Réplica de lucerna do império romano, que veio de Espanha para se juntar a outras que já faziam parte da minha colecção
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29 janeiro 2015
Californication
Patife
@FF_Patife no Twitter
28 janeiro 2015
"Português vulgar"?
Olás...
Encontrei essa "pérola", de Luís Fernando Veríssimo, embora já bastante difundida, há poucos dias a reli, enviada por uma das filhas (um dos motivos ela deve ter pensado: "Isso é a cara da mamãe"). E é!
Encontrei essa "pérola", de Luís Fernando Veríssimo, embora já bastante difundida, há poucos dias a reli, enviada por uma das filhas (um dos motivos ela deve ter pensado: "Isso é a cara da mamãe"). E é!
"Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente
válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com
a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo
sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que vingará
plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas
apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios,
seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.
"Pra caralho", por
exemplo. Qual expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade do que "Pra
caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A
Via-Láctea tem estrelas Pra caralho, o Sol é quente Pra caralho, o universo é
antigo Pra caralho, eu gosto de cerveja Pra caralho, entende?
No gênero do
"Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso
"Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma
credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem. "Nem fodendo" é
irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranquila, para
outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17
anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem
paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido,
NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar
com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do
Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as
situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o
justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível
imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como
comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou
"ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O "porra nenhuma", como
vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se
estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa
mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o
"prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente
clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato
"Puta-que-o- pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...
Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o- pariu!" dito assim te
coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se
reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar
de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"?
E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você
já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o
limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega!
Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua
auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar
firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo
nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de
maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais
avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente
e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de
ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu
autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo
assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem
carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você
parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma
pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda- se!"
aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me
liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda
sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar
assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e
foda-se!.
Grosseiro, mas profundo... Pois se a língua é viva, inculta, bela e
mal-criada, nem o Prof. Pasquale explicaria melhor. "Nem fodendo..."
Chama a Mamãe
27 janeiro 2015
Lembras-te dos exercícios de aquecimento da Michelle Jenneke...
... corredora australiana de 19 anos, totalmente desconhecida até então, numa prova do Campeonato Mundial Júnior de Atletismo em Barcelona, em Julho de 2012?
Ah, poeta do sexo!...
Palavras que se desfazem na boca como rebuçados com sabor de beijo, com o gosto do desejo que as palavras gostam de propagar.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«quando me despires, despe-te também» - Susana Duarte
quando me despires, despe-te também. despe
as roupas de outrora, e as vestes com que te escondes.
despe-me as auroras despojadas de luz e, de ti,
os contrabaixos da solidão. quando me despires,
despe-te também. deixa que as rochas flutuem
onde antes eram impossibilidades. persegue, no ar,
o odor das aves soltas e o curso livre do rio. nas vertentes
úmbrias do sonho, procura a fonte da luz e caminha
até à foz. sobrevoa as marés e despe-me dos temporais.
quando me despires, despe-te também. despe
as ruas onde o Fado foi outrora solitário e ama-me.
ama os despojos do luar e enfrenta a manhã. quando
te despires, despe-me de mim, e de ti próprio.
encontra-me onde todas as esperanças renascem,
e todos os beijos antecipam sorrisos. encontra-me
onde o ontem é a reminiscência dos sonhos azuis,
para que eu te possa ver, nesta manhã branca
por onde, agora, quero seguir caminho. despe-te,
e tira de mim as heras que me prenderam nas paredes
de outras manhãs. se me encontrares, terás sobrevoado
os tempos. as vidas. as manhãs todas, para me beijar.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
as roupas de outrora, e as vestes com que te escondes.
despe-me as auroras despojadas de luz e, de ti,
os contrabaixos da solidão. quando me despires,
despe-te também. deixa que as rochas flutuem
onde antes eram impossibilidades. persegue, no ar,
o odor das aves soltas e o curso livre do rio. nas vertentes
úmbrias do sonho, procura a fonte da luz e caminha
até à foz. sobrevoa as marés e despe-me dos temporais.
quando me despires, despe-te também. despe
as ruas onde o Fado foi outrora solitário e ama-me.
ama os despojos do luar e enfrenta a manhã. quando
te despires, despe-me de mim, e de ti próprio.
encontra-me onde todas as esperanças renascem,
e todos os beijos antecipam sorrisos. encontra-me
onde o ontem é a reminiscência dos sonhos azuis,
para que eu te possa ver, nesta manhã branca
por onde, agora, quero seguir caminho. despe-te,
e tira de mim as heras que me prenderam nas paredes
de outras manhãs. se me encontrares, terás sobrevoado
os tempos. as vidas. as manhãs todas, para me beijar.
Susana Duarte
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Jogo da pétanque (petanca) e Fanny
Cinzeiro em bronze com jogadores de petanca e, no verso, uma Fanny, mulher a mostrar o rabo.
A petanca é um jogo de bolas tradicional muito popular em França. Antigamente, os jogadores que perdessem por 13 a 0 tinham de beijar o rabo da Fanny, representação de uma mulher de costas, a mostrar o rabo, sob a forma de cartaz, cerâmica ou escultura. Actualmente é mais uma peça que se encontra em lojas e mercados de antiguidades. Mas todos os clubes de «pétanque» exibem uma Fanny e este ícone é parte do seu património.
Uma peça como esta (um cinzeiro de dupla face) não é tão comum... e por isso foi a que escolhi para fazer parte da minha colecção.
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A petanca é um jogo de bolas tradicional muito popular em França. Antigamente, os jogadores que perdessem por 13 a 0 tinham de beijar o rabo da Fanny, representação de uma mulher de costas, a mostrar o rabo, sob a forma de cartaz, cerâmica ou escultura. Actualmente é mais uma peça que se encontra em lojas e mercados de antiguidades. Mas todos os clubes de «pétanque» exibem uma Fanny e este ícone é parte do seu património.
Uma peça como esta (um cinzeiro de dupla face) não é tão comum... e por isso foi a que escolhi para fazer parte da minha colecção.
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26 janeiro 2015
«Oozing» - João
"Percorrendo a casa, de porta em porta, surgem as janelas abertas e cortinas esvoaçantes, do vento que corre mais depressa, acelerado, entrando por um extremo e saindo por outro. Há camas desfeitas, lençóis perfumados e muito amarrotados, diria mesmo manchados, mobiliário um pouco fora de sítio, movimentado a impulsos, tapetes que perderam alguma da sua ortogonalidade, sapatos atirados a um canto, roupas no chão. As minhas, as tuas. A tua lingerie jaz junto à porta da rua depois de arremessada, removida a pressa e a gosto, e se referi os lençóis perfumados, tanto mais diria do ar que a casa só agora começa a perder por causa das janelas abertas, e não é de um perfume caro, mas é um perfume de luxo. É o luxo da nossa foda. Escorre foda destas paredes, o ar está carregado, nas nossas narinas entra o resultado de dias seguidos a foder, vês, aquele canto, aquela parede, aquele sofá, aquela cama, boa parte daquele chão, estas cadeiras, até a porra da bancada da cozinha e tantas destas ombreiras de porta, as janelas, vê as marcas dos dedos nos vidros das janelas, em algumas vejo até a marca dos teus pés, é um cheiro intenso a foda, mas tão bom, e não fossem as gentes que aqui possam entrar, ficava assim, a pairar no ar, a intensificar o apetite, a lembrar-nos, e tu que me dizes que não podemos continuar assim, tens razão, tens sempre razão, temos de descansar, que vamos ficar desfeitos assim, mais magro fico é certo, mas ainda assim tens razão, precisamos dar descanso, que as articulações estão fracas, as pernas bambas, os corpos marcados, com riscos e manchas, o meu caralho já me dói e a tua cona pede férias, que isto assim não pode ser, e já damos por nós caídos no chão, encostados um ao outro para não tombarmos redondos, e o ar a limpar, o cheiro da foda a sair pelas janelas, e as pessoas na rua sem o saberem a pensar em foda, a sentir vontades, entumescimentos inexplicáveis, um contágio que me faz sorrir – devagarinho, da face dorida de tanto te saborear entre as coxas -, a tua mão na minha, e acabarmos por adormecer não sem antes dizermos algo pouco perceptível mas que parecia ser a confirmação de sermos loucos. Um pelo outro."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«respostas a perguntas inexistentes (292)» - bagaço amarelo
Na verdade, considero-me um pessimista relativamente ao mundo e um optimista relativamente às pessoas. Praticamente já não leio jornais e abdiquei totalmente dos programas de televisão, que considero tão estúpidos quanto estupidificantes e me fazem sentir mal. Depois, quando conheço alguém, raramente corresponde ao que considero ser essa estupidez. É por isso que cada vez que travo um conhecimento nasce de novo em mim uma esperança qualquer.
Acho que a amizade passa muito por aqui, por nos salvarmos todos os dias do enorme absurdo em que o mundo se tornou. O Amor também, com a vantagem de que ele próprio é um mundo diferente.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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