo de flores ou até que reze por mim.
Do fundo do meu coração te digo que não desejo ter uma sepultura onde tu venhas chorar e sofrer. Não quero que vistas roupas pretas por mim. Faz o teu melhor para esquecer os meus dias difíceis. Entrega-me ao vento para me levar.
O mundo não nos amou. Não quis o meu destino. E agora entrego-me a ele e abraço a morte pois no tribunal de Deus eu vou acusar os inspectores, vou acusar o inspector Shamlou, vou acusar o juiz e os juízes do Supremo Tribunal que me espancaram quando eu estava acordada e que não se abstiveram de me intimidar.
No tribunal do criador eu vou acusar o Dr. Favandi, vou acusar Qassem Shabani e todos aqueles que, por ignorância ou pelas suas mentiras, fizeram-me mal, passaram por cima dos meus direitos e que não tiveram em conta o facto de que, por vezes, o que aparenta ser realidade não é.
Querida Sholeh de coração mole, no outro mundo tu e eu seremos quem acusa e os outros, os acusados. Veremos qual é a vontade de Deus. Quero abraçar-te até que a morte chegue. Amo-te."
Reyhaneh Jabbari


Digits - « Love is only affection»

Uma vida profissional sexualmente activa

Depois de ter sido dispensado do meu último trabalho, por ter apalpado os belos marmelos de uma colega da Contabilidade na Festa de Natal da empresa, quando fui à entrevista de emprego numa outra companhia do ramo, respondi no questionário que - caso conseguisse a vaga - o que mais desejava era poder ajudar a sucursal e a empresa-mãe a alcançar os seus objectivos mas, na verdade, o que mais queria era encontrar rapidamente uma gaja que me fodesse todos os dias, em vários locais do edifício (na sala de reuniões, na sala da fotocopiadora, na minha secretária a altas horas da noite quando já não estivesse mais ninguém no escritório, ... até na sala do chefe). Consegui a vaga. De lá até hoje, não aconteceu nada do que escrevi no questionário mas aconteceu tudo o que secretamente mais desejei. No dia em que entrei ao serviço percebi que o meu chefe era uma gaja, que me tem fodido todos os dias em todo o lado (já aconteceu na sala de reuniões, na sala da fotocopiadora, na minha secretária em noites que fiz horas-extra sozinho e até no gabinete dela). Todos os dias a gaja arranja um motivo para me lixar os cornos. Mói-me a paciência, discute, grita, humilha-me, torra-me o juízo. Ando, de facto, fodido há meses. Tenho a certeza de que não me aguento na empresa até à Festa de Natal. E é pena. Porque a gaja tem uns belos marmelos.

«pensamentos catatónicos (312)» - bagaço amarelo

É uma das coisas que mais me confunde, assistir ao ódio crescente entre pessoas que já foram amantes. Nunca assisto de forma impávida e serena, embora exemplos abundem. Um Amor que se transforma em ódio nunca foi Amor. Foi outra coisa qualquer cujo nome desconheço.
A única certeza que eu tenho é a da tristeza profunda. Sei que um abraço a sério nunca será um murro. Quando o é, então parte de alguém que nunca conheceu o gosto genuíno de um abraço. De alguém profundamente triste, portanto.
É que eu, que nem no arrependimento da violência acredito, ponho-me a pensar como será acordar um dia e descobrir que nunca se soube Amar.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»