12 novembro 2014

Môce dum Cabréste - «Crise de Meia Idade - parte 8/10»

Postalinho de Helsínquia (1)

"A senhora reformou-se das revistas e agora dedica-se a tricotar."
JCI

«respostas a perguntas inexistentes (286)» - bagaço amarelo

Somos crianças até ao dia em que nos deixamos de apaixonar para sempre. Pelo menos comigo foi assim. Tornei-me adulto no dia em que me apaixonei com um calculismo minucioso, do género "na melhor das hipóteses isto dura seis meses". Durou dois. Nada mau.
Antes disso já me tinha apaixonado algumas vezes, sempre para sempre. Foi nesse período que algumas pessoas me tentaram informar da verdade do Amor, colocando-me uma mão no ombro e dizendo-me com alguma pena que o Amor nunca é para a vida. Ainda hoje acho que isso não se faz. Há coisas que tem que ser a experiência a ensinar-nos. Não um pai, com medo do nosso sofrimento.
Do pouco que sei é que um Amor é melhor quando é para sempre, mesmo que dure um só dia. Muito melhor do que um Amor a prazo que dura uma eternidade.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Que bem se está no campo... ou não...



11 novembro 2014

Que tal esse... Varão de São Martinho?...


"Não, não! Não, senhora! Bom... talvez não... ou... se calhar..."

Postalinho do Cutileiro

"Pistola de água cheia de pressão...
Beijo
Luís Barreiro"


«[lua]» - Susana Duarte

nascida da noite e da tempestade de chuvas antigas
de noites esquecidas,

vim de ti. vim das névoas das dúvidas
dos corpos dos braços
e de mil embaraços que residem nos olhares
nos sentires
no amar.

nascida da lua crescente
luzente de poeiras marinhas e de sonhos,

olho-te redonda e sei que as etéreas aragens das nuvens
me flutuam
e navegam. vejo-te crescente, lua eterna
e indigente de solares noites,

onde saúdas o mar e te sabes Mulher. lua incandescente,
de brilho opalescente e nú. vejo-te os ombros
de dama encantada e percebo a alva

aurora de rosa inflamada.
sei de onde venho. venho das noites onde és
inclemente na luz que emanas eterna
potente LUA
onde o sonho
flutua e me toca os seios
e me toca os dedos e me toca
os dedos e

me toca os olhos

e me beija os olhos

e me sabe os segredos.

plenilúnio de canteiros de flores amarrotadas
por um beijo amarrotadas

pelo desejo de encontrar, em ti,
um leito onde
possa .ficar.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Mulher abraçada a um falo

Estatueta da Ásia, esculpida em madeira, agarradinha à minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


10 novembro 2014

Exposição no Museu d'Orsay - «Sade. Attaquer le soleil» (Sade. Atacar o sol)


Une exposition, un regard : "Sade... por musee-orsay

«respostas a perguntas inexistentes (285)» - bagaço amarelo

Tenho uma amiga que nunca se apaixonou. Eu acredito nela, principalmente pela forma feliz como o diz. Se ela soubesse o que perde não mo dizia assim, a sorrir. Não seria capaz. Se o faz é porque não sabe mesmo, e se não sabe é porque nunca se apaixonou. A única noção que tem é a do que ganha com isso, porque assiste à tristeza do fim das paixões alheias.
Quem é que compreende o fim de um Amor? Ninguém, porque o fim de um Amor é a antítese do próprio Amor. Quando acontece, ninguém consegue explicar porquê.
Uma vez viveu com um homem, diz ela. Admirava-o e mudou-se para casa dele. Quando a admiração acabou tornou a mudar de casa. Alugou um T0 no centro da cidade e comprou uma mobília de sala que também é uma mobília de quarto. Foi tudo. No Amor nunca é assim. Quando nos mudamos trazemos a tristeza connosco, muito mais pesada e difícil de mudar do que a mobília.
Já lhe disse que gostava de ser como ela. Repeti-o quando há uns dias me convidou para dividir uma garrafa de vinho, mais uns bifes e algum arroz. No fim do jantar, quando me sentei no sofá que também é uma cama, disse-me que me admira. Perguntei-lhe porquê e respondeu-me que é pela minha capacidade de sofrer com o Amor.
Ora bolas!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A verdade

Você a aceita da sua maneira.



É, criança, você não tem escapatória.

Capinaremos.com