24 dezembro 2014

Postalinho de Sangalhos (3)

"Símbolos masculinos e femininos em terracota da antiga cultura Bura-Asinda-Sika do Niger, parte da colecção Berardo no Underground Museum das Caves Aliança."
Daisy Moreirinhas

Literatura de bordel - crowdfunding (não, não é crowdfucking!)


Uma iniciativa, dois projetos, 3 metas

Não há melhor época do que o Natal para pedir aos amigos, e a todos que conhecem (ou não) o meu trabalho, uma ajuda solidária para realizar um sonho. Publicar meu segundo livro de poemas eróticos: Literatura de Bordel.
Ter um livro aceito por uma editora é muito difícil, ainda mais se for de poesia. E muito mais difícil quando a linguagem é erótica explícita, por mero preconceito. Mas consegui uma chance de publicar por uma importante editora e agora tenho a oportunidade de lançar o Literatura de Bordel no Brasil e em Portugal.
E o melhor! A sua doação será convertida em excitantes recompensas, para que você não saia com a mão abanando dentro do banheiro. Entre no espírito natalino e me dê este presente. Use o seu 13º, não vai deixar você duro, ainda que seja esta a intenção do livro em algumas pessoas.
A Fresta Literária - sarau de poesia erótica - é uma ação não só de incentivo à literatura libertina, mas, sobretudo, ao movimento libertário em prol dos valores de liberdade de expressão artística, sexual e política. A proposta surge como oposição aos crescentes movimentos retrógrados como a homofobia, o racismo, o machismo, o conservadorismo e tantos outros que tentam cercear a nossa liberdade.
Apenas 180 pessoas apoiando com valores entre R$35 e R$74 são suficientes para financiar a primeira etapa!
Apenas 230 pessoas apoiando com valores entre R$35 e R$74 são suficientes para financiar a segunda etapa!
Apenas 300 pessoas apoiando com valores entre R$35 e R$74 são suficientes para financiar a terceira etapa!
Viu? Basta você ajudar! http://catarse.me/pt/literaturadebordel?ref=user_projects
O que é o livro?
Literatura de Bordel reúne quase cem trovas de Vinni Corrêa com conteúdo erótico explícito e requintado de humor e jogos de palavras, estilo usado pelo autor para atrair leitores a este universo ainda cheio de tabus. O erotismo na literatura tem conquistados novos fãs a cada dia. Em Literatura de Bordel, Vinni Corrêa traz sua influência de grandes poetas como Bocage, Pietro Aretino, Pierre Louys e Hilda Hilst para a atualidade e com um linguajar popular, como no trabalho do poeta Cairo Trindade. Na obra, o autor questiona valores morais da etiqueta conservadora brasileira brincando com as palavras e seus sentidos reais estabelecidos pela sociedade e os sentidos figurados, quebrando paradigmas sobre determinados temas.

Feliz.. ahn?!


Regra sem excepções


23 dezembro 2014

«Bicycle strip»


Любовь к велосипеду. Bicycle strip. from Энтропия ТВ on Vimeo.

Vindima

Morde-me os mamilos como quem toca dois bagos de uvas.
A minha vagina pode esperar velada por renda da cor de vindimas que tu a pises com a melodia das canções bêbedas de esperma.

«vives entre a alma e o que não sei» - Susana Duarte

vives entre a alma e o sol,
deitado entre ti e ti,
de ti perdido,
de ti ali,
onde
as nuvens soltas
navegam delírios vestidos
de noite. vives entre a alma e
o que não sei. vives, em mim, noite
tempestuosa de olhos desassossegados.

inertes.

vives entre a alma e os dedos,
florescendo mágoas
e solidões
por entre
medos.
de ti perdido,
imaginas encontros de mãos
e sussurrares de aves finalmente tocadas
pelas primaveras do tempo. vives entre a alma,
e o que não sei. vives nas ondas submarinas do ventre

sôfrego.

vives onde não sabes,
e não vives nada, perdido de ti,
entre ti e as névoas das tuas dúvidas.

vives na sombra
do limbo das folhas,
onde a seiva segrega

o amarelecer dos dias.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto



A malta não pode ler odes que ode também:

Mamãe:
Esse "ti" precisa vir a mim...muito perdido ele está.

Bartolomeu:
Já tás a querer sacar o chavalo à Susy, Chaminha?
Eu não te chego, Índia?
Quando te ponho louca na minha caminha
E te sussurro ao ouvido, liiiindaaa.

Quando vou contigo ver as colmeias
E tu, encostada ao embondeiro
Começando a tirar as meias
Me suplicas: me come o pandeiro!

Não te chego Índia, Ímpia?
Quando o teu corpo ardente
Me pede que te toque a fimbria
Desse teu mundo ausente

E derrame entre os teus dedos
Este meu líquido precioso
Minha criança sem medos
Meu campo maravilhoso

Mamãe:
Não te convenci que não gosto de cona?
Prefiro leite derramando, como o óleo da mamona
Óleo vegetal naturalmente hidroxilado,
Gosto é de homem. Não, do outro lado.

Se podes comigo, não sei.
Ainda só fiquei na promessa.
Se comeres primeiro a São
Pergunto a ela se vales à beça.

Sou índia, que o cupido flechou,
Mas ímpia, de todo, não!
Tenho Fé que ainda sejas
Ferrado por um zangão.

Minhas fímbrias sexuais são tratadas
À base de mel em floral.
Se pensas nelas tocá-las...
Estás em perigo letal.

Assim estarás derrotado,
Feito toureiro chifrado na arena,
Mas já me disse o poeta:
Vale toda forma de amor,
Se a alma não for pequena.

Aproveito este ensejo
Para só o bem alcançares.
Deixa de comer as burras,
E com a bicicleta trepares.

Por aqui me despeço,
Lembrando que no Nepal
Tem caralho pra todo lado
Em cima, embaixo e o escambau.

Para ti, aqui em algum lugar,
Um beijo, em tua boca permear.
Com gosto de açaí e mel de abelha.
Mas com burras não

Bartolomeu:
Tem burra qu'é bem legau
E de pêlo bem macio
E este meu carapau
Come tudo o que tá co cio

Até come cu de onça
Ou um broche de leão
Come no meio de bagunça
Quando lhe chega o tesão

E a ti, minha Índia, tão fogosa
Tão ardente e destemida
Também te dou a ranhosa
da minha piça erguida

E fica assim bem alerta
Que vou atravessar o mar
Bota já a perna aberta
Está pronta p'a quando eu chegar

Bengala em madeira com casal a copular na pega

Bengala africana em madeira trabalhada à mão em toda a sua extensão.
Junta-se às outras bengalas da minha colecção.

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