08 fevereiro 2015
O ideal de beleza feminina ao longo dos tempos
"Pá... fora a dos anos 20 e a «heroin chic», venham todas. Desculpem lá qualquer coisinha mas gosto de ter onde me agarrar (mesmo que seja só com os olhinhos).
Acho que a da «Top Model Era» está um bocadinho beneficiada, mas ok.
Agora os egípcios... Jazusss. aqueles gajos eram muito à frente mesmo.
Já os homens, sempre acabaram barrigudos em todas as épocas (mesmo naquelas em que ainda não havia cerveja).
Fora de brincadeiras: Os «ideais de beleza» são uma seca. E extremamente nocivos, principalmente paras as mulheres. Todas têm algo de sensual e só há que ter olhos para o ver."
EmZe
Luís Gaspar lê «Se é doce no recente, ameno estio» de Bocage
Se é doce no recente, ameno Estio
Ver toucar-se a manhã de etéreas flores,
E, lambendo as areias, e os verdores,
Mole e queixoso deslizar-se o rio:
Se é doce no inocente desafio
Ouvirem-se os voláteis amadores,
Seus versos modulando, e seus ardores
De entre os aromas de pomar sombrio:
Se é doce mares, céus ver anilados
Pela quadra gentil, de Amor querida,
Que esperta os corações, floreia os prados:
Mais doce é ver-te, de meus ais vencida,
Dar-me em teus olhos brandos desmaiados
Morte, morte de amor, melhor que a vida.
Bocage
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Com uma volta na ponta

Valha a verdade que ele é bom numa coisa: a penetrar-me como se não houvesse amanhã e esse fosse o seu único objectivo de vida. É daquelas recordações que me intumescem e humedecem mas aceitar um ex de volta parece-me um resto de comida requentada no microondas e creio piamente que ele só quer regressar para entrar por mim adentro.
Não me esqueço da seca da canja de galinha refeição sim, refeição não nem das noitadas pelas discotecas que se até são uma coisa pela qual me pelo e que me dão vontade de despir todinha depois metiam pelo cano toda a intimidade com o séquito que ele carregava para todo o lado como se para ser homem não lhe bastasse estar comigo e precisasse de umas quantas cabeças de cães de carro dos anos sessenta a acenar à velocidade do condutor. Já para não falar que tive de contratar mais cozinheiras para estar sempre uma de serviço a qualquer hora e um gajo a tempo inteiro para tratar da piscina que até valia o dinheiro que lhe pagava por mor de bem me lavar as vistas com aquele torso nu de inverno ou de verão de uma musculatura segura de vinte e tais aninhos. Uma tenrura que fazia salivar o palato de qualquer uma.
Ora como sou prática, vou antes ser accionista da farmácia por via da compra de preservativos de todas as cores e sabores e deixo-o reaparecer mas apenas em unidose.
Não me esqueço da seca da canja de galinha refeição sim, refeição não nem das noitadas pelas discotecas que se até são uma coisa pela qual me pelo e que me dão vontade de despir todinha depois metiam pelo cano toda a intimidade com o séquito que ele carregava para todo o lado como se para ser homem não lhe bastasse estar comigo e precisasse de umas quantas cabeças de cães de carro dos anos sessenta a acenar à velocidade do condutor. Já para não falar que tive de contratar mais cozinheiras para estar sempre uma de serviço a qualquer hora e um gajo a tempo inteiro para tratar da piscina que até valia o dinheiro que lhe pagava por mor de bem me lavar as vistas com aquele torso nu de inverno ou de verão de uma musculatura segura de vinte e tais aninhos. Uma tenrura que fazia salivar o palato de qualquer uma.
Ora como sou prática, vou antes ser accionista da farmácia por via da compra de preservativos de todas as cores e sabores e deixo-o reaparecer mas apenas em unidose.
E um bico de dois paus?...

Patife
@FF_Patife no Twitter
07 fevereiro 2015
«No banco de jardim» - por Rui Felício

Saiu do escritório, exausto depois de um dia de trabalho intenso.
Antes de ir buscar o carro, deu uma volta pelo jardim, desapertou o botão do colarinho, aliviou o nó da gravata e sentou-se na ponta de um banco de ripas de madeira pintada. Puxou de um cigarro, acendeu-o lentamente fitando um ponto impreciso na folhagem das árvores. Quando chegasse a casa, em vez de paz e sosssego, sabia que iria ter de ouvir o falatório ininterrupto e estridente da sua mulher sobre os mais corriqueiros e desinteressantes problemas. Temia e adiava o regresso a casa.
Absorto nos seus pensamentos, apercebeu-se de uma mulher bonita, calma e despreocupada que acabara de se acomodar na outra ponta do banco.
Trocaram um olhar fugaz e um sorriso de circunstância.
Calmamente ela ia desembrulhando um chocolate, devagar. Tão devagar que ele teve tempo de acabar de fumar o cigarro e acender outro, antes dela trincar o quadrado doce que destacara da tablete. Aliás, antes de o morder, ela meteu-o na boca e lambeu-o demoradamente sugando deliciada a massa doce, viscosa e acastanhada que lhe ia pintando os lábios e sensuais. Ele ia formando habilidosamente com a boca pequenas auréolas de fumo, mirando-a, embevecido com a calma e o silêncio daquela atraente mulher.Não articularam uma palavra. Apenas um ou outro sorriso quando os olhares se cruzavam.
Lânguidos, calmos, num halo surreal que parecia envolvê-los...
Fumou o segundo cigarro até ao filtro, espezinhou, com raiva, a beata no chão empedrado e preparou-se para ir.
Ao soerguer-se, ouviu a voz melodiosa, suave e quase sussurrada daquela mulher:
- Porque não fica mais um pouco?
Já lá vão uns anos. Até hoje nunca mais voltou para casa...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
É por todo o lado...
Conjunto de 4 bonecos maleáveis, 2 homens e 2 mulheres que se encaixam de diversas formas... na intimidade da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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06 fevereiro 2015
Ponto de vista
Porque fazem essa expressão tipo "pois, tá bem..." sempre que reafirmo o facto inquestionável de "felatio" ser uma palavra bonita?
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«Frases feitas» - João
"De repente somos todos invadidos por frases feitas. Os primeiros tempos das redes sociais (eu sou anterior a esse tempo, sou do tempo dos primeiros sites portugueses e o meu foi um desses) serviam para dizer banalidades. E continuam a servir. Tiremos as notícias, os vídeos de gatinhos e a propaganda fundamentalista, e o que fica são sobretudo banalidades. Porque hoje acordei assim, porque pisei qualquer coisa, porque tenho sono, porque soltei uma ventosidade. Essas coisas. Excepções sempre existem. Já encontrei nas redes sociais inúmeros conteúdos de grande valor, mas a maioria do que por aí anda são banalidades que entretanto vieram a substituir-se por frases feitas. Vão buscar frases isoladas a autores conhecidos, vão buscar provérbios populares, ideias religiosas, citações de políticos, e colam as frases sobre fotografias do crepúsculo, de paisagens bonitas, do mar, das núvens, de qualquer coisa. Vemos uma frase dessas e achamos que faz sentido. No minuto seguinte, se preciso for, vemos outra frase cujo significado é diametralmente oposto e se calhar também achamos que faz sentido, e depois vê-se gente comentar e dizer que é mesmo aquilo pá, que aquilo lhes abriu os olhinhos ou que lhes mudou a vida. E de frase em frase, a vida vai mudando. Os likes vão crescendo, há gente sobre gente a viver verdadeiras epifanias; normalmente inconsequentes.
Não discuto o quão interessantes essas frases feitas são. Ou quão belas. Porque algumas são. Mas são apenas isso, não são coisas para nos mudar a vida, para nos abrir olhos. Não são as nossas frases, não são os nossos momentos. Não são inspiração. Inspiração é abrir os olhos de manhã, inspiração é sentir o caralho pulsar forte ou a cona pingar de molhada, o coração bater forte pelo olhar partilhado. Inspiração é água na cara, as mãos de dedos entrelaçados. Uma frase feita não, não é inspiração, não é exemplo, não é nada além do que alguém, em algum momento, sentiu. E, sentindo, foi válido para o autor. Naquele momento. Só para si. Para mim, para ti, para todos, são arranjos de palavras, experiências que não se nos aplicam por osmose, que não nos entram pelos olhos dentro e nos modificam. As frases feitas são passatempo. São chuva-molha-parvos. Podemos gostar. Mas não nos leva ao avesso, a avanços ou recuos. Não vale a pena lançar mão de frases batidas, conhecidas como inspiradoras. Se o caralho não pulsa, se a cona não pinga, não está a acontecer. E nenhuma frase famosa muda isso. Nem para dentro, nem para fora. In the end, as nossas vidas acontecem por nós, e não pelas frases que nos dizem, por muito genéricas, por muito polivalentes, por muito certinhas e certeiras que nos pareçam. One size does not fit all."
João
Geografia das Curvas
Não discuto o quão interessantes essas frases feitas são. Ou quão belas. Porque algumas são. Mas são apenas isso, não são coisas para nos mudar a vida, para nos abrir olhos. Não são as nossas frases, não são os nossos momentos. Não são inspiração. Inspiração é abrir os olhos de manhã, inspiração é sentir o caralho pulsar forte ou a cona pingar de molhada, o coração bater forte pelo olhar partilhado. Inspiração é água na cara, as mãos de dedos entrelaçados. Uma frase feita não, não é inspiração, não é exemplo, não é nada além do que alguém, em algum momento, sentiu. E, sentindo, foi válido para o autor. Naquele momento. Só para si. Para mim, para ti, para todos, são arranjos de palavras, experiências que não se nos aplicam por osmose, que não nos entram pelos olhos dentro e nos modificam. As frases feitas são passatempo. São chuva-molha-parvos. Podemos gostar. Mas não nos leva ao avesso, a avanços ou recuos. Não vale a pena lançar mão de frases batidas, conhecidas como inspiradoras. Se o caralho não pulsa, se a cona não pinga, não está a acontecer. E nenhuma frase famosa muda isso. Nem para dentro, nem para fora. In the end, as nossas vidas acontecem por nós, e não pelas frases que nos dizem, por muito genéricas, por muito polivalentes, por muito certinhas e certeiras que nos pareçam. One size does not fit all."
João
Geografia das Curvas
05 fevereiro 2015
«A propósito de bois cobridores» - João Barreto
Já cá faltava a enrabadela do bode...
E o boi da Junta, Bartolomeu, nunca te foi ao cu?
Estou a falar do boi cobridor que a Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal (no tempo em que a Madeira era designada, com alguma condescendência, por ilha adjacente) punha à disposição dos proprietários das vacas que as quisessem prenhes.
É claro que se o Bar Tolo Meu por cá andasse, seria um sério concorrente ao dito boi da Junta. Os vitelos é que podiam sair meio esquisitos...
A propósito de bois cobridores, lembrei-me duma história antiga:
Consta que um desses bois lhe deu para a depressão e andava alheado das suas funções. O pessoal levava as vaquinhas ao pasto, na altura em que estavam "saídas" (ou seja, no cio) e o boi nem olhava para elas, continuava a ruminar, armado em funcionário público, mesmo que as fêmeas meneassem as ancas à frente do seu focinho. Em desespero de causa, chamaram o veterinário mais experiente e juntou-se uma multidão para ver a atuação do doutor que, naquele dia, mais parecia um toureiro vindo do México.
O doutor, depois de examinar cuidadosamente o aparelho genital e demais aparelhos do boi, concluiu que era só questão de estímulo. Então, lançando mão de uns panos, passou-os pela vagina de uma das vacas e, ato contínuo, esfregou-os no focinho do boi. No mesmo instante, este despertou do torpor, aproximou-se da vaquinha pelas traseiras e, alçando as patas sobre o lombo da dita cuja, tratou de cumprir a função que lhe estava destinada.
A multidão em delírio aplaudiu a macheza do animal que, não satisfeito com uma foda, cobriu todas as vacas que estavam no cercado e, tal era o entusiasmo, só não comeu o doutor veterinário porque este tratou de se pôr a bom recato.
Compadre José, após celebrar devidamente o sucesso na venda do Martinho, com uma litrada de jaqué tomada a meias com o Francisquinho do Lombo, montou-se na mota e abalou para casa. Já anoitecia e José foi matutando, pelo caminho, que ele próprio há muito que não dava uma pinocada com a sua Vicência, a qual até já lhe tinha mandado umas piadas, comparando-o com o preguiçoso boi da Junta. Ciente da técnica veterinária que tinha presenciado, entrou em casa decidido a imitá-la e, para facilitar as coisas, lá estava Vicência estendida na cama a dormir e com as pernas escanchadas. Pé-ante-pé aproximou-se e toca de meter a cara nas partes baixas da mulher, aspirando fundo todos os eflúvios e odores. Vicência, estremunhada e mal refeita de tão inusitado ataque, liga a luz da cabeceira e olhando horrorizada para o rosto triunfante do marido exclama:
"Ai José! Tanto sangue! Caíste outra vez da mota...?"
João Barreto
E o boi da Junta, Bartolomeu, nunca te foi ao cu?
Estou a falar do boi cobridor que a Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal (no tempo em que a Madeira era designada, com alguma condescendência, por ilha adjacente) punha à disposição dos proprietários das vacas que as quisessem prenhes.
É claro que se o Bar Tolo Meu por cá andasse, seria um sério concorrente ao dito boi da Junta. Os vitelos é que podiam sair meio esquisitos...
A propósito de bois cobridores, lembrei-me duma história antiga:
Consta que um desses bois lhe deu para a depressão e andava alheado das suas funções. O pessoal levava as vaquinhas ao pasto, na altura em que estavam "saídas" (ou seja, no cio) e o boi nem olhava para elas, continuava a ruminar, armado em funcionário público, mesmo que as fêmeas meneassem as ancas à frente do seu focinho. Em desespero de causa, chamaram o veterinário mais experiente e juntou-se uma multidão para ver a atuação do doutor que, naquele dia, mais parecia um toureiro vindo do México.
O doutor, depois de examinar cuidadosamente o aparelho genital e demais aparelhos do boi, concluiu que era só questão de estímulo. Então, lançando mão de uns panos, passou-os pela vagina de uma das vacas e, ato contínuo, esfregou-os no focinho do boi. No mesmo instante, este despertou do torpor, aproximou-se da vaquinha pelas traseiras e, alçando as patas sobre o lombo da dita cuja, tratou de cumprir a função que lhe estava destinada.
A multidão em delírio aplaudiu a macheza do animal que, não satisfeito com uma foda, cobriu todas as vacas que estavam no cercado e, tal era o entusiasmo, só não comeu o doutor veterinário porque este tratou de se pôr a bom recato.
Compadre José, após celebrar devidamente o sucesso na venda do Martinho, com uma litrada de jaqué tomada a meias com o Francisquinho do Lombo, montou-se na mota e abalou para casa. Já anoitecia e José foi matutando, pelo caminho, que ele próprio há muito que não dava uma pinocada com a sua Vicência, a qual até já lhe tinha mandado umas piadas, comparando-o com o preguiçoso boi da Junta. Ciente da técnica veterinária que tinha presenciado, entrou em casa decidido a imitá-la e, para facilitar as coisas, lá estava Vicência estendida na cama a dormir e com as pernas escanchadas. Pé-ante-pé aproximou-se e toca de meter a cara nas partes baixas da mulher, aspirando fundo todos os eflúvios e odores. Vicência, estremunhada e mal refeita de tão inusitado ataque, liga a luz da cabeceira e olhando horrorizada para o rosto triunfante do marido exclama:
"Ai José! Tanto sangue! Caíste outra vez da mota...?"
João Barreto
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